1 de Outubro

Santa Teresinha do Menino Jesus

Se Deus dá à Igreja Santos e Santas, não menos verdade é, que uma das primeiras condições de santidade é, fora da graça de Deus, a santidade dos progenitores. É justamente esta circunstância particular que se observa em relação à Santa Teresinha do Menino Jesus. Eram santos os pais.

Luís José Estanislau Martin, aos vinte anos, teve ardente desejo de tomar o hábito de São Bernardo, mas, reconhecendo que os desígnios Da Divina Providência eram outros, desistiu do plano. Zélia Guerin, jovem de muita piedade e caráter enérgico e franco, aspirava a ser admitida entre as irmãs de São Vicente de Paulo, e para este fim solicitou entrada na Congregação das mesmas, em Alençon. As superioras reconheceram não ser esta a vontade de Deus e, sem hesitação, disseram-lhe sua opinião a este respeito. Zélia, resignando-se com esta decisão, repetia , muitas vezes no íntimo da alma esta prece:

“Meu Jesus, já que não sou digna de ser vossa esposa, como minha irmã querida, abraçarei o estado de matrimônio, para cumprir a vossa vontade santíssima. Peço-vos, porém, encarecidamente, sejais servido concerder-me muitos filhos, e que todos vos sejam consagrados”.

Deus, em sua paternal bondade, reservava para esta alma predileta o virtuoso jovem já mencionado e, graças a circunstâncias visivelmente providenciais, realizou-se o enlace matrimonial de ambos, aos 12 de julho de 1858, na Igreja de Nossa Senhora de Alençon.

Houve Deus por bem aceitar com agrado a santa disposição do piedoso casal e deu-lhe nove filhos, que no santo batismo tiveram os seguintes nomes: Maria Luísa, Maria Paulina, Maria Leônia, Maria Helena (falecida aos cinco anos e meio de idade), José Maria, Maria José, João Batista, Maria Celina, Maria Melania Tereza (falecida três meses depois do nascimento) e Maria Francisca Tereza.

Depois do nascimento das quatro filhas mais velhas era ardente o desejo do piedoso casal de ter um filho, que futuramente servisse a Deus como missionário, e nesta aspiração dirigiram-se confiadamente a São José. As orações foram ouvidas e o coração dos pais encheu-se de doce júbilo, quando lhes nasceu o primeiro filho, a quem deram o nome de José Maria. Mas os pensamentos do Senhor não são os nossos, nem os seus caminhos são os nossos. Assim aconteceu que ao cabo de cinco meses apenas, o pequeno José trocasse este deserto pelos tabernáculos do Senhor.

Empenhados em alcançar do céu para sua família um sacerdote, um missionário, os pais instaram novamente com ardentes súplicas, e grande lhes foi a alegria quando um outro pequenino José veio tomar o lugar do irmãozinho falecido. Nove meses se passaram e também esta florzinha se viu transplantada para os canteiros celestes.

Desistiram então de pedir aos céu outro missionário. Contudo realizou-se-lhes plenamente o desejo na pessoa da última filha, de todas a mais abençoada e privilegiada, alma providencial, a quem Deus deu uma missão grandiosa, verdadeiramente divina.

Nos pais os filhos viam o exemplo de cristãos santos. Amigos da oração, todas as manhãs se reuniam aos pés do altar e à mesa eucarística. Rigorosamente observavam a lei do jejum e da abstinência, eram escrupulosos na santificação do domingo, faziam com assiduidade as práticas de piedade, como a leitura espiritual e a oração em comum. Não faltavam, certamente, provocações, mas a única resposta que davam a Deus, era sempre uma total resignação a tudo que a alta Providência quisesse determinar.

Embora houvesse certo bem-estar na família Martin, ninguém se excedia em luxos desnecessários, e em tudo reinava grande simplicidade.

Em família de sentimentos tão cristãos e generosos, a virtude da caridade achava terreno mais amplo de atividade.

Das economias o piedoso casal reservava anualmente avultosa quantia para a Obra da Propagação da Fé. A casa estava-lhes sempre aberta para os pobres, e grandes eram as esmolas que lá recebiam. Na distribuição da caridade o Sr. Martin não conhecia o respeito humano, e muitos são os casos em que com as próprias mãos servia a pobres desamparados. Não é, pois, caso de estranhar que o nobre homem em suas empresas se visse acompanhado da benção de Deus.

Foi em Alençon, na rua São Brás, que nasceu a celeste florzinha, Santa Teresa do Menino Jesus, geralmente conhecida pelo nome que o povo cristão lhe deu – Santa Teresinha.

Às 11 horas e meia da noite de 2 de janeiro Teresa abria os olhos para este mundo.

No dia do nascimento da “rainhazinha”, (assim o extremoso pai chamava sua filhinha) veio um pobre bater à porta da ditosa família e entregar um papel com estas loas, que mais pareciam uma profecia:

Sorri, cresce depressinha,
Tudo te chama à ventura:
Amor, desvelos ternura...
Sorri à fúlgida Aurora,
Botão que nasceste agora,
Rosa mais tarde serás !

Aos 4 de janeiro a graciosa menina foi levada ao batismo, onde recebeu o nome de Maria Francisca Teresa, servindo-lhe de madrinha a irmã mais velha, Maria Luísa.

Teresa contava apenas quatro anos e meio, quando a morte lhe arrebatou a querida mãe. Foi então que o Sr. Martin resolveu mudar a residência para Lisieux, onde morava o cunhado Guérin, cuja esposa velaria pela educação das órfãsinhas.

Pelo belíssimo exemplo que Teresinha tinha constantemente diante dos olhos, bem cedo se acostumou à prática das virtudes, e decerto é a expressão da verdade o que afirma a autobiografia: que desde a idade de 3 anos nunca recusou coisa alguma a Deus.

Dotada de inteligência superior, treinada pelas experiências colhidas no caminho da provação e da dor, a menina, em bem poucos anos, chegou a demonstrar uma madureza admirável em julgar as coisas divinas e humanas. A esta firmeza de caráter, ao conhecimento profundo das coisas divinas, ao desejo de pertencer a Deus deve-se atribuir o fato de , com 15 anos apenas, se ter resolvido a entrar na Ordem do Carmelo, cuja regra é uma das mais austeras.

Em sua “História de uma alma”, escrita por ordem da superiora, Madre Inês de Jesus, a nossa santa, com uma simplicidade encantadora, narra os fatos principais que se ligam à sua vida junto aos pais, no seio da família, a entrada na Ordem, descreve as dificuldades de ordem material e espiritual, consolações que teve e graças extraordinárias que recebeu do divino Esposo.

Dos fatos narrados na “ História de uma alma” , tenham aqui lugar só os mais notáveis.

Teresinha, bem pequenina ainda, fez a primeira confissão e saiu do confessionário muito satisfeita, achando que nunca até então tinha experimentado uma alegria igual.

Certo dia teve uma visão um tanto profética, que muito a impressionou. Estando o pai em viagem, que por longo tempo o afastava da família, Terezinha teve a impressão de ver diante de si um homem alquebrado, de cabeça encanecida, e embuçada em véu espesso. Tudo daquele homem, o traje, o andar, a figura, tudo lhe fazia crer que fosse o pai querido. Tomada de estranho terror, chamou por ele com voz trêmula: “Papai, ó papai !” Mas o personagem assim interpelado não dava sinais de ter ouvido estas palavras e continuou a andar, afastando-se pelas alamedas do jardim. Teresinha nunca mais perdeu de memória esta misteriosa visão, presságios de futuros padecimentos, de que o pai seria vítima. O sr. Martin pelo fim da vida sofreu diversos ataques de paralisia, que lhe comprometeram a luz do espírito, de tal modo que durante três anos, foi preciso ser entregue aos cuidado de pessoas estranhas.

Terezinha tinha oito anos e meio, quando se matriculou como externa no colégio das religiosas beneditinas, em Lisieux.

Embora muito mais nova que as companheiras de classe, tirava as melhores notas em composição, e era muito querida entre as religiosas, razões estas que não poucas humilhações lhe importavam, da parte de alunas menos consideradas e menos inteligentes. Foi neste espaço de tempo que na mente de Teresinha surgiu o primeiro pressentimento de ser por Deus chamada a abraçar o estado religioso no Carmelo. Esse pressentimento tomou feições de desejo em 1885, quando a prima e amiga Maria Guérin entrou para o Carmelo de Lisieux.

No retiro que a irmã Celina fazia, em preparação para a primeira Comunhão, Teresa a acompanhou e experimentou as mais suaves impressões. O dia da primeira Comunhão considera-o um dos mais belos da vida.

Comparando-se com as irmãs, Teresa se reconhece menos afeita aos brinquedos próprios da idade infantil, porém mais sensível e choraminga até o excesso. Na família reinava sempre a mais perfeita harmonia e entre as irmãs e as primas havia o maior entendimento, a mais franca cordialidade.

Tereza era sempre fraquinha e dores de cabeça atrozes atormentavam-na por dias, semanas e meses, acompanhadas às vezes, por estranhos temores. Por vezes caía em delírio, sem entretanto perder o uso da razão. Vinham desmaios, que lhe tolhiam o mais leve movimento. O leito parecia-lhe rodeado de demônios e de precipícios horríveis. Os pregos cravados nas paredes do quarto tinham-lhe aos olhos a forma de dedos enormes pretos e carbonizados, cuja vista lhe provocava gritos de horror. Em tão tristes lances se via como sempre, rodeada do mais afetuoso carinho do pai e das irmãs e parentes.

Desta doença, que resistia a todos os recursos da ciência médica, a santa menina se viu curada por Maria Santíssima. Celina, vendo baldados todos os esforços para conservar a vida da querida irmã, invocou, com todo o fervor de mãe que suplica, a Maria santíssima, representada numa estátua que a família Martin tinha em muita veneração. A estátua, a mesma que se vivificava aos olhos da mãe de Teresa, animou-se de súbito também na presença desta: “ A Virgem Santíssima adiantou-se para mim e sorriu...” Celina, ao vê-la fitar os olhos na estátua disse de si para si: “ Teresa está curada” . De fato estava. No momento em que a irmã dizia isto consigo, o rosto de Teresa tornara-se diáfano e estava transfigurado. A fisionomia denunciava-lhe algo de sobrenatural. As pessoas presentes a esta cena sentiram-se tomadas de pasmo e admiração. Não havia dúvida que Teresa em êxtase vira Maria Santíssima.

Restabelecida do terrível mal que a acometera e quase a levara às portas da eternidade, o pai proporcionou-lhe o grande prazer de um passeio agradabilíssimo, ocasião em que começou a conhecer o mundo. Via-se então muito festejada; admirada por todos, sem entretanto compreender o motivo de tantas atenções. Embora não fosse insensível às carícias de pessoas amigas, bem cedo chegou à conclusão de que tudo é vaidade, exceto amar e servir a Deus.

Pessoas da intimidade, por exemplo as mestras, notaram em Teresa grande inclinação à oração mental. A menina meditava de fato, sem contudo dar conta de tal e chamava a isto pensar.

Fez a primeira Comunhão nas melhores disposições. Três meses empregou na preparação. Ela mesma confessa ser-lhe impossível contar as impressões que teve, no momento de receber a sagrada Hóstia. “ Meu encontro com Jesus naquele dia não podia ser apenas um simples olhar, mas era sim uma fusão. Já não éramos dois. Teresa desaparecera, como a gota d’água que se abisma no seio do oceano. Restava só Jesus e era o Senhor, o Rei ! “

Pouco tempo depois da primeira Comunhão recebeu o sacramento da Confirmação, em preparação do qual fez novo retiro.

O ideal de ser religiosa Carmelita desenhava-se cada vez mais nítido, na alma da piedosa donzela. Obter o consentimento do pai e das irmãs e pedir admissão na Ordem não era tão fácil como a princípio se lhe afigurava. Mas o tio era de parecer contrário. Não só declarou contrário à idéia, mais ainda acrescentou que se havia de opor à execução de tal plano, caso não houvesse a intervenção de um milagre.

Poucos meses depois, porém, deixou de lado a sua resistência e deu seu consentimento.

“ Vai em paz, querida filhinha, - disse-lhe, abraçando-a paternalmente – és uma florzinha privilegiada, que o Senhor quer para si e a isto não me hei de opor”.

Levantou-se, entretanto, outra dificuldade, e era de natureza muito séria, mesmo insuportável: a recusa formal do Superior do Carmelo de receber na Ordem uma donzela de quinze anos. Idêntica foi a decisão do Bispo de Bayeux, se bem que este muito comovido pela insistência com que Teresa apresentou o pedido, secundado pelas afirmações do pai, não lhe cortasse o fio da esperança, prometendo-lhe falar com o Superior a respeito e responder-lhe então.

Em 7 de novembro de 1887 organizou-se em Paris uma peregrinação a Roma, na qual tomaram parte o sr. Martin com suas filhas Teresa e Celina. Estava também entre os peregrinos o Padre Revérony, Vigário geral de Bayeux, de quem Teresa diz que a observava diligentemente, em toda a viagem.

Chegados à Roma, só em 20 de novembro tiveram a ventura de serem recebidos em audiência no Vaticano. A Santa mesma conta-nos, com toda a minudência, o histórico dessa audiência.

“ Na manhã de domingo ( 20 de novembro) fomos ao Vaticano. Às 8 horas assistimos à Missa do Sumo Pontífice. Acabada a Missa de ação de graças, que se seguiu à do Santo Padre, principiou a audiência. Leão XIII estava assentado na poltrona, em trono elevado, vestido de batina branca e murça da mesma cor. Ladeavam-no diversos Prelados e as mais altas dignidades eclesiásticas. Conforme as prescrições do cerimonial, cada um dos peregrinos ia por sua vez ajoelhar-se, beijar primeiro o pé e logo a mão do augusto Pontífice e receber-lhe a benção; em seguida dois guardas nobres, tocando-o de leve, com o dedo, significavam-lhe que se levantasse para passar à outra sala ceder o lugar ao seguinte.

Ninguém tugia, mas eu estava resolvidíssima a falar, quando o Revmo. Pe. Revérony, que se pusera à direita de Sua Santidade, nos fez saber publicamente que proibia terminantemente que se falasse ao Santo Padre. Voltei-me para Celina, a interrogá-la com o olhar; entretanto dava-me o coração pancadas de fazê-lo estalar.

-Fala! disse-me ela.
Momentos depois estava eu ajoelhada diante do Papa. Beijei-lhe o pé e apresentou-me a mão. Levantando então para ele os olhos cheios de água, dirigir-lhe esta súplica:
-Santíssimo Padre, desejo pedir-vos uma graça importante! – Inclinou logo a fronte até junto do meu rosto; como se os seus olhos pretos e profundos quisessem penetrar até o âmago de minha alma.
-Santíssimo Padre – insisti – em memória do vosso jubileu, autorizai-me a entrar no Carmelo aos quinze anos!
O Revmo. Vigário Geral de Bayeux, estupefato e descontente, atalhou imediatamente:
-Santíssimo Padre, é uma criança que deseja abraçar a vida do Carmelo, mas os Superiores estão atualmente examinando o caso.
-Pois bem, minha filha – disse então Sua Santidade – esteja pelo que decidirem os superiores.
De mãos postas, e encostadas aos seus joelhos, fiz esta última tentativa:
-Ó Santíssimo Padre, é só dignar-vos de responder-me sim, para concordarem todos!
Olhou-me fixamente e proferiu estas palavras, martelando cada sílaba, em tom de voz penetrante:
-Pois não... vamos... entrará, se assim aprouver Deus.

Ia eu insistir ainda, quando se aproximaram dois guardas nobres, acenando que me levantasse. Ao verem que não bastava este aviso, travaram-me dos braços e o Revmo. Padre Revérony veio também os ajudar a erguer-me, visto como ainda me deixava ficar queda, de mãos postas e apoiadas nos joelhos do Papa.

No momento em que era assim removida, o bom do Santo Padre pôs suavemente a mão sobre os meus lábios e ergueu-os logo depois para abençoar e pôr largo espaço de tempo esteve me acompanhando com o olhar” .

Tornados a Lisieux, a primeira visita foi ao Carmelo. Um novo requerimento que Teresa fez ao Prelado diocesano, não teve pronto despacho, como desejava e esperava. Passou-se o Natal do ano de 1887, sem obter resposta alguma. O dia 1º de janeiro de 1888 tirou-a afinal da incerteza. Foi nesse dia que a Madre Maria de Gonzaga lhe comunicou ter recebido autorização do Bispo para recebe-la imediatamente, como postulante no Carmelo. Na carta a Superiora acrescentava que só depois da quaresma a entrada se poderia efetuar.

O dia 9 de abril de 1888 trouxe-lhe afinal a ventura da entrada no Carmelo.

Desde o começo da vida religiosa no claustro, pode Teresa experimentar as provações com que Nosso Senhor costuma mimosear seus prediletos. Uma aridez espiritual parecia ser-lhe o pão quotidiano, e a Madre Superiora introduziu-a logo nas práticas costumeiras do Carmelo, tratando-a sempre com extraordinária severidade, não lhe perdoando a mínima falta que cometesse. Destarte Teresa bem cedo se habituou a considerar na Superiora não a criatura, mas a pessoa de Nosso Senhor, ficando assim preservada de afeições humanas no claustro, que sempre que as houver, são uma verdadeira calamidade.

Extraordinária e mui significativa é a declaração que Teresa fez, no exame do canônico que lhe precedeu a profissão, dizendo: “ Vim para salvar as almas e especialmente para rezar pelos sacerdotes” . Fiel a este propósito ofereceu-se a Jesus como vítima, convencida que só pelo sofrimento poderia fazer algum bem às almas. Durante cinco anos realizou esta prática, sem que pessoa alguma soubesse.

Em 10 de janeiro de 1889 recebeu o hábito, cerimônia a que presidiu o Bispo Diocesano, e que se revestiu de grande solenidade, estando presentes as irmãs de Teresa. Acompanhada pelo pai, entrou solenemente na capela.

Para o sr. Martin foi um triunfo e também sua última festa no mundo, pois um mês depois foi acometido de grave doença que o levou à sepultura seis anos depois.

O tempo do noviciado passou célebre, entre as práticas de piedade, de virtude e mortificação, sem que houvesse ocorrido fato de maior relevância.

Decorrido um ano, passou pela decepção de não poder professar, Declaro-lhe a Superiora que, devido à oposição formal do Revmo. Padre Superior, havia de esperar mais oito meses. A própria Santa confessa que a princípio he custou aceitar tamanho sacrifício, mas, ajudada pela graça divina, conformou-se inteiramente com a decisão de quem fazia às vezes de Jesus.

Passado o tempo da provação, ficou marcado o dia 8 de setembro de 1890 para a profissão religiosa.

Horas antes da profissão religiosa, recebeu de Roma a benção do Santo Padre, fato que muito consolou, tendo durante o retiro espiritual experimentado a mais completa aridez. Permitiu Deus que sua serva, no dia que precedia a profissão, fosse horrivelmente perturbada por tentações a respeito da vocação. “ A minha vocação – assim escreve – afigurou-se-me de improviso, simples sonho e quimera; o demônio – pois era ele mesmo – inspirava-me a convicção de que a vida do Carmelo não me convinha por forma alguma e que enganava os Superiores, metendo-me por um caminho ou instituto de vida para o qual não fora chamada. Tão densas se amontoaram estas trevas, que cheguei a persuadir-me duma coisa única: não tenho vocação religiosa, devia voltar ao mundo”. Foram angústias indescritíveis e para dissipá-las Teresa foi ter-se com a mestra e manifestou-lhe a tentação. Foi o bastante para lhe voltar a calma e o sossego.

Se procurarmos saber que meios Santa Teresa empregou para chegar a tão alto grau de perfeição, que a igreja e com esta todos os fiéis lhe admiram, descobriremos três: - a oração, a vida unida a Nosso Senhor, a mortificação e o amor a Deus.

O espírito de sacrifício era-lhe universal. Tudo quanto havia de mais penoso e menos agradável, por isso mesmo o procurava com sofreguidão. Tudo o que Deus lhe pedia, dava-lho sem reserva. O que mais a martirizou fisicamente, como confessa, foi a privação do fogo durante o inverno. “ O frio tem sido para mim um tormento de morte”.

Na Sexta-feira Santa (3 de abril de 1896) apareceram os primeiros anúncios da “chegada do Esposo”. Freqüentes eram as hemoptises que lhe sobrevinham, mas a Santa sabia habilmente as disfarçar, tanto que só em maio de 1897 as irmãs souberam do verdadeiro estado de sua saúde.

Em julho do mesmo ano foi preciso transferi-la definitivamente para a enfermaria. Os últimos meses foram de sofrimentos incalculáveis, causados por um desânimo que o demônio lhe preparava, atormentando-a com tentações contra o amor de Deus. “ Tens certeza – dizia-lhe a voz maldita – de ser realmente amada por Deus?”

Quando em 30 de julho recebeu a Extrema-Unção, disse jubilosa, às irmãs: “ A porta da minha escura prisão está entreaberta; estou radiante, principalmente depois que o nosso Padre Superior me assegurou que minha alma se assemelha hoje à de uma criancinha recém-batizada”.

Desde o dia 16 de agosto até 30 de setembro as freqüentes hemoptises não lhe permitiam receber a santa Comunhão, sacrifício este que de todos lhe era em extremo sensível.

São dos últimos dias de sua existência estas memoráveis palavras: “Nunca dei a Deus senão amor e com amor também me há de recompensar. Depois da minha morte farei cair uma chuva de rosas. Sinto que está chegando a hora de desempenhar a minha missão a de fazer amar a Nosso Senhor como o amo...de dar a conhecer a minha veredazinha às almas. Quero passar o meu céu empenhada em fazer bem na terra”.

Muitas coisas edificantes disse ainda Santa Teresa às Irmãs, nos últimos dias de doença.

Entretanto, a dor aumentava de dia para dia. A fraqueza chegou a tais extremos, que a doente sem auxílio não podia fazer o mais leve movimento. Causava-lhe aflição horrível falar perto de si. A febre martirazava-a de tal maneira, que só com grande esforço podia pronunciar uma palavra. Mas no meio de todo este sofrimento, um leve sorriso lhe aflorava aos lábios.

Chegou, afinal, o dia 30 de setembro, o dia de sua santa morte. Estreitando o crucifixo nas mãos, parecia absorta em profunda meditação. Quando o sino do Mosteiro tocou as Ave-Marias vespertinas, fixou na Virgem Imaculada um olhar inexprimível. Cobria-lhe o rosto um suor copioso: tremia. Às sete horas e poucos minutos perguntou à Madre Priora:

-Minha Madre, não será talvez a agonia? Não estou nas últimas?
-Pois não, minha filha, é a agonia; mas Jesus quer prolongá-la talvez algumas horas.
E ela, muito resignada:
-Pois bem... vamos... vamos... oh! não quisera que se me abreviassem os sofrimentos...
E olhando para o crucifixo:
-Oh!... Amo-o!... Meus Deus, eu vos... amo!

Foram estas suas últimas palavras; pronunciando-as deixou-se cair sobre o leito, numa atitude semelhante à de algumas virgens mártires, que se dispunham a receber o último golpe. De repente, se ergueu, como se fosse para atender a uma voz misteriosa, abriu os olhos, e fitou-os com uma expressão de jubilo indizível, um pouco acima da imagem de Nossa Senhora. Isso durou mais ou menos a recitação de um “credo” e sua alma voou para os páramos celestes.

Logo depois da morte de Teresinha, começaram a dar-se na comunidade fatos extraordinários. Verificou-se a profecia da Santa, que disse: Depois da minha morte farei cair uma chuva de rosas.

O mundo católico encheu-se de admiração pela santidade da humilde carmelita de Lisieux, e Deus glorificou-a, fazendo-a benfeitora da humanidade, como provam os milagres, que apareceram às centenas.

Treze anos depois da morte, procedeu-se-lhe à exumação do corpo e nesta ocasião foi encontrada intacta e verde a palma que as religiosas lhe tinham posto na mão, logo após a morte.

Beatificada em 1923, S.S. o Papa Pio XI, no ano do jubileu de 1925, lhe deu a honra dos altares. As relíquias, depositadas na capela do Mosteiro do Carmelo em Lisieux, repousam numa riquíssima urna de prata dourada, oferecida pelos católicos do Brasil.

Reflexões

O segredo da santidade de Teresa do Menino Jesus está na perfeita harmonia das virtudes que lhe adornam a alma e a tornaram tão agradável aos olhos de Deus. São: a humildade e a simplicidade, abnegação de si própria, levada até o heroísmo, o espírito de sacrifício, um amor sem limites a Nosso Senhor e uma confiança sem reserva em Deus. Como não há nada de extraordinário na vida desta santa carmelita, seu exemplo é perfeitamente imitável por todos que seriamente querem a salvação de sua alma. Basta imitar-lhe as virtudes, invocar-lhe a poderosa intercessão. O Espírito Santo, que rege a Igreja de Deus sobre a terra, reservou esta mimosa flor do céu para os nossos tempos, tão pobres de amor e tão saturados de miséria. Graças lhe rendemos por ter dado aos filhos um exemplo tão perfeito de virtudes e santidade, que mostra à humildade o “pequeno caminho” da santificação. Benfeitora que é dos pobres mortais, que se lhe dirigem nas necessidades materiais e espirituais; padroeira dos missionários que trabalham nas linhas mais avançadas da milícia de Cristo, na terra dos pagãos – a Igreja Católica, reverente, curva-se diante desta filha privilegiada, que tanto já fez e mais ainda fará, para implantar o reino de Cristo nos corações dos homens.

Santa Teresinha do Menino Jesus é Doutora da Igreja, proclamada pelo Papa João Paulo II em 19 de outubro de 1987.

Oração

Senhor, que dissestes: “ Se não vos fizerdes como meninos, não entrareis no reino dos céus” – fazei-nos seguir a Santa Virgem Teresa em humildade e simplicidade do coração, para que consigamos alcançar os prêmios da vida eterna.

Foto: Santa Teresinha do Menino Jesus
(1 de Outubro)

Se Deus dá à Igreja Santos e Santas, não menos verdade é, que uma das primeiras condições de santidade é, fora da graça de Deus, a santidade dos progenitores. É justamente esta circunstância particular que se observa em relação à Santa Teresinha do Menino Jesus. Eram santos os pais.

Luís José Estanislau Martin, aos vinte anos, teve ardente desejo de tomar o hábito de São Bernardo, mas, reconhecendo que os desígnios Da Divina Providência eram outros, desistiu do plano. Zélia Guerin, jovem de muita piedade e caráter enérgico e franco, aspirava a ser admitida entre as irmãs de São Vicente de Paulo, e para este fim solicitou entrada na Congregação das mesmas, em Alençon. As superioras reconheceram não ser esta a vontade de Deus e, sem hesitação, disseram-lhe sua opinião a este respeito. Zélia, resignando-se com esta decisão, repetia , muitas vezes no íntimo da alma esta prece:

“Meu Jesus, já que não sou digna de ser vossa esposa, como minha irmã querida, abraçarei o estado de matrimônio, para cumprir a vossa vontade santíssima. Peço-vos, porém, encarecidamente, sejais servido concerder-me muitos filhos, e que todos vos sejam consagrados”.

Deus, em sua paternal bondade, reservava para esta alma predileta o virtuoso jovem já mencionado e, graças a circunstâncias visivelmente providenciais, realizou-se o enlace matrimonial de ambos, aos 12 de julho de 1858, na Igreja de Nossa Senhora de Alençon.

Houve Deus por bem aceitar com agrado a santa disposição do piedoso casal e deu-lhe nove filhos, que no santo batismo tiveram os seguintes nomes: Maria Luísa, Maria Paulina, Maria Leônia, Maria Helena (falecida aos cinco anos e meio de idade), José Maria, Maria José, João Batista, Maria Celina, Maria Melania Tereza (falecida três meses depois do nascimento) e Maria Francisca Tereza.

Depois do nascimento das quatro filhas mais velhas era ardente o desejo do piedoso casal de ter um filho, que futuramente servisse a Deus como missionário, e nesta aspiração dirigiram-se confiadamente a São José. As orações foram ouvidas e o coração dos pais encheu-se de doce júbilo, quando lhes nasceu o primeiro filho, a quem deram o nome de José Maria. Mas os pensamentos do Senhor não são os nossos, nem os seus caminhos são os nossos. Assim aconteceu que ao cabo de cinco meses apenas, o pequeno José trocasse este deserto pelos tabernáculos do Senhor.

Empenhados em alcançar do céu para sua família um sacerdote, um missionário, os pais instaram novamente com ardentes súplicas, e grande lhes foi a alegria quando um outro pequenino José veio tomar o lugar do irmãozinho falecido. Nove meses se passaram e também esta florzinha se viu transplantada para os canteiros celestes.

Desistiram então de pedir aos céu outro missionário. Contudo realizou-se-lhes plenamente o desejo na pessoa da última filha, de todas a mais abençoada e privilegiada, alma providencial, a quem Deus deu uma missão grandiosa, verdadeiramente divina.

Nos pais os filhos viam o exemplo de cristãos santos. Amigos da oração, todas as manhãs se reuniam aos pés do altar e à mesa eucarística. Rigorosamente observavam a lei do jejum e da abstinência, eram escrupulosos na santificação do domingo, faziam com assiduidade as práticas de piedade, como a leitura espiritual e a oração em comum. Não faltavam, certamente, provocações, mas a única resposta que davam a Deus, era sempre uma total resignação a tudo que a alta Providência quisesse determinar.

Embora houvesse certo bem-estar na família Martin, ninguém se excedia em luxos desnecessários, e em tudo reinava grande simplicidade.

Em família de sentimentos tão cristãos e generosos, a virtude da caridade achava terreno mais amplo de atividade.

Das economias o piedoso casal reservava anualmente avultosa quantia para a Obra da Propagação da Fé. A casa estava-lhes sempre aberta para os pobres, e grandes eram as esmolas que lá recebiam. Na distribuição da caridade o Sr. Martin não conhecia o respeito humano, e muitos são os casos em que com as próprias mãos servia a pobres desamparados. Não é, pois, caso de estranhar que o nobre homem em suas empresas se visse acompanhado da benção de Deus.

Foi em Alençon, na rua São Brás, que nasceu a celeste florzinha, Santa Teresa do Menino Jesus, geralmente conhecida pelo nome que o povo cristão lhe deu – Santa Teresinha.

Às 11 horas e meia da noite de 2 de janeiro Teresa abria os olhos para este mundo.

No dia do nascimento da “rainhazinha”, (assim o extremoso pai chamava sua filhinha) veio um pobre bater à porta da ditosa família e entregar um papel com estas loas, que mais pareciam uma profecia:

Sorri, cresce depressinha,
Tudo te chama à ventura:
Amor, desvelos ternura...
Sorri à fúlgida Aurora,
Botão que nasceste agora,
Rosa mais tarde serás !

Aos 4 de janeiro a graciosa menina foi levada ao batismo, onde recebeu o nome de Maria Francisca Teresa, servindo-lhe de madrinha a irmã mais velha, Maria Luísa.

Teresa contava apenas quatro anos e meio, quando a morte lhe arrebatou a querida mãe. Foi então que o Sr. Martin resolveu mudar a residência para Lisieux, onde morava o cunhado Guérin, cuja esposa velaria pela educação das órfãsinhas. 

Pelo belíssimo exemplo que Teresinha tinha constantemente diante dos olhos, bem cedo se acostumou à prática das virtudes, e decerto é a expressão da verdade o que afirma a autobiografia: que desde a idade de 3 anos nunca recusou coisa alguma a Deus.

Dotada de inteligência superior, treinada pelas experiências colhidas no caminho da provação e da dor, a menina, em bem poucos anos, chegou a demonstrar uma madureza admirável em julgar as coisas divinas e humanas. A esta firmeza de caráter, ao conhecimento profundo das coisas divinas, ao desejo de pertencer a Deus deve-se atribuir o fato de , com 15 anos apenas, se ter resolvido a entrar na Ordem do Carmelo, cuja regra é uma das mais austeras.

Em sua “História de uma alma”, escrita por ordem da superiora, Madre Inês de Jesus, a nossa santa, com uma simplicidade encantadora, narra os fatos principais que se ligam à sua vida junto aos pais, no seio da família, a entrada na Ordem, descreve as dificuldades de ordem material e espiritual, consolações que teve e graças extraordinárias que recebeu do divino Esposo.

Dos fatos narrados na “ História de uma alma” , tenham aqui lugar só os mais notáveis.

Teresinha, bem pequenina ainda, fez a primeira confissão e saiu do confessionário muito satisfeita, achando que nunca até então tinha experimentado uma alegria igual.

Certo dia teve uma visão um tanto profética, que muito a impressionou. Estando o pai em viagem, que por longo tempo o afastava da família, Terezinha teve a impressão de ver diante de si um homem alquebrado, de cabeça encanecida, e embuçada em véu espesso. Tudo daquele homem, o traje, o andar, a figura, tudo lhe fazia crer que fosse o pai querido. Tomada de estranho terror, chamou por ele com voz trêmula: “Papai, ó papai !” Mas o personagem assim interpelado não dava sinais de ter ouvido estas palavras e continuou a andar, afastando-se pelas alamedas do jardim. Teresinha nunca mais perdeu de memória esta misteriosa visão, presságios de futuros padecimentos, de que o pai seria vítima. O sr. Martin pelo fim da vida sofreu diversos ataques de paralisia, que lhe comprometeram a luz do espírito, de tal modo que durante três anos, foi preciso ser entregue aos cuidado de pessoas estranhas.

Terezinha tinha oito anos e meio, quando se matriculou como externa no colégio das religiosas beneditinas, em Lisieux.

Embora muito mais nova que as companheiras de classe, tirava as melhores notas em composição, e era muito querida entre as religiosas, razões estas que não poucas humilhações lhe importavam, da parte de alunas menos consideradas e menos inteligentes. Foi neste espaço de tempo que na mente de Teresinha surgiu o primeiro pressentimento de ser por Deus chamada a abraçar o estado religioso no Carmelo. Esse pressentimento tomou feições de desejo em 1885, quando a prima e amiga Maria Guérin entrou para o Carmelo de Lisieux.

No retiro que a irmã Celina fazia, em preparação para a primeira Comunhão, Teresa a acompanhou e experimentou as mais suaves impressões. O dia da primeira Comunhão considera-o um dos mais belos da vida.

Comparando-se com as irmãs, Teresa se reconhece menos afeita aos brinquedos próprios da idade infantil, porém mais sensível e choraminga até o excesso. Na família reinava sempre a mais perfeita harmonia e entre as irmãs e as primas havia o maior entendimento, a mais franca cordialidade.

Tereza era sempre fraquinha e dores de cabeça atrozes atormentavam-na por dias, semanas e meses, acompanhadas às vezes, por estranhos temores. Por vezes caía em delírio, sem entretanto perder o uso da razão. Vinham desmaios, que lhe tolhiam o mais leve movimento. O leito parecia-lhe rodeado de demônios e de precipícios horríveis. Os pregos cravados nas paredes do quarto tinham-lhe aos olhos a forma de dedos enormes pretos e carbonizados, cuja vista lhe provocava gritos de horror. Em tão tristes lances se via como sempre, rodeada do mais afetuoso carinho do pai e das irmãs e parentes.

Desta doença, que resistia a todos os recursos da ciência médica, a santa menina se viu curada por Maria Santíssima. Celina, vendo baldados todos os esforços para conservar a vida da querida irmã, invocou, com todo o fervor de mãe que suplica, a Maria santíssima, representada numa estátua que a família Martin tinha em muita veneração. A estátua, a mesma que se vivificava aos olhos da mãe de Teresa, animou-se de súbito também na presença desta: “ A Virgem Santíssima adiantou-se para mim e sorriu...” Celina, ao vê-la fitar os olhos na estátua disse de si para si: “ Teresa está curada” . De fato estava. No momento em que a irmã dizia isto consigo, o rosto de Teresa tornara-se diáfano e estava transfigurado. A fisionomia denunciava-lhe algo de sobrenatural. As pessoas presentes a esta cena sentiram-se tomadas de pasmo e admiração. Não havia dúvida que Teresa em êxtase vira Maria Santíssima.

Restabelecida do terrível mal que a acometera e quase a levara às portas da eternidade, o pai proporcionou-lhe o grande prazer de um passeio agradabilíssimo, ocasião em que começou a conhecer o mundo. Via-se então muito festejada; admirada por todos, sem entretanto compreender o motivo de tantas atenções. Embora não fosse insensível às carícias de pessoas amigas, bem cedo chegou à conclusão de que tudo é vaidade, exceto amar e servir a Deus.

Pessoas da intimidade, por exemplo as mestras, notaram em Teresa grande inclinação à oração mental. A menina meditava de fato, sem contudo dar conta de tal e chamava a isto pensar.

Fez a primeira Comunhão nas melhores disposições. Três meses empregou na preparação. Ela mesma confessa ser-lhe impossível contar as impressões que teve, no momento de receber a sagrada Hóstia. “ Meu encontro com Jesus naquele dia não podia ser apenas um simples olhar, mas era sim uma fusão. Já não éramos dois. Teresa desaparecera, como a gota d’água que se abisma no seio do oceano. Restava só Jesus e era o Senhor, o Rei ! “

Pouco tempo depois da primeira Comunhão recebeu o sacramento da Confirmação, em preparação do qual fez novo retiro.

O ideal de ser religiosa Carmelita desenhava-se cada vez mais nítido, na alma da piedosa donzela. Obter o consentimento do pai e das irmãs e pedir admissão na Ordem não era tão fácil como a princípio se lhe afigurava. Mas o tio era de parecer contrário. Não só declarou contrário à idéia, mais ainda acrescentou que se havia de opor à execução de tal plano, caso não houvesse a intervenção de um milagre.

Poucos meses depois, porém, deixou de lado a sua resistência e deu seu consentimento.

“ Vai em paz, querida filhinha, - disse-lhe, abraçando-a paternalmente – és uma florzinha privilegiada, que o Senhor quer para si e a isto não me hei de opor”.

Levantou-se, entretanto, outra dificuldade, e era de natureza muito séria, mesmo insuportável: a recusa formal do Superior do Carmelo de receber na Ordem uma donzela de quinze anos. Idêntica foi a decisão do Bispo de Bayeux, se bem que este muito comovido pela insistência com que Teresa apresentou o pedido, secundado pelas afirmações do pai, não lhe cortasse o fio da esperança, prometendo-lhe falar com o Superior a respeito e responder-lhe então.

Em 7 de novembro de 1887 organizou-se em Paris uma peregrinação a Roma, na qual tomaram parte o sr. Martin com suas filhas Teresa e Celina. Estava também entre os peregrinos o Padre Revérony, Vigário geral de Bayeux, de quem Teresa diz que a observava diligentemente, em toda a viagem.

Chegados à Roma, só em 20 de novembro tiveram a ventura de serem recebidos em audiência no Vaticano. A Santa mesma conta-nos, com toda a minudência, o histórico dessa audiência.

“ Na manhã de domingo ( 20 de novembro) fomos ao Vaticano. Às 8 horas assistimos à Missa do Sumo Pontífice. Acabada a Missa de ação de graças, que se seguiu à do Santo Padre, principiou a audiência. Leão XIII estava assentado na poltrona, em trono elevado, vestido de batina branca e murça da mesma cor. Ladeavam-no diversos Prelados e as mais altas dignidades eclesiásticas. Conforme as prescrições do cerimonial, cada um dos peregrinos ia por sua vez ajoelhar-se, beijar primeiro o pé e logo a mão do augusto Pontífice e receber-lhe a benção; em seguida dois guardas nobres, tocando-o de leve, com o dedo, significavam-lhe que se levantasse para passar à outra sala ceder o lugar ao seguinte.

Ninguém tugia, mas eu estava resolvidíssima a falar, quando o Revmo. Pe. Revérony, que se pusera à direita de Sua Santidade, nos fez saber publicamente que proibia terminantemente que se falasse ao Santo Padre. Voltei-me para Celina, a interrogá-la com o olhar; entretanto dava-me o coração pancadas de fazê-lo estalar.

-Fala ! disse-me ela.

Momentos depois estava eu ajoelhada diante do Papa. Beijei-lhe o pé e apresentou-me a mão. Levantando então para ele os olhos cheios de água, dirigir-lhe esta súplica:

-Santíssimo Padre, desejo pedir-vos uma graça importante ! – Inclinou logo a fronte até junto do meu rosto; como se os seus olhos pretos e profundos quisessem penetrar até o âmago de minha alma.

-Santíssimo Padre – insisti – em memória do vosso jubileu, autorizai-me a entrar no Carmelo aos quinze anos !

O Revmo. Vigário Geral de Bayeux, estupefato e descontente, atalhou imediatamente:

-Santíssimo Padre, é uma criança que deseja abraçar a vida do Carmelo, mas os Superiores estão atualmente examinando o caso.

-Pois bem, minha filha – disse então Sua Santidade – esteja pelo que decidirem os superiores.

De mãos postas, e encostadas aos seus joelhos, fiz esta última tentativa:

-Ó Santíssimo Padre, é só dignar-vos de responder-me sim, para concordarem todos !

Olhou-me fixamente e proferiu estas palavras, martelando cada sílaba, em tom de voz penetrante:

-Pois não... vamos... entrará, se assim aprouver Deus.

Ia eu insistir ainda, quando se aproximaram dois guardas nobres, acenando que me levantasse. Ao verem que não bastava este aviso, travaram-me dos braços e o Revmo. Padre Revérony veio também os ajudar a erguer-me, visto como ainda me deixava ficar queda, de mãos postas e apoiadas nos joelhos do Papa.

No momento em que era assim removida, o bom do Santo Padre pôs suavemente a mão sobre os meus lábios e ergueu-os logo depois para abençoar e pôr largo espaço de tempo esteve me acompanhando com o olhar” .

Tornados a Lisieux, a primeira visita foi ao Carmelo. Um novo requerimento que Teresa fez ao Prelado diocesano, não teve pronto despacho, como desejava e esperava. Passou-se o Natal do ano de 1887, sem obter resposta alguma. O dia 1º de janeiro de 1888 tirou-a afinal da incerteza. Foi nesse dia que a Madre Maria de Gonzaga lhe comunicou ter recebido autorização do Bispo para recebe-la imediatamente, como postulante no Carmelo. Na carta a Superiora acrescentava que só depois da quaresma a entrada se poderia efetuar.

O dia 9 de abril de 1888 trouxe-lhe afinal a ventura da entrada no Carmelo.

Desde o começo da vida religiosa no claustro, pode Teresa experimentar as provações com que Nosso Senhor costuma mimosear seus prediletos. Uma aridez espiritual parecia ser-lhe o pão quotidiano, e a Madre Superiora introduziu-a logo nas práticas costumeiras do Carmelo, tratando-a sempre com extraordinária severidade, não lhe perdoando a mínima falta que cometesse. Destarte Teresa bem cedo se habituou a considerar na Superiora não a criatura, mas a pessoa de Nosso Senhor, ficando assim preservada de afeições humanas no claustro, que sempre que as houver, são uma verdadeira calamidade.

Extraordinária e mui significativa é a declaração que Teresa fez, no exame do canônico que lhe precedeu a profissão, dizendo: “ Vim para salvar as almas e especialmente para rezar pelos sacerdotes” . Fiel a este propósito ofereceu-se a Jesus como vítima, convencida que só pelo sofrimento poderia fazer algum bem às almas. Durante cinco anos realizou esta prática, sem que pessoa alguma soubesse.

Em 10 de janeiro de 1889 recebeu o hábito, cerimônia a que presidiu o Bispo Diocesano, e que se revestiu de grande solenidade, estando presentes as irmãs de Teresa. Acompanhada pelo pai, entrou solenemente na capela.

Para o sr. Martin foi um triunfo e também sua última festa no mundo, pois um mês depois foi acometido de grave doença que o levou à sepultura seis anos depois.

O tempo do noviciado passou célebre, entre as práticas de piedade, de virtude e mortificação, sem que houvesse ocorrido fato de maior relevância.

Decorrido um ano, passou pela decepção de não poder professar, Declaro-lhe a Superiora que, devido à oposição formal do Revmo. Padre Superior, havia de esperar mais oito meses. A própria Santa confessa que a princípio he custou aceitar tamanho sacrifício, mas, ajudada pela graça divina, conformou-se inteiramente com a decisão de quem fazia às vezes de Jesus.

Passado o tempo da provação, ficou marcado o dia 8 de setembro de 1890 para a profissão religiosa.

Horas antes da profissão religiosa, recebeu de Roma a benção do Santo Padre, fato que muito consolou, tendo durante o retiro espiritual experimentado a mais completa aridez. Permitiu Deus que sua serva, no dia que precedia a profissão, fosse horrivelmente perturbada por tentações a respeito da vocação. “ A minha vocação – assim escreve – afigurou-se-me de improviso, simples sonho e quimera; o demônio – pois era ele mesmo – inspirava-me a convicção de que a vida do Carmelo não me convinha por forma alguma e que enganava os Superiores, metendo-me por um caminho ou instituto de vida para o qual não fora chamada. Tão densas se amontoaram estas trevas, que cheguei a persuadir-me duma coisa única: não tenho vocação religiosa, devia voltar ao mundo”. Foram angústias indescritíveis e para dissipá-las Teresa foi ter-se com a mestra e manifestou-lhe a tentação. Foi o bastante para lhe voltar a calma e o sossego.

Se procurarmos saber que meios Santa Teresa empregou para chegar a tão alto grau de perfeição, que a igreja e com esta todos os fiéis lhe admiram, descobriremos três: - a oração, a vida unida a Nosso Senhor, a mortificação e o amor a Deus.

O espírito de sacrifício era-lhe universal. Tudo quanto havia de mais penoso e menos agradável, por isso mesmo o procurava com sofreguidão. Tudo o que Deus lhe pedia, dava-lho sem reserva. O que mais a martirizou fisicamente, como confessa, foi a privação do fogo durante o inverno. “ O frio tem sido para mim um tormento de morte”.

Na Sexta-feira Santa (3 de abril de 1896) apareceram os primeiros anúncios da “chegada do Esposo”. Freqüentes eram as hemoptises que lhe sobrevinham, mas a Santa sabia habilmente as disfarçar, tanto que só em maio de 1897 as irmãs souberam do verdadeiro estado de sua saúde.

Em julho do mesmo ano foi preciso transferi-la definitivamente para a enfermaria. Os últimos meses foram de sofrimentos incalculáveis, causados por um desânimo que o demônio lhe preparava, atormentando-a com tentações contra o amor de Deus. “ Tens certeza – dizia-lhe a voz maldita – de ser realmente amada por Deus?”

Quando em 30 de julho recebeu a Extrema-Unção, disse jubilosa, às irmãs: “ A porta da minha escura prisão está entreaberta; estou radiante, principalmente depois que o nosso Padre Superior me assegurou que minha alma se assemelha hoje à de uma criancinha recém-batizada”.

Desde o dia 16 de agosto até 30 de setembro as freqüentes hemoptises não lhe permitiam receber a santa Comunhão, sacrifício este que de todos lhe era em extremo sensível.

São dos últimos dias de sua existência estas memoráveis palavras: “Nunca dei a Deus senão amor e com amor também me há de recompensar. Depois da minha morte farei cair uma chuva de rosas. Sinto que está chegando a hora de desempenhar a minha missão a de fazer amar a Nosso Senhor como o amo...de dar a conhecer a minha veredazinha às almas. Quero passar o meu céu empenhada em fazer bem na terra”.

Muitas coisas edificantes disse ainda Santa Teresa às Irmãs, nos últimos dias de doença.

Entretanto, a dor aumentava de dia para dia. A fraqueza chegou a tais extremos, que a doente sem auxílio não podia fazer o mais leve movimento. Causava-lhe aflição horrível falar perto de si. A febre martirazava-a de tal maneira, que só com grande esforço podia pronunciar uma palavra. Mas no meio de todo este sofrimento, um leve sorriso lhe aflorava aos lábios.

Chegou, afinal, o dia 30 de setembro, o dia de sua santa morte. Estreitando o crucifixo nas mãos, parecia absorta em profunda meditação. Quando o sino do Mosteiro tocou as Ave-Marias vespertinas, fixou na Virgem Imaculada um olhar inexprimível. Cobria-lhe o rosto um suor copioso: tremia. Às sete horas e poucos minutos perguntou à Madre Priora:

-Minha Madre, não será talvez a agonia? Não estou nas últimas?

-Pois não, minha filha, é a agonia; mas Jesus quer prolongá-la talvez algumas horas.

E ela, muito resignada:

-Pois bem... vamos... vamos... oh ! não quisera que se me abreviassem os sofrimentos...

E olhando para o crucifixo:

-Oh !... Amo-o !... Meus Deus, eu vos... amo !

Foram estas suas últimas palavras; pronunciando-as deixou-se cair sobre o leito, numa atitude semelhante à de algumas virgens mártires, que se dispunham a receber o último golpe. De repente, se ergueu, como se fosse para atender a uma voz misteriosa, abriu os olhos, e fitou-os com uma expressão de jubilo indizível, um pouco acima da imagem de Nossa Senhora. Isso durou mais ou menos a recitação de um “credo” e sua alma voou para os páramos celestes.

Logo depois da morte de Teresinha, começaram a dar-se na comunidade fatos extraordinários. Verificou-se a profecia da Santa, que disse: Depois da minha morte farei cair uma chuva de rosas.

O mundo católico encheu-se de admiração pela santidade da humilde carmelita de Lisieux, e Deus glorificou-a, fazendo-a benfeitora da humanidade, como provam os milagres, que apareceram às centenas.

Treze anos depois da morte, procedeu-se-lhe à exumação do corpo e nesta ocasião foi encontrada intacta e verde a palma que as religiosas lhe tinham posto na mão, logo após a morte.

Beatificada em 1923, S.S. o Papa Pio XI, no ano do jubileu de 1925, lhe deu a honra dos altares. As relíquias, depositadas na capela do Mosteiro do Carmelo em Lisieux, repousam numa riquíssima urna de prata dourada, oferecida pelos católicos do Brasil.

R E F L E X Õ E S

O segredo da santidade de Teresa do Menino Jesus está na perfeita harmonia das virtudes que lhe adornam a alma e a tornaram tão agradável aos olhos de Deus. São: a humildade e a simplicidade, abnegação de si própria, levada até o heroísmo, o espírito de sacrifício, um amor sem limites a Nosso Senhor e uma confiança sem reserva em Deus. Como não há nada de extraordinário na vida desta santa carmelita, seu exemplo é perfeitamente imitável por todos que seriamente querem a salvação de sua alma. Basta imitar-lhe as virtudes, invocar-lhe a poderosa intercessão. O Espírito Santo, que rege a Igreja de Deus sobre a terra, reservou esta mimosa flor do céu para os nossos tempos, tão pobres de amor e tão saturados de miséria. Graças lhe rendemos por ter dado aos filhos um exemplo tão perfeito de virtudes e santidade, que mostra à humildade o “pequeno caminho” da santificação. Benfeitora que é dos pobres mortais, que se lhe dirigem nas necessidades materiais e espirituais; padroeira dos missionários que trabalham nas linhas mais avançadas da milícia de Cristo, na terra dos pagãos – a Igreja Católica, reverente, curva-se diante desta filha privilegiada, que tanto já fez e mais ainda fará, para implantar o reino de Cristo nos corações dos homens.

Santa Teresinha do Menino Jesus é Doutora da Igreja, proclamada pelo Papa João Paulo II em 19 de outubro de 1987.

Oração

Senhor, que dissestes: “ Se não vos fizerdes como meninos, não entrareis no reino dos céus” – fazei-nos seguir a Santa Virgem Teresa em humildade e simplicidade do coração, para que consigamos alcançar os prêmios da vida eterna.

2 de Outubro

Santo Anjo da Guarda

A Igreja comemora, no dia 02 de Outubro, a festa dos Santos Anjos da Guarda. São eles espíritos celestes a quem Deus confiou a guarda e proteção dos homens. A cada ser humano, desde a hora de seu nascimento, foi confiado um Anjo da Guarda, que o acompanhará até o dia de sua morte, protegendo e assistindo não só contra os perigos temporais, mas especialmente contra os perigos espirituais. Embora o homem moderno procure desmistificar sua existência ou a sua permanência ao lado do homem como fiel companheiro, há provas evidentes e indiscutíveis nas Sagradas Escrituras sobre o seu ofício divino.

Devemos ao Santo Anjo um afeto todo especial e temos por obrigação amá-lo, honrá-lo e invocá-lo, pois é um grande amigo que temos e que vê incessantemente a face de Deus que está no Céu. Do berço até o túmulo, o Anjo da guarda vela por nós, nos defende e desvia das ciladas do demônio. "Como um leão, ruge ao nosso lado", o demônio procura de todas as formas afastar o homem do caminho da virtude. É o que nos afirma São Pedro em sua primeira carta, capítulo 5, versículos 8 e 9:

"Sede sóbrios e vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda ao redor de vós, como leão que ruge, buscando a quem possa devorar. 9. Resisti-lhe fortes na fé, cientes que vossos irmãos, espalhados pelo mundo, sofrem a mesma tribulação."

Com nossas próprias forças somente, jamais conseguiremos fazer frente ao demônio, que possui grande poder para perder, enganar e destruir as almas eternamente. Nas horas de perigo, o Santo Anjo nos incita à virtude, convida-nos à resistência e apresenta a Deus as nossas orações e nossas boas obras, apoiando-nos com sua intercessão. É preciso, portanto, que façamos a nossa parte, invocando-o incessantemente, consultando-o diariamente em todas as nossas ações.

Durante cada minuto de nossa existência, trava-se uma batalha tremenda entre o Anjo da Guarda e o demônio, cada qual usando de todos os meios possíveis, um para nos salvar, outro para nos perder. Uma batalha invisível aos nossos olhos, porém, real e verdadeiramente terrível. Foi pelo poder do Anjo mau que o pecado entrou no mundo. Foi o demônio quem persuadiu Adão e Eva a pecarem; toda a balbúrdia subseqüente àquela "sutil" desobediência à Deus, repercutiu de forma avassaladora no mundo. Assim, não é difícil decifrar a origem de toda maldade, corrupção, impurezas, guerras e todo o gênero de malignidade humana: São provenientes das nossas próprias opções, da nossa livre escolha em homologar as más inclinações que se nos fizeram presentes. Por maior que seja a tentação, a decisão final será exclusivamente nossa pelo exercício do livre arbítrio, que nos torna seres perfeitos para optar entre o bem o mal. Quem não acredita no Santo Anjo, certamente também não acredita no demônio. Sendo assim, torna-se o diabo uma presença insuspeita, onde suas emboscadas são duplamente perigosas.

As tentações do demônio vencem-se com vigilância, jejum, mortificação, oração e confiança à Santíssima Virgem e ao Anjo da Guarda. Nossa Senhora, preservada da mancha original, comanda toda a legião de Anjos do Céu e da Terra. Cumpre seu ofício divino na batalha para esmagar a cabeça de Satanás. Invocada pela Igreja universal como "Rainha dos Anjos", ouve as preces dirigidas ao nosso Anjo da Guarda e as apresenta a Deus.

Especialmente na hora do medo, da dúvida, da ira ou da tentação, lembremo-nos da oração que o filhinho aprende, já nos primeiros exercícios da fala: O Santo Anjo. Seja esta oração infantil nossa companheira inseparável nos momentos de tribulação. Desde o desabrochar da vida até o desenlace, poderosa espada no combate contra o mal:

ORAÇÃO AO SANTO ANJO

Santo anjo do Senhor meu zeloso guardador. Se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amén!

ORAÇÃO À RAINHA DOS ANJOS

Augusta Rainha dos céus e senhora dos Anjos, Vós que desde o princípio recebeste de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás. Nós Vos pedimos humildemente, enviai vossas santas legiões, para que elas, sob o vosso poder e vossas ordens, persigam os infernais espíritos, combatendo-os por toda a parte, confundam sua audácia e os precipitem no abismo.

Quem como Deus, boa e terna Mãe, Vós sereis sempre o nosso amor e nossa esperança. Ó Mãe de Deus, enviai os Santos Anjos para nos defender e repelir para longe de nós o cruel inimigo. Santos Anjos e Arcanjos, defendei-nos, protegei-nos. Amén!

AO ANOITECER E AO AMANHECER

Ao anoitecer:

Com Deus me deito, com Deus me levanto, com a graça de Deus e do Espírito Santo. Nossa Senhora me cubra, com seu divino manto. Meu Anjo da Guarda, meu bom amiguinho, leve-me sempre para o bom caminho. Amén!

Ao amanhecer:

Com Deus me deito, com Deus me levanto, com a graça de Deus e do Espírito Santo. Ao despertar para um novo dia, fico com Deus e com a Virgem Maria. Amén!

Foto: Santo Anjo da Guarda
(2 de Outubro)

A Igreja comemora, no dia 02 de Outubro, a festa dos Santos Anjos da Guarda. São eles espíritos celestes a quem Deus confiou a guarda e proteção dos homens. A cada ser humano, desde a hora de seu nascimento,  foi confiado um Anjo da Guarda, que o acompanhará até o dia de sua morte, protegendo e assistindo não só contra os perigos temporais, mas especialmente contra os perigos espirituais.  Embora o homem moderno procure desmistificar sua existência ou a sua permanência ao lado do homem como fiel companheiro, há provas evidentes e indiscutíveis nas Sagradas Escrituras sobre o seu ofício divino.

Devemos ao Santo Anjo um afeto todo especial e temos por obrigação amá-lo, honrá-lo e invocá-lo, pois é um grande amigo que temos e que vê incessantemente a face de Deus que está no Céu. Do berço até o túmulo,  o Anjo da guarda vela por nós, nos defende e desvia das ciladas do demônio.

3 de Outubro

Protomártires do Brasil

Dentro da conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil, encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu. Estes martírios aconteceram no ano de 1645, sendo que o Pe. André de Soveral e Domingos de Carvalho foram mártires em Cunhaú e o Pe. Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu; dentre outros.

No Engenho de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte), existia uma pequena e fervorosa comunidade composta por 70 pessoas sob os cuidados do Pe. André de Soveral. No dia 15 de julho chegou em Cunhaú Jacó Rabe, trazendo consigo seus liderados, os ferozes tapuias, e, além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses. Jacó Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava.

Dizendo-se em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares.

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio Grande e capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto. Os outros moradores, a grande maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 km de Fortaleza.

Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após passar por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi, e encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos de Deus.

Cinco reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia. Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: 12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi.

Dia 2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, 3 de outubro. Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário.

Foram embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia.

Um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".

A 5 de março de 2000, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa João Paulo II beatificou os 30 protomártires brasileiros, sendo 2 sacerdotes e 28 leigos beatificados.

Protomártires do Brasil, rogai por nós!

Foto: Protomártires do Brasil
(3 de Outubro)

Dentro da conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil, encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu. Estes martírios aconteceram no ano de 1645, sendo que o Pe. André de Soveral e Domingos de Carvalho foram mártires em Cunhaú e o Pe. Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu; dentre outros.

No Engenho de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte), existia uma pequena e fervorosa comunidade composta por 70 pessoas sob os cuidados do Pe. André de Soveral. No dia 15 de julho chegou em Cunhaú Jacó Rabe, trazendo consigo seus liderados, os ferozes tapuias, e, além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses. Jacó Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava. 

Dizendo-se em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares. 

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio Grande e capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto. Os outros moradores, a grande maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 km de Fortaleza. 

Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após passar por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi, e encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos de Deus. 

Cinco reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia. Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: 12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi. 

Dia 2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, 3 de outubro. Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário. 

Foram embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia. 

Um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo:

4 de Outubro

São Francisco de Assis

São Francisco, chamado Seráfico, nasceu em 1182, em Assis, na Itália. Pela vontade do Pai, Francisco devia dedicar-se à carreira comercial. De gênio alegre e folgazão, sentia em si um forte pendor para os prazeres do mundo. A educação sólida que recebera, a profunda religiosidade, fizeram-no evitar cuidadosamente as más companhias e desta maneira guardar a inocência.

Dos pobres, era sempre amigo, a ponto de ter formulado o propósito de nunca despachar um indigente, sem lhe dar uma esmola. Aconteceu, certa vez, que um mendigo viesse lhe pedir uma esmola, quando Francisco se achava muito ocupado. Não querendo ser interrompido nos afazeres, negou-lhe o auxílio. Grande, porém, foi-lhe o arrependimento, quando se lembrou do propósito que fizera. Imediatamente largou o serviço, correu atrás do pobre e deu-lhe boa esmola. Nesta ocasião, fez o voto de nunca negar auxílio a um pobre que lhe pedisse. Deu-se um dia, o caso de Francisco não ter consigo meios para dá-los a um mendigo. Resolutamente tirou o manto novo e trocou-o pelos farrapos do pobre. Dando um passeio a cavalo, aconteceu que um leproso lhe estendesse a mão, pedindo-lhe esmola. Francisco apeou e deu ao pobre uma moeda. Ao ver a mão do leproso, teve um arrepio de horror e nojo. Envergonhado desta fraqueza, tomou a mão do leproso e beijou-a ternamente.

Pouco a pouco se formou em Francisco o desejo de desfazer-se de tudo o que é do mundo, procurar a solidão e entregar-se à oração. De um lado, sentia em si o impulso da graça; de outro lado o chamavam o mundo, a família, a sociedade. Longo tempo ficou Francisco na indecisão, sem saber por que caminho enveredar. Em fervidas orações, pediu a Deus que o esclarecesse e guiasse. Finalmente, lhe pareceu mais acertado largar o mundo. O primeiro a quem comunicou esta resolução, foi o reitor da igreja de São Damião, ao qual pediu o aceitasse como companheiro. Este consentiu. Não assim o pai de Francisco que, tendo conhecimento da resolução do filho, protestou veementemente contra tal idéia; chegou a maltratá-lo fisicamente e obrigou-o, na presença do bispo de Assis a renunciar todos os bens. Francisco não só se prontificou a isto, mas tirou as vestes, entregou-as ao pai, dizendo: Até este dia vos chamei de pai. Agora, poderei dizer com toda razão: “Pai Nosso que estais nos céus, porque só nele pus a minha única esperança”.

Por diversas vezes ainda Deus mostrou a Francisco sua vontade relativamente à vocação, até que um dia, assistindo Francisco à Santa Missa, ouviu estas palavras: “Não deveis possuir nem ouro, nem prata e não ter nas vossas cintas dinheiro como propriedade vossa, nem tampouco bolsa para o caminho, nem calçado, nem bordão” (Mt. 10, 9-10). Conheceu claramente que esta era a regra que Deus lhe dera para observar. Acabada a missa, deu aos pobres o dinheiro que ainda possuía, tirou os sapatos, vestiu-se de grosso hábito, cingiu-se de áspero cordão e tomou a resolução de viver em pobreza apostólica. Transformando assim em penitente público, procurou os centros da cidade, pregando por toda a parte a necessidade da penitência. Tão eloqüente era o seu apelo, que pecadores se converteram e outros se ofereceram para acompanhá-lo neste novo estado de vida. O número destes companheiros cresceu inesperadamente. Quando eram doze, Francisco mandou-os para as aldeias e cidades, com a ordem de pregar penitência. Em vez de dar-lhes dinheiro para a viagem, recomendou-lhe a palavra do salmista, que diz: “Entrega ao Senhor teus cuidados e ele te sustentará”. Deu-lhes também uma norma de vida por ele composta. Esta primeira regra, teve inicialmente a recusa da Santa Sé. Ocorre que o Papa Inocêncio III, teve uma misteriosa visão, onde São Francisco, apoiava com seu corpo frágil e debilitado, toda a estrutura da Igreja, que ameaçava desabar em ruínas. Diante disso, a regra obteve aprovação verbal do Papa, em 1209. As regras, porém, seriam promulgadas definitivamente, através de bula papal firmada em 1221 pelo Papa Honório III.

Francisco e seus companheiros fizeram votos solenes diante do Sumo Pontífice, o qual o nomeou superior da nova Ordem.

É esta a origem da célebre Ordem Franciscana, hoje dividida em muitas famílias monásticas, as quais, todas animadas pelo espírito do Fundador, tanto bem fizeram e ainda fazem no mundo inteiro, trabalhando pela glória de Deus e a salvação das almas.

Obtida a aprovação da regra, Francisco voltou para Assis, onde fixou residência numa casa pobre e abandonada, próxima da Igreja chamada Porciúncula. Lá morou Francisco muitos anos, entregue inteiramente a uma vida toda de Deus. Desta casa de Porciúncula, enviava companheiros como missionários da penitência, da mortificação e do desprezo do mundo e dizia-lhes: “Não vos incomodeis com o conceito dos homens, que vos desprezam como loucos e tolos. Pregai penitência em toda a simplicidade, confiando naquele que venceu o mundo pela humildade. É Ele, é seu Espírito que fala por vossa boca. Não troqueis o reino do céu por algumas vantagens temporais e não desprezeis a quem não vive como vós. Deus é Senhor deles como vosso, e fácil lhe é chamá-los a si por outros caminhos.”

Os Beneditinos, a quem pertencia a igrejinha e o terreno adjacente, deram-nos a Francisco e aos companheiros para a construção dum pequeno convento, e Francisco aceitou o presente com muita satisfação.

O maior cuidado do Santo, era dar aos companheiros e discípulos uma sólida educação religiosa, como era necessário a homens que se destinavam a ser instrumentos na mão de Deus, para a salvação das almas. Em todas as virtudes lhes servia de exemplo, o mais perfeito. A penitência que a outros pregava e que queria que pelos seus fosse pregada, teve em Francisco o principal representante. Raras vezes tomava comida cozida e, tomando-a estragava-lhe o gosto, misturando-a com cinza ou água. Além dos quarenta dias do jejum quaresmal, intercalava Francisco um outro jejum equivalente, que começava depois da Epifania. De jejum eram os dias entre as festas de S. Miguel e de outros santos Anjos eram acompanhadas de jejuns quadragesimais

Servia-lhe de leito o chão, fazendo uma pedra ou toco, às vezes dum travesseiro. O hábito era de fazenda grosseira. Todos os dias sujeitava o corpo à dura flagelação. A intenção em todas as mortificações era de fazer penitência pelos pecados cometidos e precaver-se da faltas futuras, bem como para defender-se contra tentações impuras. Acometido uma vez de tentações fortíssimas contra a pureza, o santo homem revolveu-se na neve, a ponto de perder a sensibilidade.

A humildade de Francisco não era menor que seu espírito de penitência. Não tolerava palavra em seu louvor. “Não elogieis a ninguém, enquanto não se lhe souber o seu fim. Ninguém é nada mais e nada menos do que é aos olhos de Deus”.

Perguntado por um dos companheiros sobre o conceito que de si próprio fazia, respondeu: “Julgo não haver no mundo pecador mais indigno que eu”; e continuou: “Se Deus, em sua misericórdia tivesse dado ao homem mais perverso as graças que se dignou proporcionar a mim, não duvideis que este homem seria muito mais grato e piedoso do que eu”. Foi ainda por humildade que se deteve na ordenação sacerdotal, porque se julgava indigno de ser sacerdote. Tratava os sacerdotes com todo o respeito e dizia: “Se ao mesmo tempo me encontrasse com um Anjo e um sacerdote, eu beijaria em primeiro lugar a mão deste e depois cumprimentaria o Anjo. Devo mais respeito àquele que segura nas mãos o Corpo Santíssimo de Jesus Cristo."

Que dizer da pobreza que o santo homem observava e dos seus exigia que observassem? Do seu amor a Deus e ao próximo? Da sua devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, à Santíssima Virgem e a outros Santos, e das demais virtudes, cujos exemplos são tão numerosos, que se encheriam livros narrando-os?

Depois da conversão, Francisco renunciou a toda sorte de propriedade. Sentia prazer em não possuir coisa alguma e sofrer o sacrifício da pobreza.

“A pobreza – dizia – é o caminho da salvação, o fundamento da humildade, a raiz da perfeição. Produz frutos escondidos, mas que se multiplicam de mil maneiras”. A pobreza era sua senhora, rainha, mãe e esposa. A Deus pedia instantemente que fosse sua herança e privilégio.

Na oração, nos transportes do amor, não achava outra expressão, a não ser esta: “Meu Deus e meu tudo!” Conversando sobre Deus, refletia-se-lhe no semblante a mais pura alegria. O amor ao próximo impelia-o a servir aos doentes, a socorrer os necessitados, a consolar os aflitos. O desejo de converter os infiéis, de derramar o sangue por amor de Deus, levou-o a empreender penosa viagem até à Síria e apresentar-se ao Sultão de Icônia, como pregador de penitência.

A devoção a Francisco à Sagrada Paixão e morte de Nosso Senhor foi tão extraordinária, que Deus quis recompensá-lo com um milagre inaudito. Dois anos antes da morte, Francisco praticou, segundo o costume, o jejum quaresmal em preparação à festa de S. Miguel, e para este fim se retirara ao Monte Alverne. No dia da exaltação da Santa Cruz, arrebatado em êxtase, viu que do céu descia um luminoso Serafim. O Anjo tinha seis asas e Francisco reconheceu nele a figura de Nosso Senhor crucificado, com as cinco chagas. Ao mesmo tempo, o Santo homem sentiu no lado, nas mãos e nos pés chagas iguais, que destilavam umas gotas de sangue. Estes sinais ficaram até a morte. Embora Francisco procurasse escondê-las cuidadosamente, não o conseguiu. Foram-lhe vistas no corpo, vivo e morto. Estas chagas causaram-lhe grandes dores, mas Francisco julgou-se venturoso em poder sofrer com o Salvador (*)

Dois anos depois desta visão, Francisco caiu gravemente doente. Sentindo a morte aproximar-se, fez se transportar para a igreja de Porciúncula onde, deitado sobre o chão, recebeu com muita devoção os santos Sacramentos, entregando logo depois a alma a Deus.

Antes de expirar, recomendou aos irmãos da Ordem a fiel observância da regra e dando-lhes a bênção, disse: “Ficai firmes no temor de Deus e nele perseverai! Bem-aventurados aqueles que perseveram na obra começada. Vou para Deus e recomendo-vos à sua benevolência”.

Tendo assim falado, quis que lhe lessem os capítulos da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, do Evangelho de São João. Terminada esta leitura, começou ele mesmo a recitação do Salmo 141, até as palavras: “Tirai a nossa alma do cárcere, para que eu louve o Vosso nome. Os justos, estão à minha espera, para que me deis a recompensa!” Foram-lhe estas as últimas expressões.

São Francisco morreu no ano de 1226, na idade de 45 anos. Muito antes tivera a revelação do perdão completo dos seus pecados. Em outra ocasião, lhe foi assegurada sua eterna salvação. Embora estas revelações lhe servissem de grande consolo, nem por isto quis atenuar o rigor da penitência e deixar de chorar os pecados. “Suposto que tivesse cometido o mais leve pecado e isto só uma vez, motivo teria de sobra de chorá-lo toda a minha vida”.

Muitos e grandes milagres fez São Francisco antes e depois da morte. O Papa Gregório IX canonizou-o, em 16 de julho de 1228.

O corpo de São Francisco repousa debaixo do altar-mor da catedral de Assis. Por uma permissão especial de Deus, aconteceu que, durante seis séculos ficasse ignorado o jazigo das santas relíquias. Em 1818 foram encontradas e autenticamente reconhecidas.

Reflexões:

A Regra e o testamento de São Francisco revelam uma sabedoria cujo conhecimento o nosso tempo parece ter perdido, tanto na vida pública, como no seio da família: A sabedoria da humildade, da simplicidade, do desprendimento e da fé em Deus. Os homens do século atual muito pouco tem destas virtudes. O que se vê é orgulho, vaidade, rixas, amor ao dinheiro e competição acirrada por poderes e prazeres temporais. São ilusões passageiras de breve duração, que podem comprometer a alma para sempre. É este o motivo porque a vida religiosa no serviço de Deus, não se eleva a um nível mais alto, como a vemos no século de S. Francisco e nos séculos subseqüentes. Forçosamente havemos de voltar à simplicidade de são Francisco e do seu tempo, para entrarmos no reino dos céus. Foi esta simplicidade, esta humildade , que deu a São Francisco e aos seus companheiros tanto poder sobre as almas, e grandes santos à Igreja.

Entregar-se inteiramente a Deus é o que o exemplo de São Francisco nos ensina. Significativo é o fato de São Francisco, no leito de morte, se ter lembrado de uma obra de caridade que fizera a um pobre leproso, obra de que lhe veio muito consolo e satisfação. Esse gesto de caridade, foi decisivo para a vida do santo. Foi a prova da sua vocação, de sua santidade, de sua grandeza. Francisco entregou-se a Deus. Foi sua felicidade. Como Deus respondeu a esta confiança? Francisco, que não chegou a ser sacerdote, diácono apenas, funda uma nova ordem. Ordem sem semelhante na história. Ordem cuja atividade deixou traços indeléveis na história dos povos. Sua personalidade empolga todas as gerações, todas as camadas sociais. Papas, Imperadores, Reis o procuravam e lhe pediam conselho. O Soberano do mundo islamístico era seu admirador; o povo aclamava-o; sua chegada a uma cidade, a um povoado, era uma festa e em triunfo era recebido pelo clero e pela população; crianças o festejavam e lhe atiram pétalas de flores. Sentia-se feliz quem conseguia apanhar um olhar seu, ouvir uma palavra da sua boca e beijar seu humilde hábito. Possuidor de uma ternura muito grande aos seres e todas as criaturas, era reconhecido, nessas características, até pelos animaizinhos, dos quais tornou-se amigo e protetor. Ficou célebre a história de uma aldeia, que recorreu à São Francisco, porque um lobo feroz e faminto aterrorizava toda a população local. São Francisco dirigiu-se à cidade e em alta voz chamou o lobo que, aproximando-se, fez referência e estendeu-lhe a pata, após Francisco ter-lhe repreendido e pedido que não mais incomodasse os moradores locais.

Realmente, São Francisco deixou um rastro de santidade que percorreu os séculos. Com sua humildade e exemplo, construiu, no seio da Igreja, uma base religiosa muito concreta e firme, provocando mudanças eficazmente avassaladoras nos setores doentes do mundo cristão da época. Hoje, mais do que nunca, precisamos resgatar os valores cristãos, espelhando-nos no santo exemplo de Francisco de Assis.

(*) A existência das chagas misteriosas no corpo de São Francisco, é um fato que exclui qualquer dúvida de fraude ou engano. O vigário geral da Ordem Franciscana, logo depois da morte do Fundador, em circular a todos os membros da Ordem, faz menção das chagas. Lucas de Tuy, bispo espanhol, na obra contra os albingenses, escrita em 1231, fala das chagas de São Francisco como de um fato testemunhado por grande número de pessoas do estado laical e clerical, e cita a biografia do Santo, composta por Tomás Celano, discípulo e companheiro de São Francisco. Em uma bula de 1231, dirigida aos boêmios, que punham em dúvida a estigmatização de São Francisco, o Papa Gregório declara a autenticidade da mesma, como um fato testemunhado por ele mesmo e muitos cardeais. O Papa Alexandre IV declara, num discurso por ele feito em 1254, ter visto pessoalmente os estigmas no corpo de S. Francisco. Cinqüenta franciscanos, Santa Clara e todas as suas irmãs, viram no corpo de São Francisco as chagas e beijaram-nas. São Boaventura, que em 1261 escreveu a vida de São Francisco, confirma o fato de muitos irmãos e alguns cardeais, terem visto muitas vezes as chagas de São Francisco.

Foto: São Francisco de Assis (4 de Outubro) São Francisco, chamado Seráfico, nasceu em 1182, em Assis, na Itália. Pela vontade do Pai, Francisco devia dedicar-se à carreira comercial. De gênio alegre e folgazão, sentia em si um forte pendor para os prazeres do mundo. A educação sólida que recebera, a profunda religiosidade, fizeram-no evitar cuidadosamente as más companhias e desta maneira guardar a inocência. Dos pobres, era sempre amigo, a ponto de ter formulado o propósito de nunca despachar um indigente, sem lhe dar uma esmola. Aconteceu, certa vez, que um mendigo viesse lhe pedir uma esmola, quando Francisco se achava muito ocupado. Não querendo ser interrompido nos afazeres, negou-lhe o auxílio. Grande, porém, foi-lhe o arrependimento, quando se lembrou do propósito que fizera. Imediatamente largou o serviço, correu atrás do pobre e deu-lhe boa esmola. Nesta ocasião, fez o voto de nunca negar auxílio a um pobre que lhe pedisse. Deu-se um dia, o caso de Francisco não ter consigo meios para dá-los a um mendigo. Resolutamente tirou o manto novo e trocou-o pelos farrapos do pobre. Dando um passeio a cavalo, aconteceu que um leproso lhe estendesse a mão, pedindo-lhe esmola. Francisco apeou e deu ao pobre uma moeda. Ao ver a mão do leproso, teve um arrepio de horror e nojo. Envergonhado desta fraqueza, tomou a mão do leproso e beijou-a ternamente. Pouco a pouco se formou em Francisco o desejo de desfazer-se de tudo o que é do mundo, procurar a solidão e entregar-se à oração. De um lado, sentia em si o impulso da graça; de outro lado o chamavam o mundo, a família, a sociedade. Longo tempo ficou Francisco na indecisão, sem saber por que caminho enveredar. Em fervidas orações, pediu a Deus que o esclarecesse e guiasse. Finalmente, lhe pareceu mais acertado largar o mundo. O primeiro a quem comunicou esta resolução, foi o reitor da igreja de São Damião, ao qual pediu o aceitasse como companheiro. Este consentiu. Não assim o pai de Francisco que, tendo conhecimento da resolução do filho, protestou veementemente contra tal idéia; chegou a maltratá-lo fisicamente e obrigou-o, na presença do bispo de Assis a renunciar todos os bens. Francisco não só se prontificou a isto, mas tirou as vestes, entregou-as ao pai, dizendo: Até este dia vos chamei de pai. Agora, poderei dizer com toda razão: “Pai Nosso que estais nos céus, porque só nele pus a minha única esperança”. Por diversas vezes ainda Deus mostrou a Francisco sua vontade relativamente à vocação, até que um dia, assistindo Francisco à Santa Missa, ouviu estas palavras: “Não deveis possuir nem ouro, nem prata e não ter nas vossas cintas dinheiro como propriedade vossa, nem tampouco bolsa para o caminho, nem calçado, nem bordão” (Mt. 10, 9-10). Conheceu claramente que esta era a regra que Deus lhe dera para observar. Acabada a missa, deu aos pobres o dinheiro que ainda possuía, tirou os sapatos, vestiu-se de grosso hábito, cingiu-se de áspero cordão e tomou a resolução de viver em pobreza apostólica. Transformando assim em penitente público, procurou os centros da cidade, pregando por toda a parte a necessidade da penitência. Tão eloqüente era o seu apelo, que pecadores se converteram e outros se ofereceram para acompanhá-lo neste novo estado de vida. O número destes companheiros cresceu inesperadamente. Quando eram doze, Francisco mandou-os para as aldeias e cidades, com a ordem de pregar penitência. Em vez de dar-lhes dinheiro para a viagem, recomendou-lhe a palavra do salmista, que diz: “Entrega ao Senhor teus cuidados e ele te sustentará”. Deu-lhes também uma norma de vida por ele composta. Esta primeira regra, teve inicialmente a recusa da Santa Sé. Ocorre que o Papa Inocêncio III, teve uma misteriosa visão, onde São Francisco, apoiava com seu corpo frágil e debilitado, toda a estrutura da Igreja, que ameaçava desabar em ruínas. Diante disso, a regra obteve aprovação verbal do Papa, em 1209. As regras, porém, seriam promulgadas definitivamente, através de bula papal firmada em 1221 pelo Papa Honório III. Francisco e seus companheiros fizeram votos solenes diante do Sumo Pontífice, o qual o nomeou superior da nova Ordem. É esta a origem da célebre Ordem Franciscana, hoje dividida em muitas famílias monásticas, as quais, todas animadas pelo espírito do Fundador, tanto bem fizeram e ainda fazem no mundo inteiro, trabalhando pela glória de Deus e a salvação das almas. Obtida a aprovação da regra, Francisco voltou para Assis, onde fixou residência numa casa pobre e abandonada, próxima da Igreja chamada Porciúncula. Lá morou Francisco muitos anos, entregue inteiramente a uma vida toda de Deus. Desta casa de Porciúncula, enviava companheiros como missionários da penitência, da mortificação e do desprezo do mundo e dizia-lhes: “Não vos incomodeis com o conceito dos homens, que vos desprezam como loucos e tolos. Pregai penitência em toda a simplicidade, confiando naquele que venceu o mundo pela humildade. É Ele, é seu Espírito que fala por vossa boca. Não troqueis o reino do céu por algumas vantagens temporais e não desprezeis a quem não vive como vós. Deus é Senhor deles como vosso, e fácil lhe é chamá-los a si por outros caminhos.” Os Beneditinos, a quem pertencia a igrejinha e o terreno adjacente, deram-nos a Francisco e aos companheiros para a construção dum pequeno convento, e Francisco aceitou o presente com muita satisfação. O maior cuidado do Santo, era dar aos companheiros e discípulos uma sólida educação religiosa, como era necessário a homens que se destinavam a ser instrumentos na mão de Deus, para a salvação das almas. Em todas as virtudes lhes servia de exemplo, o mais perfeito. A penitência que a outros pregava e que queria que pelos seus fosse pregada, teve em Francisco o principal representante. Raras vezes tomava comida cozida e, tomando-a estragava-lhe o gosto, misturando-a com cinza ou água. Além dos quarenta dias do jejum quaresmal, intercalava Francisco um outro jejum equivalente, que começava depois da Epifania. De jejum eram os dias entre as festas de S. Miguel e de outros santos Anjos eram acompanhadas de jejuns quadragesimais Servia-lhe de leito o chão, fazendo uma pedra ou toco, às vezes dum travesseiro. O hábito era de fazenda grosseira. Todos os dias sujeitava o corpo à dura flagelação. A intenção em todas as mortificações era de fazer penitência pelos pecados cometidos e precaver-se da faltas futuras, bem como para defender-se contra tentações impuras. Acometido uma vez de tentações fortíssimas contra a pureza, o santo homem revolveu-se na neve, a ponto de perder a sensibilidade. A humildade de Francisco não era menor que seu espírito de penitência. Não tolerava palavra em seu louvor. “Não elogieis a ninguém, enquanto não se lhe souber o seu fim. Ninguém é nada mais e nada menos do que é aos olhos de Deus”. Perguntado por um dos companheiros sobre o conceito que de si próprio fazia, respondeu: “Julgo não haver no mundo pecador mais indigno que eu”; e continuou: “Se Deus, em sua misericórdia tivesse dado ao homem mais perverso as graças que se dignou proporcionar a mim, não duvideis que este homem seria muito mais grato e piedoso do que eu”. Foi ainda por humildade que se deteve na ordenação sacerdotal, porque se julgava indigno de ser sacerdote. Tratava os sacerdotes com todo o respeito e dizia: “Se ao mesmo tempo me encontrasse com um Anjo e um sacerdote, eu beijaria em primeiro lugar a mão deste e depois cumprimentaria o Anjo. Devo mais respeito àquele que segura nas mãos o Corpo Santíssimo de Jesus Cristo.

 

5 de Outubro

Santa Maria Faustina Kowalska

MARIA FAUSTINA KOWALSKA escrevia em 1937 no seu Diário: "A glorificação da Tua misericórdia, ó Jesus, é a missão exclusiva da minha vida". Nasceu em Glogowiec, na Polónia central, no dia 25 de Agosto de 1905, de uma família camponesa de sólida formação cristã. Desde a infância sentiu a aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder seguir a sua vocação. Em todo o caso, desde aquela época começou a percorrer a via da santidade. Mais tarde, recordava: "Desde a minha mais tenra idade desejei tornar-me uma grande santa".

Com a idade de 16 anos deixou a casa paterna e começou a trabalhar como doméstica. Na oração tomou depois a decisão de ingressar num convento. Assim, em 1925, entrou na Congregação das Irmãs da Bem-aventurada Virgem Maria da Misericórdia, que se dedica à educação das jovens e à assistência das mulheres necessitadas de renovação espiritual. Ao concluir o noviciado, emitiu os votos religiosos que foram observados durante toda a sua vida, com prontidão e lealdade. Em diversas casas do Instituto, desempenhou de modo exemplar as funções de cozinheira, jardineira e porteira. Teve uma vida espiritual extraordinariamente rica de generosidade, de amor e de carismas que escondeu na humildade dos empenhos quotidianos.

O Senhor escolheu esta Religiosa para se tornar apóstola da Sua misericórdia, a fim de aproximar mais de Deus os homens, segundo o expresso mandato de Jesus: "Os homens têm necessidade da minha misericórdia".

Em 1934, Irmã Maria Faustina ofereceu-se a Deus pelos pecadores, sobretudo por aqueles que tinham perdido a esperança na misericórdia divina. Nutriu uma fervorosa devoção à Eucaristia e à Mãe do Redentor, e amou intensamente a Igreja participando, no escondimento, na sua missão de salvação. Enriqueceu a sua vida consagrada e o seu apostolado, com o sofrimento do espírito e do coração. Consumada pela tuberculose, morreu santamente em Cracóvia no dia 5 de Outubro de 1938, com a idade de 33 anos.

João Paulo II proclamou-a Beata no dia 18 de Abril de 1993; sucessivamente, a Congregação para as Causas dos Santos examinou com êxito positivo uma cura milagrosa atribuída à intercessão da Beata Maria Faustina, e no dia 20 de Dezembro de 1999 foi promulgado o Decreto sobre esse milagre. Em 30 de abril de 2000, foi canonizada pelo Papa João Paulo II.

Foto: Santa Maria Faustina Kowalska
(5 de Outubro)

MARIA FAUSTINA KOWALSKA escrevia em 1937 no seu Diário:

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São Benedito

Corre o ano de 1589. Em uma pobre cela no convento franciscano de Santa Maria de Jesus, a três quilômetros de Palermo, sul da Itália, o enfermeiro observa o irmão leigo, iletrado, que faz alguns movimentos no leito de dores em que se encontra há dois meses.

Seu rosto, alquebrado pela fadiga de 63 anos transcorridos em meio a intensas atividades apostólicas, em dado momento ilumina-se. Sua boca se abre e os olhos tornam-se fixos e extáticos. "É o fim, o irmão está cruzando o limiar da eternidade" - pensou o enfermeiro. E sai correndo a fim de chamar outros frades para as derradeiras orações que se fazem pelos agonizantes.

O doente, entretanto, terminado o êxtase e após o retorno do enfermeiro, diz-lhe: "Fique tranquilo. Eu o avisarei do dia e hora da minha morte. Vou falecer no dia 4 de abril". Ao que o enfermeiro retruca: "Imagine, Frei, como esta casa ficará cheia!" Pois ele bem conhecia a extraordinária fama de santidade daquele frade, a qual foi tão grande por toda parte, quando ainda vivo, que raramente se encontra algo semelhante na História da Igreja.

- "Pode ficar sossegado, não virá ninguém", garantiu-lhe o Santo. As duas profecias cumpriram-se ao pé da letra.

Com efeito, no dia da morte e do sepultamento houve um grande afluxo de gente para a festa do Divino, numa igreja do Espírito Santo, nos arredores de Palermo, e por isso ninguém foi ao convento.

No dia aprazado, o Santo recebeu o consolo dos Sacramentos da Igreja: confissão, comunhão, extrema-unção, inclusive a bênção papal.

O enfermo senta-se na cama e, olhando para o céu, reza e contempla. Invoca seus santos padroeiros: São Francisco de Assis, São Miguel Arcanjo, os Apóstolos São Pedro e São Paulo.

Em determinado momento das orações, e depois de uma visão de Santa Úrsula, Benedito - é esse o nome do moribundo - pronuncia em alta voz: "Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito". Em seguida, deita-se, fecha os olhos e dá o último suspiro.

Naquele exato momento, não longe dali, Benedita Nastasi, de 10 anos de idade e sobrinha do Santo, observando uma pombinha que entrara dentro de casa, ouviu a voz do tio:

- "Benedita, queres alguma coisa de lá.
- "De lá, onde, meu tio?" - indaga a menina.
- "Lá do Céu, minha filha" - completa a conhecida voz. E a pombinha desaparece ...

Nosso tão popular São Benedito, o Negro, chamava-se Benedito de São Filadelfo, pois tal era o nome da localidade (hoje San Fratello) perto de Messina (Sicília) onde ele nasceu, em 1526. Era filho de escravos etíopes, comprados pela família Manasseri.

Sabe-se que o Santo foi pastor, tornando-se depois eremita. Para obedecer a uma ordem do Papa, ingressou posteriormente como irmão leigo na Ordem Franciscana, no convento de Santa Maria de Jesus, nas imediações de Palermo. Ali notabilizou-se como cozinheiro milagroso, pois, com freqüência, os Anjos do Céu desciam para ajudá-lo na preparação das refeições.

Apesar de iletrado e de ser apenas irmão leigo, eram tais os dons e carismas com os quais a Divina Providência ornou sua alma, que foi eleito Superior e Mestre de Noviços do convento.

A exemplo do Seráfico Pai São Francisco, seu Fundador, o sem número de milagres e prodígios operados já em vida por São Benedito constituem também verdadeiros fioretti. Impossível referi-los todos. Resta-nos mencionar ao menos alguns.

Cura de cancerosa

Antes de fixar-se no convento de Santa Maria, Benedito levou vida eremítica em Nazana, durante oito anos, e em Mancusa, na região de Palermo.

Então, sua fama de santidade já ia alta. Certo dia em que atravessava Mancusa, chamaram-no para ver uma doente num casebre. "Não posso fazer muita coisa por ela, pois não sou sacerdote. Mas posso fazer-lhe uma visita e rezar por ela", respondeu. "Me acode, Frei", gritava a pobre mulher, roída por um câncer no seio, que se alastrava terrivelmente. "Me dá uma bênção, por amor de Deus!"

Condoído pelas dores da enferma e pela aflição de seus familiares, o Santo aproximou-se do leito, rezou com todos os presentes, animou a enferma a ter Fé em Deus, e depois, a pedido dela, traçou o sinal da cruz sobre a chaga do seio. Instantaneamente foi curada, restando-lhe uma cicatriz apenas! Logo em seguida, Benedito bateu em retirada, para fugir de qualquer agradecimento ou louvor.

Ressurreição de mortos

Certa vez, quatro senhoras de Palermo - Eulália, Lucrécia, Francesca e Eleonora, esta última com o filho de cinco meses nos braços vieram visitar o Santo no convento de Santa Maria. De regresso à cidade, ainda perto do convento, a carroça virou e prensou a criança, que teve morte instantânea. Os frades vieram socorrê-las, e Benedito deparou-se com a patética cena da mãe abraçada ao corpinho disforme.

Benedito aproximou-se e disse: "Pare de chorar. A criança não está morta; pode dar-lhe de mamar". Os circunstantes pensavam que o Santo delirava. Entretanto, mal a mãe lhe obedecera, a criança começou a sorrir, deixando a todos atônitos.

Fato análogo sucedeu com o filho de João Jorge Russo. Quando visitava o convento com sua esposa e alguns parentes, a carroça em que viajavam caiu de uma ponte e a criança ficou esmagada.

"Tenham muita confiança em Nossa Senhora. Vamos rezar". Esse recurso à mediação da Santíssima Virgem, aliás, era uma constante em todas as intervenções de São Benedito.

Todos se ajoelharam e começaram a rezar; ato contínuo, a criança abriu os olhos, despertando do sono da morte.

Antes mesmo de fazer-se eremita - e talvez este tenha sido o primeiro milagre operado por São Benedito -, trouxeram à sua presença uma criancinha morta.

Condoído, o Santo tomou aquele corpo inanimado em seu braço esquerdo, e com a mão direita fez o sinal da cruz sobre a pequena fronte enregelada. Após os presentes rezarem o Pai Nosso e a Ave Maria, o milagre da ressurreição se realizou!

Milagre das flores

São Benedito tinha o costume de recolher os restos de comida do convento em seu avental de cozinha, para distribuí-los depois aos pobres.

Certa vez o Santo encontrou-se com o vice-rei da Sicília, Dom Marcantonio Colonna, que, atraído pela fama de sua santidade, veio visitá-lo. Curioso, o ilustre visitante perguntou a Benedito o que levava com tanto cuidado. Ele simplesmente abriu o avental e mostrou ... flores, tão frescas e aromáticas, que o vice-rei levou-as para o altar de sua capela particular.

Peixes que aparecem e pães que se multiplicam

Em certa ocasião acabaram as provisões do convento. Era inverno e chovia torrencialmente. E os religiosos não tinham sequer condições de sair para pedir esmolas.

Benedito pediu a um frade, que o auxiliava na cozinha, que abrisse os Santos Evangelhos em qualquer lugar e lesse o que estava escrito. A seguinte passagem foi lida: "Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta" (Mt 6,25-26).

Iluminado por essas palavras e movido pela sua heróica confiança na Providência, o Santo pôs-se a agir. Encheu com água todas as panelas, tachos e latas grandes que havia no convento. Na manhã seguinte, estavam cheios de peixes frescos, muitos deles vivos.

Em outra ocasião em que Benedito, então superior do convento, deu ordem ao irmão porteiro, Vito da Girgenti, de distribuir pão aos pobres, o religioso, vendo que a fila era enorme, reservou no fundo do cesto alguns pães para os frades. O fato chegou ao conhecimento de Benedito, que intimou o porteiro a chamar de volta todos os pobres que ficaram sem pão: "Dê aos pobres tudo o que estiver na cesta mandou Benedito -, pois a Providência nos socorrerá".

Ao obedecer, o irmão Vito notou maravilhado que o pão da cesta não se acabava mais; quanto mais ele tirava, mais aparecia!

Os frades relapsos

Certa vez, três noviços resolvem fugir do convento e voltar para casa. De madrugada galgam o muro, e na rua, quando cantam vitória pela pseudo-façanha, divisam um vulto que vinha ao seu encontro. Era Frei Benedito, que os interpela: "Que jazem aqui a estas horas? Voltem já para o convento!" E os aconselhou a rezar muito pela perseverança na vocação.

Meses depois, eles caem de novo na tentação de fugir, e tomam o maior cuidado para que ninguém saiba de nada. Quando novamente ganham a rua, dão de frente com Frei Benedito, que abre os braços, dizendo: "Alto lá, onde pensam que vão?" Os três reconhecem um sinal de Deus a fim de perseverarem, pedem perdão ao Santo, prometendo não mais reincidir na falta.

"O Santo, o Santo" ...

A cada milagre que acontecia, o povo acorria à portaria do convento, aclamando e louvando o Santo. Sua popularidade e veneração se tornaram tais que ele acabou, certa vez, transtornando uma procissão de "Corpus Christi". Nessa ocasião, os frades tomaram parte na procissão da Catedral de Palermo. E São Benedito foi designado para portar a cruz processional, à frente do cortejo. Ao fixar os olhos no Crucificado, sentiu-se arrebatado pelo amor a Nosso Senhor e entrou em êxtase. Seu corpo passou a deslizar suavemente, sem que ele movesse os pés.

Ao ver aquilo, o povo irrompeu em gritos de admiração: "Olhem o Santo, o Santo!" As filas da procissão se desorganizaram completamente. Os encarregados da ordem gritavam para que as pessoas se enfileirassem. Mas não houve jeito, e a procissão retomou logo para a Catedral...

O corpo incorrupto

Quando, após as comemorações do Divino Espírito Santo, o povo ficou sabendo que Benedito havia falecido e já estava sepultado, todos se dirigiram para Santa Maria de Jesus. O túmulo estava em local de difícil acesso, e o grande afluxo de peregrinos perturbava a vida dos frades. E o seu número crescia a cada dia, na proporção em que se difundia a notícia dos milagres operados junto à sepultura.

Começaram a implorar relíquias do Santo. Suas vestes e as roupas da cama onde faleceu foram transformadas em tiras. Até mesmo sua cama e colchão foram reduzidos a pedacinhos, avidamente disputados pelos visitantes.

A 7 de maio de 1592, três anos após sua morte, seu corpo, incorrupto e exalando suave perfume, foi colocado numa uma instalada em cavidade aberta em parede da sacristia da igreja de Santa Maria de Jesus. Entretanto, a sacristia logo transformou-se em capela, com o povo cantando, rezando, pagando promessas. Isso durante dezenove anos a fio.

No dia 3 de outubro de 1611, com a presença do Cardeal Dória, o corpo de São Benedito foi transladado novamente para magnífica urna de cristal numa capela lateral da própria igreja de Santa Maria de Jesus, no antigo convento franciscano, a três quilômetros de Palermo, cidade que, antes mesmo do reconhecimento oficial da Igreja, tomou-o por Padroeiro, em 1652.

São Benedito foi declarado bem-aventurado em 1763, por Clemente XIII, e canonizado pelo Papa Pio VII em 25 de maio de 1807.

Culto no Brasil

O Estado da Bahia foi o pioneiro na devoção a São Benedito em terras brasileiras. Já antes mesmo de sua canonização havia lá uma irmandade em sua honra. Simultaneamente, a devoção ao Santo deitou profundas raízes no Maranhão. Sabe-se da existência de imagens de São Benedito pelo menos desde 1680, em Olinda, Recife, Igaraçu (PE), Belém do Pará e Rio de Janeiro.

O mesmo sucedia em São Paulo. Um século antes de ele ser declarado santo pela Igreja, já era venerado como tal nas igrejas frequentadas pelos membros da Venerável Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (1707). E hoje a devoção ao Santo já é um fenômeno nacional. Não faltam pelo Brasil afora paróquias, capelas, ou ao menos um altar com a imagem do Santo Negro.

Foto: São Benedito (5 de Outubro) Corre o ano de 1589. Em uma pobre cela no convento franciscano de Santa Maria de Jesus, a três quilômetros de Palermo, sul da Itália, o enfermeiro observa o irmão leigo, iletrado, que faz alguns movimentos no leito de dores em que se encontra há dois meses. Seu rosto, alquebrado pela fadiga de 63 anos transcorridos em meio a intensas atividades apostólicas, em dado momento ilumina-se. Sua boca se abre e os olhos tornam-se fixos e extáticos.

 

6 de Outubro

São Bruno

Hoje lembramos o santo que se tornou o fundador da Ordem dos Cartuxos, considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, e que atravessou a história sem reformas.

Filho de família nobre de Colônia (Alemanha), nasceu em 1032. Quando alcançou idade foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio, e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local, até que já, cinquentenário e cônego, amadureceu na inspiração de servir a uma Ordem religiosa.

Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se a uma região chamada Cartuxa com a aprovação e bênção de São Hugo, Bispo de Grenoble, o qual lhe ofereceu um lugar. Isto se deu graças a um sonho que São Hugo teve. Neste sonho, apareciam-lhe sete estrelas que caíam aos seus pés para, logo em seguida, levantarem-se e desaparecerem no deserto montanhoso. Após este sonho, o Bispo recebeu a visita de Bruno que estava acompanhado por seis companheiros monges. Ao ver os sete varões, o Bispo Hugo reconheceu imediatamente neles as sete estrelas do sonho e concedeu-lhes as terras onde São Bruno iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus. Com os monges companheiros, observava-se absoluto silêncio, a fim do aprofundamento na oração e à meditação das coisas divinas, ofícios litúrgicos comunitários, obediência aos superiores, trabalhos agrícolas, transcrição de manuscritos e livros piedosos.

Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa (Urbano II), teve ele que obedecer ao Vigário de Cristo, já que o queria como assessor, porém, recusou ser Bispo e após pedir com insistência ao Sumo Pontífice, conseguiu voltar à vida religiosa, quando juntamente com amigos de Roma, fundou no sul da Itália o Mosteiro de Santa Maria da Torre, onde veio a falecer no dia 6 de outubro de 1101.

As últimas palavras foram: "Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica, em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue, verdadeiros, de Jesus Cristo".

São Bruno, rogai por nós!

Foto: São Bruno
(6 de Outubro)

Hoje lembramos o santo que se tornou o fundador da Ordem dos Cartuxos, considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, e que atravessou a história sem reformas. 

Filho de família nobre de Colônia (Alemanha), nasceu em 1032. Quando alcançou idade foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio, e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local, até que já, cinquentenário e cônego, amadureceu na inspiração de servir a uma Ordem religiosa. 

Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se a uma região chamada Cartuxa com a aprovação e bênção de São Hugo, Bispo de Grenoble, o qual lhe ofereceu um lugar. Isto se deu graças a um sonho que São Hugo teve. Neste sonho, apareciam-lhe sete estrelas que caíam aos seus pés para, logo em seguida, levantarem-se e desaparecerem no deserto montanhoso. Após este sonho, o Bispo recebeu a visita de Bruno que estava acompanhado por seis companheiros monges. Ao ver os sete varões, o Bispo Hugo reconheceu imediatamente neles as sete estrelas do sonho e concedeu-lhes as terras onde São Bruno iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus. Com os monges companheiros, observava-se absoluto silêncio, a fim do aprofundamento na oração e à meditação das coisas divinas, ofícios litúrgicos comunitários, obediência aos superiores, trabalhos agrícolas, transcrição de manuscritos e livros piedosos. 

Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa (Urbano II), teve ele que obedecer ao Vigário de Cristo, já que o queria como assessor, porém, recusou ser Bispo e após pedir com insistência ao Sumo Pontífice, conseguiu voltar à vida religiosa, quando juntamente com amigos de Roma, fundou no sul da Itália o Mosteiro de Santa Maria da Torre, onde veio a falecer no dia 6 de outubro de 1101.

As últimas palavras foram:

7 de Outubro

Nossa Senhora do Rosário

Tudo o que no Pai Nosso pedimos, é muito reto, muito bem ordenado e conforme a fé, esperança e caridade cristã, e já por isto tem o especial agrado da SS. Virgem. Além disto, ouvindo-nos rezar, Ela reconhece em nossa voz o timbre da voz de seu Filho, que nos deu e ensinou à viva voz esta oração e nô-la impôs dizendo: Assim deveis rezar. Maria, vendo-nos assim com o Rosário, cumprindo fielmente a ordem recebida, com tanto mais amor e solicitude nos atenderá. “As místicas coroas que lhe oferecemos, são-lhe sumamente agradáveis e penhores de graça para nós” (Leão XIII). A própria Rainha do Céu fez-se quase fiadora da eficácia desta excelente oração.

A origem da devoção à Nossa Senhora do Rosário é muito antiga, mas sua propagação tomou impulso com São Domingos de Gusmão. Foi por sua inspiração que São Domingos fez do Rosário sua poderosa arma para combater a heresia dos albingenses, isto no início do século XIII, onde a tal heresia crescia vertiginosamente na França. Fundou a ordem dominicana e por sua intensa propagação e devoção, a Igreja lhe conferiu o título de “Apóstolo do Santo Rosário”. Existem, inclusive, certas versões históricas que afirmam ter Nossa Senhora aparecido a São Domingos segurando o Menino Jesus no colo e oferecendo-lhe o santo Rosário, e cuja propagação e divulgação teria tomado impulso por pedido pessoal de Maria Santíssima.

À recitação do Rosário é que a igreja atribui os seus maiores triunfos, e grata atesta, pela boca dos Sumos Pontífices que, “pelo Rosário todos os dias desce uma chuva de bênçãos sobre o povo cristão”(Urbano IV); “que é a oração oportuna para honrar a Deus e a Virgem, como afastar bem longe os iminentes perigos do mundo” (Sixto IV); “propagando-se esta devoção, os cristãos entregues à meditação dos mistérios inflamados por esta oração, começarão a transformar-se em outros homens, as trevas das heresias dissipar-se-ão e difundir-se-á a luz da fé católica” (São Pio V); "desejamos ver sempre mais largamente propagada esta piedosa prática e tornar-se devoção verdadeiramente popular de todos os lugares, de todos os dias" (Leão XIII).

Nos mistérios do Rosário, contemplamos todas as fases do Evangelho:

Os mistérios gozosos retratam as meditações da anunciação do Anjo a Nossa Senhora, visitação de Maria à Santa Isabel, nascimento triunfante de Jesus, sua apresentação no templo e Jesus, entre os doutores da lei.

Nos mistérios dolorosos contemplamos a agonia de Jesus no horto, flagelação de Jesus, a coroação de espinhos, o calvário, a crucificação e morte de Jesus.

Nos mistérios gloriosos, a Ressurreição de Jesus, a sua Ascensão aos céus, a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos, a Sua Assunção e gloriosa Coroação.

E, sob inspiração maternal de Nossa Senhora, no dia 16/10/2002, pela carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, que Sua Santidade o Papa João Paulo II acrescentou ao Rosário os Mistérios Luminosos, que retratam a vida pública de Jesus, desde o seu batismo no Jordão, o primeiro milagre nas Bodas de Caná, proclamação do reino, transfiguração e instituição da Eucaristia. Estes mistérios foram inseridos entre os mistérios gozosos e os dolorosos, formando um perfeito complemento da meditação da Bíblia.

A santa devoção atravessou os séculos sempre com o empenho da Santa Igreja de difundi-lo. Tem a virtude de excitar e nutrir em nós o recolhimento, pondo-nos em contato com os mistérios da nossa religião. É a oração do sábio e do ignorante, pois, como nenhuma outra, se adapta à capacidade de todos.

Peçamos a Maria Santíssima a graça de sermos não só fiéis propagadores, mas principalmente perseverantes na prática de sua recitação, e que tenhamos sempre o desejo inflamado de rezá-lo sempre com muito entusiasmo e alegria. E que tenhamos a convicção de que o Rosário une o tempo à eternidade, a cidade terrena à cidade de Deus.

Foto: Nossa Senhora do Rosário
(7 de Outubro)

Tudo o que no Pai Nosso pedimos, é muito reto, muito bem ordenado e conforme a fé, esperança e caridade cristã, e já por isto tem o especial agrado da SS. Virgem. Além disto, ouvindo-nos rezar, Ela reconhece em nossa voz  o timbre da voz de seu Filho, que nos deu e ensinou à viva voz esta oração e nô-la impôs dizendo: Assim deveis rezar.  Maria, vendo-nos assim com o Rosário, cumprindo fielmente a ordem recebida, com tanto mais amor e solicitude nos atenderá. “As místicas coroas que lhe oferecemos, são-lhe sumamente agradáveis e penhores de graça para nós” (Leão XIII). A própria Rainha do Céu fez-se quase fiadora da  eficácia desta excelente oração. 

A origem da devoção à Nossa Senhora do Rosário é muito antiga, mas sua propagação tomou impulso com São Domingos de Gusmão.  Foi  por sua inspiração que São Domingos fez do Rosário  sua poderosa arma para combater a heresia dos albingenses, isto no início do século XIII, onde a tal heresia crescia vertiginosamente na França.  Fundou a ordem dominicana e por sua intensa propagação e devoção, a Igreja lhe conferiu o título de “Apóstolo do Santo Rosário”.  Existem, inclusive, certas versões históricas que afirmam ter Nossa Senhora aparecido a São Domingos segurando o Menino Jesus no colo e oferecendo-lhe o santo Rosário, e cuja propagação e divulgação teria tomado impulso por pedido pessoal de Maria Santíssima.

À recitação do  Rosário é que a igreja atribui os seus maiores triunfos, e grata atesta, pela boca dos Sumos Pontífices que, “pelo Rosário todos os dias desce uma chuva de bênçãos sobre o povo cristão”(Urbano IV);  “que é a oração oportuna para honrar a Deus e a Virgem, como afastar bem longe os iminentes perigos do mundo” (Sixto IV);  “propagando-se esta devoção, os cristãos  entregues à meditação dos mistérios inflamados por esta oração, começarão a  transformar-se em outros homens, as trevas das heresias dissipar-se-ão e  difundir-se-á a luz da fé católica” (São Pio V);

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Nossa Senhora do Rosário de Pompéia

No ano de 79 ocorreu a famosa erupção do Vulcão Vesúvio, que sepultou a cidade pagã de Pompéia (Sul da Itália). Ali a aristocracia romana gostava de passar o tempo com entretenimentos e foi surpreendida pela súbita destruição.

No início do Século IX instalaram-se nas proximidades famílias de campesinos que erigiram uma humilde capela. Em 1872 chegou o advogado Bartolo Longo (beatificado em 26 de outubro de 1980), que trabalhava para a Condessa de Fusco, dona dessas terras. Logo descobriu que, depois da morte do sacerdote, já não haviam missas na capela e poucos seguiam firmes na fé.

Uma noite, o advogado Bartolo Longo viu em sonhos a um amigo morto anos atrás, que lhe disse: “Salva a esta gente Bartolo! Propaga o Rosário. Estimula-os para que o rezem. Maria prometeu a salvação para aqueles que fizerem”. Assim, Longo trouxe de Nápoles muitos Rosários para distribuir e encorajou também a vários vizinhos que o ajudassem a reformar a capela. A população começou a rezar o Rosário, cada vez em maior número.

Em 1878, Longo obteve de um convento de Nápoles um quadro de Nossa Senhora entregando o Santo Rosário a São Domingos e Santa Rosa de Lima. Estava deteriorado mas um pintor o restaurou. Este mudou a figura de Santa Rosa pela de Santa Catarina de Siena. Posta sobre o altar do Templo, ainda que inacabada, a Virgem Santíssima começou a operar milagres.

Em 08 de maio de 1887, o cardeal Mónaco de Valleta, colocou na venerada imagem um diadema de brilhantes benta pelo Papa Leão XII e em 08 de maio de 1891, deu-se a solene consagração do novo Santuário de Pompéia, que existe atualmente.

CARTA DE JOÃO PAULO II
POR OCASIÃO DO 125° ANIVERSÁRIO
DA CHEGADA DO QUADRO DE
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO A POMPÉIA

Ao Venerado Irmão Francesco Saverio TOPPI
Arcebispo-Delegado Pontifício


1. A Igreja que está em Pompéia, no decurso do Grande Jubileu do Ano 2000, regozijar-se-á com um ulterior dom de Graça. No próximo dia 13 de Novembro celebra-se, com efeito, o 125° aniversário da chegada do Quadro de Nossa Senhora do Rosário. Esta "visita" de Maria mudou o rosto espiritual e civil de Pompéia, que desde 1975 se transformou cada vez mais em cidadezinha da oração, centro de irradiação do Evangelho, lugar de numerosas graças e conversões, ponto de referência de piedade mariana, para o qual olham de todas as partes do mundo.

Ao unir-me espiritualmente à Comunidade eclesial de Pompéia nesta feliz circunstância, desejo agradecer ao Senhor os dons com que a enriqueceu, implorando, pela intercessão da Virgem Santa, especiais favores celestes sobre Vossa Excelência, Venerado Irmão, e sobre todos os que estão confiados aos seus cuidados pastorais.

2. O Grande Jubileu e esta vossa especial data evocam-se reciprocamente e oferecem particulares motivos de reflexão e de ação de graças. O Ano Santo coloca no centro da atenção dos crentes o mistério da encarnação do Verbo e convida-os a contemplar Aquele que "tinha a condição divina, mas não se apegou à Sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-Se a Si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-Se semelhante aos homens" (Fl 2, 5-7). Pompéia é a terra do Santo Rosário, onde o fervoroso brotar do coração dos fiéis da oração do Ave Maria leva a contemplar a disponibilidade interior com que a Virgem Santa recebeu na fé o anúncio do nascimento do Filho de Deus na condição humana.

De igual modo o convite, que ecoa no acontecimento jubilar a pôr-se em amorosa escuta da Palavra de Deus e a conformar a própria vida com o Evangelho, encontra um eco feliz na prática dos Quinze Sábados, que Bartolo Longo difundiu entre os fiéis, com a intenção de os estimular à contemplação de Cristo. Como não ver depois uma sintonia eloqüente entre o nascimento humilde e pobre do Redentor na manjedoura de Belém e o contexto de igual modo simples e modesto no qual chegou a Pompéia o Quadro de Nossa Senhora?

Também a "mística Coroa", que a todos os que a ela se dirigem a Virgem oferece como "Cadeia doce que reata a Deus", se revela instrumento precioso para compreender melhor e viver as grandes dimensões do Jubileu. O Rosário, que Bartolo Longo considera quase um baluarte contra os inimigos da alma, une aos Anjos, e é "porto seguro no naufrágio comum" (Súplica à Rainha do S. Rosário de Pompéia).

3. O Jubileu, na sua mensagem mais profunda, é chamamento à conversão e estímulo a uma autêntica renovação pessoal e social. Ao entrar no novo milênio a comunidade cristã é convidada a alargar o próprio olhar de fé até horizontes novos para o anúncio do Reino de Deus. A autoconsciência, que ela maturou com o Concílio Vaticano II do próprio mistério e da tarefa apostólica que lhe fora confiada pelo seu Senhor, empenha-a a viver no mundo sabendo que deve ser "o fermento e a alma da sociedade humana, a qual precisa renovar-se em Cristo e transformar-se em família de Deus" (cf. Incarnationis mysterium, 2).

Os cristãos podem encontrar no Rosário uma ajuda eficaz no empenho de realizar na sua vida estes objetivos do Jubileu. Convidando a aceitar com a admiração de Maria, de José, dos Pastores, dos Reis Magos e de todos os pobres de Israel o anúncio do nascimento do Filho de Deus na condição humana, os Mistérios gozosos suscitam nos cristãos, como já acontecera com o Fundador do Santuário de Pompéia e com outros numerosos devotos da Virgem do Santo Rosário, o desejo de levar aos homens do nosso tempo com renovado fervor o jubiloso anúncio do Salvador.

Através da contemplação dos Mistérios dolorosos, o Rosário faz sentir aos fiéis a dor dos pecados e, convidando a ter confiança na ajuda d'Aquela que reza "por nós pecadores agora e na ora da nossa morte", facilita o desejo de receber o Sacramento da Reconciliação a fim de corrigir as estruturas da própria vida. Por este caminho, o Beato Bartolo Longo encontrou a força para reorganizar a própria existência e tornou-se dócil à ação do Espírito Santo, o único que transforma os pecadores em santos.

Através da contemplação de Cristo que ressuscitou e subiu ao céu, os Mistérios gloriosos introduzem no oceano da vida trinitária, comunicada pelo Espírito Paráclito a todos os crentes e, de maneira especial, a Maria nossa Mãe e irmã. Olhando para ela que subiu ao céu e está na glória dos Santos, os cristãos são encorajados a admirar e desejar as "coisas lá do alto", e aspirando pela meta eterna tomam consciência dos meios necessários para a obterem, isto é, a fidelidade aos mandamentos divinos, a freqüência aos Sacramentos da Igreja e a humilde adesão à vontade de Deus.

Também o empenho pela unidade dos crentes em Cristo e pela fraterna concórdia entre as Nações, reproposto pelo Grande Jubileu, encontra motivo de especial sintonia com o aniversário que o Santuário de Pompéia celebra este ano. No Jubileu de Novecentos no início deste nosso século XX, o beato Bartolo Longo quis realizar como voto pela paz a fachada monumental do Santuário, recolhendo ofertas e subscrições dos fiéis de todas as partes do mundo. Também a paz é agora, no alvorecer do terceiro milênio, o desejo fervoroso da humanidade e é preciso rezar com confiança pela paz em todas as partes da terra.

4. Venerado Irmão no Episcopado, formulo profundos votos por que, seguindo o exemplo do beato Bartolo Longo, esta Comunidade diocesana saiba captar nestes acontecimentos de graça um premente estímulo para anunciar com renovado fervor Jesus Cristo, Redentor do homem. A este propósito, o plano pastoral elaborado para este ano jubilar demonstra-se como nunca oportuno.

Ele inspira-se na trilogia "humildade, simplicidade, pobreza"; uma trilogia que caracterizou a vida terrena de Jesus, o estilo de Maria e também o programa ascético do beato Bartolo Longo. Como deixar de recordar que do nada e com meios pobres e humildes, ele, guiado pelo Espírito, erigiu em Pompéia um Santuário que hoje tem uma irradiação mundial? Os escritos do Beato, que já então alcançavam pessoas de todas as línguas e nações, continuam a oferecer úteis estímulos para a reflexão e a vida espiritual.

Esta herança preciosa, que representa para vós um singular título de honra, seja por vós acolhida e reproposta à sociedade de hoje, para que no templo de Pompéia, onde a Mãe continua a mostrar o seu Filho divino como único Salvador do mundo, numerosos homens e mulheres em busca da paz possam fazer a experiência jubilosa da "visita" de Cristo, vivida por Isabel e por João Baptista, por ocasião do encontro com a Virgem (cf. Lc 1, 39-56).

Com estes votos, invoco, por intercessão do Beato Bartolo Longo, sobre Vossa Excelência, Venerado Irmão, sobre os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, sobre toda a Comunidade diocesana, e sobre os peregrinos e devotos, a materna proteção da Rainha do Santo Rosário e, de bom grado concedo a todos uma especial Bênção apostólica.

Vaticano, 8 de Dezembro de 1999, solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria.

Oração à Nossa Senhora do Rosário de Pompéia

Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensinastes a recorrer a vós e com confiança chamar-vos de "Pai Nosso que estais no Céu". Ó Senhor, infinitamente bom, a quem é dado usar sempre de misericórdia e perdoar; por intercessão da Imaculada Virgem Maria, ouvi-nos, a nós que nos gloriamos do título de devotos do Rosário, aceitai as nossas humildes orações dando-vos graças pelos benefícios recebidos, e tornai perpétuo e cada dia mais glorioso o trono que lhe elevastes no Santuário de Pompéia, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amén!

Rogai por nós Rainha do Sacratíssimo Rosário
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amén!

Foto: Nossa Senhora do Rosário de Pompéia
(7 de Outubro)

No ano de 79 ocorreu a famosa erupção do Vulcão Vesúvio,  que sepultou a cidade pagã de Pompéia (Sul da Itália).  Ali a aristocracia romana gostava de passar o tempo com entretenimentos e  foi surpreendida pela súbita destruição.

No início do Século IX instalaram-se nas proximidades famílias de campesinos que erigiram uma humilde capela. Em 1872 chegou o advogado Bartolo Longo (beatificado em 26 de outubro de 1980),  que trabalhava para a Condessa de Fusco, dona dessas terras. Logo descobriu que, depois da morte do sacerdote, já não haviam missas na capela e poucos seguiam firmes na fé. 

Uma noite, o advogado Bartolo Longo viu em sonhos a um amigo morto anos atrás, que lhe disse: “Salva a esta gente Bartolo!  Propaga o Rosário.  Estimula-os para que o rezem.  Maria prometeu a salvação para aqueles que  fizerem”. Assim, Longo trouxe de Nápoles muitos Rosários para distribuir e  encorajou também a vários vizinhos que o ajudassem a reformar a capela.  A população começou a rezar o Rosário, cada vez em maior número.

Em 1878, Longo obteve de um convento de Nápoles um quadro de Nossa Senhora entregando o Santo Rosário a São Domingos e Santa Rosa de Lima.  Estava deteriorado mas um pintor o restaurou. Este mudou a figura de Santa Rosa pela de Santa Catarina de Siena. Posta sobre o altar do Templo, ainda que inacabada, a Virgem Santíssima começou a operar milagres. 

Em 08 de maio de 1887, o cardeal Mônaco de Valleta, colocou na venerada imagem um diadema de brilhantes benta pelo Papa Leão XII e em 08 de maio de 1891,  deu-se a solene consagração do novo Santuário de Pompéia, que existe atualmente. 

CARTA DE JOÃO PAULO II
POR OCASIÃO DO 125° ANIVERSÁRIO
DA CHEGADA DO  QUADRO DE
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO A POMPÉIA

Ao Venerado Irmão Francesco Saverio TOPPI
Arcebispo-Delegado Pontifício

1. A Igreja que está em Pompéia, no decurso do Grande Jubileu do Ano 2000, regozijar-se-á com um ulterior dom de Graça. No próximo dia 13 de Novembro celebra-se, com efeito, o 125° aniversário da chegada do Quadro de Nossa Senhora do Rosário. Esta

8 de Outubro

São Luís Beltran

Luís Beltran nasceu em Valência (Espanha) em 1526, e foi o tipo de jovem aventureiro, aberto aos desafios. Obediente a voz do Senhor, venceu a oposição do pai e ingressou na Ordem Dominicana para ser sacerdote.

Com passos largos em direção à santidade (tinha apenas 23 anos quando recebeu a ordenação sacerdotal), assumiu a importante função de mestre dos noviços, até que decidiu aventurar-se na evangelização do novo mundo. Na Colômbia, Luís Beltran muito se ocupou com a salvação das almas, sem descuidar de profetizar e denunciar as injustiças cometidas contra os indígenas e posteriormente contra os negros escravos.

O preço da conversão de milhares de indígenas espalhados por toda Colômbia foi o sofrimento promovido por exploradores espanhóis. Por duas vezes procuraram envenená-lo e em outras quatro ocasiões o assaltaram ameaçando-o de morte. São Luis não se deixou amedrontar e só voltou para a Espanha pela obediência aos superiores e com a intenção de melhor recrutar e formar apóstolos para a evangelização da América.

Este bondoso amigo de todos assumiu cargos de direção na Ordem Dominicana, exerceu com grande eficácia o ministério da pregação, chegando a operar inúmeras conversões e alcançar milagres. No ano de 1569 São Luís, já na Espanha como formador de futuros missionários, pôde partilhar com palavras o que viveu nas inúmeras missões. Ensinava que a arma mais eficaz na conversão das almas é uma intensa vida de oração e de muito sacrifício, e que a pregação necessita de ser acompanhada pelas boas obras, caso contrário, o mau exemplo destruiria de maneira fatal a proclamação da Boa Nova.

São Luís Beltran faleceu em Valência no ano de 1581, com 56 anos de idade. A tal ponto enriqueceu o povo e a Igreja com sua vivência missionária que o próprio pai, antes de morrer, declarou-lhe: "Meu filho, uma das coisas que mais me afligiu na vida foi ver-te frade, mas hoje, o que me consola é saber-te frade!"

São Luís Beltran, rogai por nós!

Foto: São Luis Beltran
(8 de Outubro)

Luis Beltran nasceu em Valência (Espanha) em 1526, e foi o tipo de jovem aventureiro, aberto aos desafios. Obediente a voz do Senhor, venceu a oposição do pai e ingressou na Ordem Dominicana para ser sacerdote. 

Com passos largos em direção à santidade (tinha apenas 23 anos quando recebeu a ordenação sacerdotal), assumiu a importante função de mestre dos noviços, até que decidiu aventurar-se na evangelização do novo mundo. Na Colômbia, Luis Beltran muito se ocupou com a salvação das almas, sem descuidar de profetizar e denunciar as injustiças cometidas contra os indígenas e posteriormente contra os negros escravos. 

O preço da conversão de milhares de indígenas espalhados por toda Colômbia foi o sofrimento promovido por exploradores espanhóis. Por duas vezes procuraram envenená-lo e em outras quatro ocasiões o assaltaram ameaçando-o de morte. São Luis não se deixou amedrontar e só voltou para a Espanha pela obediência aos superiores e com a intenção de melhor recrutar e formar apóstolos para a evangelização da América.

Este bondoso amigo de todos assumiu cargos de direção na Ordem Dominicana, exerceu com grande eficácia o ministério da pregação, chegando a operar inúmeras conversões e alcançar milagres. No ano de 1569 São Luis, já na Espanha como formador de futuros missionários, pôde partilhar com palavras o que viveu nas inúmeras missões. Ensinava que a arma mais eficaz na conversão das almas é uma intensa vida de oração e de muito sacrifício, e que a pregação necessita de ser acompanhada pelas boas obras, caso contrário, o mau exemplo destruiria de maneira fatal a proclamação da Boa Nova.

São Luis Beltran faleceu em Valência no ano de 1581, com 56 anos de idade. A tal ponto enriqueceu o povo e a Igreja com sua vivência missionária que o próprio pai, antes de morrer, declarou-lhe:

9 de Outubro

São João Leonardo

São João Leonardo nasceu em Lucca, na Toscana (Itália), em 1541. Seguiu a profissão de seu pai (farmacêutico), até que respondeu sim ao sacerdócio. Tocado pelo abandono das crianças, sem escola e sem educação religiosa, São João Leonardo fundou a "Companhia da Doutrina Cristã", visando a catequese das crianças, assim como instituiu a "Congregação dos Clérigos Regulares da Mãe de Deus", com o carisma correspondente a educação popular e promoção da vida sacramental.

Depois de voltar da piedosa romaria que fez para o Santuário de Nossa Senhora de Loreto, São João Leonardo passou em Roma, onde fundou a "Propaganda da Fé", como local de formação do Clero em terras de missão e assistência às vítimas da peste. Amigo de vários outros santos, como São Felipe Néri, São José Calazans e São Camilo de Léllis, testemunhou que grandes renovações na Igreja e fora, partem de grandes corações apaixonados por Jesus e pela humanidade.

São João Leonardo partiu para a glória no ano de 1609, ao consumir-se na assistência à Jesus Cristo na pessoa de inúmeros doentes.

São João Leonardo, rogai por nós!

Foto: São João Leonardo
(9 de Outubro)

São João Leonardo nasceu em Lucca, na Toscana (Itália), em 1541. Seguiu a profissão de seu pai (farmacêutico), até que respondeu sim ao sacerdócio. Tocado pelo abandono das crianças, sem escola e sem educação religiosa, São João Leonardo fundou a

10 de Outubro

 

11 de Outubro

 

12 de Outubro

Nossa Senhora Aparecida

Desde o descobrimento do Brasil cultiva-se aqui a devoção de Nossa Senhora. Os portugueses descobridores do país tinham-na aprendido e usado desde a infância; os primeiros missionários recomendavam e propagavam-na. Aonde se fundavam cidades, construíram-se igrejas em honra de Nossa Senhora Aparecida e celebravam-se com grandes solenidades as suas festas. Foi certamente em recompensa desta constante devoção que a Virgem Santíssima quis estabelecer no Brasil um centro de sua devoção, um trono de graças, um santuário em nada inferior aos grandes santuários de outros países.

Data o ano de 1717 a origem da romaria de Nossa Senhora Aparecida. Três pescadores, de nome Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, moradores nas margens do rio Paraíba, no município de Guaratinguetá/SP, estavam um dia pescando em suas canoas, sem conseguir durante longas horas pegar peixe algum. Lançando João Alves mais uma vez a sua rede na altura do Porto de Itaguaçu, retirou das águas o corpo de uma imagem, mas sem cabeça e, lançando mais abaixo de novo a rede, colheu também a cabeça. Envolveu-a em um pano e continuou a pesca. Desde aquele momento foi tão abundante a pescaria, que em poucos lances encheram as canoas e tiveram de suspender o trabalho para não naufragarem. Eram certamente extraordinários esses fatos: O encontro da imagem, da qual nunca se soube que a tivesse atirado à água, o encontro da cabeça a qual naturalmente devia ser arrastada mais longe pela correnteza da água, e além disto dificilmente podia ser colhida em rede de pescador, enfim, a pesca abundante que seguiu o encontro da imagem. Os pescadores limparam, pois, com grande cuidado e respeito a misteriosa figura e com grande satisfação verificaram que era uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Colocaram-na no oratório de sua pobre morada e diante dela começaram a fazer suas devoções diárias.

Não tardou a Virgem Santíssima a mostrar por novos sinais que tinha escolhido essa imagem para distribuir favores especiais aos seus devotos. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. Construiu-se dentro em pouco um oratório e após alguns anos, com a intervenção do vigário da paróquia, uma capelinha. As graças que Nossa Senhora ali concedia aumentavam e com elas cresceu a concorrência do povo. Impunha-se a construção de uma capela maior, e em lugar mais elevado. Estava ali perto o Morro dos Coqueiros, o mais vistoso de todos os altos que margeiam o Paraíba. Ali, pois, no cume do morro foi começada em 1743 a construção de uma capela espaçosa, a qual foi terminada em 1745; no dia 26 de julho foi benta e celebrou-se nela a primeira Missa. A imagem de Nossa Senhora da Conceição, já então chamada por todos de Aparecida, estava em seu lugar definitivo e o morro que escolheu para fixar sua residência, tomou por ela seu nome.

Aparecida tornou-se desde então conhecida pelos Estados vizinhos e por todo o Brasil. Numerosas caravanas de romeiros vinham mesmo de grandes distâncias, em viagens penosas de dias e semanas para visitarem Nossa Senhora Aparecida, lhe renderem graças e pedirem proteção. O nome de Nossa Senhora sempre foi no Brasil por todos invocado em momentos de aflição e perigo e sua devoção é praticada em quase todas as casas.

A capela de Nossa Senhora Aparecida, durante o tempo, foi por diversas vezes reformada, tornou-se igreja até chegar a atual basílica. A partir de 1894, o prelado constatou número insuficiente de sacerdotes e por isso obteve a vinda de religiosos da Congregação Redentorista que passaram a exercer a direção espiritual da igreja e das romarias.

Novo progresso trouxe o ano jubilar de 1900, em que por iniciativa do bispo do Rio de Janeiro e do Bispo de São Paulo, foram organizadas peregrinações diocesanas e paroquiais ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Desde então, além dos romeiros que vem sós ou em pequenos grupos, chegam anualmente em Aparecida numerosas peregrinações chefiadas pelo respectivo bispo ou vigário, contando com milhares de romeiros vindos de todos os pontos do Brasil.

Um grande dia foi para os devotos de Nossa Senhora Aparecida o dia 08 de setembro de 1904 (dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição), em que a imagem foi coroada por ordem do Santo Padre. Assistiram à grande solenidade o Núncio Apostólico e todo o episcopado de diversas regiões do Brasil, além do presidente da República, através de seu representante. Todo o episcopado e o povo fizeram solene consagração a Nossa Senhora Aparecida com entusiásticas ovações a Nossa Senhora no momento de sua coroação.

Depois da coroação, o Santo Padre concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, indulgências para os romeiros que vem em peregrinação ao Santuário. Em 1908 elevou a Igreja de Nossa Senhora à dignidade de Basílica. Por esse motivo ela foi solenemente sagrada a 5 de setembro de 1909 e no ano seguinte foram nela depositados os ossos de São Vicente Mártir, trazidos de Roma com permissão do Papa.

Nas festas e no congresso sempre se manifestou o desejo que Nossa Senhora Aparecida fosse declarada oficialmente padroeira do Brasil e o episcopado apresentou este desejo ao Santo Padre. Acolheu o Papa Pio XI favoravelmente os pedidos dos bispos e dos católicos do Brasil e, por decreto de 16 de julho de 1930 proclamou a Virgem Aparecida Padroeira principal de todo o Brasil.

Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário o Título de “Rosa de Ouro”, reconhecendo a importância da santa devoção.

Em 04 de julho de 1980, o Papa João Paulo II, em sua histórica visita ao Brasil, consagrou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida em solene missa celebrada, revigorando a devoção à Santa Maria, Mãe de Deus.

No mês de maio de 2004, o Papa João Paulo II concedeu indulgências aos devotos de Nossa Senhora Aparecida, por ocasião das comemorações do centenário da coroação da imagem e proclamação de Nossa Senhora como Padroeira do Brasil .

REFLEXÕES

Seria impossível enunciar e descrever os favores que Nossa Senhora Aparecida já tem concedido aos seus devotos em suas necessidades, muitas vezes mesmo milagrosos que a todos deixam admirados. Seria igualmente impossível contar os benefícios espirituais que ela tem concedido pela conversão de pecadores há muito afastados de Deus, pela tranquilidade restituída a muitas consciências e por inúmeras outras graças espirituais. A devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, aprovada pela Santa Igreja e confirmada por tantos milagres, é de sumo proveito para todos, e deve ser praticada por todos os habitantes desta terra em que é gloriosa Rainha.

Foto: Nossa Senhora Aparecida
(12 de Outubro)

Desde o descobrimento do Brasil cultiva-se  aqui a  devoção de Nossa  Senhora. Os portugueses descobridores do país tinham-na aprendido e usado desde a  infância; os primeiros  missionários  recomendavam e propagavam-na. Aonde se fundavam cidades, construíram-se igrejas em honra de Nossa Senhora Aparecida e celebravam-se com grandes solenidades as  suas festas. Foi certamente em recompensa desta constante devoção que a Virgem Santíssima quis  estabelecer no Brasil um centro de  sua  devoção, um trono de graças, um santuário em nada inferior aos grandes  santuários de  outros países.

Data  o ano  de  1717 a  origem da  romaria de  Nossa  Senhora  Aparecida.  Três pescadores, de nome  Domingos  Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, moradores  nas margens do rio Paraíba, no município de Guaratinguetá/SP,  estavam um dia  pescando em suas canoas, sem conseguir durante longas horas pegar peixe algum.  Lançando João Alves mais uma vez a  sua rede na altura do Porto de  Itaguaçu, retirou das águas o corpo de uma  imagem, mas sem cabeça e,  lançando mais abaixo de novo a  rede, colheu também a cabeça. Envolveu-a  em um pano e continuou a pesca. Desde aquele momento foi tão abundante a  pescaria, que  em poucos lances encheram as canoas e tiveram de suspender o trabalho para não naufragarem.  Eram certamente extraordinários  esses fatos:  O encontro da imagem, da qual nunca se soube que  a  tivesse  atirado à água, o encontro da cabeça a  qual naturalmente devia ser arrastada mais  longe pela  correnteza da água, e  além disto dificilmente podia ser colhida em rede de  pescador,  enfim, a  pesca abundante que seguiu o  encontro da imagem. Os pescadores limparam, pois, com grande  cuidado e respeito a misteriosa  figura e  com grande satisfação verificaram que era uma imagem de Nossa  Senhora da Conceição. Colocaram-na no oratório de  sua pobre morada e  diante dela  começaram a  fazer suas devoções  diárias. 

Não tardou a Virgem Santíssima a  mostrar por novos sinais que tinha escolhido essa  imagem  para distribuir favores especiais aos seus devotos. Diversas vezes as pessoas  que à noite faziam diante dela as  suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os  que vinham rezar  diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. Construiu-se dentro em pouco um oratório e após alguns anos,  com a intervenção do  vigário da paróquia, uma capelinha. As graças que Nossa Senhora ali concedia aumentavam e  com elas  cresceu a concorrência do povo. Impunha-se a  construção de uma capela maior,  e em lugar mais elevado.   Estava ali perto o Morro dos Coqueiros, o mais vistoso de todos os  altos que margeiam o Paraíba. Ali, pois,  no cume do morro foi começada em 1743 a  construção de uma capela espaçosa, a qual foi terminada em 1745; no dia 26 de julho foi benta e celebrou-se nela a  primeira Missa. A imagem de Nossa Senhora da Conceição, já  então chamada por todos de Aparecida, estava em seu lugar definitivo e o morro que escolheu para fixar sua residência, tomou por ela seu nome. 

Aparecida tornou-se  desde então conhecida  pelos  Estados vizinhos e  por todo o Brasil. Numerosas caravanas de  romeiros vinham  mesmo de grandes  distâncias, em viagens penosas de  dias e semanas  para visitarem Nossa Senhora Aparecida, lhe renderem graças  e pedirem proteção.  O nome de Nossa Senhora  sempre foi no Brasil por todos invocado em momentos  de  aflição e perigo e sua  devoção é praticada em quase  todas as casas. 

A capela de  Nossa  Senhora Aparecida, durante o tempo,  foi por diversas  vezes reformada, tornou-se  igreja até chegar a  atual basílica. A partir de 1894, o prelado constatou número insuficiente de sacerdotes e por isso obteve a  vinda de religiosos  da Congregação Redentorista que passaram a exercer a  direção espiritual da igreja e  das romarias. 

Novo progresso  trouxe o ano jubilar de 1900, em que por iniciativa do bispo do Rio de Janeiro e do Bispo de São Paulo, foram organizadas peregrinações diocesanas e  paroquiais  ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida.  Desde então, além dos romeiros que vem sós ou em pequenos grupos, chegam anualmente em Aparecida numerosas  peregrinações chefiadas  pelo respectivo bispo ou vigário, contando com milhares de romeiros  vindos de  todos os  pontos do Brasil. 

Um grande  dia foi  para os devotos de  Nossa Senhora Aparecida  o dia 08 de  setembro de  1904  (dia de Nossa Senhora da  Imaculada Conceição),  em que a imagem  foi coroada por ordem do Santo Padre.  Assistiram à grande solenidade o Núncio Apostólico e  todo o  episcopado de diversas  regiões do Brasil, além  do presidente da República, através de seu representante.  Todo o episcopado e o povo fizeram solene  consagração a  Nossa  Senhora Aparecida com entusiásticas ovações a Nossa Senhora no momento de  sua  coroação.

Depois da coroação, o Santo Padre concedeu ao santuário de  Aparecida  mais outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora  Aparecida, indulgências  para os romeiros que vem em peregrinação  ao Santuário. Em 1908 elevou a Igreja de Nossa Senhora à dignidade de Basílica. Por esse motivo ela foi solenemente sagrada a  5 de setembro de 1909 e no ano seguinte foram nela depositados os ossos de São Vicente Mártir, trazidos de Roma com permissão do Papa. 

Nas festas e no congresso sempre se manifestou o desejo que Nossa Senhora Aparecida  fosse declarada oficialmente padroeira do Brasil e  o episcopado apresentou este desejo ao Santo Padre.  Acolheu o Papa Pio XI   favoravelmente os pedidos  dos  bispos e  dos católicos  do Brasil e, por decreto de 16 de julho de  1930 proclamou a  Virgem Aparecida Padroeira principal de todo o Brasil.

Em 1967,  ao completar-se  250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário o Título de “Rosa de Ouro”,  reconhecendo a  importância da santa devoção.

Em 04 de julho de 1980,  o Papa João Paulo II, em sua histórica visita ao Brasil, consagrou  a Basílica de Nossa Senhora Aparecida em solene missa celebrada, revigorando a devoção à Santa Maria, Mãe de Deus.

No mês de maio de 2004,  o Papa João Paulo II concedeu indulgências aos devotos de Nossa Senhora Aparecida, por ocasião das comemorações do centenário da coroação da imagem e proclamação de Nossa Senhora como Padroeira do Brasil . 

REFLEXÕES

Seria impossível enunciar e descrever os favores que Nossa Senhora  Aparecida já tem  concedido aos seus devotos em suas necessidades, muitas vezes mesmo milagrosos que a todos deixam admirados.  Seria igualmente impossível contar os benefícios espirituais que ela tem concedido pela conversão  de pecadores há muito afastados de Deus, pela tranqüilidade restituída a muitas consciências e  por inúmeras  outras graças  espirituais.  A devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, aprovada pela Santa Igreja e confirmada por tantos milagres, é de sumo proveito para todos, e deve ser praticada por todos os  habitantes desta terra em que é gloriosa Rainha.

13 de Outubro

Beata Alexandrina Maria da Costa

Alexandrina Maria nasceu em Balasar (Portugal) no dia 30 de março de 1904, aos 14 anos não hesitou em jogar-se pela janela para fugir de três homens que ameaçavam a sua pureza. As consequências foram terríveis, mas não imediatas; depois de alguns anos, ela foi obrigada a ficar em cama por causa de uma paralisia que foi agravando-se durante os trinta anos que lhe restou de vida. Ela não se desesperou e abandonou-se nas mãos de Jesus com essas palavras: “Jesus, Tu és prisioneiro no tabernáculo como eu sou na minha cama, assim fazemos companhia um ao outro”.

Em seguida começou a ter experiências místicas cada vez mais fortes que começavam numa sexta-feira, 3 de outubro de 1938 e terminavam no dia 24 de março de 1942. Experimentou 182 vezes, todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão e desde 1942 até o dia da sua morte, Alexandrina alimentou-se unicamente da Eucaristia por mais de treze anos.

Depois dos dez longos anos de paralisia que ela havia oferecido para a reparação Eucarística e para a conversão dos pecadores, no dia 30 de julho de 1935 Jesus apareceu-lhe e lhe disse: “Eu te coloquei no mundo para que vivas somente de Mim, para testemunhar ao mundo o valor da Eucaristia (...) A cadeia mais forte que acorrenta as almas a Satanás é a carne, é a impureza. Nunca se viu antes uma expansão
de vícios, de maldades e crimes como hoje! Nunca se pecou tanto (...) A Eucaristia, o meu Corpo e o Meu Sangue! A Eucaristia: eis a salvação do mundo".

Também a Virgem Maria apareceu-lhe no dia 2 de setembro de 1949 com um terço na mão, dizendo: “O mundo agoniza e morre no pecado. Quero oração, quero penitência. Protege com o meu terço aos que amas e a todo o mundo”. No dia 13 de outubro de 1955, aniversário da última aparição de Nossa Senhora de Fátima, Alexandrina exclamou: “Sou feliz porque vou ao Céu”. Às 19:30 h desse mesmo dia expirou.

Conhecida como a "Santinha de Balasar", Alexandrina foi beatificada pelo Papa João Paulo II, a 25 de Abril de 2004. A cura milagrosa de uma devota emigrada na França serviu para concluir o seu processo de Beatificação. Balasar, atualmente, é o segundo local de maior peregrinação em Portugal (o primeiro local é Fátima).

Beata Alexandrina Maria da Costa, rogai por nós!

Foto: Beata Alexandrina Maria da Costa (13 de Outubro) Alexandrina Maria nasceu em Balasar (Portugal) no dia 30 de março de 1904, aos 14 anos não hesitou em jogar-se pela janela para fugir de três homens que ameaçavam a sua pureza. As consequências foram terríveis, mas não imediatas; depois de alguns anos, ela foi obrigada a ficar em cama por causa de uma paralisia que foi agravando-se durante os trinta anos que lhe restou de vida. Ela não se desesperou e abandonou-se nas mãos de Jesus com essas palavras: “Jesus, Tu és prisioneiro no tabernáculo como eu sou na minha cama, assim fazemos companhia um ao outro”. Em seguida começou a ter experiências místicas cada vez mais fortes que começavam numa sexta-feira, 3 de outubro de 1938 e terminavam no dia 24 de março de 1942. Experimentou 182 vezes, todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão e desde 1942 até o dia da sua morte, Alexandrina alimentou-se unicamente da Eucaristia por mais de treze anos. Depois dos dez longos anos de paralisia que ela havia oferecido para a reparação Eucarística e para a conversão dos pecadores, no dia 30 de julho de 1935 Jesus apareceu-lhe e lhe disse: “Eu te coloquei no mundo para que vivas somente de Mim, para testemunhar ao mundo o valor da Eucaristia (...) A cadeia mais forte que acorrenta as almas a Satanás é a carne, é a impureza. Nunca se viu antes uma expansão de vícios, de maldades e crimes como hoje! Nunca se pecou tanto (...) A Eucaristia, o meu Corpo e o Meu Sangue! A Eucaristia: eis a salvação do mundo

14 de Outubro

 

15 de Outubro

Santa Teresa D'Ávila (Santa Teresa de Jesus)

Santa Tereza nasceu em Ávila, na Espanha, no ano de 1515. A educação que os pais deram a ela e ao irmão Roderico, foi a mais sólida possível. Acostumada desde pequena à leitura de bons livros, o espírito da menina não conhecia maior encanto que o da vida dos santos mártires. Tanto a impressionou esta leitura que, desejosa de encontrar o martírio, combinou com o irmão a fuga da casa paterna, plano que realmente tentaram executar, mas que se tornou irrealizável, dada a vigilância dos pais.

A idéia e o desejo do martírio ficaram, entretanto, profundamente gravados no coração da menina. Quando tinha 12 anos, perdeu a boa mãe. Prostrada diante da imagem de Nossa Senhora, exclamou: “Mãe de misericórdia, a vós escolho para serdes minha Mãe. Aceitai esta pobre órfazinha no número das vossas filhas”. A proteção admirável que experimentou durante toda a vida, da parte de Maria Santíssima, prova que esse pedido foi atendido.

Deus permitiu que Teresa por algum tempo, enfastiando-se dos livros religiosos, desse preferência a uma leitura profana, que poderia pôr-lhe em perigo a alma. Também umas relações demasiadamente íntimas com parentes, um tanto levianas, levaram-na ao terreno escorregadio da vaidade. O resultado disto tudo foi ela perder o primitivo fervor, entregar-se ao bem-estar, companheiro fiel da ociosidade, sem entretanto chegar ao extremo de perder a inocência.

O pai, ao notar a grande mudança que verificava na filha, entregou-a aos cuidados das religiosas agostinianas. A conversão foi imediata e firme. Uma grave enfermidade obrigou-a a voltar para a casa paterna. Durante esta doença, percebeu o profundo desejo de abandonar o mundo e servir a Deus, na solidão dum claustro. O pai, porém, opôs-se a esse plano, no que foi contrariado por Teresa, que fugiu de casa, para se internar num mosteiro das Carmelitas, em Ávila. No meio do caminho lhe sobreveio uma grande repugnância pela vida religiosa, e por um pouco teria desistido da idéia. Vendo em tudo isto uma cilada do inimigo de Deus e dos homens, seguiu resolutamente o caminho e ao transpor o limiar do mosteiro, os receios e escrúpulos deram lugar a uma grande calma e alegria no coração.

Durante o tempo do noviciado, foi provada por outro relaxamento no fervor religioso que, aliás, pouco tempo durou. Deus mais uma vez lhe tocou o coração, mas de uma maneira tão sensível que Teresa, debulhada em lágrimas, prostrada diante do crucifixo, disse; “ Senhor, não me levanto do lugar onde estou, enquanto não me concederdes a graça e fortaleza bastantes, para não cair mais em pecado e servir-vos de todo coração, com zelo e constância”. A oração foi ouvida e de uma vez para sempre, ficou extinto no coração de Teresa o amor ao mundo e às criaturas e restabelecido o zelo pelas coisas de Deus, do seu santo serviço.

Foi-lhe revelado que essa conversão era o resultado da intercessão de Maria Santíssima e de São José. Por isso, teve sempre profunda devoção a S. José e muito trabalhou para difundir este culto na Igreja.

Profunda era a dor que sentia dos pecados cometidos e dolorosas eram as penitências que fazia, se bem que os confessores opinassem que nenhuma dessas faltas chegava a ser grave. Em visões lhe foi mostrado o lugar no inferno, que lhe teria sido reservado, se tivesse seguido o caminho das vaidades. De tal maneira se impressionou com esta revelação, que resolveu restabelecer a Regra carmelitana, em todo o rigor primitivo. Esse plano, embora tivesse a aprovação do papa Pio IV, a mais decisiva resistência encontrou da parte do clero e dos religiosos. Teresa, porém, tendo a intenção de agir por vontade de Deus, pôs mãos à obra e venceu.

Trinta e dois mosteiros (17 femininos e 15 masculinos) foram por ela fundados e outros tantos reformados. Em todos, tanto no convento dos religiosos, como das religiosas, entrou em vigor a antiga regra. São João da Cruz foi quem assumiu e escreveu as regras para o segmento masculino, a pedido de Santa Teresa.

Em sua biografia há capítulos ( os 11 e os seguintes), que dão testemunho da intensidade da sua vida interior. O que diz sobre os quatro degraus da oração, isto é, sobre o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento, é realmente aquilo que a oração da sua festa chama “pábulo da celeste doutrina”. Graças extraordinárias a acompanhavam constantemente como fossem: comunicações diretas divinas, visões, presença visível de Cristo.

Um anjo traspassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que a Ordem carmelitana comemora na festa da transverberação do coração de Santa Teresa, em 27 de agosto.

Doloroso foi o caminho da cruz pelo qual a Divina Providência a quis levar e não faltou quem lhe envenenasse as mais retas intenções, quem em suas medidas de reforma visse obra do demónio, e intervenção direta diabólica. A calma lhe voltou, quando em 1559, se confiou à direção de São Pedro de Alcântara.

Não tardou que, em 1576, no seio da Ordem se levantasse uma grande tempestade contra a reforma. Veio a proibição de novas fundações, e Teresa viu-se obrigada a se recolher a um dos conventos. Parecia ter-se declarado o fracasso da sua obra: Foi, quando interveio o rei Felipe II. A perseguição afrouxou só pouco a pouco e, em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça.
Esta obra sobre-humana não teria tido o resultado brilhante que teve, se não fosse a execução da vontade divina e se Teresa não tivesse sido toda de Deus, possuidora das mais excelentes e sólidas virtudes, dotada de grande inteligência e senhora de profundos conhecimentos teológicos.

Santa Teresa teve o dom de ler nas consciências e predizer coisas futuras, não lhe faltou a cruz dos sofrimentos físicos e morais. No seio das maiores provações, nas ocasiões em que lhe parecia ter sido abandonada pelo céu e pela terra, era imperturbável sua paciência e conformidade com a vontade de Deus. No SS. Sacramento, achava a forma necessária para a luta e para a vitória.

Sob o impulso de uma graça especial fez o voto de fazer sempre aquilo que a consciência lhe dizia ser o mais alto grau da vida mística. Os numerosos escritos, asseguraram-lhe um dos primeiros lugares entre os místicos.

Oito anos antes de deixar este mundo, foi-lhe revelada a hora da morte. Sentindo esta se aproximar, dirigiu uma fervorosa ordem a todos os conventos de sua fundação ao ou reforma. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos, e constantemente rezava jaculatórias sobre esta: “ Meu Senhor, chegou afinal a hora desejada, que traz a felicidade de ver-vos eternamente.“ – Sou uma filha de Vossa Igreja. Como filha de Igreja Católica, quero morrer.” - Senhor, não me rejeiteis a Vossa face. Um coração contrito e humilhado não haveis de desprezar”.

Santa Teresa morreu em 1582, na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exalava um perfume deliciosíssimo. Até o presente dia se conserva intacto.

Seu coração, apresentando larga e profunda ferida, acha-se guardado num precioso relicário na Igreja das Carmelitas em Alba.

Foto: Santa Teresa D'Ávila (Santa Teresa de Jesus)
(15 de Outubro)

Santa Tereza nasceu em Ávila, na Espanha, no ano de 1515. A educação que os pais deram a ela e ao irmão Roderico, foi a mais sólida possível. Acostumada desde pequena à leitura de bons livros, o espírito da menina  não conhecia maior  encanto que o da vida dos  santos mártires.   Tanto a impressionou esta leitura que, desejosa de encontrar o martírio, combinou com o irmão a fuga da casa paterna, plano que  realmente tentaram executar, mas que se tornou irrealizável, dada a vigilância dos pais. 

A idéia e o desejo do martírio ficaram, entretanto, profundamente gravados no coração da  menina. Quando tinha 12 anos, perdeu a boa mãe. Prostrada diante da imagem de Nossa Senhora,  exclamou: “Mãe de misericórdia, a vós escolho para serdes minha Mãe.  Aceitai esta pobre órfazinha no número das vossas  filhas”.  A proteção admirável que experimentou durante toda a vida, da parte de Maria Santíssima,  prova que esse pedido foi atendido. 

Deus permitiu que Teresa por algum tempo, enfastiando-se dos livros religiosos, desse preferência a  uma leitura profana, que poderia  pôr-lhe em perigo a alma. Também umas relações demasiadamente íntimas com parentes, um tanto levianas, levaram-na ao terreno escorregadio da vaidade.  O resultado disto tudo foi ela perder o primitivo fervor,  entregar-se ao bem-estar, companheiro fiel da ociosidade, sem entretanto chegar ao extremo de perder  a inocência. 

O pai, ao notar a grande mudança que verificava na filha,  entregou-a aos cuidados  das  religiosas agostinianas.  A conversão foi imediata e firme. Uma grave enfermidade obrigou-a a  voltar para a casa paterna. Durante esta doença, percebeu o profundo desejo de abandonar o mundo e  servir a Deus, na solidão dum claustro. O pai, porém,  opôs-se a esse plano, no que foi contrariado por Teresa, que fugiu de casa, para se internar num mosteiro das Carmelitas, em Ávila. No meio do caminho lhe sobreveio uma grande repugnância pela vida religiosa, e por um pouco teria desistido da idéia. Vendo em tudo isto uma cilada do inimigo de Deus e dos homens,  seguiu resolutamente o caminho e ao transpor o limiar do mosteiro,  os receios e  escrúpulos deram lugar a uma grande calma e alegria no coração. 

Durante o tempo do noviciado,  foi provada por outro relaxamento no fervor religioso que, aliás,  pouco tempo durou.  Deus mais uma vez lhe tocou o coração, mas de uma maneira tão sensível que Teresa, debulhada em lágrimas, prostrada diante do crucifixo, disse; “ Senhor, não me levanto do lugar onde estou,  enquanto não me concederdes a graça e fortaleza  bastantes, para não cair mais em pecado e servir-vos de todo coração, com zelo e constância”.  A oração foi ouvida e de uma vez para sempre, ficou extinto no coração de Teresa o amor ao mundo e às criaturas e restabelecido o zelo pelas coisas de Deus, do seu santo serviço. 

Foi-lhe revelado que essa conversão era o resultado da intercessão de Maria Santíssima e  de São José. Por isso, teve sempre profunda devoção a S. José e muito trabalhou para difundir este culto na Igreja. 

Profunda era a dor que sentia dos pecados cometidos e dolorosas eram as penitências que fazia, se bem que os confessores  opinassem que nenhuma dessas faltas chegava a ser grave.   Em visões lhe foi mostrado o lugar no inferno, que lhe teria sido reservado, se tivesse seguido o caminho das vaidades. De tal maneira se  impressionou com esta revelação, que resolveu restabelecer a Regra carmelitana,  em todo o rigor primitivo. Esse plano, embora tivesse a aprovação do papa Pio IV,  a mais decisiva resistência encontrou da parte do clero e  dos religiosos. Teresa, porém,  tendo a intenção de agir por vontade de Deus, pôs mãos à obra e venceu.

Trinta e dois  mosteiros (17 femininos e 15 masculinos) foram por ela fundados e outros tantos reformados.  Em todos, tanto no convento dos religiosos, como das religiosas, entrou em vigor a  antiga regra. São João da Cruz foi quem assumiu e escreveu as regras para o segmento masculino, a pedido de Santa Teresa.  

Em sua biografia há capítulos ( os 11 e os seguintes), que dão testemunho da intensidade da  sua vida interior.  O que diz sobre os quatro degraus da oração, isto é, sobre o recolhimento, a  quietação, a união e o arrebatamento, é realmente aquilo que a oração da sua festa chama “pábulo da celeste doutrina”. Graças extraordinárias a acompanhavam constantemente como fossem: comunicações diretas divinas, visões, presença visível de Cristo.

Um anjo traspassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que a Ordem carmelitana comemora na festa da transverberação do coração de Santa Teresa, em 27 de agosto.

Doloroso foi o caminho da cruz pelo qual a  Divina Providência a quis levar e não faltou quem lhe envenenasse as  mais retas intenções, quem em suas medidas de  reforma visse obra do demônio, e intervenção direta diabólica. A calma lhe voltou, quando em 1559, se confiou à direção de São Pedro de Alcântara.

Não tardou que, em 1576, no seio da Ordem se levantasse uma grande tempestade contra a reforma. Veio a proibição de novas fundações, e Teresa viu-se obrigada a se recolher a um dos conventos.  Parecia ter-se declarado o fracasso da sua obra: Foi, quando interveio o rei Felipe II. A perseguição afrouxou só pouco a pouco e, em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça. 
Esta obra sobre-humana não teria tido o resultado brilhante que teve, se não fosse a  execução da vontade divina e se Teresa não tivesse sido toda de Deus, possuidora das mais excelentes e sólidas virtudes, dotada de grande inteligência e senhora de profundos conhecimentos teológicos. 

Santa Teresa teve o dom de  ler nas consciências e predizer coisas futuras, não lhe faltou a cruz dos sofrimentos físicos e morais. No seio das maiores provações, nas ocasiões em que lhe parecia ter sido abandonada pelo céu e pela terra, era imperturbável sua paciência e conformidade com a vontade de Deus. No SS. Sacramento, achava a forma necessária para a luta e para a vitória.

Sob  o impulso de uma graça especial fez o voto de fazer sempre aquilo que a consciência lhe dizia ser o mais alto grau da vida mística. Os numerosos escritos, asseguraram-lhe um dos primeiros lugares entre os místicos.

Oito anos antes de deixar este mundo, foi-lhe revelada a hora da morte. Sentindo esta se aproximar, dirigiu uma fervorosa ordem  a todos os conventos de sua fundação ao ou reforma. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos, e constantemente rezava jaculatórias sobre esta: “ Meu Senhor, chegou afinal a hora desejada, que traz a  felicidade de ver-vos eternamente.“ – Sou uma filha de Vossa Igreja. Como filha de Igreja Católica, quero morrer.”   - Senhor, não me rejeiteis a Vossa face. Um coração contrito e humilhado não haveis de desprezar”.

Santa Teresa morreu em 1582, na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exalava um perfume deliciosíssimo. Até o presente dia se conserva intacto.

Seu coração, apresentando larga e profunda ferida, acha-se guardado num precioso relicário na Igreja das Carmelitas em Alba.

16 de Outubro

Santa Margarida Maria Alacoque

Santa Margarida Maria Alacoque, nasceu em 22 de agosto de 1647, na diocese de Autun (França). Desde a mais tenra idade, até a sua adolescência, sofreu as mais duras provações. Já com saúde frágil, não tinha completado ainda oito anos quando perdeu o pai e logo em seguida a irmã. A mãe e os irmãos, eram vítimas das perseguições diárias de tias rabugentas com as quais habitavam. Sua mãe, sofrendo de longa e dolorosa doença, foi carinhosamente amparada pela pequena Margarida, apesar da repulsa que certos cuidados exigiam à sua extrema sensibilidade.

A sua mudança para o convento das Irmãs clarissas, que cuidariam dela e de seu aprimoramento religioso, representou um período difícil pela separação da vista da mãe. A decisão de enviá-la para as clarissas não foi tanto pelas incoveniências em cuidar da mãe, mas principalmente pela luta diária diante da falta de amabilidade e incompreensão dos que a rodeavam. Permaneceu no convento das clarissas, porém, ligada à vida secular até atingir a juventude.

Certo dia, quando participava de uma missa, mesmo sem conhecer o sentido exato, pronunciou inspiradas palavras de consagração ao Senhor: "Ó meu Deus", disse, "consagro-vos a minha pureza e faço-vos voto perpétuo de castidade". Uma doença, porém, passou a lhe atormentar por um período de quatro anos, de modo que o sofrimento tornou-se constante, já que nenhum medicamento era eficaz para abrandar as intensas dores no organismo. Foi quando, milagrosamente, a doença regrediu até a cura, e por este motivo consagrou-se à Virgem Maria, prometendo entrar no serviço religioso. Estava decidida a ingressar na Congregação das Ursulinas, quando uma voz secreta disse-lhe: "Não a quero lá, mas em Santa Maria...! Estava claro que o Senhor destinara ela para a Congregação das Irmãs da Visitação e isto já era prefigurativo de como ela iria glorificar o Senhor na propagação do Coração de Jesus. As palavras do fundador da Ordem da Visitação, São Francisco de Sales, quando escreveu a São Jeanne de Chantal em 10/06/1611, demonstravam já a devoção da congregação aos Corações de Jesus e Maria: "Realmente, a nossa pequena congregação é uma obra do Coração de Jesus e de Maria". Devoção correlatada por São Jeanne de Chantal: "As Irmãs da Visitação são bem humildes e fiéis a Deus, e terão o Coração de Jesus como residência e estada neste mundo".

Santa Margarida foi acolhida no convento das Irmãs da Visitação de Paray-le-Monial. Ali mesmo o Senhor se manifestaria a ela em revelações distintas, relativas à difusão da consagração e amor ao Seu Coração. Apareceu-lhe por numerosas vezes, e deu a conhecer que seria ela o instrumento para arrebanhar o maior número de pessoas ao Amor de Seu Coração. A essência da mensagem, porém, agrupa-se em três revelações. A primeira ocorreu em 27 de dezembro de 1673, conforme relatou Santa Margarida: "Diversas vezes, diante do Santíssimo Sacramento... "encontrei-me inteiramente investida desta divina presença... eu abandonei-me ao Seu Divino Espírito, por força do Amor o Seu divino Coração... Ele me fez repousar de forma extrema e por um longo tempo sobre o Seu divino peito, onde pude descobrir as maravilhas do Seu amor, e os segredos mais profundos e inexplicáveis do Sagrado Coração... Ele me disse: "O Meu divino Coração transborda de amor para os homens, de modo especial por você, que não poderá mais conter para si a luz das chamas da brilhante caridade; é necessário que seja difundida aos homens, e que lhes seja manifesto para enriquecê-los dos preciosos tesouros que te revelei..." A segunda, situa-se provavelmente deu-se em uma das primeiras sextas-feiras do ano 1674: "E numa das vezes, entre tantas outras, em que o Santíssimo Sacramento estava exposto, após ser eu retirada do interior de mim mesma... Jesus Cristo, Meu suave Mestre, apresentou a mim, repleto da sua glória, suas cinco chagas, brilhantes como cinco sóis, e desta sagrada Humanidade saíam chamas de todas as partes, sobretudo do Seu adorável peito, semelhante à uma fornalha; neste instante revelou-me todo o amor e todo o seu amável Coração e o estado da fonte viva destas chamas. Ele revelou-me as maravilhas inexplicáveis de seu Puro Amor, excessivamente entregue aos homens, dos quais recebia apenas frieza e ingratidão..." Na terceira, ocorrida durante o mês de junho de 1675, Jesus exigiu que fosse feita uma festa especial ao Seu Sagrado Coração: "Numa das tantas vezes em que encontrava-me diante do Santíssimo Sacramento, revelou-me Deus as graças excessivas de Seu Amor... Então, mostrando-me Seu divino Coração, disse: "Aí está o Coração que tanto tem amado os homens, a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor; ... eu te exijo mais, que na primeira Sexta-feira de acordo com a oitava do Santíssimo Sacramento, seja dedicada e junte-se à esta festa por honra ao Meu Sagrado Coração, fazendo que seja de igual honra àquele dia, a fim de reparar as indignidades e ultrajes durante o tempo em que o viram exposto sobre os altares.

Santa Margarida , porém, enfrentaria diversos obstáculos na propagação das revelações feitas a ela por Nosso Senhor. Não tardou que fossem levantadas críticas e colocadas em dúvida as suas experiências místicas. Submetida às mais duras provações e intensas humilhações, Deus enviou ao mosteiro um santo sacerdote que, a princípio passou a estudar minuciosamente os fenômenos relatados. Posteriormente, tornaria-se ele propagador e apóstolo do Sagrado Coração de Jesus: Padre Cláudio de La Colombiere.

No último ano da sua vida, Santa Margarida teve a oportunidade de ver a propagação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus; viu também um grande número de críticos e opositores tornarem-se fervorosíssimos propagadores da santa devoção. Deus revelou-lhe o mistério da Santíssima Trindade, durante uma das suas aparições.

Jesus deixou grandes promessas às pessoas que, aproveitando-se da Sua divina misericórdia, participassem das comunhões reparadoras das primeiras sextas-feiras: "Prometo-te, pela Minha excessiva misericórdia e pelo amor todo-poderoso do meu Coração, conceder a todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a graça da penitência final; não morrerão em minha inimizade, nem sem receberem os sacramentos, e meu divino Coração lhes será seguro asilo nesta última hora". (Clique aqui para ver os detalhes da devoção ao Sagrado Coração de Jesus)

Tais manifestações divinas, sucederam num período em que a heresia jansenista, retratava um braço do protestantismo a propagar seus erros no seio da Igreja, tentando aniquilar a concepção da misericórdia de Deus e da confiança dos fiéis em relação ao Pai Celeste. A mensagem misericordiosa de Cristo, que aos poucos foi se impondo no convento da Visitação, acabou espalhando-se rapidamente entre as nações e em seguida instituída a sua prática em toda a Igreja Universal.

Santa Maria Margarida Alacoque morreu jovem, aos 43 anos de idade, em 17 de outubro de 1690 e foi canonizada em 1920, pontificado do Papa Bento XV.

Reflexões

A história de Santa Margarida nos transporta ao Evangelista e Apóstolo João, que tinha por costume reclinar sua cabeça junto ao peito de Jesus. Ali encontrava abrigo e proteção; com íntima pureza de criança, ouvia as batidas do Sagrado Coração, penetrando em todos os seus insondáveis mistérios, na plenitude de Sua misericórdia, do Seu Amor infinito. Os evangelistas referem-se a ele como "o discípulo que Jesus amava". Ele que, junto a Maria Santíssima fez-se presente aos pés da Santa Cruz; ele, que representando toda a humanidade, recebeu das mãos de Jesus a Maria. A Mãe de Deus, naquele momento, era a ele confiada como Mãe de todos os homens. É certo que São João foi Maternalmente consolado e amparado, encontrando junto ao Imaculado Coração, o mesmo aconchego filial que recebera carinhosamente do Divino Mestre.

Santa Margarida, ao ser milagrosamente curada, propôs-se a entrar no Convento das Irmãs Ursulinas, mas Jesus como que "cochichando" em seu ouvido, mandou que ingressasse no Mosteiro de Santa Maria da Visitação, pela devoção que a congregação cultivava pelos Corações de Jesus e Maria. Assim como São João, Santa Margarida conheceu o Coração de Jesus de perto, penetrando nas suas mais íntimas maravilhas, impossíveis de serem assimiladas pelo nosso frágil discernimento. Mas é justamente para nós que está direcionada esta graça, a graça de obter os favores espirituais através da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. É mais um dom precioso que o Senhor nos deixou por herança. Não passemos indiferentes diante deste tesouro valiosíssimo, capaz de proporcionar abundantes graças não só para nós ou para nossas famílias, mas extensiva a todas as pessoas que andam mais afastadas da Igreja e particularmente, às almas que ainda padecem no purgatório.

Foto: Santa Margarida Maria Alacoque
(16 de Outubro)

Santa Margarida Maria Alacoque,  nasceu em 22 de agosto de 1647,  na diocese de Autun (França).  Desde a mais tenra idade, até a  sua adolescência, sofreu as mais duras  provações.  Já com saúde frágil,  não tinha completado ainda oito anos quando perdeu o pai e logo em seguida a irmã. A mãe e  os irmãos, eram  vítimas  das  perseguições diárias de tias rabugentas com as quais habitavam.  Sua mãe,  sofrendo de longa e dolorosa doença,  foi carinhosamente amparada pela pequena Margarida, apesar da repulsa que certos cuidados exigiam à sua extrema sensibilidade.  

A sua mudança para o convento das Irmãs clarissas, que cuidariam dela e  de seu aprimoramento religioso, representou um período difícil pela separação da vista da mãe. A decisão de enviá-la para as clarissas não foi tanto pelas incoveniências em cuidar da mãe, mas principalmente pela luta diária diante da  falta de amabilidade e incompreensão dos que a rodeavam.  Permaneceu no convento das clarissas, porém, ligada à vida secular até atingir a juventude.  

Certo dia, quando participava de uma missa, mesmo sem conhecer o sentido exato, pronunciou inspiradas palavras de consagração ao Senhor:

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Santa Edwiges

Na Europa Ocidental havia uma região chamada de Silésia, apos a segunda Guerra, a maior parte da região foi cedida à Polônia. Na época a Europa estava dividida em pequenos ducados e principados, havia imponentes castelos e o luxo era desmedido se comparado com a miséria da população, foi nesse tempo que nasceu uma Duquesa.
O nobre Bertoldo de Andech, casado com a jovem Inês tiveram oito filhos, uma das filhas casou-se com Filipe, rei da França, outra com André, rei da Hungria e foi mãe de Santa Isabel da Hungria, e outra se tornou abadessa beneditina.
No ano de 1174 nasce a Duquesa Edwiges, sua mãe Inês reunia os filhos muitas vezes ao dia para ensinar-lhes a rezar e contava histórias de mártires e santos que alegrava a muito a pequena Edwiges.
Aos seis anos Edwiges é colocada em um mosteiro para ser educada entre religiosas e quando completou doze anos seu pai arrumou o seu casamento com Henrique que era Duque da Silésia.O casamento realizou-se em 1186 e toda nobreza compareceu ao casamento, dentre eles sua majestade Inês, rainha da França, Gertrudes rainha da Hungria, ambas irmãs de Edwiges.
Após o casamento Edwiges que passa a ser Duquesa da Silésia e da Polônia chega ao seu castelo e aos treze anos tem seu primeiro filho, logo com a graça de Deus tiveram mais cinco filhos. A duquesa e seu marido tinham a castidade em alto preço guardavam a abstinência nos dias santos e nas sextas-feiras em memória a Paixão de Cristo, e após uma vida em comum diante do Bispo juraram não manter mais uma vida matrimonial e viveram assim por mais de trinta anos, na oração e no jejum para assim glorificarem a Deus.
Quando os filhos já estão adultos surgem uma rivalidade entre os irmãos Henrique o filho mais velho e Conrado o segundo filho, e surgem uma guerra o que causa um grande sofrimento a Edwiges. O filho mais velho Henrique sai vitorioso e o irmão Conrado ao sair em uma caçada foi atacado por uma fera que ele mesmo tinha ferido, vindo a falecer alguns dias depois, nesses tempos Edwiges tinha também acabado de perder o seu terceiro filho Boleslau.
No ano de 1227 ocorreram guerras violentas por terras e poder, o marido de Edwiges fica gravemente ferido e mais tarde veio a falecer, depois o filho Henrique parte para defender o reino contra os mongóis que trucidavam a população não respeitando velhos ou crianças, chega então a notícia da morte de Henrique. Em meio a tanta dor Edwiges se mantém forte e sofrendo em silêncio ensina a todos a respeitarem a vontade de Deus.
Após a morte do marido Edwiges retirou-se para o mosteiro de Trebnitz onde sua filha Gertrudes era Abadessa, e assim a rica duquesa se fez pobre entre as pobres monjas.Edwiges considerava os religiosos como uma porção eleita do povo de Deus e por eles tinha um imenso respeito e as considerava como pessoas santas.Edwiges e o marido fundaram diversos mosteiros e doavam generosas esmolas.
Santa Edwiges se considerava uma pecadora e as monjas como santas e por respeito tomava um pouco de água com que as monjas lavavam os pés, nos dando uma lição de humildade e respeito para com os religiosos.
Exemplos de Humildade e Paciência

Edwiges sempre se vestia com humildade apesar de sua riqueza e sua posição social, seu marido via nela um exemplo e ele era também conhecido por sua generosidade e passava muito tempo servindo aos franciscanos pelo amor a pobreza e humildade.
A santa não quis fazer os votos de religiosa apesar das insistências de sua filha, não por amor ao dinheiro, mas para poder fazer o bem distribuindo esmolas, pois era muito rica apesar de vestir-se com extrema pobreza.
Edwiges via em cada pobre a imagem de Cristo e distribuía seus bens em abundância para pagamento de sua “multidão de pecados” como ela dizia sempre.
Ao lado da humildade segui a paciência, nunca respondia asperamente e quando alguém lhe causava desgosto dizia “Que Deus lhe perdoe”, e mostrou uma imensa conformidade à vontade de Deus nas mortes de seus entes querido, sem jamais proferir uma reclamação ou palavra injusta.
Jejum e abstinência

Santa Edwiges jejuava quase todos os dias, menos nos domingos e dias festivos quando tomava duas refeições, durante quarenta anos não comeu carne, sue irmão Bispo de Bamberg a aconselhava a não ser tão rigorosa, mas sua convicção era imensa.
Seu marido Henrique em uma ocasião em que Edwiges estava doente pedia a ela que tomasse um pouco de vinho e se alimentasse melhor, mas um mordomo acusou Edwiges de não estar obedecendo ao marido, quando Henrique chegou próximo a mesa onde Edwiges estava se alimentando, pegou de repente o cálice e provou e sentiu o gosto do melhor dos vinhos, os empregados ficaram maravilhadas, pois estavam certos de terem colocado apenas água no copo.
Edwiges era penitente até nas vestes no tempo em que a nobreza se vestia com um luxo excessivo, a Santa tinha muita simplicidade e se agasalhava pouco no rigoroso inverno polonês.Andava sempre descalça nos pavimentos gelados do palácio, na igreja permanecia sempre de joelhos e uma vez uma criada que a acompanhava estava quase morrendo de frio quando colocou os pés no lugar onde Edwiges havia estado e sentiu um grande calor e começou a sentir-se melhor.
Por andar entre caminhos pedregosos seus calcanhares eram duros e rachados, conforme testemunhos da monja Juliana, essas rachaduras eram imensas, delas escorria um líquido sanguíneo que ia marcando seus passos na terra ou na neve.Usava Edwiges uma dura corda feita de crina com vários nós que era áspera e causava ferimentos em seu corpo, tudo para procurar mortificar e sofrer para expiar os pecados que achava ter. Tudo isso foi revelado no processo de canonização da santa.
De sua boca só saiam louvores a Deus e ao próximo, e como dizia o apóstolo são Tiago que quem não peca pela língua é santo, e neste aspecto ela também era santa.
A oração era constante na vida de Santa Edwiges, passava noites ajoelhada rezando e durante as missas usava um véu para esconder as lágrimas que saiam dos olhos devido à emoção de participar do Santo Ofício.
Enquanto houvesse sacerdote a santa sempre pedia que celebrassem missas, certa vez pediu ao capelão de nome Martinho que fosse buscar um padre para celebrar uma missa, o capelão com certa má vontade saiu pelo caminho e encontrou um irmão leigo e o apresentou a santa Edwiges, que cheia de simplicidade, julgando que ele fosse um padre, por confundir sua acentuada calvície com a tonsura clerical, pediu ao irmão que rezasse um missa.O homem se espantou e explicou que não era padre, mas um leigo que não sabia ler. A santa pediu desculpas dizendo que não estava caçoando dele e que fizera aquilo por ignorância e voltando-se ao capelão disse com mansidão:
Perdoe-lhe Deus por ter me enganado assim.
Santa Edwiges tinha um amor muito grande a Virgem Santíssima, a Jesus Sacramentado e a Paixão de Cristo. Aconselhado por Edwiges, seu marido Henrique construiu o mosteiro das monjas da ordem de Cister em Trebnitz e a santa deixou parte de seu dote de casamento para sustentar o mosteiro, além de generosas esmolas cedidas a tantos pobres e ordens religiosas.
A sua caridade era imensa e a sua compaixão pelo próximo era movida pelo imenso Respeito e Temor a Deus, tinha compaixão pelos prisioneiros, e pelos pobres e endividados. Como era muito rica, a duquesa possuía muitas terras e bens e perdoava todas as dividas e nunca desamparava um pobre que a ela recorresse.
Como na terra já realizava muitos milagres e muita caridade também dos céus perto de Deus seu poder de intercessão é muito grande, alguns milagres de Edwiges na terra são notórios como a cura de muitas irmãs do monastério, em alguns casos de cegueira.
Ressuscita os mortos

Certa vez um homem foi condenado à forca por ter roubado, os parentes do condenado foram recorrer à santa que pediu ao seu marido pelo condenado, o Duque respondeu que talvez o homem já tivesse sido morto, mas que se ele estivesse vivo seria perdoado, um soldado saiu rapidamente par ver se o homem estava vivo, mas encontrou o homem pendurado na forca e tirando a espada cortou a corda e o homem ressuscitou e o soldado disse a ele: “Graças a nossa santa senhora você foi perdoado”.
Outro fato foi relatado em Roma por várias testemunhas no processo de beatificação: Certa vez um inimigo declarado do Duque e conhecido mal-feitor foi preso e condenado à forca, para que Edwiges não soubesse da condenação, o duque mandou que o prisioneiro fosse executado na mesma madrugada, naquela noite Edwiges havia passado a noite na igreja e voltava para casa ao amanhecer e ela ficou sabendo da morte do condenado, ela pediu ao esposo que perdoasse aquele homem e o duque com a certeza de que ele já estava morto consentiu.Assim que o homem já morto há tempos foi retirado da forca recobrou a vida e desde então o duque ordenou que fossem libertados todos os prisioneiros pelos quais ela pedisse.
A morte da santa

Como se aproximava a morte de Edwiges, sua filha a abadessa Gertrudes perguntou a ela onde queria ser sepultada e a santa respondeu que gostaria de ser sepultada em um cemitério comum, como insistia sua filha em dar-lhe um túmulo na igreja a santa pediu para ser sepultada perto do altar de São Bartolomeu Apóstolo, mas a filha insistiu para que ela fosse sepultada diante do altar de São Pedro e Edwiges como tinha o dom dae prever o futuro como o fez em muitas vezes disse: “Se fizerem assim não terão mais sossego as monjas”, e como ela disse aconteceu devido às multidões que iam visitar o tumulo da santa.
Assim no dia 15 de novembro de 1243 morreu Santa Edwiges, seu pobre corpo estava dilacerado pelas penitências, as irmãs ao se prepararem para lavar o corpo da Santa ficaram horrorizadas ao verem sobre o corpo um duríssimo cilício e na cintura uma grossa corda de crina toda retorcida. Seu corpo estava coberto de feridas e a vista das irmãs o corpo tão pálido e quase azulado por causa dos freqüentes jejuns e macerações começou a tomar um tom róseo e a brilhar com uma luz celeste e um perfume emanava de seus lábios.
Os milagres começaram a se multiplicar para a glória de Deus, foram numerosos e dentre eles há o caso do filho do soldado Vitoslau Boresh que tinha sete anos de idade e adoeceu gravemente, na ânsia de respirar o peitinho da criança estava aprofundado as mãos e os pés estavam já amortecidos, o soldado que serviu à Santa Edwiges pediu nos seguintes termos : “ Minha senhora eu a servi durante a sua vida e lhe peço sua intercessão para que meu filho não morra “ e assim que terminou esta prece o menino voltou a falar e desapareceram os sinais de morte, o fato foi narrado no processo de beatificação da Santa e atestado por testemunhas.
No dia 15 de outubro de 1267, Edwiges é canonizada para glória de Deus e bem da Igreja, mais tarde foi canonizada Santa Teresa D’Avila, justamente no dia 15 de outubro de 1515 e a festa de Santa Edwiges foi transferida para o dia 16 de outubro.

Foto: Santa Edwiges
(16 de Outubro)

Na Europa Ocidental havia uma região chamada de Silésia, apos a segunda Guerra, a maior parte da região foi cedida à Polônia. Na época a Europa estava dividida em pequenos ducados e principados, havia imponentes castelos e o luxo era desmedido se comparado com a miséria da população, foi nesse tempo que nasceu uma Duquesa.
O nobre Bertoldo de Andech, casado com a jovem Inês tiveram oito filhos, uma das filhas casou-se com Filipe, rei da França, outra com André, rei da Hungria e foi mãe de Santa Isabel da Hungria, e outra se tornou abadessa beneditina.
No ano de 1174 nasce a Duquesa Edwiges, sua mãe Inês reunia os filhos muitas vezes ao dia para ensinar-lhes a rezar e contava histórias de mártires e santos que alegrava a muito a pequena Edwiges.
Aos seis anos Edwiges é colocada em um mosteiro para ser educada entre religiosas e quando completou doze anos seu pai arrumou o seu casamento com Henrique que era Duque da Silésia.O casamento realizou-se em 1186 e toda nobreza compareceu ao casamento, dentre eles sua majestade Inês, rainha da França, Gertrudes rainha da Hungria, ambas irmãs de Edwiges.
Após o casamento Edwiges que passa a ser Duquesa da Silésia e da Polônia chega ao seu castelo e aos treze anos tem seu primeiro filho, logo com a graça de Deus tiveram mais cinco filhos. A duquesa e seu marido tinham a castidade em alto preço guardavam a abstinência nos dias santos e nas sextas-feiras em memória a Paixão de Cristo, e após uma vida em comum diante do Bispo juraram não manter mais uma vida matrimonial e viveram assim por mais de trinta anos, na oração e no jejum para assim glorificarem a Deus.
Quando os filhos já estão adultos surgem uma rivalidade entre os irmãos Henrique o filho mais velho e Conrado o segundo filho, e surgem uma guerra o que causa um grande sofrimento a Edwiges. O filho mais velho Henrique sai vitorioso e o irmão Conrado ao sair em uma caçada foi atacado por uma fera que ele mesmo tinha ferido, vindo a falecer alguns dias depois, nesses tempos Edwiges tinha também acabado de perder o seu terceiro filho Boleslau.
No ano de 1227 ocorreram guerras violentas por terras e poder, o marido de Edwiges fica gravemente ferido e mais tarde veio a falecer, depois o filho Henrique parte para defender o reino contra os mongóis que trucidavam a população não respeitando velhos ou crianças, chega então a notícia da morte de Henrique. Em meio a tanta dor Edwiges se mantém forte e sofrendo em silêncio ensina a todos a respeitarem a vontade de Deus.
Após a morte do marido Edwiges retirou-se para o mosteiro de Trebnitz onde sua filha Gertrudes era Abadessa, e assim a rica duquesa se fez pobre entre as pobres monjas.Edwiges considerava os religiosos como uma porção eleita do povo de Deus e por eles tinha um imenso respeito e as considerava como pessoas santas.Edwiges e o marido fundaram diversos mosteiros e doavam generosas esmolas.
Santa Edwiges se considerava uma pecadora e as monjas como santas e por respeito tomava um pouco de água com que as monjas lavavam os pés, nos dando uma lição de humildade e respeito para com os religiosos.
Exemplos de Humildade e Paciência

Edwiges sempre se vestia com humildade apesar de sua riqueza e sua posição social, seu marido via nela um exemplo e ele era também conhecido por sua generosidade e passava muito tempo servindo aos franciscanos pelo amor a pobreza e humildade.
A santa não quis fazer os votos de religiosa apesar das insistências de sua filha, não por amor ao dinheiro, mas para poder fazer o bem distribuindo esmolas, pois era muito rica apesar de vestir-se com extrema pobreza.
Edwiges via em cada pobre a imagem de Cristo e distribuía seus bens em abundância para pagamento de sua “multidão de pecados” como ela dizia sempre.
Ao lado da humildade segui a paciência, nunca respondia asperamente e quando alguém lhe causava desgosto dizia “Que Deus lhe perdoe”, e mostrou uma imensa conformidade à vontade de Deus nas mortes de seus entes querido, sem jamais proferir uma reclamação ou palavra injusta.
Jejum e abstinência

Santa Edwiges jejuava quase todos os dias, menos nos domingos e dias festivos quando tomava duas refeições, durante quarenta anos não comeu carne, sue irmão Bispo de Bamberg a aconselhava a não ser tão rigorosa, mas sua convicção era imensa.
Seu marido Henrique em uma ocasião em que Edwiges estava doente pedia a ela que tomasse um pouco de vinho e se alimentasse melhor, mas um mordomo acusou Edwiges de não estar obedecendo ao marido, quando Henrique chegou próximo a mesa onde Edwiges estava se alimentando, pegou de repente o cálice e provou e sentiu o gosto do melhor dos vinhos, os empregados ficaram maravilhadas, pois estavam certos de terem colocado apenas água no copo.
Edwiges era penitente até nas vestes no tempo em que a nobreza se vestia com um luxo excessivo, a Santa tinha muita simplicidade e se agasalhava pouco no rigoroso inverno polonês.Andava sempre descalça nos pavimentos gelados do palácio, na igreja permanecia sempre de joelhos e uma vez uma criada que a acompanhava estava quase morrendo de frio quando colocou os pés no lugar onde Edwiges havia estado e sentiu um grande calor e começou a sentir-se melhor.
Por andar entre caminhos pedregosos seus calcanhares eram duros e rachados, conforme testemunhos da monja Juliana, essas rachaduras eram imensas, delas escorria um líquido sanguíneo que ia marcando seus passos na terra ou na neve.Usava Edwiges uma dura corda feita de crina com vários nós que era áspera e causava ferimentos em seu corpo, tudo para procurar mortificar e sofrer para expiar os pecados que achava ter. Tudo isso foi revelado no processo de canonização da santa.
De sua boca só saiam louvores a Deus e ao próximo, e como dizia o apóstolo são Tiago que quem não peca pela língua é santo, e neste aspecto ela também era santa.
A oração era constante na vida de Santa Edwiges, passava noites ajoelhada rezando e durante as missas usava um véu para esconder as lágrimas que saiam dos olhos devido à emoção de participar do Santo Ofício.
Enquanto houvesse sacerdote a santa sempre pedia que celebrassem missas, certa vez pediu ao capelão de nome Martinho que fosse buscar um padre para celebrar uma missa, o capelão com certa má vontade saiu pelo caminho e encontrou um irmão leigo e o apresentou a santa Edwiges, que cheia de simplicidade, julgando que ele fosse um padre, por confundir sua acentuada calvície com a tonsura clerical, pediu ao irmão que rezasse um missa.O homem se espantou e explicou que não era padre, mas um leigo que não sabia ler. A santa pediu desculpas dizendo que não estava caçoando dele e que fizera aquilo por ignorância e voltando-se ao capelão disse com mansidão:
Perdoe-lhe Deus por ter me enganado assim.
Santa Edwiges tinha um amor muito grande a Virgem Santíssima, a Jesus Sacramentado e a Paixão de Cristo. Aconselhado por Edwiges, seu marido Henrique construiu o mosteiro das monjas da ordem de Cister em Trebnitz e a santa deixou parte de seu dote de casamento para sustentar o mosteiro, além de generosas esmolas cedidas a tantos pobres e ordens religiosas.
A sua caridade era imensa e a sua compaixão pelo próximo era movida pelo imenso Respeito e Temor a Deus, tinha compaixão pelos prisioneiros, e pelos pobres e endividados. Como era muito rica, a duquesa possuía muitas terras e bens e perdoava todas as dividas e nunca desamparava um pobre que a ela recorresse.
Como na terra já realizava muitos milagres e muita caridade também dos céus perto de Deus seu poder de intercessão é muito grande, alguns milagres de Edwiges na terra são notórios como a cura de muitas irmãs do monastério, em alguns casos de cegueira.
Ressuscita os mortos

Certa vez um homem foi condenado à forca por ter roubado, os parentes do condenado foram recorrer à santa que pediu ao seu marido pelo condenado, o Duque respondeu que talvez o homem já tivesse sido morto, mas que se ele estivesse vivo seria perdoado, um soldado saiu rapidamente par ver se o homem estava vivo, mas encontrou o homem pendurado na forca e tirando a espada cortou a corda e o homem ressuscitou e o soldado disse a ele: “Graças a nossa santa senhora você foi perdoado”.
Outro fato foi relatado em Roma por várias testemunhas no processo de beatificação: Certa vez um inimigo declarado do Duque e conhecido mal-feitor foi preso e condenado à forca, para que Edwiges não soubesse da condenação, o duque mandou que o prisioneiro fosse executado na mesma madrugada, naquela noite Edwiges havia passado a noite na igreja e voltava para casa ao amanhecer e ela ficou sabendo da morte do condenado, ela pediu ao esposo que perdoasse aquele homem e o duque com a certeza de que ele já estava morto consentiu.Assim que o homem já morto há tempos foi retirado da forca recobrou a vida e desde então o duque ordenou que fossem libertados todos os prisioneiros pelos quais ela pedisse.
A morte da santa

Como se aproximava a morte de Edwiges, sua filha a abadessa Gertrudes perguntou a ela onde queria ser sepultada e a santa respondeu que gostaria de ser sepultada em um cemitério comum, como insistia sua filha em dar-lhe um túmulo na igreja a santa pediu para ser sepultada perto do altar de São Bartolomeu Apóstolo, mas a filha insistiu para que ela fosse sepultada diante do altar de São Pedro e Edwiges como tinha o dom dae prever o futuro como o fez em muitas vezes disse: “Se fizerem assim não terão mais sossego as monjas”, e como ela disse aconteceu devido às multidões que iam visitar o tumulo da santa.
Assim no dia 15 de novembro de 1243 morreu Santa Edwiges, seu pobre corpo estava dilacerado pelas penitências, as irmãs ao se prepararem para lavar o corpo da Santa ficaram horrorizadas ao verem sobre o corpo um duríssimo cilício e na cintura uma grossa corda de crina toda retorcida. Seu corpo estava coberto de feridas e a vista das irmãs o corpo tão pálido e quase azulado por causa dos freqüentes jejuns e macerações começou a tomar um tom róseo e a brilhar com uma luz celeste e um perfume emanava de seus lábios.
Os milagres começaram a se multiplicar para a glória de Deus, foram numerosos e dentre eles há o caso do filho do soldado Vitoslau Boresh que tinha sete anos de idade e adoeceu gravemente, na ânsia de respirar o peitinho da criança estava aprofundado as mãos e os pés estavam já amortecidos, o soldado que serviu à Santa Edwiges pediu nos seguintes termos : “ Minha senhora eu a servi durante a sua vida e lhe peço sua intercessão para que meu filho não morra “ e assim que terminou esta prece o menino voltou a falar e desapareceram os sinais de morte, o fato foi narrado no processo de beatificação da Santa e atestado por testemunhas.
No dia 15 de outubro de 1267, Edwiges é canonizada para glória de Deus e bem da Igreja, mais tarde foi canonizada Santa Teresa D’Avila, justamente no dia 15 de outubro de 1515 e a festa de Santa Edwiges foi transferida para o dia 16 de outubro.

17 de Outubro

Santo Inácio de Antioquia

Neste dia deparamos com a fé ardente, doação completa e amor singular ao Cristo do mártir Inácio, sucessor de São Pedro em Antioquia da Síria, que desde a infância conviveu com a primeira geração dos cristãos.

Como Bispo foi muito amado em Antioquia e no Oriente todo, pois sua santidade brilhava, tanto que o prenderam devido a sua liderança na religião cristã, durante o Império de Trajano, por volta do ano 107.

Chamado Teóforo - portador de Deus - Inácio, ao ser transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em especial à Igreja Católica em Roma: "Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus, sou trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se convertam em meu sepulcro e não deixem rasto do meu corpo. Então serei verdadeiro discípulo de Cristo".

Nesta mesma carta há uma preciosa afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia: "Não encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível".

Santo Inácio escreveu sete cartas: Epístola a Policarpo de Esmirna, Epístola aos Efésios, Epístola aos Esmirniotas, Epístola aos Filadélfos, Epístola aos Magnésios, Epístola aos Romanos, Epístola aos Tralianos.

Santo Inácio foi, de fato, atirado às feras no Coliseu em Roma no ano 107, e hoje intercede para que comecemos a ter a têmpera dos mártires a fim de nos doarmos por amor.

Santo Inácio de Antioquia, rogai por nós!

Foto: Santo Inácio de Antioquia
(17 de Outubro)

Neste dia deparamos com a fé ardente, doação completa e amor singular ao Cristo do mártir Inácio, sucessor de São Pedro em Antioquia da Síria, que desde a infância conviveu com a primeira geração dos cristãos.

Como Bispo foi muito amado em Antioquia e no Oriente todo, pois sua santidade brilhava, tanto que o prenderam devido a sua liderança na religião cristã, durante o Império de Trajano, por volta do ano 107. 

Chamado Teóforo - portador de Deus - Inácio, ao ser transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em especial à Igreja Católica em Roma:

18 de Outubro

São Lucas

Lucas é um dos quatro evangelistas. O seu Evangelho é reconhecido como o do amor e da misericórdia. Foi escrito sob o signo da fé, nos tempos em que isso podia custar a própria vida. Mas falou em nascimento e ressurreição, perdão e conversão, na salvação de toda a humanidade. Além do terceiro evangelho, escreveu os Atos dos Apóstolos, onde registrou o desenvolvimento da Igreja na comunidade primitiva, relatando os acontecimentos de Jerusalém, Antioquia e Damasco, deixando-nos o testemunho do Cristo da bondade, da doçura e da paz.

Lucas nasceu na Antioquia, Síria. Era médico e pintor, muito culto, e foi convertido e batizado por são Paulo. No ano 43, já viajava ao lado do apóstolo, sendo considerado seu filho espiritual. Escreveu o seu Evangelho em grego puro, quando são Paulo quis pregar a Boa-Nova aos povos que falavam aquele idioma. Os dois sabiam que mostrar-lhes o caminho na própria língua facilitaria a missão apostólica. Assim, através de seus escritos, Lucas tornou-se o relator do nascimento de Jesus, o principal biógrafo da Virgem Maria e o primeiro a expressá-la através da pintura.

Quando das prisões de são Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências. Presença que o confortou nas masmorras e deu-lhe ânimo no enfrentamento do tribunal do imperador. Na segunda e derradeira vez, Paulo escreveu a Timóteo que agora todos o haviam abandonado. Menos um. "Só Lucas está comigo" E essa foi a última notícia certa do evangelista.

A tradição cristã diz-nos que depois do martírio de são Paulo o discípulo, médico e amigo Lucas continuou a pregação. Ele teria seguido pela Itália, Gálias, Dalmácia e Macedônia. E um documento traduzido por são Jerônimo trouxe a informação que o evangelista teria vivido até os oitenta e quatro anos de idade. A sua morte pelo martírio em Patras, na Grécia, foi apenas um legado dessa antiga tradição.

Todavia, por sua participação nos primeiros tempos, ao lado dos apóstolos escolhidos por Jesus, somada à vida de missionário, escritor, médico e pintor, transformou-se num dos pilares da Igreja. Na suas obras, Lucas dirigia-se a um certo Teófilo, amigo de Deus, que tanto poderia ser um discípulo como uma comunidade, ou todo aquele que entrava em contato com a mensagem da Boa-Nova através dessa leitura. Com tal recurso literário, tornou seu Evangelho uma porta de entrada à salvação para todos os povos, concedendo o compartilhamento do Reino de Deus por todas as pessoas que antes eram excluídas pela antiga lei.

Foto: São Lucas
(18 de outubro)

Lucas é um dos quatro evangelistas. O seu Evangelho é reconhecido como o do amor e da misericórdia. Foi escrito sob o signo da fé, nos tempos em que isso podia custar a própria vida. Mas falou em nascimento e ressurreição, perdão e conversão, na salvação de toda a humanidade. Além do terceiro evangelho, escreveu os Atos dos Apóstolos, onde registrou o desenvolvimento da Igreja na comunidade primitiva, relatando os acontecimentos de Jerusalém, Antioquia e Damasco, deixando-nos o testemunho do Cristo da bondade, da doçura e da paz. 

Lucas nasceu na Antioquia, Síria. Era médico e pintor, muito culto, e foi convertido e batizado por são Paulo. No ano 43, já viajava ao lado do apóstolo, sendo considerado seu filho espiritual. Escreveu o seu Evangelho em grego puro, quando são Paulo quis pregar a Boa-Nova aos povos que falavam aquele idioma. Os dois sabiam que mostrar-lhes o caminho na própria língua facilitaria a missão apostólica. Assim, através de seus escritos, Lucas tornou-se o relator do nascimento de Jesus, o principal biógrafo da Virgem Maria e o primeiro a expressá-la através da pintura. 

Quando das prisões de são Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências. Presença que o confortou nas masmorras e deu-lhe ânimo no enfrentamento do tribunal do imperador. Na segunda e derradeira vez, Paulo escreveu a Timóteo que agora todos o haviam abandonado. Menos um.

19 de Outubro

São Paulo da Cruz

Fundador da Ordem dos Passionistas
Congregação da Paixão de Jesus Cristo - CP


O Papa Pio IX, assinalado pelo honroso epíteto "Cruz da Cruz", teve a satisfação de inscrever no catálogo dos santos Paulo da Cruz, o grande devoto à Sagrada Paixão de Jesus, o benemérito fundador dos Passionistas.

Este santo, nasceu em 1694, na Itália setentrional e recebeu no batismo o nome de Paulo Francisco. Os piedosos pais souberam dar a seu filho uma educação ótima cristã, e em suas instruções, muitas vezes relataram-lhe fatos da vida de penitência que levaram os santos eremitas. Foi neste ambiente de piedade e amor de Deus, que Paulo Francisco nasceu e cresceu. Não podia, pois, faltar, que também ele fosse do mesmo espírito e, menino ainda de poucos anos, se entregasse aos exercícios de oração e penitência também. Seu lugar predileto era a igreja, ou para acolitar o sacerdote no altar ou para visitar Nosso Senhor no SS. Sacramento. Este terno amor a Maria Santíssima, teve-o recompensado uma vez com a aparição de Nossa Senhora com o Menino Jesus, e outra vez pela salvação miraculosa de um grande perigo de morte.

Nas sextas-feiras se flagelava e seu alimento era um pedaço de pão embebido em vinagre e fel.

Fez estudos em Cremolino, localidade vizinha. Não só revelou bonitos talentos, como entre os condiscípulos se distinguiu pela pureza de costumes, que o fez ser por todos respeitado e amado. Com alguns de seus companheiros fez uma santa aliança, com o fim de se solidificarem no amor de Deus e se familiarizarem com a meditação sobre a Sagrada Paixão e Morte do Salvador. Entrou com eles na Irmandade de Santo Antônio, sendo ele nomeado seu chefe. Nesta qualidade, muitas vezes dirigia a palavra à numerosa assistência dos Irmãos, que muito apreciavam suas alocuções, cheias de sentimento e piedade.

Quis seu tio sacerdote que, por interesse puramente materiais, tomasse estado, a que o sobrinho teve esta bela resposta: "Meu Salvador crucificado, eu vos asseguro, em que vós vejo o meu sumo Bem e que, possuindo-vos a vós, me basta". Esta vitória sobre sua própria natureza Deus lhe recompensou com um forte desejo, que lhe deu ao martírio.

Quis se alistar entre os soldados de Veneza, para com eles ir ir combater com os turcos, mas Deus lhe revelou, ser a sua vontade que fundasse uma Congregação de homens que, como missionários, trabalhassem para a salvação das almas. Paulo confiou este segredo ao bispo de Alexandria, o qual, após madura reflexão, aprovou o plano, e em 22 de novembro de 1720, lhe deu o hábito preto com uma cruz branca sobre o peito, encimada esta do Santo Nome de Jesus, e impôs-lhe o nome de Paulo da Cruz. Na mesma ocasião, autorizou-o a ensinar a doutrina cristã ao povo de Castelazzo.

Paulo obedeceu; com o crucifixo na mão, andou pelas ruas da cidade, chamando o povo para dar atenção às verdades divinas. Suas prédicas sobvre a Sagrada Paixão, causaram profunda impressão. Os ouvintes choravam, velhas inimizades acabaram de vez; não mais se ouvia falar de orgias no Carnaval e por toda a parte apareceram dignos frutos de penitência. Ali mesmos, restringindo a sua alimentação a pão e água, escreveu a Regra da sua futura Ordem, fez uma romaria a Roma, e com seu irmão João, se retirou para o monte Argentano, perto de Orbitello. A fama do seu zelo apostólico, de sua vida mortificada e santa, fizeram com que o bispo de Toja os chamasse para sua diocese, lhes conferisse as ordens sacerdotais e do Papa Benedito XIII alcançasse a licença para aceitar candidatos em seu noviciado.

Depois de alguns anos de abençoada atividade, os Irmãos voltaram para o monte Argentano, para proceder à fundação da Ordem. Em breve, aliaram-se-lhes discípulos. A cidade de Orbitello se encarregou de os dotar de grande convento, de que tomara posse em 1737.

A finalidade da Ordem, fundada por São Paulo da Cruz é pela pregação de missões implantar e firmar, nos corações, o amor de Deus por meio de meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Todos os seus religiosos, aos três votos comuns, acrescentam o quarto, pelo qual se obrigam a trabalhar pela propagação entre os fiéis da devoção à Sagrada Paixão.

A Ordem foi aprovada pelo Papa Bento XIV, em 1741. Deste mesmo Papa é o conceito: "Esta Ordem, que ao nosso ver, devia antes de todas ser a primeira, acaba de ser aprovada por último". Paulo foi nomeado seu primeiro superior geral.

Com o estabelecimento oficial da Ordem, as suas obrigações começaram a vigorar. Não é possível enumerar as Missões que foram pregadas nas cidades e nas aldeias; e muito menos haverá quem possa contar as conversões nelas efetuadas. As prédicas de São Paulo da Cruz sobre a Paixão de Cristo operaram milagres nas almas dos mais empedernidos pecadores. "Padre, disse-lhe certa vez um oficial militar, eu estive no tumulto da batalha; presenciei terrível canhoneio sem estremecer; mas as suas práticas fazem-me tremer da cabeça aos pés". Paulo, pregando, parecia ser tomado todo do amor divino; falando do amor de Jesus na Eucaristia, dos tesouros insondáveis do sacrifício da Missa, ou tratando da devoção da Mãe de Deus dolorosa, seu rosto se transfigurava, e o ardor com que falava, se comunicava aos ouvintes.

A santa Missa celebrada por ele, era um espetáculo de piedade e de concentração para todos, a quem era dado lhe assistir.

Os seis Papas, em cujo governo Paulo da Cruz viveu, tinham-no em alta consideração. Clemente XIV deu à sua Ordem o Convento de São João e Paulo no monte Céio, onde tinham pregado as últimas Missões.

Quando, muito doente, desenganado pelos médicos, mandou ao Santo Padre pedir a bênção para a hora da morte, Pio VI deu ao mensageiro esta resposta: "Não queremos que o vosso Superior morra agora; dizei-lhe que esperamos a sua visita aqui, depois de três dias". Paulo, ao receber esta ordem, apertou o crucifixo ao coração e disse, em abafado gemido: "Oh, meu Senhor crucificado, quero obedecer ao vosso representante". O perigo da morte desapareceu imediatamente e três dias depois esteve no Vaticano, cordialmente recebido pelo Papa.

Viveu mais três anos, cheios de sofrimentos, mas sempre unido a Jesus na Sagrada Paixão e a Maria a Mãe dolorosa, de quem favores especiais recebeu na hora da morte, em 18 de outubro de 1775. Paulo da Cruz despediu-se do mundo na idade de 81 anos. Sua Ordem chamada a dos "Passionistas", continua florescente, no vigor e no espírito do seu fundador, espalhada em diversos lugares do mundo. No Brasil, ela se estabeleceu em 1911, com Casa Provincial em São Paulo.

Reflexões

A Ordem dos Passionistas foi fundada no século dezoito, numa época em que a maçonaria cantava vitórias sobre a Igreja Católica, das quais uma foi a supressão da Companhia de Jesus, que sua nefanda política conseguiu extorquir do Papa Clemente XIV. Na França ela preparou uma revolução; as chamas da revolução subiram ao céu e toldavam os horizontes; na Alemanha e na Áustria ela favoreceu o pernicioso Josefinismo, que muito prejuízo trouxe ao Reino de Cristo naqueles países. Para tempos tão tristes, não podia haver remédio melhor, senão a união mais estreita com Jesus crucificado, e a meditação da sua Sagrada Paixão e Morte.

A importância desta devoção ressalta da história da Igreja e do seu exemplo. Simão Pedro era um Apóstolo zeloso e não menos priviliegiado. Tinha ouvido as pregações de Jesus, presenciou todos os milagres operados por seu Mestre, esteve presente na Transfiguração do monte Tabor, recebeu da mão de Jesus a santa comunhão. Não obstante, deu sinais de fraqueza, já no Horto das Oliveiras e mais tarde no pátio do palácio do sumo pontífice. Chegou a negar seu divino Mestre, só para não dar a conhecer a uma empregada. Bastou, entretanto, um só olhar para Jesus, ao vê-lo na sua humilhação e miséria, para romper em amargo pranto e se converter.

Dimas, o bom Ladrão, criminoso inveterado, e até a última hora impenitente, quando viu Nosso Senhor na Cruz, um raio de luz penetrou sua alma e, arrependido dos seus malfeitos e ao mesmo tempo confiante na misericórdia divina, a Jesus dirigiu esta súplica: "Senhor, lembrai-vos de mim, ao entrardes no vosso reino". Jesus recompensou imediatamente esta expressão da fé e da comiseração, dizendo-lhe: "Ainda hoje estarás comigo no Paraíso". (Lc. 23)

O capitão romano de que fala São Mateus, morava em Jerusalém. Pouco se lhe dava a doutrina e os milagres de Jesus. Da boca de Pilatos tinha ouvido a declaração da inocência deste, o que não interessou. Comandante da corte, deu suas ordens, assistiu impassível à crucificação. Nada de compaixão, nada de sentimento superior em sua alma movia. Mas quando fixou seu olhar "no homem das dores", pregado na cruz, seu orgulho experimentou um choque irreprimível e em voz alta, para todos ouvirem, declarou: "Verdadeiramente este era o Filho de Deus", no que concordaram todos os que com ele estavam guardando a Jesus. (Mt 27)

A firmeza dos Mártires, o heroísmo dos defensores da fé, não tiveram outra fonte, senão a Santa Paixão e Morte de Jesus. Os grandes penitentes encontraram - todos eles - a sua paz, a sua tranquilidade, a sua felicidade ao pé da cruz.

Por tudo isso é que a Igreja não cessa de chamar os seus filhos para junto da Cruz do Filho de Deus crucificado. Sem haver uma obra de interrupção, o santo sacrifício da missa é celebrado no mundo inteiro. Todos os católicos são obrigados a assistir este sacrifício nos domingos e dias santos.

A devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus é a garantia da salvação para quem a pratica com fé e amor.

Foto: São Paulo da Cruz
(19 de Outubro)

Fundador da Ordem dos Passionistas 
Congregação da Paixão de Jesus Cristo - CP

O Papa Pio IX, assinalado pelo honroso epíteto

20 de Outubro

São Pedro de Alcântara

"Aqueles que são de Cristo crucificaram a própria carne com os seus vícios e concupiscências" (Gal 5,24)

Esta Palavra do Senhor se aplica muito bem a São Pedro de Alcântara, o qual lembramos hoje, pois soube vencer o corpo do pecado através de muita oração e mortificações. Pedro nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499.

Menino simples, orante e de bom comportamento, estudou na universidade ainda novo, mas soube, igualmente, destacar-se no cultivo das virtudes cristãs, até que, obediente ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito. Pedro foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, o qual administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.

Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila; esta, sobre ele, atestou depois da morte do santo: "Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus".

Considerado um dos grandes místicos espanhóis do séc. XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo.

São Pedro de Alcântara, rogai por nós!

Foto: São Pedro de Alcântara
(20 de Outubro)

21 de Outubro

Santa Úrsula

Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. A fama de sua beleza se espalhou e ela passou a ser desejada por vários pretendentes (embora Úrsula tenha feito um voto secreto de consagração total a Deus). Seu pai acabou aceitando a proposta de casamento feita pelo duque Conanus, um general de exército pagão, seu aliado.

Úrsula fora educada nos princípios cristãos. Por isso ficou muito triste ao saber que seu pretendente era pagão. Quis recusar a proposta mas, conforme costume da época, deveria acatar a decisão de seu pai. Pediu, então, um período de três anos para se preparar. Ela esperava converter o general Conanus durante esse tempo, ou então, encontrar um meio de evitar o casamento. Mas não conseguiu nem uma coisa, nem outra.

Conforme o combinado, ela partiu para as núpcias, viajando de navio, acompanhada de onze jovens, virgens como ela, que iriam se casar com onze soldados do duque Conanus. Há lendas e tradições que falam em onze mil virgens, ao invés de onze apenas. Mas outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que foram mesmo onze meninas.

Foram navegando pelo rio Reno e chegaram a Colônia, na Alemanha. A cidade havia sido tomada pelo exército de Átila, rei dos hunos. Eles mataram toda a comitiva, sobrando apenas Úrsula, cuja beleza deixou encantado ao próprio Átila. Ele tentou seduzi-la e lhe propôs casamento. Ela recusou, dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Átila, enfurecido, degolou pessoalmente a jovem, no dia 21 de outubro de 383. Em Colônia, uma igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e suas companheiras.

Durante a Idade Média, a italiana Ângela de Mérici, fundou a Companhia de Santa Úrsula, com o objetivo de dar formação cristã a meninas. Seu projeto foi que essas futuras mamães seriam multiplicadoras do Evangelho, catequizando seus próprios filhos. Foi um avanço, tendo em vista que nesta época a preocupação com a educação era voltada apenas para os homens. Segundo a fundadora, o nome da ordem surgiu de uma visão que ela teve.

Atualmente as Irmãs Ursulinas, como são chamadas as filhas de Santa Ângela, estão presentes nos cinco continentes, mantendo acesas as memórias de Santa Ângela e Santa Úrsula.

Santa Úrsula, rogai por nós!

Foto: Santa Úrsula
(21 de Outubro)

Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. A fama de sua beleza se espalhou e ela passou a ser desejada por vários pretendentes (embora Úrsula tenha feito um voto secreto de consagração total a Deus). Seu pai acabou aceitando a proposta de casamento feita pelo duque Conanus, um general de exército pagão, seu aliado.

Úrsula fora educada nos princípios cristãos. Por isso ficou muito triste ao saber que seu pretendente era pagão. Quis recusar a proposta mas, conforme costume da época, deveria acatar a decisão de seu pai. Pediu, então, um período de três anos para se preparar. Ela esperava converter o general Conanus durante esse tempo, ou então, encontrar um meio de evitar o casamento. Mas não conseguiu nem uma coisa, nem outra.

Conforme o combinado, ela partiu para as núpcias, viajando de navio, acompanhada de onze jovens, virgens como ela, que iriam se casar com onze soldados do duque Conanus. Há lendas e tradições que falam em onze mil virgens, ao invés de onze apenas. Mas outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que foram mesmo onze meninas.

Foram navegando pelo rio Reno e chegaram a Colônia, na Alemanha. A cidade havia sido tomada pelo exército de Átila, rei dos hunos. Eles mataram toda a comitiva, sobrando apenas Úrsula, cuja beleza deixou encantado ao próprio Átila. Ele tentou seduzi-la e lhe propôs casamento. Ela recusou, dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Átila, enfurecido, degolou pessoalmente a jovem, no dia 21 de outubro de 383. Em Colônia, uma igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e suas companheiras. 

Durante a Idade Média, a italiana Ângela de Mérici, fundou a Companhia de Santa Úrsula, com o objetivo de dar formação cristã a meninas. Seu projeto foi que essas futuras mamães seriam multiplicadoras do Evangelho, catequizando seus próprios filhos. Foi um avanço, tendo em vista que nesta época a preocupação com a educação era voltada apenas para os homens. Segundo a fundadora, o nome da ordem surgiu de uma visão que ela teve.

Atualmente as Irmãs Ursulinas, como são chamadas as filhas de Santa Ângela, estão presentes nos cinco continentes, mantendo acesas as memórias de Santa Ângela e Santa Úrsula. 

Santa Úrsula, rogai por nós!

22 de Outubro

São Gaudêncio

O nome do santo que lembramos neste dia, é Gaudêncio, que vem do latim "gaudere", que significa alegrar-se. Muito sugestivo, pois é com alegria que contemplamos a vida deste santo Bispo de Bréscia, na Itália.

Provavelmente, era natural daquela cidade que conheceu no século II o Cristianismo, e onde fazia parte do seu Clero diocesano. Muito conhecido e respeitado pela santidade, zelo pastoral e eficácia na pregação, São Gaudêncio foi amigo de vários outros Bispos santos (principalmente Santo Ambrósio de Milão).

No ano 400, como peregrino, foi conhecer a Igreja de Cristo e as grandes igrejas da antiguidade. Nesta viagem, fez amizade com o Patriarca de Constantinopla, São João Crisóstomo, e também no Oriente adquiriu relíquias de mártires, que levou para sua cidade episcopal, a fim de motivar a pureza da fé.

Admirado pela oratória, deixou como riqueza numerosos sermões, tratando do mistério pascal, festas litúrgicas e comentários sobre o Evangelho. Após uma vida muito frutuosa no culto e no cuidado das ovelhas do Bom Pastor, principalmente de amor aos pobres, Gaudêncio entrou no Céu no ano de 410.

Desde logo recebeu o culto de veneração que a Igreja ratificou em seu Martirológio. Suas relíquias conservam-se na Igreja de São João Evangelista em Bréscia.

São Gaudêncio, rogai por nós!

Foto: São Gaudêncio
(22 de Outubro)

O nome do santo que lembramos neste dia, é Gaudêncio, que vem do latim

23 de Outubro

São João de Capistrano

O santo de hoje fez da ação um ato de amor e do amor uma força para a ação, por isso, muito penitente e grande devoto do nome de Jesus chegou à santidade. João nasceu em Capistrano (Itália), em 1386, e com privilegiado e belos talentos, cursou os estudos jurídicos na universidade de Perusa. Juiz de direito, casado e nomeado governador de uma cidade na Itália, acabou na prisão por causa de intrigas políticas. Diante do sistema do mundo, frágil, felicidade terrena, e após a morte de sua esposa, João quis entrar numa Ordem religiosa. Com este objetivo teve João a coragem de vender os bens, pagar o resgate de sua missão, dar o resto aos pobres e seguir Jesus como São Francisco de Assis. O superior da Ordem, conhecendo os antecedentes de João, o submeteu a duras provas de sua vocação e, por tudo, João passou com humildade e paciência. Ordenado sacerdote consagrou-se ao poder do Espírito no apostolado da pregação; viveu de modo profundo o espírito de mortificação. João de Capistrano enfrentou a ameaça dos turcos contra a Europa e a tentativa de desunião no seio da própria Ordem Franciscana. Apesar de homem de ação prodigiosa e de suas contínuas viagens através de toda a Europa descalço, João foi também escritor fecundo, consumido pelo trabalho.

São João tinha muita habilidade para a diplomacia; era sábio, prudente, e media muito bem seus julgamentos e suas palavras. Tinha sido juiz e governador e sabia tratar muito bem às pessoas. Por isso quatro Pontífices (Martinho V, Eugênio IV, Nicolau V e Calixto III) empregaram-no como embaixador em muitas e muito delicadas missões diplomáticas e com muito bons resultados. Três vezes os Sumos Pontífices quiseram nomeá-lo Bispo de importantes cidades, mas preferiu seguir sendo humilde pregador, pobre e sem títulos honoríficos. Em 1453, os turcos muçulmanos propuseram invadir a Europa para acabar com o Cristianismo. Então São João foi à Hungria e percorreu toda a nação pregando ao povo, incitando-o a sair entusiasta em defesa de sua santa religião. As multidões responderam a seu chamado, e logo se formou um bom exército de crentes. Os muçulmanos chegaram perto de Belgrado com 200 canhões, uma grande frota de navios de guerra pelo rio Danúbio, e 50.000 terríveis jenízaros da cavalo, armados até os dentes. Os chefes católicos pensaram em retirar-se porque eram muito inferiores em número. Mas foi aqui quando interveio João de Capistrano: empunhando um crucifixo, foi percorrendo com ele todas as fileiras, animando os soldados com a lembrança de que iam combater por Jesus Cristo, o grande Deus dos exércitos. tanta confiança e coragem inspirou a presença do santo aos cristãos, que logo ao primeiro ímpeto foi derrotado o exército otomano. Morreu aos 71 anos de idade a 23 de outubro de 1456 e foi beatificado pelo Papa Leão X e solenemente canonizado pelo Papa Alexandre VIII no ano de 1690.

São João de Capistrano, rogai por nós!

Foto: São João de Capistrano
(23 de Outubro)

O santo de hoje fez da ação um ato de amor e do amor uma força para a ação, por isso, muito penitente e grande devoto do nome de Jesus chegou à santidade. João nasceu em Capistrano (Itália), em 1386, e com privilegiado e belos talentos, cursou os estudos jurídicos na universidade de Perusa. Juiz de direito, casado e nomeado governador de uma cidade na Itália, acabou na prisão por causa de intrigas políticas. Diante do sistema do mundo, frágil, felicidade terrena, e após a morte de sua esposa, João quis entrar numa Ordem religiosa. Com este objetivo teve João a coragem de vender os bens, pagar o resgate de sua missão, dar o resto aos pobres e seguir Jesus como São Francisco de Assis. O superior da Ordem, conhecendo os antecedentes de João, o submeteu a duras provas de sua vocação e, por tudo, João passou com humildade e paciência. Ordenado sacerdote consagrou-se ao poder do Espírito no apostolado da pregação; viveu de modo profundo o espírito de mortificação. João de Capistrano enfrentou a ameaça dos turcos contra a Europa e a tentativa de desunião no seio da própria Ordem Franciscana. Apesar de homem de ação prodigiosa e de suas contínuas viagens através de toda a Europa descalço, João foi também escritor fecundo, consumido pelo trabalho. 

São João tinha muita habilidade para a diplomacia; era sábio, prudente, e media muito bem seus julgamentos e suas palavras. Tinha sido juiz e governador e sabia tratar muito bem às pessoas. Por isso quatro Pontífices (Martinho V, Eugênio IV, Nicolau V e Calixto III) empregaram-no como embaixador em muitas e muito delicadas missões diplomáticas e com muito bons resultados. Três vezes os Sumos Pontífices quiseram nomeá-lo Bispo de importantes cidades, mas preferiu seguir sendo humilde pregador, pobre e sem títulos honoríficos. Em 1453, os turcos muçulmanos propuseram invadir a Europa para acabar com o Cristianismo. Então São João foi à Hungria e percorreu toda a nação pregando ao povo, incitando-o a sair entusiasta em defesa de sua santa religião. As multidões responderam a seu chamado, e logo se formou um bom exército de crentes. Os muçulmanos chegaram perto de Belgrado com 200 canhões, uma grande frota de navios de guerra pelo rio Danúbio, e 50.000 terríveis jenízaros da cavalo, armados até os dentes. Os chefes católicos pensaram em retirar-se porque eram muito inferiores em número. Mas foi aqui quando interveio João de Capistrano: empunhando um crucifixo, foi percorrendo com ele todas as fileiras, animando os soldados com a lembrança de que iam combater por Jesus Cristo, o grande Deus dos exércitos. tanta confiança e coragem inspirou a presença do santo aos cristãos, que logo ao primeiro ímpeto foi derrotado o exército otomano. Morreu aos 71 anos de idade a 23 de outubro de 1456 e foi beatificado pelo Papa Leão X e solenemente canonizado pelo Papa Alexandre VIII no ano de 1690.

São João de Capistrano, rogai por nós!

24 de Outubro

Santo António Maria Claret

Fundador da Ordem dos Claretianos
Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria - CMF


Em Sallent, Espanha, no lar abençoado de João Claret e Josefa Clara, a 23 de dezembro de 1807, nasceu um menino que no dia do Natal, foi batizado com o nome de Antônio. Esse menino seria operário, estrearia como industrial, seria seminarista, sacerdote, pároco, missionário, escritor, propagandista das boas leituras, Sacrário vivo, Apóstolo do Rosário, confessor e conselheiro da rainha, padre do Concílio do Vaticano e Santo.

António era bom filho de Deus, bom filho de Nossa Senhora. Em casa, na igreja e na escola era também o bom filho, o bom menino. João Claret, veria com gosto o filho estudar no seminário, mas por falta de recursos, teve de esperar por melhor oportunidade.

Finalmente António chega a Barcelona e inicia o estudo e o trabalho. Progride tanto num como noutro. Estuda o desenho que, mais tarde, será em suas mãos a arma poderosa de seu apostolado. Ricos industriais começam a convidar António, mas ele havia de ser Apóstolo e não industrial. Salvo milagrosamente por Nossa Senhora, quando estava a ponto de morrer afogado no mediterrâneo, salvo ainda de uma gravíssima tentação de uma mulher apaixonada da qual fugiu, e quando percebeu que começava a diminuir e seu espírito de piedade, abandonou tudo para entrar no Seminário, repetindo a si mesmo: De que vale o homem ganhar o mundo se perder a sua alma?

Desde a primeira infância, António queria ser sacerdote. Ele vira fugirem-lhe as esperanças. Ele conta: Com que fé, com que confiança falava com meu Pai! Eu me oferecia mil vezes ao seu Santo Serviço: Desejava ser Sacerdote para me consagrar dia e noite ao seu ministério e lembro-me que dizia: Humanamente não vejo nenhuma esperança, mas Vós, que sois tão poderoso, se quiserdes, tudo resolvereis. E me lembro que com toda a confiança, me deixei nas suas mãos Divinas.

O santo bispo de Vich, decidiu ordenar o seminarista Antônio Claret antes de terminar seus estudos. Dizia ao padre Fortunato Bres: “Quero ordenar logo a Antônio, porque há nele alguma coisa de extraordinário”. A 13 de junho de 1835, Antônio é ordenado sacerdote, tendo já mais de 27 anos de Idade, e tendo em particular, continuar seus estudos por 3 anos. O seu primeiro cargo é o de Vigário Cooperador na sua terra natal, assumindo depois a responsabilidade de Paróquia.

Aí permanece quatro anos, querido de todos, que o veneram e começam a chamar de santo “padrezinho de Sallent”. “Padrezinho” será chamado mais tarde nas ilhas canárias por causa de sua pequena estatura de um metro e cinqüenta e cinco centímetros. Desligando-se do cargo de Vigário de Sallent, pensou em fundar uma Congregação de Sacerdotes, com o fim de pregar as Missões, mas, não sendo possível no momento, resolver ir para as missões estrangeiras, abrasado pelo desejo de derramar o sangue por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Para realizar esse ideal, parte a pé para Roma. Em Marselha é acompanhado por um anjo em forma de um jovem, seguindo o resto da viagem em navios, mas na coberta, exposto às ondas que a invadiam em dias de tempestade e de chuva.

Em Roma, com o fim de mais facilmente poder ir às Missões de infiéis, entrou na Companhia de Jesus. Mas Deus, que o queria fundador de uma congregação de missionários, manda-lhe uma doença que o obriga a sair do noviciado dos Jesuítas e voltar à Espanha.

Missionário Apostólico em Viladrau, pregou a primeira missão com grande sucesso, começando a vida de missionário aos 33 anos, sendo no mesmo ano levado por Roma ao ofício de Missionário Apostólico.

Toda a vida do Pe. Claret, será assinalada por uma série ininterrupta de milagres, podendo muito bem ser comparada ao taumaturgo português, de quem recebera o nome. Foi em Viladrau, nos começos de sua vida missionária, que realizou o primeiro milagre. Quando uma casa de um seu amigo era presa de chamas, apesar de todas as tentativas de debelar o incêndio, chega o Pe. Claret, dá uma volta ao redor do prédio, dando a sua bênção, e todos viram como, à medida que o padre abençoava, cessavam as chamas, sendo poucos os prejuízos.

Desde então, os milagres se multiplicaram e podemos dizer do grande missionário do Século XIX, o que se dizia dos Apóstolos, que pregava e confirmava a doutrina com milagres de toda a espécie. Deus concedeu também ao Pe. Claret, poder extraordinário contra o demônio, que muitas vezes quis impedir o fruto das pregações do santo missionário. A Palavra de Deus pregada pelo santo missionário, operava maravilhas. No confessionário, davam-se secretas informações das consciências. Pelas estradas e nas cidades, as conversações eram muitas vezes milagrosas.

O Padre Claret percorreu em pregações apostólicas, grande parte da Espanha e Ilhas Canárias; tinha visto a imensidão da seara, e por isso, vinha-lhe na mente a idéia de fundar uma Congregação de Missionários. O dia marcado, foi o dia 16 de julho de 1849.

Com mais cinco jovens sacerdotes, reunidos num pequeno quarto do Seminário de Cich, mobiliado com uma mesinha, uma cadeira e um banco sem encosto, e pendente na parede um crucifixo e um quadro da Mãe do Divino Amor, deu início à Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. O fim da Congregação foi determinado na primeira página das Constituições: “salvar as almas de todo o mundo por todos os meios possíveis”.

Ao começar a propor a idéia da fundação da congregação, ele dizia: “Hoje começamos uma grande obra”. E a profecia realizou-se. Cem anos após a fundação, o Fundador foi elevado à Suprema glorificação. Mas, mal havia acabado de fundar sua Congregação de missionários, e quando consolidava a obra providencial da “Livraria Religiosa”, foi surpreendido pela nomeação para Arcebispo de Santiago de Cuba. Ao chegar às terras cubanas, foi logo visitar o Santuário nacional de Nossa Senhora do Cobre, padroeira da ilha, e sob a proteção de Nossa Senhora, começou as visitas pastorais, verdadeiras missões que operavam a renovação espiritual e moral das cidades e aldeias visitadas. Durante as visitas pastorais, ele pregava, catequizava, confessava, visitava as religiosas, consolava os doentes, dando-lhes esmolas, visitava os presos e defendia os pobres negros e escravos.

A um fazendeiro desumano, que judiava dos escravos disse o padre Claret, queimando na chama de uma vela, um pedaço de papel branco e outro preto: “Distingues as cinzas do papel branco e do papel preto? Pois do mesmo modo, que não distingues a cinza do papel branco e do papel preto, assim Deus não distingue entre o homem branco e o homem preto”.

Nas missões, visitas e nos recintos, os ouvintes ficavam pendentes dos seus lábios, apesar dos sermões serem longos e cheios de doutrina sólida.

A alegria dos bons era grande, considerando a felicidade de ter um santo por Arcebispo, mas os inimigos da Igreja, principalmente as lojas maçônicas, conspiravam ocultamente contra o santo arcebispo. Por várias vezes atentaram contra a sua vida, incendiando a casa onde pensavam estar ele hospedado, e outra vez, servindo-se de um assassino. Foi em Holguim, no dia 1 de fevereiro de 1856. O santo saía da Igreja depois de pregar um fervoroso sermão sobre Nossa Senhora. Ia acompanhado de várias pessoas. Ao passar por uma das ruas que levavam ao lugar onde estava hospedado, aproximou-se dele um homem, como se quisesse beijar-lhe o anel, e desferiu-lhe uma navalhada, abrindo-lhe o rosto desde a orelha até o queixo, e ferindo também o braço, fugindo logo após na escuridão. Esses foram os primeiros atentados pessoais e muitos outros se registraram até mesmo no fim da vida.

Escreveu diversos livros e opúsculos destinados a toda a classe de pessoas. Foram 144 obras, que nos legou o missionário, num total de 21.000 páginas. Combatia os livros maus, fazendo de uma , feita de grande fogueira com mais de 3.000 livros obscenos e estampas escandalosas. No fim da primeira visita pastoral, já havia distribuído gratuitamente mais de 80.000 livros e 90.000 estampas e folhas de propaganda. Nos 06 anos que passou na ilha, distribuiu mais de 200.000 gratuitamente.

Este santo fundador, havia ensinado aos seus Missionários que, para salvar as almas, usassem de todos os meios possíveis. Durante o seu episcopado em Cuba e durante os anos passados em Madri, foi quando mais se dedicou à formação da infância e da juventude. Em Cuba, restaurou o antigo Seminário, fundou escolas populares e, para dar perenidade à sua obra educativa, fundou uma Congregação Religiosa dedicada ao magistério sob o título de Religiosas de Maria Imaculada.

O amor a nossa senhora que encheu a vida do Padre Claret, não se conteve no seu peito. Foram tantas as provas que recebera de Nossa Senhora, que ele não podia deixar de ser o Apóstolo Mariano. Quando foi nomeado bispo, acrescentou ao próprio nome o de Maria. Quando pregava, nunca se esquecia de falar de Nossa Senhora, o que mais comovia aos seus ouvintes.

O santo padre CLaret, sempre humilde e amigo dos pobres, dos escravos negros e da gente simples do campo e das aldeias, foi de repente surpreendido com a nomeação para confessor e conselheiro de Isabel II, rainha da Espanha, que governava a nação espanhola no meio das maiores tempestades políticas e conspirações contra a Igreja e contra a coroa . Sendo obrigado a aceitar o cargo, viveu inteiramente alheio aos desmandos da política, orientando com prudência de santo, a consciência da rainha.

O santo confessor da rainha, sempre combatido e caluniado, sofrera já muitos martírios. Faltava-lhe, porém, o martírio do desterro, a separação da terra querida que o viu nascer, para morrer em terra estranha. Ele que consagrara a vida toda ao serviço da Espanha, era atirado pela revolução ao desterro.

Chegando a Paris, não se entregou ao descanso. Hospedado num pensionato de São José das Irmãs de Belley, recomeçou as atividades como escritor e como pregador. Confessava, dava a Comunhão, crismava.

A 24 de abril de 1869, foi recebido em audiência por Pio IX, em Roma. Pio IX, tão perseguido e caluniado, soube compreender os sofrimentos do padre Claret e consolá-lo com mostras de extraordinário carinho. Pio IX já havia escrito, ser o Padre Claret, "um homem todo de Deus".

Em Roma, não cessou de escrever e pregar, visitando e pregando principalmente aos seminaristas do Colégio Pio Latino Americano, e preparando-se para tomar parte ativa no Concílio Vaticano I.

O imortal Pio IX, a 29 de junho de 1868, convocou um Concílio Ecumênico, que foi aberto solenemente a 8 de dezembro de 1869. Chegaram a Roma bispos ilustres, vindo de todos os recantos do orbe, venerandos pela idade, gloriosa da fé, missionários de terras longínquas, escritores célebres, teólogos famosos, atingindo o número de 767. Entre eles, um arcebispo humilde pela estatura, doente, alquebrado pelo peso dos anos, dos trabalhos, das perseguições e dos atentados. Dom António Maria Claret.

Quando se discutia a definição do dogma da Infalibilidade Pontifícia, ele pediu a palavra e falou mais com o coração do que com os lábios, defendendo a prerrogativa divina do Sumo Pontífice. E terminou com estas palavras: "Oxalá pudesse eu consumar o sacrifício começado em 1856, ao descer do púlpito para pregar a fé..." e terminava mostrando as cicatrizes do rosto e do braço, declarando estar pronto a derramar todo o sangue das suas veias, para defender o dogma da infalibilidade pontifícia.

Oitenta anos depois, a Igreja escolheu a primeira e mais lídima glória do Concílio Vaticano, entre 767 ilustres cardeais, arcebispos e bispos, e tributou-lhe a glorificação suprema da Canonização.

Os Missionários do Coração de Maria, não puderam gozar por muito tempo da companhia do pai querido, que teve de abandonar a casa dos filhos para continuar seu desterro no Mosteiro cisterciense de Fontfroide. Recebeu com alegria o Viático e a Extrema Unção e, após uma prolongada agonia, morreu a 24 de outubro de 1870, sem dívidas, sem dinheiro e sem pecados, como desejara.

Antes mesmo que cessassem as calúnias e perseguições, começava a glorificação do Pe. Claret. Deus multiplicava por suas mãos os milagres e favores sobrenaturais.

A Igreja instaurou os processos de Beatificação e Canonização, examinando todos os seus escritos e declarando nada haver neles contra a sã doutrina; examinou a sua vida e proclamou que exerceu as virtudes em grau heróico. Examinou os milagres operados depois da morte e elevou-o à glória dos Beatos em 25 de fevereiro de 1934. Pio XI o declarava então: "Figura verdadeiramente grande, apóstolo infatigável, organizador moderno, precursor da ação católica, principalmente por meio da imprensa, na qual não foi superado por ninguém".

E, num dia radiante de luz e glória, Pio XII o canonizou no Ano Santo de 1950, no dia 07 de maio. A terra toda entoou os seus louvores. A Igreja divina de Cristo prostra-se aos seus pés para invocá-lo: "SANTO ANTÓNIO MARIA CLARET, ROGAI POR NÓS!".

Foto: Santo Antônio Maria Claret
(24 de Outubro)

Fundador da Ordem dos Claretianos 
Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria - CMF

Em  Sallent, Espanha, no lar abençoado de João Claret e Josefa Clara, a 23 de dezembro de 1807, nasceu um menino que no dia do Natal, foi batizado com o nome de  Antônio.  Esse menino seria operário, estrearia como industrial, seria seminarista, sacerdote, pároco, missionário, escritor, propagandista das boas leituras, Sacrário vivo, Apóstolo do Rosário, confessor e  conselheiro da rainha, padre do Concílio do Vaticano e  Santo. 

Antônio era bom filho de Deus,  bom filho de Nossa Senhora. Em casa, na igreja e na escola era também o bom filho, o bom menino. João Claret,  veria com gosto o filho estudar no seminário, mas por falta de recursos, teve de esperar por melhor oportunidade. 

Finalmente Antônio chega a Barcelona e inicia o estudo e o trabalho. Progride tanto num como noutro. Estuda o desenho que, mais tarde, será em suas mãos a  arma poderosa  de seu apostolado.  Ricos  industriais começam a convidar  Antônio, mas ele  havia de ser Apóstolo e não industrial.  Salvo milagrosamente por Nossa  Senhora, quando estava a ponto de morrer  afogado no mediterrâneo, salvo ainda de uma gravíssima tentação de uma mulher apaixonada da qual fugiu, e quando percebeu que começava a  diminuir e seu espírito de piedade, abandonou tudo para entrar no Seminário, repetindo a si mesmo:  De que vale o  homem ganhar o mundo se  perder a sua alma? 

Desde a  primeira infância, Antônio queria ser sacerdote. Ele vira  fugirem-lhe as  esperanças. Ele conta:  Com que fé, com que confiança  falava com meu Pai!  Eu me oferecia mil vezes ao seu Santo Serviço:  Desejava ser Sacerdote para me consagrar dia e noite ao seu ministério e lembro-me que dizia: Humanamente não vejo nenhuma esperança, mas Vós,  que sois  tão poderoso, se quiserdes, tudo resolvereis.  E me lembro que com toda a confiança, me deixei nas suas mãos Divinas.

O santo bispo de Vich, decidiu ordenar o seminarista Antônio Claret antes de terminar seus estudos.  Dizia ao padre Fortunato Bres:  “Quero ordenar logo a Antônio, porque há nele  alguma coisa de extraordinário”.  A 13 de junho de 1835, Antônio é ordenado sacerdote, tendo já mais de 27 anos de Idade, e tendo em particular, continuar seus  estudos por 3 anos. O seu primeiro cargo é o de Vigário Cooperador na sua terra natal, assumindo depois a responsabilidade de  Paróquia.             

Aí permanece quatro anos, querido de todos, que o veneram e  começam a chamar de santo “padrezinho de Sallent”. “Padrezinho” será chamado mais tarde nas ilhas canárias por causa de sua pequena estatura de um metro e cinqüenta e  cinco centímetros.  Desligando-se  do cargo de Vigário de Sallent, pensou em fundar uma Congregação de Sacerdotes, com o fim de pregar as Missões, mas,  não sendo possível no momento,  resolver ir para as  missões estrangeiras, abrasado pelo desejo de  derramar o sangue por Nosso  Senhor Jesus Cristo. 

Para realizar esse ideal, parte a pé para Roma.  Em Marselha é acompanhado por um anjo em  forma de um jovem, seguindo o  resto da viagem em navios, mas na coberta, exposto às ondas que a  invadiam em  dias de tempestade e de chuva. 

Em Roma, com o fim de mais facilmente poder ir às Missões de infiéis, entrou na Companhia de Jesus.  Mas Deus, que o queria fundador de uma congregação de missionários, manda-lhe uma doença que o obriga a sair do noviciado dos Jesuítas e voltar à Espanha.  

Missionário Apostólico  em Viladrau, pregou a primeira missão com grande  sucesso, começando a  vida de missionário aos 33 anos, sendo no mesmo ano levado por Roma ao ofício de Missionário Apostólico. 

Toda a  vida do Pe.  Claret, será assinalada por  uma série ininterrupta de milagres, podendo muito bem ser comparada ao taumaturgo português, de quem recebera o nome.  Foi em Viladrau, nos  começos de sua vida missionária, que realizou o primeiro milagre.  Quando uma casa de um seu amigo era presa de chamas, apesar de todas as tentativas de debelar o incêndio, chega o Pe.  Claret, dá uma volta ao redor do prédio, dando a sua bênção, e todos viram como, à medida que o padre abençoava, cessavam as chamas, sendo poucos os prejuízos. 

Desde então, os milagres se multiplicaram e podemos dizer do grande missionário do Século XIX, o que se dizia dos Apóstolos,  que pregava e confirmava a doutrina com milagres de toda a espécie.    Deus concedeu também ao Pe.  Claret, poder extraordinário contra o demônio, que muitas vezes quis impedir o fruto das  pregações do santo missionário. A Palavra de Deus pregada pelo santo missionário, operava maravilhas.  No confessionário, davam-se secretas informações das consciências. Pelas estradas e  nas cidades, as conversações eram muitas vezes milagrosas. 

O Padre Claret percorreu em pregações apostólicas, grande  parte da Espanha e Ilhas Canárias;  tinha visto a imensidão da seara, e por isso, vinha-lhe na mente a  idéia de fundar uma Congregação de Missionários. O dia marcado, foi o dia 16 de julho de 1849.           

Com mais cinco jovens sacerdotes, reunidos num pequeno quarto do Seminário de Cich, mobiliado com  uma mesinha, uma cadeira e  um banco sem encosto,  e pendente na parede um crucifixo e  um quadro da Mãe do Divino Amor, deu início à Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria.  O fim da  Congregação foi determinado na primeira página das Constituições:  “salvar as  almas de todo o mundo por todos os  meios possíveis”.

Ao começar a  propor a  idéia da fundação da  congregação, ele  dizia:  “Hoje começamos uma grande obra”.  E a profecia realizou-se.  Cem anos após a fundação, o Fundador foi elevado à Suprema  glorificação.  Mas, mal havia acabado de  fundar sua Congregação de missionários, e quando consolidava a  obra providencial da “Livraria Religiosa”,  foi surpreendido pela  nomeação para Arcebispo de  Santiago de Cuba.  Ao chegar às terras  cubanas, foi logo visitar o Santuário nacional de Nossa Senhora do Cobre, padroeira da ilha, e sob a proteção de Nossa Senhora,  começou as visitas pastorais, verdadeiras missões que operavam a  renovação espiritual e moral das cidades e  aldeias visitadas.  Durante as visitas pastorais, ele pregava,  catequizava,  confessava,  visitava as religiosas, consolava os doentes, dando-lhes esmolas,  visitava os presos e  defendia os pobres negros e escravos. 

A  um fazendeiro desumano, que judiava dos escravos disse o padre Claret, queimando na chama de  uma vela,  um pedaço de papel  branco e outro preto:  “Distingues as  cinzas do papel branco e do papel preto? Pois do mesmo modo, que não distingues a  cinza  do papel branco e do papel preto, assim Deus não distingue entre o homem branco e o homem preto”. 

Nas missões, visitas e nos recintos, os ouvintes ficavam pendentes dos seus  lábios, apesar dos sermões serem  longos e cheios  de  doutrina sólida.  

A alegria dos bons  era grande, considerando a felicidade de  ter um santo por Arcebispo, mas os inimigos da Igreja, principalmente as lojas maçônicas,  conspiravam ocultamente contra o santo arcebispo.  Por várias vezes  atentaram contra a  sua vida, incendiando a  casa onde pensavam estar ele hospedado, e outra vez, servindo-se de um assassino.  Foi em Holguim, no dia 1 de fevereiro de  1856. O santo saía da  Igreja depois de pregar um fervoroso sermão sobre Nossa  Senhora. Ia  acompanhado de várias pessoas. Ao passar por uma das ruas que levavam ao lugar onde estava hospedado,  aproximou-se dele um homem, como se quisesse beijar-lhe o anel,  e desferiu-lhe uma navalhada, abrindo-lhe o rosto desde a orelha até o queixo, e ferindo também o braço,  fugindo logo após na  escuridão.   Esses  foram os primeiros atentados pessoais e muitos outros se registraram até mesmo no fim da vida.

Escreveu diversos  livros e opúsculos  destinados a  toda a classe de pessoas.  Foram 144 obras, que nos legou o missionário, num total de  21.000 páginas.  Combatia os livros maus,  fazendo de uma , feita de  grande fogueira com mais de 3.000 livros obscenos e  estampas escandalosas. No fim da primeira visita pastoral,  já havia distribuído gratuitamente mais de  80.000 livros e 90.000 estampas e folhas de propaganda.  Nos 06 anos que passou na ilha, distribuiu mais de 200.000 gratuitamente. 

Este santo fundador, havia ensinado aos seus Missionários que, para salvar as almas, usassem de todos os meios possíveis.  Durante o seu episcopado em Cuba e  durante os anos passados em Madri, foi quando mais se dedicou à formação da infância e da juventude. Em Cuba, restaurou o antigo Seminário, fundou escolas populares e, para dar perenidade à sua obra educativa,  fundou uma Congregação Religiosa dedicada ao magistério sob o título de Religiosas de Maria Imaculada. 

O amor a  nossa senhora que encheu a vida do Padre Claret, não se conteve no seu peito. Foram tantas as provas que recebera de Nossa Senhora, que ele  não podia deixar de ser o Apóstolo Mariano.  Quando foi nomeado bispo,  acrescentou ao próprio nome o de Maria.  Quando pregava, nunca se esquecia de falar de Nossa Senhora, o que mais comovia aos seus ouvintes.  

O santo padre CLaret, sempre humilde  e amigo dos pobres, dos escravos negros e  da gente simples do campo e das aldeias, foi de repente surpreendido com a nomeação para confessor e  conselheiro de Isabel II, rainha da Espanha, que governava a nação espanhola no meio das maiores tempestades políticas e conspirações contra a Igreja e contra a coroa . Sendo obrigado a aceitar o cargo, viveu inteiramente alheio aos desmandos da  política, orientando com prudência de santo, a  consciência da rainha. 

O santo confessor da rainha, sempre combatido e caluniado, sofrera já muitos martírios. Faltava-lhe, porém, o martírio do desterro, a separação da terra  querida que o viu nascer, para morrer  em terra estranha. Ele que consagrara a  vida toda ao serviço da Espanha, era atirado pela revolução ao desterro. 

Chegando a Paris, não se entregou ao descanso. Hospedado num pensionato de São José das Irmãs de Belley, recomeçou as  atividades  como escritor e como pregador. Confessava, dava a  Comunhão,  crismava.  

A 24 de abril de  1869, foi recebido em audiência por Pio IX, em Roma. Pio IX, tão perseguido e caluniado, soube compreender os sofrimentos do padre Claret e  consolá-lo com mostras de extraordinário carinho. Pio IX  já havia escrito, ser o Padre Claret,

25 de Outubro

Santo António de Sant'Anna Galvão

Frei António de Sant'Anna Galvão, filho de pais piedosos e cuja família era reconhecida por sua grande caridade para com os pobres, nasceu em 1739 em Guaratinguetá, Estado de São Paulo, cidade situada bem próxima ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, tendo sido batizado com o nome de António Galvão de França.

Viveu sua infância em meio à riqueza, já que seu pai António Galvão de França, como imigrante português, era o capitão-mor da cidade, gozando de plenas regalias políticas e de situação econômica privilegiada. A mãe, por sua vez, era descendente de Fernão Dias Pais Leme, de linhagem nobre e famoso desbravador dos sertões do Brasil por ocasião das expedições dos bandeirantes.

Os pais, preocupados em zelar pela esmerada educação dos filhos, matricularam Frei Galvão no Colégio de Belém, que era administrado pelos padres da companhia de Jesus, onde já encontrava-se um de seus irmãos, de nome José. Era o ano de 1752 e António Galvão tinha treze anos de idade quando ingressou no Colégio. Lá permaneceu por quatro anos, onde aprendeu ciências humanas ao mesmo tempo que aprofundou-se nas verdades divinas. Ao final desse período, manifestou ao pai o desejo de abraçar a vida religiosa. O próprio pai aconselhou-o a ingressar no convento dos franciscanos, já que havia um convento em Taubaté, não muito distante da sua terra, Guaratinguetá. E foi assim que Frei Galvão iniciou sua jornada, renunciando a todo o conforto das riquezas e influência social, para dedicar-se exclusivamente ao serviço de Deus.

Aos 21 anos de idade, fez o noviciado na Vila de Macacu, Rio de Janeiro, onde os confrades já percebiam o desabrochar da piedade e conduta exemplar que carregava consigo desde o tempo da infância. Em 1761 professou os votos solenes e somente um ano depois, por reconhecida sabedoria e já proclamadas virtudes, recebeu o sacramento da Ordem. Mesmo ordenado sacerdote, optou por dar continuidade aos seus estudos de filosofia e teologia no Convento de São Francisco, em São Paulo. Após formar-se assumiu, respectivamente, os cargos de pregador, confessor dos leigos e também porteiro do convento.

Distinguiu-se pela dedicação incansável ao sacramento da Penitência. Fazia parte da sua rotina não só atender às pessoas que lhe procuravam no convento para confessar-se, mas percorria caminhos extremamente longos a pé, para atender confissão dos fiéis nos mais longínquos rincões da cidade. Tal dedicação fez com que seus superiores o nomeassem confessor de um recolhimento de piedosas mulheres, em São Paulo. Foi lá que encontrou-se com a Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa de profunda oração e que lhe confidenciara que o próprio Jesus lhe revelara o pedido de fundar oficialmente um novo Recolhimento. Após analisar, ouvir o parecer de pessoas sábias e esclarecidas no clero, Frei Galvão considerou válidas as visões de Irmã Helena. Assim, em 1774 fundou oficialmente o Recolhimento das "Recolhidas de Santa Teresa".

Um ano depois, Madre Helena teve morte repentina e Frei Galvão tornou-se a única referência espiritual das Recolhidas, trabalho que exerceu com grande zelo e humildade. Como crescesse vertiginosamente o número de vocacionadas, Frei Galvão dedicou-se por quatorze anos não só cuidando da ampliação do Recolhimento, mas também na construção da Igreja, inaugurada em 15 de agosto de 1802. Foi o próprio frade quem arquitetou e empreendeu a edificação, trabalhando como mestre de obras e como pedreiro.

Só em 1929, porém, que este Recolhimento viria a transformar-se no Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, que deu origem a outros nove mosteiros, os quais tem Frei Galvão como fundador e guia. Daí o nome "Mosteiro das Concepcionistas", ou mais conhecido popularmente como "Mosteiro da Luz", sendo este o mesmo prédio projetado e construído pelo fundador.

Foi filho fiel, consagrado e devotíssimo à Santíssima Virgem Maria, entregando-se a uma vida austera, de freqüentes orações e duras penitências, ornadas com diligente caridade ao próximo. Como orientador espiritual das Recolhidas, prescreveu-lhes estatutos próprios, dando às mulheres diretrizes evangélicas marcadas pela caridade, oração, pobreza total, intensa penitência e amor fidelíssimo a Nossa Senhora. Constam, nesses inscritos de Frei Galvão:

"A padroeira é Maria Santíssima Senhora Nossa"

"As casas religiosas são casas de abundantes penalidades onde se alcança a coroa de um prolongado martírio".

"Cédula irrevogável de filial entrega a Maria Santíssima, minha Senhora".

Era um franciscano simples que, normalmente no silêncio noturno, costumava aliviar os pobres em suas necessidades materiais e espirituais. Os doentes lhe procuravam freqüentemente, pois a ocasião não era propícia para tratamentos médicos adequados, tanto pela falta de recursos financeiros como pela limitação científica da época.

Numa dessas ocasiões, um jovem que padecia de dores renais violentíssimas lhe procurou, pois, diante da grave enfermidade já vislumbrava a face da morte aproximando-se em passo acelerado. Foi quando o santo frade, tomando às mãos pena e papel, escreveu uma frase em latim do Ofício de Nossa Senhora. Enrolou-o em forma de pílula e pediu ao jovem enfermo que a tomasse. Tão logo ingeriu a pílula, as dores cessaram e segundos depois, expeliu um grande cálculo. Ainda em meio a esse milagre, um senhor chegou ao local suplicando orações e que lhe desse qualquer remédio para a mulher que, naquele momento, sofria de sérias complicações de parto. Frei Galvão fez outra pilulazinha semelhante à primeira pediu que a levasse à esposa. Logo que a tomou, a criança nasceu, sem qualquer tipo de complicação para a mãe e para o filho.

A partir disso o poder milagroso das pílulas de Frei Galvão espalhou-se pela região e tantas pessoas dirigiam-se ao local que teve que ensinar as Irmãs do Recolhimento a confeccioná-las e dar às pessoas necessitadas, o que elas fazem até hoje. Curiosamente, na imensa relação de graças alcançadas por intercessão de Frei Galvão junto ao Mosteiro da Luz, embora 60 a 70% das curas estejam relacionadas a cura do câncer, grande parte refere-se a curas de cálculos renais, gravidez, parto e também de casais que, não conseguindo ter filhos, foram atendidos.

Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998. Na manhã de 23 de fevereiro de 2007, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico, o Papa Bento XVI anunciou a canonização de cinco beatos, dentre eles, Frei Galvão, nascido em Guaratinguetá/SP. A cerimônia foi realizada no dia 11 de maio de 2007 no Campo de Marte e presidida pelo Santo Padre em visita ao Brasil por ocasião da V Conferência Geral do Conselho Episcopal Latino Americano e do Caribe, esta no Santuário Nacional de Aparecida. Com essa canonização, Frei Galvão é o primeiro brasileiro nato a receber a honra dos altares. Faleceu em 23 de dezembro de 1822. Seu corpo repousa na igreja do Recolhimento da Luz, que ele mesmo construiu e é local de contínuas e fervorosas peregrinações. Lá também encontra-se sepultado o corpo da co-fundadora Irmã Helena Maria do Espírito Santo.

Como obter as pílulas de Frei Galvão?

As pílulas de Frei Galvão são confeccionadas e fornecidas pelas Irmãs Concepcionistas do Mosteiro da Luz a qualquer pessoa. Basta enviar uma carta solicitando as pílulas e esclarecendo que já possui a Novena da Santíssima Trindade (tópicos seguintes) e peça às irmãs que reze por suas intenções. Não esquecer de colocar dentro desse envelope, um outro envelope selado e destinado a você mesmo, para poupar as Irmãs de trabalho e despesas postais. O endereço delas é o seguinte:

Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz
Av. Tiradentes, 676 - Bairro da Luz
CEP: 01102-000 São Paulo SP

Depois de receber as pílulas, como fazer a novena de Frei Galvão?

É muito simples. Você vai receber três pílulas no envelope. Tenha em mãos a Novena da Santíssima Trindade (próximo tópico) e tome uma pílula no primeiro dia da novena, outra no quinto e a última no nono dia. (Para quem não sabe, novena significa significa nove dias, devendo-se a cada dia rezar uma vez a oração da Santíssima Trindade). Nos casos mais graves, pode-se fazer a "Novena de Fogo" que, ao invés de nove dias, corresponde à nove horas seguidas, ou seja, a cada hora reza-se a oração da Santíssima Trindade, obedecendo-se o mesmo critério: uma pílula na primeira hora, outra na quinta e a última na nona hora da novena.

Novena da Santíssima Trindade

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo,eu vos adoro, louvo e vos dou graças pelos benefícios que me fizestes.Peço-vos, por tudo o que fez e sofreu vosso Servo, Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e vos digneis conceder-me a graça que ardentemente desejo. Amém.

Rezar (Também nas intenções das Irmãs):

1 Pai-Nosso, 1 Ave-Maria e 1 Glória ao Pai

Não esqueça de comunicar às Irmãs do Mosteiro da Luz as graças e milagres alcançados através da Novena de Frei Galvão. O endereço postal é o mesmo que mencionamos acima.

Reflexões:

O Papel de Frei Galvão ao escrever sua história de santidade, remonta seus primeiros passos como legislador das Concepcionistas, prescrevendo, de próprio punho, as regras das "Recolhidas da Imaculada Conceição". Regras, aliás, que indicam o caminho da Cruz e de um "prolongado martírio", mas revestido de ternura e compaixão com os que sofrem, com os pobres e doentes. Isso traduz uma vida de verdadeira entrega e amor cristão: assumir a Cruz e ao mesmo tempo aliviar as dores do próximo. Virtude tão santa e perpetuada pelas mãos das Concepcionistas, que tantos alívios concedem ao Povo de Deus com suas orações e com a distribuição das miraculosas pílulas de Frei Galvão.

Os brasileiros se alegram e agradecem a Deus por este momento tão especial e significativo para a Igreja, de ver elevado aos altares o primeiro filho da Terra da Santa Cruz. Um presente ornamentado com as mais belas jóias de piedosa devoção e calorosa emoção pela presença do Santo Padre em nosso País, que pessoalmente presidiu a canonização no Campo de Marte para na sequência, seguir para a V Conferência Episcopal no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, que tão próxima encontra-se à cidade de Guaratinguetá.

Um ambiente onde tudo está muito próximo, um aconchego que faz lembrar o pedido do pai de Frei Galvão, quando este decidiu ingressar na vida religiosa: Que optasse pelo convento de Taubaté, próximo à Guaratinguetá, onde morava a família, para ficar "mais pertinho" do filho recém vocacionado. Nisso vemos o carinho e a delicadeza da Mãe, que ornamentou carinhosamente a casa em dia de festa, colocando as coisas em seu devido lugar, para que tudo ocorresse em perfeita harmonia com a história do nosso santo, Seu devotíssimo servo. Fatos evidentes que nos certificam a inexistência do acaso.

Santo António de Sant'Anna Galvão, soldado de Maria, protetor dos aflitos, pai das Concepcionistas, orgulho dos franciscanos, rogai por nós!

Foto: Santo Antônio de Sant'Anna Galvão (25 de Outubro) Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, filho de pais piedosos e cuja família era reconhecida por sua grande caridade para com os pobres, nasceu em 1739 em Guaratinguetá, Estado de São Paulo, cidade situada bem próxima ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, tendo sido batizado com o nome de Antônio Galvão de França. Viveu sua infância em meio à riqueza, já que seu pai Antônio Galvão de França, como imigrante português, era o capitão-mor da cidade, gozando de plenas regalias políticas e de situação econômica privilegiada. A mãe, por sua vez, era descendente de Fernão Dias Pais Leme, de linhagem nobre e famoso desbravador dos sertões do Brasil por ocasião das expedições dos bandeirantes. Os pais, preocupados em zelar pela esmerada educação dos filhos, matricularam Frei Galvão no Colégio de Belém, que era administrado pelos padres da companhia de Jesus, onde já encontrava-se um de seus irmãos, de nome José. Era o ano de 1752 e Antônio Galvão tinha treze anos de idade quando ingressou no Colégio. Lá permaneceu por quatro anos, onde aprendeu ciências humanas ao mesmo tempo que aprofundou-se nas verdades divinas. Ao final desse período, manifestou ao pai o desejo de abraçar a vida religiosa. O próprio pai aconselhou-o a ingressar no convento dos franciscanos, já que havia um convento em Taubaté, não muito distante da sua terra, Guaratinguetá. E foi assim que Frei Galvão iniciou sua jornada, renunciando a todo o conforto das riquezas e influência social, para dedicar-se exclusivamente ao serviço de Deus. Aos 21 anos de idade, fez o noviciado na Vila de Macacu, Rio de Janeiro, onde os confrades já percebiam o desabrochar da piedade e conduta exemplar que carregava consigo desde o tempo da infância. Em 1761 professou os votos solenes e somente um ano depois, por reconhecida sabedoria e já proclamadas virtudes, recebeu o sacramento da Ordem. Mesmo ordenado sacerdote, optou por dar continuidade aos seus estudos de filosofia e teologia no Convento de São Francisco, em São Paulo. Após formar-se assumiu, respectivamente, os cargos de pregador, confessor dos leigos e também porteiro do convento. Distinguiu-se pela dedicação incansável ao sacramento da Penitência. Fazia parte da sua rotina não só atender às pessoas que lhe procuravam no convento para confessar-se, mas percorria caminhos extremamente longos a pé, para atender confissão dos fiéis nos mais longínquos rincões da cidade. Tal dedicação fez com que seus superiores o nomeassem confessor de um recolhimento de piedosas mulheres, em São Paulo. Foi lá que encontrou-se com a Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa de profunda oração e que lhe confidenciara que o próprio Jesus lhe revelara o pedido de fundar oficialmente um novo Recolhimento. Após analisar, ouvir o parecer de pessoas sábias e esclarecidas no clero, Frei Galvão considerou válidas as visões de Irmã Helena. Assim, em 1774 fundou oficialmente o Recolhimento das

 

26 de Outubro

São Luís Orione

O Papa João Paulo II, em 1980, colocou diante dos nossos olhos um grande exemplo de santidade expressa na caridade: Luís Orione.

Nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872. Bem cedo percebeu o chamado do Senhor ao sacerdócio. Ao entrar no Oratório, em Turim, recebeu no coração as palavras de São Francisco de Sales lançadas pelo amado São João Bosco: "Um terno amor ao próximo é um dos maiores e excelentes dons que a Divina Providência pode conceder aos homens".

Concluiu o ginásio, deixou o Oratório Salesiano, voltou para casa e depois entrou no seminário onde cursou filosofia, teologia, até chegar ao sacerdócio que teve como lema: "Renovar tudo em Cristo".

Luís Orione, sensível aos sofrimentos da humanidade, deixou-se guiar pela Divina Providência a fim de aliviar as misérias humanas.

Sendo assim, dedicou-se totalmente aos doentes, necessitados e marginalizados da sociedade. Também fundou a Congregação da "Pequena Obra da Divina Providência". Em 1899, Dom Orione deu início a mais um Ramo da nova Congregação: os "Eremitas da Divina Providência".

Em 1903, Dom Orione recebeu a aprovação canônica aos "Filhos da Divina Providência", Congregação Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina Providência. A Congregação e toda a Família Religiosa propunha-se a "trabalhar para levar os pequenos os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de caridade".

Dom Orione teve atuação heróica no socorro às vítimas dos terremotos de Reggio e Messina (1908) e da Marsica (1915). Por decisão do Papa São Pio X, foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Messina por 3 anos. Vinte anos depois da fundação dos "Filhos da Divina Providência", em 1915, surgiu como novo ramo a Congregação das "Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade", Religiosas movidas pelo mesmo carisma fundacional.

O zelo missionário de Dom Orione cedo se manifestou com o envio de missionários ao Brasil em 1913 e, em seguida, à Argentina, ao Uruguai e diversos países espalhados pelo mundo. Dom Orione esteve pessoalmente como missionário, duas vezes, na América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no Uruguai, tendo chegado até ao Chile. Foi pregador popular, confessor e organizador de peregrinações, de missões populares e de presépios vivos. Grande devoto de Nossa Senhora, propagou de todos os modos a devoção mariana e ergueu santuários, entre os quais o de Nossa Senhora da Guarda em Tortona e o de Nossa Senhora de Caravaggio; na construção desses santuários será sempre lembrada a iniciativa de Dom Orione de colocar seus clérigos no trabalho braçal ao lado dos mais operários civis.

Em 1940, Dom Orione atacado por graves doenças de coração e das vias respiratórias foi enviado para Sanremo. E ali, três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de Março, sussurrando suas últimas palavras: "Jesus! Jesus! Estou indo."

Vinte e cinco anos depois, em 1965, seu corpo foi encontrado incorrupto e depositado numa urna para veneração pública, junto ao Santuário da Guarda, em Sanremo na Itália.

O Papa Pio XII o denominou "pai dos pobres, benfeitor da humanidade sofredora e abandonada" e o Papa João Paulo II depois de tê-lo declarado beato em 26 de outubro de 1980, finalmente o canonizou em 16 de maio de 2004.


São Luís Orione, rogai por nós!

Foto: São Luís Orione (26 de Outubro) O Papa João Paulo II, em 1980, colocou diante dos nossos olhos um grande exemplo de santidade expressa na caridade: Luís Orione. Nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872. Bem cedo percebeu o chamado do Senhor ao sacerdócio. Ao entrar no Oratório, em Turim, recebeu no coração as palavras de São Francisco de Sales lançadas pelo amado São João Bosco:

 

27 de Outubro

São Gonçalo de Lagos

Este santo português nasceu em Lagos, no Algarve, por volta do ano de 1370.

Tomou o hábito de Santo Agostinho no convento da Graça, em Lisboa, aos 20 anos.

Dedicou-se à uma vida de jejuns e de penitências enquanto aplicava-se às letras, aos estudos.

Homem zeloso na vivência da Regra Religiosa, virtuoso e cheio de pureza, Gonçalo dedicou-se também à pregação chegando a ser superior de alguns mosteiros da sua Ordem.

O último mosteiro foi o de Torres Vedras, onde morreu em 1422, depois de exortar aos que viviam com ele no mosteiro à observância religiosa e à uma vida virtuosa.

São Gonçalo de Lagos, rogai por nós!

Foto: São Gonçalo de Lagos
(27 de Outubro)

Este santo português nasceu em Lagos, no Algarve, por volta do ano de 1370.

Tomou o hábito de Santo Agostinho no convento da Graça, em Lisboa, aos 20 anos. 

Dedicou-se à uma vida de jejuns e de penitências enquanto aplicava-se às letras, aos estudos. 

Homem zeloso na vivência da Regra Religiosa, virtuoso e cheio de pureza, Gonçalo dedicou-se também à pregação chegando a ser superior de alguns mosteiros da sua Ordem. 

O último mosteiro foi o de Torres Vedras, onde morreu em 1422, depois de exortar aos que viviam com ele no mosteiro à observância religiosa e à uma vida virtuosa. 

São Gonçalo de Lagos, rogai por nós!

28 de Outubro

São Simão

Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa "zeloso".

Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia.

Isto vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.

Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos.

Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.

Foto: São Simão
(28 de Outubro)

Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa

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São Judas Tadeu

Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: "Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?" (Jo 14,22).

Temos uma epístola de Judas "irmão de Tiago", que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente". Orígenes achava esta epístola "cheia de força e de graça do céu".

Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia.

Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu.

Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.

São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.

Foto: São Judas Tadeu
(28 de Outubro)

Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor:

29 de Outubro

São Narciso

O santo de hoje, São Narciso, foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.

Eusébio narra que em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.

Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. "Que me queimem vivo - disse o primeiro - se eu minto". "E a mim, que me devore a lepra", disse o segundo. "E que eu fique cego", acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde ia, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao deserto. Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado, pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.

Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento.; por isso, foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor. Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119 anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de 212.


São Narciso, rogai por nós!

Foto: São Narciso (29 de Outubro) O santo de hoje, São Narciso, foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo. Eusébio narra que em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções. Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame.

 

30 de Outubro

São Frumêncio

A história do santo de hoje se entrelaça com a conversão de uma multidão de africanos ao amor de Cristo e à Salvação. São Frumêncio nasceu em Liro da Fenícia. Quando menino, juntamente com o irmão Edésio, acompanhava um filósofo de nome Merópio, numa viagem em direção às Índias. A embarcação, cruzando o Mar Vermelho, foi assaltada e só foram poupados da morte os dois jovens, Frumêncio e Edésio, que foram levados escravos para Aksum (Etiópia) a serviço da Corte.

Deste mal humano, Deus tirou um bem, pois ao terem ganhado o coração do rei Ezana com a inteligência e espírito de serviço, fizeram de tudo para ganhar o coração da África para o Senhor. Os irmãos de ótima educação cristã, começaram a proteger os mercadores cristãos de passagem pela região e, com a permissão de construírem uma igrejinha, começaram a evangelizar o povo. Passados quase vinte anos, puderam voltar à pátria e visitar os parentes: Edésio foi para Liro e Frumêncio caminhou para partilhar com o Patriarca de Alexandria, Santo Atanásio, as maravilhas do Ressuscitado na Etiópia e também sobre a necessidade de sacerdotes e um Bispo. Santo Atanásio admirado com os relatos, sabiamente revestiu Frumêncio com o Poder Sacerdotal e nomeou-o Bispo sobre toda a Etiópia, isto em 350.

Quando voltou, Frumêncio foi acolhido com alegria como o "Padre portador da Paz". Continuou a pregação do Evangelho no Poder do Espírito, ao ponto de converterem o rei Ezana, a rainha, e um grande número de indígenas, isto pelo sim dos jovens irmãos e pela perseverança de Frumêncio. Quase toda a Etiópia passou a dobrar os joelhos diante do nome que está acima de todo o nome: Jesus Cristo.

São Frumêncio, rogai por nós!

Foto: São Frumêncio
(30 de Outubro)

A história do santo de hoje se entrelaça com a conversão de uma multidão de africanos ao amor de Cristo e à Salvação. São Frumêncio nasceu em Liro da Fenícia. Quando menino, juntamente com o irmão Edésio, acompanhava um filósofo de nome Merópio, numa viagem em direção às Índias. A embarcação, cruzando o Mar Vermelho, foi assaltada e só foram poupados da morte os dois jovens, Frumêncio e Edésio, que foram levados escravos para Aksum (Etiópia) a serviço da Corte. 

Deste mal humano, Deus tirou um bem, pois ao terem ganhado o coração do rei Ezana com a inteligência e espírito de serviço, fizeram de tudo para ganhar o coração da África para o Senhor. Os irmãos de ótima educação cristã, começaram a proteger os mercadores cristãos de passagem pela região e, com a permissão de construírem uma igrejinha, começaram a evangelizar o povo. Passados quase vinte anos, puderam voltar à pátria e visitar os parentes: Edésio foi para Liro e Frumêncio caminhou para partilhar com o Patriarca de Alexandria, Santo Atanásio, as maravilhas do Ressuscitado na Etiópia e também sobre a necessidade de sacerdotes e um Bispo. Santo Atanásio admirado com os relatos, sabiamente revestiu Frumêncio com o Poder Sacerdotal e nomeou-o Bispo sobre toda a Etiópia, isto em 350.

Quando voltou, Frumêncio foi acolhido com alegria como o

31 de Outubro

Santo Afonso Rodrigues

Santo Afonso Rodrigues Diante da "galeria" de santos da Companhia de Jesus, voltamos o nosso olhar, talvez, para o mais simples e humilde dos Irmãos: Santo Afonso Rodrigues. Natural de Segóvia na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532.

Pertencente a uma família cristã, teve que interromper seus estudos no primário, pois com a morte do pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares que amou tanto quanto os dois filhos, infelizmente todos, com o tempo, faleceram. Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso e assim, assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos. Vencendo tudo em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão e depois do noviciado foi enviado para o colégio de formação.

No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro e a todos prestava vários serviços, e dentre as virtudes heróicas que conquistou na graça e querendo ser firme na fé, foi a obediência sua prova de verdadeira humildade. Santo Afonso sabia ser simples Irmão pois aceitava com amor toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus.

Tinha como regra: "Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina". Este santo encantador, com sua espiritualidade ajudou a muitos, principalmente São Pedro Claver quanto ao futuro apostolado na Colômbia. Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues, sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617.

Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!

Foto: Santo Afonso Rodrigues
(31 de Outubro)

Santo Afonso Rodrigues Diante da

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