1 de Janeiro

Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Ao Rei dos Santos, ao autor de toda a justiça e santidade, a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é dedicado o primeiro dia do novo ano. A Igreja celebra neste a memória da Circuncisão de Nosso Senhor, mistério que, com diz São Bernardo, merece nossa admiração e amor. O Evangelho relata o acontecimento do modo seguinte: “Oito dias depois de nascido, circuncidaram o menino e deram-lhe o nome de Jesus; nome, que o Anjo já lhe tinha dado antes de concebido”. Quatrocentos anos antes da promulgação da lei mosaica, Deus tinha prescrito a circuncisão a Abraão e seus descendentes. Devia ser: 1) o selo da aliança feita entre Deus e Abraão e seus filhos; 2) a confirmação das promessas que Deus fizera a Abraão, ao pai dos fiéis; 3) o sinal distintivo dos judeus, no meio dos infiéis.

A Circuncisão era o sacramento principal e mais necessário do Antigo Testamento. Era a condição essencial da incorporação ao Povo eleito de Deus. Há Santos Padres que comparam com o batismo, reconhecendo nela um símbolo da purificação do pecado original e da santificação pela graça de Deus. (São Tomás de Aquino).

Jesus Cristo, o supremo legislador, o Santo dos Santos, descendente de Abraão, não de modo natural, mas por obra do Espírito Santo, não estava sujeito à lei da Circuncisão. O desejo de dar-nos um exemplo de humildade e obediência fez com que se sujeitasse à dura determinação mosaica.

A Circuncisão desarma a argumentação dos maniqueus e de outros hereges, que negavam em Jesus Cristo a existência de um corpo real, igual ao nosso.

Revestindo-se a nossa natureza, seu sofrimento não foi imaginário, mas real, como o de nós todos. A Circuncisão removeu todas as dificuldades, que os judeus podiam levantar contra a dignidade de Messias, negando-lhe a filiação de Abraão, da família do qual, segundo a divina promessa, o Salvador havia de descender. Pelo seu exemplo veio Jesus Cristo mostrar, que não tinha intenção de abolir, mas cumprir a antiga lei. Finalmente é a Circuncisão uma prova de amor a nós, uma revelação do desejo de sofrer por nós. A Circuncisão nos é garantia da salvação, que Jesus Cristo mais tarde ia realizar e realizou no altar da cruz. Além disto queria Nosso Senhor dar um exemplo de paciência e humildade aos pecadores, mostrando-lhes que, sendo o Senhor de todos, se humilha à condição de pecador, sofrendo na carne inocente as dores mais pungentes. Menino ainda, pelo exemplo, convida-nos à imitação, como mais tarde nos chama a si, dizendo: “Aprendei de mim. Eu vos dei um exemplo, para que façais como tenho feito”. (Jô. 13, 15).

São Lucas, que de todos os evangelistas é o que mais pormenoriza as circunstâncias do nascimento de Nosso Senhor, quase nada diz sobre a Circuncisão. Não diz o lugar onde a mesma se realizou, nem menciona a pessoa que a executou. É, entretanto, bem motivada a opinião de Santo Epifânio e de outros Santos Padres, segundo a qual Jesus Cristo foi circuncidado no estábulo que o viu nascer e onde recebeu a visita dos Reis Magos. Da Sagrada Escritura sabemos que a Circuncisão, não sendo do ofício sacerdotal, de ordinário era praticada pelo pai da criança. Abraão, que não era sacerdote, circuncidou a Ismael e os filhos dos seus empregados; Sephora, que era mulher, circuncidou o próprio filho. Assim sendo, é provável que a Circuncisão de Nosso Senhor tenha sido feita por São José.

Costume era dos judeus darem à criança o nome por ocasião da Circuncisão. O Arcanjo São Gabriel, portador da celeste mensagem, anunciara à Maria Santíssima o nome de seu divino Filho: “Eis que conceberás – disse o Anjo – e dareis à luz um filho, a quem poreis o nome de Jesus”. Como razão disto, o Anjo acrescentou: “Ele remirá seu povo dos pecados”.(Mt. 1. 21). O nome de Jesus significa, pois: Salvador. Outros homens célebres, antes de Jesus Cristo, eram chamados Salvadores, como Josué, Josedech, Gedeão e Sansão. Eram todos salvadores do seu povo, mas num sentido mui restrito.

Só a Jesus Cristo, nascido da Virgem Imaculada, compete o título pleno de Salvador do mundo, que por Ele foi resgatado, a preço do Seu Divino Sangue.

Entre os Santos Padres, são principalmente São Bernardo, São Bernardino de Siena e São Boaventura, que tecem os maiores elogios ao Santíssimo Nome de Jesus, enaltecendo-lhe o poder e magnificência. São Paulo, em referência a este Santo Nome, já dissera, que “o Nome de Jesus é acima de todos os nomes; que ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos” (Fil. 2, 9). O próprio Cristo dá-nos uma idéia do poder do seu Nome, afirmando-nos que alcançaremos do Pai tudo o que lhe pedirmos em seu Nome. Falando nas grandes obras que serão feitas em virtude de seu Nome, acrescenta: “Em meu Nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, manusearão serpentes e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; porão as mãos sobre os enfermos e sararão”.(Mc 16,17-18).

Os Santos tiveram um grande respeito e profunda veneração ao Santíssimo Nome de Jesus. Era-lhes conforto nas lutas, consolo nas tribulações, escudo contra os inimigos da alma. Nas epístolas de São Paulo, mais de duzentas vezes, se encontra o Nome de Jesus. Os Apóstolos julgaram-se muito honrados, em poderem sofrer alguma coisa por amor ao Nome do divino Mestre. Santo Estevão antes de exalar o espírito, exclamou ainda: “ Senhor Jesus, recebei meu espírito !”(At 7,58).

Foto: Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo
(1 de Janeiro)

Ao Rei dos Santos, ao autor de toda a justiça e santidade, a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é dedicado o primeiro dia do novo ano. A Igreja celebra neste a memória da Circuncisão de Nosso Senhor, mistério que, com  diz São Bernardo, merece nossa admiração e amor. O Evangelho relata o acontecimento do modo seguinte: “Oito dias depois de nascido, circuncidaram o menino e deram-lhe o nome de Jesus; nome, que o Anjo já lhe tinha dado antes de concebido”. Quatrocentos anos antes da promulgação da lei mosaica, Deus tinha prescrito a circuncisão a Abraão e seus descendentes. Devia ser: 1) o selo da aliança feita entre Deus e Abraão e seus filhos; 2) a confirmação das promessas que Deus fizera a Abraão, ao pai dos fiéis; 3) o sinal distintivo dos judeus, no meio dos infiéis.

A Circuncisão era o sacramento principal e mais necessário do Antigo Testamento. Era a condição essencial da incorporação ao Povo eleito de Deus. Há Santos Padres que comparam com o batismo, reconhecendo nela um símbolo da purificação do pecado original e da santificação pela graça de Deus. (São Tomás de Aquino).

Jesus Cristo, o supremo legislador, o Santo dos Santos, descendente de Abraão, não de modo natural, mas por obra do Espírito Santo, não estava sujeito à lei da Circuncisão. O desejo de dar-nos um exemplo de humildade e obediência fez com que se sujeitasse à dura determinação mosaica.

A Circuncisão desarma a argumentação dos maniqueus e de outros hereges, que negavam em Jesus Cristo a existência de um corpo real, igual ao nosso.

Revestindo-se a nossa natureza, seu sofrimento não foi imaginário, mas real, como o de nós todos. A Circuncisão removeu todas as dificuldades, que os judeus podiam levantar contra a dignidade de Messias, negando-lhe a filiação de Abraão, da família do qual, segundo a divina promessa, o Salvador havia de descender. Pelo seu exemplo veio Jesus Cristo mostrar, que não tinha intenção de abolir, mas cumprir a antiga lei. Finalmente é a Circuncisão uma prova de amor a nós, uma revelação do desejo de sofrer por nós. A Circuncisão nos é garantia da salvação, que Jesus Cristo mais tarde ia realizar e realizou no altar da cruz. Além disto queria Nosso Senhor dar um exemplo de paciência e humildade aos pecadores, mostrando-lhes que, sendo o Senhor de todos, se humilha à condição de pecador, sofrendo na carne inocente as dores mais pungentes. Menino ainda, pelo exemplo, convida-nos à imitação, como mais tarde nos chama a si, dizendo: “Aprendei de mim. Eu vos dei um exemplo, para que façais como tenho feito”. (Jô. 13,  15).

São Lucas, que de todos os evangelistas é o que mais pormenoriza as circunstâncias do nascimento de Nosso Senhor, quase nada diz sobre a Circuncisão. Não diz o lugar onde a mesma se realizou, nem menciona a pessoa que a executou. É, entretanto, bem motivada a opinião de Santo Epifânio e de outros Santos Padres, segundo a qual Jesus Cristo foi circuncidado no estábulo que o viu nascer e onde recebeu a visita dos Reis Magos. Da Sagrada Escritura sabemos que a Circuncisão, não sendo do ofício sacerdotal, de ordinário era praticada pelo pai da criança. Abraão, que não era sacerdote, circuncidou a Ismael e os filhos dos seus empregados; Sephora, que era mulher, circuncidou o próprio filho. Assim sendo, é provável que a Circuncisão de Nosso Senhor tenha sido feita por São José.

Costume era dos judeus darem à criança o nome por ocasião da Circuncisão. O Arcanjo São Gabriel, portador da celeste mensagem, anunciara à Maria Santíssima o nome de seu divino Filho: “Eis que conceberás – disse o Anjo – e dareis à luz um filho, a quem poreis o nome de Jesus”. Como razão disto, o Anjo acrescentou: “Ele remirá seu povo dos pecados”.(Mt. 1.  21). O nome de Jesus significa, pois: Salvador. Outros homens célebres, antes de Jesus Cristo, eram chamados Salvadores, como Josué, Josedech, Gedeão e Sansão. Eram todos salvadores do seu povo, mas num sentido mui restrito.

Só a Jesus Cristo, nascido da Virgem Imaculada, compete o título pleno de Salvador do mundo, que por Ele foi resgatado, a preço do Seu Divino Sangue.

Entre os Santos Padres, são principalmente São Bernardo, São Bernardino de Siena e São Boaventura, que tecem os maiores elogios ao Santíssimo Nome de Jesus, enaltecendo-lhe o poder e magnificência. São Paulo, em referência a este Santo Nome, já dissera, que  “o Nome de Jesus é acima de todos os nomes; que ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos” (Fil. 2,  9). O próprio Cristo dá-nos uma idéia do poder do seu Nome, afirmando-nos que alcançaremos do Pai tudo o que lhe pedirmos em seu Nome. Falando nas grandes obras que serão feitas em virtude de seu Nome, acrescenta: “Em meu Nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, manusearão serpentes e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; porão as mãos sobre os enfermos e sararão”.(Mc 16,17-18).

Os Santos tiveram um grande respeito e profunda veneração ao Santíssimo Nome de Jesus. Era-lhes conforto nas lutas, consolo nas tribulações, escudo contra os inimigos da alma. Nas epístolas de São Paulo, mais de duzentas vezes, se encontra o Nome de Jesus. Os Apóstolos julgaram-se muito honrados, em poderem sofrer alguma coisa por amor ao Nome do divino Mestre. Santo Estevão antes de exalar o espírito, exclamou ainda: “ Senhor Jesus, recebei meu espírito !”(At 7,58).

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Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!

Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

No mesmo século, século IV, já ensinava o bispo Santo Atanásio: "A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a divina escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso". Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.

No terceiro Concílio Ecumênico em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus. Muitos não compreendiam, até pessoas de igreja como Nestório, patriarca de Constantinopla, ensinava de maneira errada que no mistério de Cristo existiam duas pessoas: uma divina e uma humana; mas não é isso que testemunha a Sagrada Escritura. porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus em duas naturezas e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a Santíssima Virgem é Mãe de Deus.

Foto: Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus
(1 de Janeiro)

Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!

Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. 

No mesmo século, século IV, já ensinava o bispo Santo Atanásio:

2 de Janeiro

São Basílio Magno

Hoje, recordamos três nomes e três amigos em Cristo Jesus. Reconhecidos como luminários da Capadócia, região da Turquia, são eles: Gregório, seu irmão de sangue, São Basílio Magno e o amigo São Gregório Nazianzeno. Dois irmãos de sangue, três grandes amigos em Cristo Jesus.

São Basílio Magno nasceu no ano 4 d.C, em Cesaréia, dentro de uma família santa que buscava testemunhar, na própria vida e na formação dos filhos, o grande amor por Cristo e pela Igreja. Foi assim que, ajudado pelo pai, São Basílio Magno recebeu a primeira formação. Depois, passou por Constantinopla, chegando a estudar em Atenas e formar-se em retórica. A essa altura, mesmo tendo um coração bem semeado pelo Evangelho, ele começou a buscar glórias humanas. É importante percebermos isso na história dos santos. Eles não nasceram santos e não foram obrigados a ser santos; aceitaram este desafio, mesmo que houvesse, em algum período, um desvio. Mas a misericórdia do Senhor sempre nos dará uma nova change. Foi o que aconteceu com São Basílico.

Ao conhecer o amigo São Gregório Nazianzeno, São Basílio conheceu Cristo mais profundamente e retomou a amizade com Jesus. Ele, que já era muito culto, direcionou todo o seu potencial para Aquele que é a verdade, o Logus, o Verbo que se fez carne, Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador. Retirou-se por um tempo dali e pôde viver uma vida de muita oração e penitência. Depois, foi inspirado a se aprofundar na vida eremítica e também na vida monástica. Visitou o Egito, Síria, Palestina e estudou ao ponto de, com seu amigo Nazianzeno, começar uma comunidade monástica.

Aconteceu que, diante da realidade na qual o Arianismo – heresia que afirmava que Jesus Cristo não é Deus – confundia muito as pessoas e ainda era apoida pelo imperador do Oriente chamado Valente. Enfim, que confusão doutrinal! Nesta altura, em Cesaréia, São Basílio, em 370 d.C. foi eleito bispo, sucessor de um dos apóstolos. Homem de caridade e de testemunho, ele pôde combater e ver a verdade vencendo o Arianismo. O imperador não colocava medo nesse homem cheio do Espírito Santo. São Basílio também tinha muitas obras, não era apenas um homem de palavras; cidades de caridade surgiram por meio dele.

Ainda padre, ele já era um testemunho reconhecido, uma autoridade não só pela Igreja, mas pela vida. São Basílio Magno deixou uma riqueza de escritos e, principalmente, a certeza de que amigo de Jesus, felizes nós seremos. Em 379 d.C., ele partiu para o céu e intercede por nós.

São Basílio Magno, rogai por nós!

Foto: São Basílio Magno
(2 de Janeiro)

Hoje, recordamos três nomes e três amigos em Cristo Jesus. Reconhecidos como luminários da Capadócia, região da Turquia, são eles: Gregório, seu irmão de sangue, São Basílio Magno e o amigo São Gregório Nazianzeno. Dois irmãos de sangue, três grandes amigos em Cristo Jesus.

São Basílio Magno nasceu no ano 4 d.C, em Cesaréia, dentro de uma família santa que buscava testemunhar, na própria vida e na formação dos filhos, o grande amor por Cristo e pela Igreja. Foi assim que, ajudado pelo pai, São Basílio Magno recebeu a primeira formação. Depois, passou por Constantinopla, chegando a estudar em Atenas e formar-se em retórica. A essa altura, mesmo tendo um coração bem semeado pelo Evangelho, ele começou a buscar glórias humanas. É importante percebermos isso na história dos santos. Eles não nasceram santos e não foram obrigados a ser santos; aceitaram este desafio, mesmo que houvesse, em algum período, um desvio. Mas a misericórdia do Senhor sempre nos dará uma nova change. Foi o que aconteceu com São Basílico.

Ao conhecer o amigo São Gregório Nazianzeno, São Basílio conheceu Cristo mais profundamente e retomou a amizade com Jesus. Ele, que já era muito culto, direcionou todo o seu potencial para Aquele que é a verdade, o Logus, o Verbo que se fez carne, Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador. Retirou-se por um tempo dali e pôde viver uma vida de muita oração e penitência. Depois, foi inspirado a se aprofundar na vida eremítica e também na vida monástica. Visitou o Egito, Síria, Palestina e estudou ao ponto de, com seu amigo Nazianzeno, começar uma comunidade monástica. 

Aconteceu que, diante da realidade na qual o Arianismo – heresia que afirmava que Jesus Cristo não é Deus – confundia muito as pessoas e ainda era apoida pelo imperador do Oriente chamado Valente. Enfim, que confusão doutrinal! Nesta altura, em Cesaréia, São Basílio, em 370 d.C. foi eleito bispo, sucessor de um dos apóstolos. Homem de caridade e de testemunho, ele pôde combater e ver a verdade vencendo o Arianismo. O imperador não colocava medo nesse homem cheio do Espírito Santo. São Basílio também tinha muitas obras, não era apenas um homem de palavras; cidades de caridade surgiram por meio dele. 

Ainda padre, ele já era um testemunho reconhecido, uma autoridade não só pela Igreja, mas pela vida. São Basílio Magno deixou uma riqueza de escritos e, principalmente, a certeza de que amigo de Jesus, felizes nós seremos. Em 379 d.C., ele partiu para o céu e intercede por nós.

São Basílio Magno, rogai por nós!

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São Gregório Nazianzeno

Gregório nasceu no ano 329, numa família muito devota, na Capadócia, atual Turquia. Seu pai foi eleito bispo da cidade de Nazianzo e teve o cuidado para que seu filho fosse educado nas melhores escolas e academias da Antiguidade. Desde pequeno demonstrava um forte temperamento místico e inclinação para a vida de monge.

Ele passou quase dez anos em Atenas como estudante, onde cultivou uma fiel amizade com São Basílio, cujo culto também se comemora hoje. Durante este período desenvolveu, de vez, sua capacidade para a poesia, literatura e retórica. Não cedendo à tentação de viver entre a frivolidade de oradores e filósofos, ao contrário, se aprimorou numa profunda vida religiosa, junto com seu fiel amigo.

Ao regressar a Nazianzo recebeu o Batismo das mãos de seu próprio pai e, mais tarde, a Ordem sacerdotal para poder ajuda-lo na pastoral da sua diocese. Como estava vaga a diocese de Sásimos, na Ásia Menor, o então bispo São Basílio o consagrou à dignidade episcopal desta sede. Tornou-se um famosíssimo orador e teólogo sendo muito perseguido pelos arianos. Por isto, preferiu desistir da vida episcopal e se recolher num mosteiro onde se dedicava inteiramente às orações, à meditação, ao estudo do Evangelho.

Em virtude de sua grande erudição teológica e seus claros conhecimentos sobre a discutida cristologia dos primeiros tempos, foi escolhido para ser o bispo de Constantinopla. Neste caso, mesmo sob pressão dos inimigos, Gregório aceitou ser declarado patriarca desta metrópole e nesta posição presidiu o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja alí sediado em 381, que triunfou a doutrina da Santíssima Trindade ortodoxa, ou seja, reconheceu a divindade do Espírito Santo.

Mesmo com seu caráter demasiado sensível, suportou as dificuldades da administração de uma diocese. Mas as perseguições arianas foram tantas que novamente se viu obrigado a abdicar do cargo, voltando para sua solidão de monge, para o trabalho literário, ao exercício de meditação e aos mistérios de Deus.

Gregório morreu no ano 390. Dentre o seu legado encontramos quase cinqüenta sermões e duzentas e quarenta e quatro cartas, que tratam, em especial, sobre a verdadeira divindade do Espírito Santo e da santidade da Virgem Maria como Mãe de Deus.

Sua inspiração poética também nos presenteou com cerca de quatrocentos poemas. Seus sermões e escritos deixaram um tesouro de testemunho ortodoxo, em um tempo de muita confusão e luta interna na Igreja de Roma.

A Igreja o incluiu no Calendário dos Santos mantendo seu culto no dia 2 de janeiro, como sempre foi venerado. São Gregório de Nazianzeno junto com São Basílio Magno, e o irmão mais novo deste, chamado de São Gregório de Nissa, receberam o título de "Os três capadócios".

Foto: São Gregório Nazianzeno
(2 de Janeiro)

Gregório nasceu no ano 329, numa família muito devota, na Capadócia, atual Turquia. Seu pai foi eleito bispo da cidade de Nazianzo e teve o cuidado para que seu filho fosse educado nas melhores escolas e academias da Antiguidade. Desde pequeno demonstrava um forte temperamento místico e inclinação para a vida de monge. 

Ele passou quase dez anos em Atenas como estudante, onde cultivou uma fiel amizade com São Basílio, cujo culto também se comemora hoje. Durante este período desenvolveu, de vez, sua capacidade para a poesia, literatura e retórica. Não cedendo à tentação de viver entre a frivolidade de oradores e filósofos, ao contrário, se aprimorou numa profunda vida religiosa, junto com seu fiel amigo. 

Ao regressar a Nazianzo recebeu o Batismo das mãos de seu próprio pai e, mais tarde, a Ordem sacerdotal para poder ajuda-lo na pastoral da sua diocese. Como estava vaga a diocese de Sásimos, na Ásia Menor, o então bispo São Basílio o consagrou à dignidade episcopal desta sede. Tornou-se um famosíssimo orador e teólogo sendo muito perseguido pelos arianos. Por isto, preferiu desistir da vida episcopal e se recolher num mosteiro onde se dedicava inteiramente às orações, à meditação, ao estudo do Evangelho. 

Em virtude de sua grande erudição teológica e seus claros conhecimentos sobre a discutida cristologia dos primeiros tempos, foi escolhido para ser o bispo de Constantinopla. Neste caso, mesmo sob pressão dos inimigos, Gregório aceitou ser declarado patriarca desta metrópole e nesta posição presidiu o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja alí sediado em 381, que triunfou a doutrina da Santíssima Trindade ortodoxa, ou seja, reconheceu a divindade do Espírito Santo. 

Mesmo com seu caráter demasiado sensível, suportou as dificuldades da administração de uma diocese. Mas as perseguições arianas foram tantas que novamente se viu obrigado a abdicar do cargo, voltando para sua solidão de monge, para o trabalho literário, ao exercício de meditação e aos mistérios de Deus. 

Gregório morreu no ano 390. Dentre o seu legado encontramos quase cinqüenta sermões e duzentas e quarenta e quatro cartas, que tratam, em especial, sobre a verdadeira divindade do Espírito Santo e da santidade da Virgem Maria como Mãe de Deus. 

Sua inspiração poética também nos presenteou com cerca de quatrocentos poemas. Seus sermões e escritos deixaram um tesouro de testemunho ortodoxo, em um tempo de muita confusão e luta interna na Igreja de Roma. 

A Igreja o incluiu no Calendário dos Santos mantendo seu culto no dia 2 de janeiro, como sempre foi venerado. São Gregório de Nazianzeno junto com São Basílio Magno, e o irmão mais novo deste, chamado de São Gregório de Nissa, receberam o título de

3 de Janeiro

Santíssimo Nome de Jesus

O nome de Jesus é grande pelo que significa. O nome de Jesus foi posto por Maria e José, em obediência à ordem que lhe viera de Deus. Disse o Arcanjo a Maria: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus”. (Lc. 1, 31). A São José o Anjo disse: “Não temas receber Maria, tua mulher; porque o que nela se gerou, é obra do Espírito Santo. E dará à luz um filho, e por nome o chamarás Jesus”. (Mt. 1, 20). – Ora, os nomes impostos a alguém por ordem de Deus significam sempre qualquer dom gratuito concedido pelo céu, assim como foi dado a Abraão. (Gen. 41, 51): “Serás chamado Abraão, porque te constitui pai de muita gente”. A Pedro foi dado o nome significativo: “Tu és Pedra, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Porque a Cristo tinha sido conferido o dom da graça, pela qual todos seriam salvos, era conveniente que fosse chamado Jesus, isto é, “Salvador”. (São Tomás de Aquino).

Este nome adorável, que significa salvação, foi predito pelos profetas, que chamaram ao Messias “Emanuel” (Is. 7, 14), isto é, Deus conosco, para assim designar “a causa da nossa salvação, que é a união da natureza divina com a humana, na pessoa do Filho de Deus, que, como Deus, fica conosco, participando da nossa natureza”. Chamaram-no (Is. 9, 6) “admirável, conselheiro, Deus forte, Pai do futuro século, Príncipe da paz”, títulos estes que designam todos o “caminho e o fim da nossa salvação, sendo nós, pelo admirável conselho e pela virtude divina, conduzidos à herança do futuro século, em que gozaremos da paz perfeita dos filhos de Deus, sob a própria soberania de Deus”. Chamaram-no: (Zac. 6, 12) “o homem, o nascituro”, para exprimir todo o mistério da Encarnação”. (São Tomás).

O nome de Jesus é o nome próprio do Verbo encarnado; é o nome que nos relembra o maior das obras de Deus e o maior benefício que d´Ele nos veio. O nome de Deus Redentor inclui o de Deus Criador, se bem que este não contenha aquele, pois a Redenção supõe a criação e a criação não encerra em si necessariamente a Redenção.

O nome de Jesus relembra-nos não só o Salvador e a salvação, que por Ele nos veio, mas também o modo admirável por que fomos salvos. Poderia salvar-nos por meio de uma só palavra, como por uma palavra só criou o mundo; mas quis tomar sobre si nossa enfermidade, para curar e tirar os nossos pecados; quis encarnar-se, nascer num estábulo, viver pobre, sofrer, ser crucificado e morrer por nós. Levou a humildade e obediência até a morte, para assim merecer o nome de Jesus. Aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo – diz São Paulo – “fazendo-se semelhante aos homens e sendo reconhecido pelo exterior como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou, e lhe deu um nome, que está acima de todo nome. A fim de que ao nome de Jesus todo o joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos; e toda a língua confesse que o Senhor Jesus Cristo está na glória de Deus Padre”. (Fil. 2, 7-11).

O nome de Jesus produz admiráveis efeitos naqueles que devotamente o invocam. Como os sacramentos não só significam a graça, mas também a produzem, assim o nome de Jesus não só significa, mas também produz a salvação de quem devotamente o invoca.

“Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo”. (Joel, 2, 22; At. 2, 21; Rom. 10, 12). “Do céu abaixo, nenhum outro nome foi dado aos homens pelo o qual nos cumpra fazer a nossa salvação”. (Rom. 4, 12).

O nome de Jesus, devotamente invocado, salva-nos do perigo de sermos vítima do inimigo infernal. Satanás tem um verdadeiro pavor deste Nome. “Os demônios têm medo deste Nome, que os faz tremer. E nós podemos afugentá-los, invocando o Nome de Jesus crucificado”. (São Jerônimo).

O nome de Jesus dá vigor aos mártires e a todos os fiéis que lutam pela fé. Fá-los triunfar generosamente de todos os obstáculos, de todas as perseguições e da própria morte. O mundo, à semelhança do demônio, seu soberano, se agita ao ouvir o Nome de Jesus. Queria que não mais se pronunciasse este Nome e cheio de ódio, com o Sinédrio de Jerusalém, até hoje declara: “Ameacemo-los, para que daqui em diante não falem neste nome a homem nenhum”. (At. 4, 17). Mas em virtude deste Santo Nome os eleitos, para a confusão do mundo, operam verdadeiros milagres, segundo a profecia do próprio Salvador: “Em meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas, manusearão as serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; porão as mãos sobre os enfermos e serão curados”. (Mc. 16, 17).

O nome de Jesus produz sempre grande milagre de aplacar as mais furiosas tempestades na alma daqueles que o invocam devotamente. “Há entre vós alguém que se ache triste ? Entre-lhe Jesus no coração e digam-no os lábios; e eis que, ao pronunciar este Nome, as nuvens se dissipam e volta a serenidade. Se entre vós houver quem tenha caído em falta grave e, deixando-se levar pelo desespero, nutrir idéias de suicídio: não voltará ao amor da vida, se invocar este nome da vida ?” (São Bernardo)

Invoquemos, pois, o Santíssimo Nome de Jesus nas tentações, nas perseguições, na aflição. Invoquemo-lo sempre. “Por ele ofereçamos sempre a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que lhe confessam o nome”. (Hebr. 13, 15). “ Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, tudo seja em nome do Senhor Jesus Cristo, rendendo raças por ele a Deus Padre”. (Col. 3, 17). Pronunciemos muitas vezes em vida este Nome de salvação, para que o possamos pronunciar na morte, qual penhor seguro da felicidade eterna.

R E F L E X Õ E S

Santo Inácio, Mártir, cuja festa a Igreja celebra no dia 1 de fevereiro, tinha por costume pronunciar devotamente o nome de Jesus. Deste grande Santo da Igreja antiga conta-se o seguinte: Certa vez os Apóstolos disputavam entre si, qual seria o maior no reino dos céus. Cristo entrou com eles na cidade de Cafarnaum e chamou para junto de si um menino de quatro anos, tomou-o pela mão e disse aos Apóstolos: “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, não entrareis no reino dos céus”. O tal menino, de nome Inácio, muitas vezes ainda procurou aquele lugar, onde Nosso Senhor o tinha chamado, beijava então o chão e dizia aos companheiros: “Foi aqui que Jesus me abraçou”. Inácio cresceu, ordenou-se sacerdote e como Bispo, dirigiu a cidade de Antioquia, onde São Pedro trabalhava durante sete anos. Quando o imperador Trajano chegou a Antioquia e achou abandonados os templos dos deuses, perguntou ao prefeito pelo motivo dessa estranhável circunstância. “O culpado é o bispo dos cristãos, Inácio”, respondeu o prefeito. O santo ancião foi citado perante o imperador, que o recebeu com esta pergunta: “És tu o mau espírito, causador de tanta desordem nesta cidade ?”

Inácio respondeu: “Não é espírito mau aquele que tem Deus no coração”. O imperador: “É a Jesus de Nazaré que te referes ?” O bispo respondeu afirmativamente e disse mais umas palavras de desaprovação do culto pagão. Trajano enfureceu-se e condenou Inácio “ad leones”, a ser atirado aos leões no circo. Inácio foi levado para Roma, onde sofreu o martírio. Dois leões esfomeados esperavam impacientes a presa. Antes de ser triturado pelos dentes das feras, Inácio disse em voz alta uma oração e terminou com estas palavras: “O Nome de Jesus não desaparecerá dos meus lábios; se isto fosse possível, continuaria inextinguível em meu coração”. Os leões mataram-no e comeram-no, deixando apenas ossos e o coração. O coração apresentava nitidamente os traços do nome de Jesus, formados por veias azuis. As preciosas relíquias foram levadas para Antioquia, onde os discípulos do mártir as depositaram sobre o altar. Isto aconteceu em 107. Deus honrou aquele Santo, devido à grande devoção que tinha ao SS. Nome de Jesus.

Foto: Santíssimo Nome de Jesus
(3 de Janeiro)

O nome de Jesus é grande pelo que significa. O nome de Jesus foi posto por Maria e José, em obediência à ordem que lhe viera de Deus. Disse o Arcanjo a Maria: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus”. (Lc. 1,  31). A São José o Anjo disse: “Não temas receber Maria, tua mulher; porque o que nela se gerou, é obra do Espírito Santo. E dará à luz um filho, e por nome o chamarás Jesus”. (Mt. 1,  20). – Ora, os nomes impostos a alguém por ordem de Deus significam sempre qualquer dom  gratuito concedido pelo céu, assim como foi dado a Abraão. (Gen. 41,  51): “Serás chamado Abraão, porque te constitui pai de muita gente”. A Pedro foi dado o nome significativo: “Tu és Pedra, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Porque a Cristo tinha sido conferido o dom da graça, pela qual todos seriam salvos, era conveniente que fosse chamado Jesus, isto é, “Salvador”. (São Tomás de Aquino).

Este nome adorável, que significa salvação, foi predito pelos profetas, que chamaram ao Messias “Emanuel” (Is. 7,  14), isto é, Deus conosco, para assim designar  “a causa da nossa salvação, que é a união da natureza divina com a humana, na pessoa do Filho de Deus, que, como Deus, fica conosco, participando da nossa natureza”. Chamaram-no (Is. 9,  6) “admirável, conselheiro, Deus forte, Pai do futuro século, Príncipe da paz”, títulos estes que designam todos o “caminho e o fim da nossa salvação, sendo nós, pelo admirável conselho e pela virtude divina, conduzidos à herança do futuro século, em que gozaremos da paz perfeita dos filhos de Deus, sob a própria soberania de Deus”.  Chamaram-no: (Zac. 6, 12) “o homem, o nascituro”, para exprimir todo o mistério da Encarnação”. (São Tomás).

O nome de Jesus é o nome próprio do Verbo encarnado; é o nome que nos relembra o maior das obras de Deus e o maior benefício que d´Ele  nos veio. O nome de Deus Redentor inclui o de Deus Criador, se bem que este não contenha aquele, pois a Redenção supõe a criação e a criação não encerra em si necessariamente a Redenção.

O nome de Jesus relembra-nos não só o Salvador e a salvação, que por Ele nos veio, mas também o modo admirável por que fomos salvos. Poderia salvar-nos por meio de uma só palavra, como por uma palavra só criou o mundo; mas quis tomar sobre si nossa enfermidade, para curar e tirar os nossos pecados; quis encarnar-se, nascer num estábulo, viver pobre, sofrer, ser crucificado e morrer por nós. Levou a humildade e obediência até a morte, para assim merecer o nome de Jesus. Aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo – diz São Paulo – “fazendo-se semelhante aos homens e sendo reconhecido pelo exterior como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou, e lhe deu um nome, que está acima de todo nome. A fim de que ao nome de Jesus todo o joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos; e toda a língua confesse que o Senhor Jesus Cristo está na glória de Deus Padre”. (Fil. 2, 7-11).

O nome de Jesus produz admiráveis efeitos naqueles que devotamente o invocam. Como os sacramentos não só significam a graça, mas também a produzem, assim o nome de Jesus não só significa, mas também produz a salvação de quem devotamente o invoca.

“Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo”. (Joel, 2, 22; At. 2, 21; Rom. 10, 12). “Do céu abaixo, nenhum outro nome foi dado aos homens pelo o qual nos cumpra fazer a nossa salvação”. (Rom. 4, 12).

O nome de Jesus, devotamente invocado, salva-nos do perigo de sermos vítima do inimigo infernal. Satanás tem um verdadeiro pavor deste Nome. “Os demônios têm medo deste Nome, que os faz tremer. E nós podemos afugentá-los, invocando o Nome de Jesus crucificado”. (São Jerônimo).

O nome de Jesus dá vigor aos mártires e a todos os fiéis que lutam pela fé. Fá-los triunfar generosamente de todos os obstáculos, de todas as perseguições e da própria morte. O mundo, à semelhança do demônio, seu soberano, se agita ao ouvir o Nome de Jesus. Queria que não mais se pronunciasse este Nome e cheio de ódio, com o Sinédrio de Jerusalém, até hoje declara: “Ameacemo-los, para que daqui em diante não falem neste nome a homem nenhum”. (At. 4,  17). Mas em virtude deste Santo Nome os eleitos, para a confusão do mundo, operam verdadeiros milagres, segundo a profecia do próprio Salvador: “Em meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas, manusearão as serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; porão as mãos sobre os enfermos e serão curados”. (Mc. 16, 17).

O nome de Jesus produz sempre grande milagre de aplacar as mais furiosas tempestades na alma daqueles que o invocam devotamente. “Há entre vós alguém que se ache triste ? Entre-lhe Jesus no coração e digam-no os lábios; e eis que, ao pronunciar este Nome, as nuvens se dissipam e volta a serenidade. Se entre vós houver quem tenha caído em falta grave e, deixando-se levar pelo desespero, nutrir idéias de suicídio: não voltará ao amor da vida, se invocar este nome da vida ?” (São Bernardo)

Invoquemos, pois, o Santíssimo Nome de Jesus nas tentações, nas perseguições, na aflição. Invoquemo-lo sempre. “Por ele ofereçamos sempre a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que  lhe confessam o nome”. (Hebr. 13,  15). “ Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, tudo seja em nome do Senhor Jesus Cristo, rendendo raças por ele a Deus Padre”. (Col. 3,  17). Pronunciemos muitas vezes em vida este Nome de salvação, para que o possamos pronunciar na morte, qual penhor seguro da felicidade eterna.

R E F L E X Õ E S

Santo Inácio, Mártir, cuja festa a Igreja celebra no dia 1 de fevereiro, tinha por costume pronunciar devotamente o nome de Jesus. Deste grande Santo da Igreja antiga conta-se o seguinte: Certa vez os Apóstolos disputavam entre si, qual seria o maior no reino dos céus. Cristo entrou com eles na cidade de Cafarnaum e chamou para junto de si um menino de quatro anos, tomou-o pela mão e disse aos Apóstolos: “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, não entrareis no reino dos céus”. O tal menino, de nome Inácio, muitas vezes ainda procurou aquele lugar, onde Nosso Senhor o tinha chamado, beijava então o chão e dizia aos companheiros: “Foi aqui que Jesus me abraçou”. Inácio cresceu, ordenou-se sacerdote e como Bispo, dirigiu a cidade de Antioquia, onde São Pedro trabalhava durante sete anos. Quando o imperador Trajano chegou a Antioquia e achou abandonados os templos dos deuses, perguntou ao prefeito pelo motivo dessa estranhável circunstância. “O culpado é o bispo dos cristãos, Inácio”, respondeu o prefeito. O santo ancião foi citado perante o imperador, que o recebeu com esta pergunta: “És tu o mau espírito, causador de tanta desordem nesta cidade ?”

Inácio respondeu: “Não é espírito mau aquele que tem Deus no coração”. O imperador: “É a Jesus de Nazaré que te referes ?”  O bispo respondeu afirmativamente e disse mais umas palavras de desaprovação do culto pagão. Trajano enfureceu-se e condenou Inácio “ad leones”, a ser atirado aos leões no circo. Inácio foi levado para Roma, onde sofreu o martírio. Dois leões esfomeados esperavam impacientes a presa. Antes de ser triturado pelos dentes das feras, Inácio disse em voz alta uma oração e terminou com estas palavras: “O Nome de Jesus não desaparecerá dos meus lábios; se isto fosse possível, continuaria inextinguível em meu coração”. Os leões mataram-no e comeram-no, deixando apenas ossos e o coração. O coração apresentava nitidamente os traços do nome de Jesus, formados por veias azuis. As preciosas relíquias foram levadas para Antioquia, onde os discípulos do mártir as depositaram sobre o altar. Isto aconteceu em 107. Deus honrou aquele Santo, devido à grande devoção que tinha ao SS. Nome de Jesus.

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Santo Antero

Santo Antero, sucessor de São Ponciano, foi o décimo nono Papa da Igreja. Era natural da Grécia, tendo seu pontificado durado pouco mais de um mês. Assumiu a Cadeira de Pedro em novembro de 235 e morreu martirizado no mês de janeiro do ano subsequente.

Apesar do curto período em que permaneceu à frente da Igreja de Cristo, seu nome ficou marcado pelo importante empenho na preservação do acervo documental católico, permitindo aos historiadores o acesso à diversas informações escritas da Igreja primitiva. Graças a isto, foram mantidas as bases de conhecimento de muitas coleções redigidas pelos notários.

Ele se encarregou especialmente em organizar as atas concernentes aos mártires da Igreja, determinando que fossem lavradas cópias para serem guardadas nas igrejas. Definiu também a compilação de documentos canônicos oficiais, os quais foram guardados em um lugar chamado “scriniun”. Muitas recompilações foram queimadas por ordem do imperador Diocleciano, mas voltaram a ser redigidas para desaparecerem novamente nos tempos do Papa Honório III (1225).

Sofreu o martírio sob o governo de Maximiano, no dia 03 de Janeiro de 236, tendo seu corpo sido sepultado junto às catacumbas de São Calixto.

Reflexões:

Santo Antero dedicou-se em colecionar e catalogar as atas dos mártires e certamente, isto contribuiu para que muitas das preciosas histórias não se perdessem no tempo. Verdadeiros exemplos e forças motrizes que revigoram a fé, o exemplo dos mártires nos confirma que a terra é com razão chamada um vale de lágrimas. Lágrimas umedecem os olhos não só do crente, mas também do infiel. Para todos a vida é uma luta, ou na linguagem de Jó "uma guerra". Para os infiéis, que tem os olhos voltados para a terra, mesmo que materialmente vitoriosa, a batalha resulta muitas vezes na perdição, na derrota eterna; para os outros, esta guerra, sobretudo com as baixas causadas pelo martírio, a salvação. Santo Antero preservou zelosamente o ensinamento destes Santos mártires e acabou agremiando-se a eles, com o recebimento da gloriosa coroa do martírio. Seus exemplos, nos indicam a postura a tomar no combate: Olhos fixos para o alto, onde os espinhos, as quedas e as baixas são muitas vezes, necessariamente inevitáveis.

Foto: Santo Antero
(3 de Janeiro)

Santo Antero, sucessor de São Ponciano, foi o décimo nono Papa da Igreja.  Era natural da Grécia, tendo seu pontificado durado pouco mais de um mês. Assumiu a Cadeira de Pedro em novembro de 235 e morreu martirizado no mês de janeiro do ano subsequente.  

Apesar do curto período em que permaneceu à frente da Igreja de Cristo, seu nome ficou marcado pelo importante empenho na preservação do acervo documental católico, permitindo aos historiadores o acesso à diversas  informações escritas da Igreja primitiva. Graças a isto, foram mantidas as bases de conhecimento de muitas coleções redigidas pelos notários.  

Ele se encarregou especialmente em  organizar as atas concernentes aos mártires da Igreja, determinando que fossem lavradas cópias para serem guardadas nas igrejas. Definiu também a compilação de documentos canônicos oficiais, os quais  foram guardados em um lugar chamado “scriniun”. Muitas recompilações foram queimadas por ordem do imperador Diocleciano, mas voltaram a  ser redigidas para desaparecerem novamente nos tempos do Papa Honório III (1225).

Sofreu o martírio sob o governo de  Maximiano, no dia 03 de Janeiro de 236, tendo seu corpo sido sepultado junto às catacumbas de São Calixto.

Reflexões:

Santo Antero dedicou-se em colecionar e catalogar as atas dos mártires e certamente, isto contribuiu para que muitas das preciosas histórias não se perdessem no tempo. Verdadeiros exemplos e forças motrizes que revigoram a fé, o exemplo dos mártires nos confirma que a terra é com razão chamada um vale de lágrimas. Lágrimas umedecem os olhos não só do crente, mas também do infiel. Para todos a vida é uma luta, ou na linguagem de Jó

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Santa Genoveva

Santa Genoveva nasceu em Nanterre, próximo de Paris, na França, no ano de 422, dentro de uma família muito simples. Desde cedo, ela foi discernindo o chamado de Deus a seu respeito. Quando tinha apenas 8 anos, um bispo chamado Dom Germano estava indo da França para a Inglaterra em missão. Passou por Nanterre para uma celebração e, ao dar a bênção para o povo, teve um discernimento no Espírito Santo e chamou aquela menina de oito anos para a vida consagrada. A resposta dela foi de que não pensava em outra coisa desde pequenina.

Santa Genoveva queria ser totalmente do Senhor. Não demorou muito tempo, ela fez um voto a Deus para viver a virgindade consagrada. Com o falecimento dos pais, dirigiu-se a Paris para morar na casa de uma madrinha. Ali, vida de oração, penitência de oferta a Deus para a salvação das almas. Então, ela foi ficando conhecida pelo seu ardor, pelo seu amor e pelo desejo de testemunhar Jesus Cristo a todos os corações.

Incompreendida pelas pessoas, ela chegou ao ponto de de ser defendida pelo mesmo Bispo que a chamou para a vida de consagração. Em Paris, ela ficou gravemente enferma; na doença, na dificuldade, chegou a ficar 3 dias em coma. Mas, em tudo, entregava-se à vontade de Deus. E o seu coração ia se dilatando e acolhendo a realidade de tantos. Uma mulher de verdade.

Por causa da invasão do Hunos em várias regiões, chegou, em Paris, uma história que estava amedrontando toda gente: os Hunos estava chegando para invadir e destruir a capital. Não era verdade e ela o soube. Então, fez questão de falar a verdade para o povo. Eles a perseguiram e quiseram queimá-la como feiticeira. Mas a sua fidelidade a Deus sempre foi a melhor resposta.

Numa outra ocasião, de fato, os Hunos estavam para invadir e destruir Paris. Santa Genoveva chamou o povo para a oração e penitência; e não aconteceu aquela invasão. A sua fama de santidade e sua humildade para comunicar Cristo Jesus iam cada vez mais longe. Santa Genoveva ia ao encontro de povos, e a influência que tinha era para socorrer os doentes, os famintos, uma mulher de caridade, uma santa. Quantas jovens puderam ser despertadas para uma vocação de vigindade consagrada a partir do testemunho de santa Genoveva! Ela faleceu com quase 90 anos.

Reflexões:

Da vida de Santa Genoveva, donzelas e moços podem aprender que, para conservar a inocência, não há meios mais idôneos que estes: a fuga das ocasiões de pecar, amor ao trabalho, dedicação à oração e aversão aos divertimentos profanos. Jovens que dão toda a liberdade aos sentidos, principalmente aos olhos; jovens que se sentem bem na companhia de pessoas mundanas; jovens que, avidamente se entregam aos divertimentos, por mais licenciosos e perigosos que como tais sejam acoimados; jovens que não rezam e qualificam a oração de ocupação inútil; se já não perderam a inocência, não estão longe disto. Oxalá todos os jovens queiram aceitar o conselho do Espírito Santo que diz: "Meu filho, quando os pecadores te chamarem, não lhes dês ouvido!". O veneno do pecado está muitas vezes escondido nas coisas que mais nos agradam, e que adulam os nossos sentidos. Na prática da virtude, porém, estão depositadas a tranqüilidade da consciência, o sossego do espírito, a amizade com Deus e muitas vezes a saúde do corpo e a felicidade cá na terra.

Foto: Santa Genoveva
(3 de Janeiro)

Santa Genoveva nasceu em Nanterre, próximo de Paris, na França, no ano de 422, dentro de uma família muito simples. Desde cedo, ela foi discernindo o chamado de Deus a seu respeito. Quando tinha apenas 8 anos, um bispo chamado Dom Germano estava indo da França para a Inglaterra em missão. Passou por Nanterre para uma celebração e, ao dar a bênção para o povo, teve um discernimento no Espírito Santo e chamou aquela menina de oito anos para a vida consagrada. A resposta dela foi de que não pensava em outra coisa desde pequenina.

Santa Genoveva queria ser totalmente do Senhor. Não demorou muito tempo, ela fez um voto a Deus para viver a virgindade consagrada. Com o falecimento dos pais, dirigiu-se a Paris para morar na casa de uma madrinha. Ali, vida de oração, penitência de oferta a Deus para a salvação das almas. Então, ela foi ficando conhecida pelo seu ardor, pelo seu amor e pelo desejo de testemunhar Jesus Cristo a todos os corações. 

Incompreendida pelas pessoas, ela chegou ao ponto de de ser defendida pelo mesmo Bispo que a chamou para a vida de consagração. Em Paris, ela ficou gravemente enferma; na doença, na dificuldade, chegou a ficar 3 dias em coma. Mas, em tudo, entregava-se à vontade de Deus. E o seu coração ia se dilatando e acolhendo a realidade de tantos. Uma mulher de verdade. 

Por causa da invasão do Hunos em várias regiões, chegou, em Paris, uma história que estava amedrontando toda gente: os Hunos estava chegando para invadir e destruir a capital. Não era verdade e ela o soube. Então, fez questão de falar a verdade para o povo. Eles a perseguiram e quiseram queimá-la como feiticeira. Mas a sua fidelidade a Deus sempre foi a melhor resposta.

Numa outra ocasião, de fato, os Hunos estavam para invadir e destruir Paris. Santa Genoveva chamou o povo para a oração e penitência; e não aconteceu aquela invasão. A sua fama de santidade e sua humildade para comunicar Cristo Jesus iam cada vez mais longe. Santa Genoveva ia ao encontro de povos, e a influência que tinha era para socorrer os doentes, os famintos, uma mulher de caridade, uma santa. Quantas jovens puderam ser despertadas para uma vocação de vigindade consagrada a partir do testemunho de santa Genoveva! Ela faleceu com quase 90 anos. 

Reflexões:
 
Da vida de Santa Genoveva, donzelas e moços podem aprender que, para conservar a inocência, não há meios mais idôneos que estes: a fuga das ocasiões de pecar, amor ao trabalho, dedicação à oração e aversão aos divertimentos profanos. Jovens que dão toda a liberdade aos sentidos, principalmente aos olhos;  jovens que se sentem bem na companhia de pessoas mundanas; jovens que, avidamente se entregam aos divertimentos, por mais licenciosos e perigosos que como tais  sejam acoimados; jovens que não rezam e qualificam a oração de ocupação inútil; se já não perderam a inocência, não estão longe disto. Oxalá todos  os jovens queiram aceitar o conselho do Espírito Santo que diz:

4 de Janeiro

Nossa Senhora das Rosas

A Rosa simboliza há muito tempo grande mistério. Na catacumba de São Calixto (Século III) os cristãos pintavam rosas como sinal do paraíso. São Cipriano de Cartago escreve que é o sinal do martírio.
No século V a rosa já era sinal metafórico da Virgem Maria. Edulio Caelio foi o primeiro a chamar a Maria “rosa entre espinhos”. Quatro séculos depois o monge Teófanes Graptosusa faz a mesma comparação referindo-se à pureza de Maria e a fragrância de sua graça. Para Tertuliano e Santo Ambrósio a raiz representa a genealogia de Davi; o broto é Maria e a flor, rosa, é Cristo.

A veneração da Rosa Mística remonta aos primeiros séculos do cristianismo. No hino “Akathistos Paraclisis” das igrejas do Oriente, é como uma espécie de Rosário cantado a invocação: “Maria, Tu, Rosa Mística, da qual saiu Cristo como milagroso perfume.” Podemos ver também como nas Ladainhas Lauretanas (1587), em honra à Santíssima Virgem, que trazem o título de Maria Rosa Mística.

A partir do século V que a rosa passou a simbolizar Maria Santíssima. As gravuras e ícones marianos orientais representam a Mãe Imaculada com o Filho nos braços e uma rosa na mão. O ocidente deu outras expressões a essa iconografia Mariana. Sob título de "Madona da Rosa" ou "Madona das Rosas", foram executadas diversas obras especialmente para adornar diversos Santuários no mundo.

A devoção à Nossa Senhora "das Rosas" teve início no século XV e está ligada a dois fatos extraordinários, ocorridos na região da Brescia, Itália.

Era noite de 3 para 4 de janeiro de 1417, quando dois mercadores romanos dirigiram-se à localidade de Brescia, rumo à Bérgamo (Itália), quando acabaram se perdendo em um bosque dum vilarejo chamado Albano. Estavam a oito quilômetros do destino, mas perdidos na selva, quando foram duramente castigados pelo frio e pela fome, já que o local estava coberto pela neve. Neste momento pediram fervorosamente auxílilo ao Senhor, invocando a ajuda e intercessão da Virgem Maria, fazendo o firme propósito de erguerem uma capela em sua honra, caso os libertasse daquela situação desesperadora. Foi quando subitamente veio do céu um raio de luz rompendo a escuridão, onde um grande feixe luminoso indicou o caminho até a entrada da cidade.
Com ânimo renovado, sentiram grande júbilo diante do maravilhoso milagre.

Ao aproximarem-se da basílica de Santa Maria Maggiore, quando ainda rezavam agradecendo a Deus, sucedeu-lhes um segundo milagre. A Virgem Imaculada apareceu num trono de nuvens, rodeada de rosas. Tinha no colo o Menino Jesus, que também trazia na mão um pequeno maço de rosas. Era um espetáculo do paraíso realizando-se diante dos seus olhos.

Ao amanhecer, a notícia defundiu-se rapidamente junto ao povo e também junto à autoridade civil; o fato prodigioso foi grande sinal de benevolência da parte do céu para a cidade de Bérgamo, aflita por muitos problemas, já que a Itália atravessava sérias contendas, inimizades e discórdias, principalmente pelo fato da Igreja encontrar-se contundida pela divisão de cismas. Isto fez com que São Bernardino de Sena suplicasse uma bênção especial à Nossa Senhora, no mesmo instante daquela noturna aparição.
Todas as intenções de erigir um templo em reconhecimento à tantas graças recebidas por parte de Nossa Senhora, foram informadas ao novo Papa Martinho V, eleito no Concílio de Constança, em 11 de novembro de 1417. No ano seguinte (1418), foi o próprio Papa quem autorizou a construção do templo mariano no Monte Bérgamo, hoje Monte Róseo, inaugurada em maio daquele ano. Os mercadores que haviam feito doações para a primeira obra, acabaram adquirindo também um terreno no vilarejo de Albano, local do primeiro milagre e aí construíram uma capela também dedicada a Nossa Senhora das Rosas.

A devoção de Nossa Senhora das Rosas atravessou séculos e reascendeu-se com por ocasião da difusão da epidemia de cólera, em 1855. O pároco de Albano não só exortou a população a recorrer à Nossa Senhora das Rosas, mas fez um voto de erigir no local onde estava a capela, um Santuário em sua homenagem, caso cessasse o contágio. O contágio cessou em 20 de setembro de 1855, iniciando-se a construção do santuário com aclamação unânime da população local. Nossa Senhora das Rosas é celebrada no dia 04 de Janeiro, conforme decreto pontifício firmado em 1877 pelo Papa Pio IX.

Foto: Nossa Senhora das Rosas
(4 de Janeiro)

A Rosa simboliza há muito tempo grande mistério. Na catacumba de São Calixto (Século III) os cristãos pintavam rosas como sinal do paraíso. São Cipriano de Cartago escreve que é o sinal do martírio.
No século V a rosa já era sinal metafórico da Virgem Maria. Edulio Caelio foi o primeiro a chamar a Maria “rosa entre espinhos”. Quatro séculos depois o monge Teófanes Graptosusa faz a mesma comparação referindo-se à pureza de Maria e a fragrância de sua graça. Para Tertuliano e Santo Ambrósio a raiz representa a genealogia de Davi; o broto é Maria e a flor, rosa, é Cristo. 
 
A veneração da Rosa Mística remonta aos primeiros séculos do cristianismo. No hino “Akathistos Paraclisis” das igrejas do Oriente, é como uma espécie de Rosário cantado a invocação: “Maria, Tu, Rosa Mística, da qual saiu Cristo como milagroso perfume.” Podemos ver também como nas Ladainhas Lauretanas (1587), em honra à Santíssima Virgem, que trazem o título de Maria Rosa Mística.
 
A partir do século V que a rosa passou a simbolizar Maria Santíssima. As gravuras e ícones marianos orientais representam a Mãe Imaculada com o Filho nos braços e uma rosa na mão. O ocidente deu outras expressões a essa iconografia Mariana. Sob título de

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Santa Ângela de Foligno

Nascida em Folígno, na Itália, Ângela era filha de pais nobres, e deles recebeu aprimorada educação. De beleza não comum, de maneiras afáveis, Ângela, bem nova ainda, contraiu núpcias com um cavalheiro distintíssimo de sua terra. Abençoada de prole numerosa, não lhe faltaram os cuidados múltiplos de mãe de família; mas tempo bastante lhe sobrava para dedicar-se a caprichos de vaidade, a festas e divertimentos de toda a sorte. Esta mudança no pensar e proceder da filha era objeto de sérias apreensões da parte dos pais, que não perderam ocasião de mostrar a Ângela a inconveniência de sua conduta. Debalde foram esses esforços e as admoestações dos pais. Ângela contrapunha as exigências de sua posição, a que entendia dever sacrificar as aspirações religiosas.

Não obstante, os conselhos paternais não perderam de todo valor. Ângela, que a princípio tanto amor manifestava às coisas frívolas deste mundo, mais tarde confessou: “Descontente de mim mesma, comecei a pensar seriamente em minha vida. Deus fez-me conhecer os meus pecados, e minha alma encheu-se de pavor, prevendo a possibilidade de minha condenação; tamanha era minha vergonha, que não achei coragem de confessar todos os pecados, do que resultou que diversas vezes recebi os santos Sacramentos sacrilegamente. Vi minha consciência atormentada dia e noite. Pedi a Nossa Senhora, que me conduzisse a um sacerdote esclarecido, ao qual pudesse fazer minha confissão geral. Esta oração foi ouvida: não senti, porém, nenhum amor a Deus, mas tanto mais arrependimento, dor e vergonha dos meus pecados”. Feita a conversão, Ângela ficou firme nas resoluções e fiel no cumprimento dos deveres.

Esta constância mereceu-lhe ainda graças preciosíssimas: a de um grande e perseverante arrependimento dos pecados e uma devoção terníssima à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Embora se lhe tornasse difícil, ajudada pelo auxílio da graça divina, Ângela modificou radicalmente a vida. Antes tão ávida de diversões, procurou em seguida os doces e suaves prazeres do lar; antes vaidosa e opulenta, dispôs das jóias, transformando-as em ricas esmolas; antes dissipada, tornou-se amantes do recolhimento e da meditação. “Tudo isto – ela mesma confessou – me era extremamente difícil; faltava-me ainda o doce consolo do amor de Deus, que suaviza as coisas mais difíceis; era obrigação minha agradar a meu esposo e tomar em consideração os deveres do meu estado, por maior que fosse minha vontade de abandonar tudo e morrer a mim mesma”.

Estava determinado nos planos de Deus que, com prazo de poucos intervalos, Ângela perdesse o marido e todos os filhos.

Indivisível lhe era o sofrimento. A graça de Deus, porém, preparando assim para Ângela o caminho da perfeição, fez cicatrizar também estas feridas.

Ângela, livre de todos os laços que a prendiam à terra, santificou sua viuvez ao pé do crucifixo, fazendo o voto de castidade e pobreza e pediu admissão na Ordem Terceira de São Francisco. A vaidade, a sensualidade, a febre do desejo de agradar aos homens, deram lugar à humildade, à mortificação e ao amor de Jesus Crucificado. A devoção à sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor tomou-lhe posse da alma e de todas as aspirações. Na meditação dos sofrimentos do Homem-Deus achou paz e consolo.

Jesus distingui-a com aparições e fê-la participar da cruz. Grandes eram os seus sofrimentos corporais e espirituais; de todos o maior era uma contínua perseguição diabólica. O demônio, apresentando-lhe continuamente ao espírito a vida pecaminosa de outrora, queria arrancar-lhe a fé na misericórdia divina, no valor de suas obras de penitência e importunava-a com tentações as mais terríveis contra a santa pureza, tanto que ângela mesma confessa:

“Seria mais tolerável para mim sofrer todas as dores, suportar as torturas mais horrorosas dos mártires, que me ver exposta às tentações diabólicas contra a pureza”.

A oração e as obras de caridade foram as armas com que venceu nesta luta tremenda. Quotidiana era sua visita aos pobres doentes no hospital, aos quais, além de esmola espiritual, levava também o socorro material, ganhando assim as almas para Jesus Cristo.

Assim correu a vida de Santa Ângela, até o dia em que Deus a chamou para a eterna recompensa. No dia que lhe precedeu a morte, sentiu-se livre de todas as dores e tentações e uma felicidade celestial inundou-lhe a alma. Nesta disposição recebeu os santos sacramentos, e entrou no reino da glória, no dia da oitava da Festa dos Inocentes, conforme tinha profetizado. O Papa Inocêncio XII inseriu-lhe o nome no catálogo dos santos da Igreja.

Reflexões:

Santa Ângela é uma daquelas Santas de que não se pode absolutamente dizer que nasceram santas. Apesar da grande felicidade de ter bons pais, que vigiavam pela educação moral e intelectual da filha, esta se deixou levar pelas influências más do mundo, que não é de Deus. Bastante se afastou do caminho da virtude, chegando ao ponto de não ter mais coragem de fazer boa confissão e neste estado comungou sacrilegamente. É possível que uma alma chegue a este ponto? Possível é, e muitos são aqueles, em cuja vida se dá coisa semelhante. Não fosse a misericórdia divina, a qual, aproveitando-se de mil circunstâncias, às vezes as mais insignificantes, oferece auxílio à alma caída, esta não mais se levantaria da sua miséria.

Em Santa Ângela foi o temor do inferno, que a fez voltar. Apoderou-se da sua alma um temor tal da justiça divina, que, seguindo o conselho de Nosso Senhor preferiu cortar a mão, o pé, arrancar o olho que lhe serviam de pecado e fez penitência. – “Lembra-te dos teus novíssimos e não cairás em pecado”, diz o Espírito Santo. Não imites a pecadora Ângela no seu mau procedimento, mas, se tiveste a infelicidade de cair, toma-a por modelo na penitência, na atitude enérgica de fazer penitência. Boa vontade é que Nosso Senhor quer ver também no pecador. Desde que a alma infeliz a possua, não tardará o perdão divino, e com este volta a paz e tranqüilidade do espírito.

Foto: Santa Ângela de Foligno
(4 de Janeiro)

Nascida em Folígno, na Itália, Ângela era filha de pais nobres, e deles recebeu aprimorada educação. De beleza não comum, de maneiras afáveis, Ângela, bem nova ainda, contraiu núpcias com um cavalheiro distintíssimo de sua terra. Abençoada de prole numerosa, não lhe faltaram os cuidados múltiplos de mãe de família; mas tempo bastante lhe sobrava para dedicar-se a caprichos de vaidade, a festas e divertimentos de toda a sorte. Esta mudança no pensar e proceder da filha era objeto de sérias apreensões da parte dos pais, que não perderam ocasião de mostrar a Ângela a inconveniência de sua conduta. Debalde foram esses esforços e as admoestações dos pais. Ângela contrapunha as exigências de sua posição, a que entendia dever sacrificar as aspirações religiosas.

Não obstante, os conselhos paternais não perderam de todo valor. Ângela, que a princípio tanto amor manifestava às coisas frívolas deste mundo, mais tarde confessou: “Descontente de mim mesma, comecei a pensar seriamente em minha vida. Deus fez-me conhecer os meus pecados, e minha alma encheu-se de pavor, prevendo a possibilidade de minha condenação; tamanha era minha vergonha, que não achei coragem de confessar todos os pecados, do que resultou que diversas vezes recebi os santos Sacramentos sacrilegamente. Vi minha consciência atormentada dia e noite. Pedi a Nossa Senhora, que me conduzisse a um sacerdote esclarecido, ao qual pudesse fazer minha confissão geral. Esta oração foi ouvida: não senti, porém, nenhum amor a Deus, mas tanto mais arrependimento, dor e vergonha dos meus pecados”. Feita a conversão, Ângela ficou firme nas resoluções e fiel no cumprimento dos deveres.

Esta constância mereceu-lhe ainda graças preciosíssimas: a de um grande e perseverante arrependimento dos pecados e uma devoção terníssima à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Embora se lhe tornasse difícil, ajudada pelo auxílio da graça divina, Ângela modificou radicalmente a vida. Antes tão ávida de diversões, procurou em seguida os doces e suaves prazeres do lar; antes vaidosa e opulenta, dispôs das jóias, transformando-as em ricas esmolas; antes dissipada, tornou-se amantes do recolhimento e da meditação. “Tudo isto – ela mesma confessou – me era extremamente difícil; faltava-me ainda o doce consolo do amor de Deus, que suaviza as coisas mais difíceis; era obrigação minha agradar a meu esposo e tomar  em consideração os deveres do meu estado, por maior que fosse minha vontade de abandonar tudo e morrer a mim mesma”.

Estava determinado nos planos de Deus que, com prazo de poucos intervalos, Ângela perdesse o marido e todos os filhos.

Indivisível lhe era o sofrimento. A graça de Deus, porém, preparando assim para Ângela o caminho da perfeição, fez cicatrizar também estas feridas.

Ângela, livre de todos os laços que a prendiam à terra, santificou sua viuvez ao pé do crucifixo, fazendo o voto de castidade e pobreza e pediu admissão na Ordem Terceira de São Francisco. A vaidade, a sensualidade, a febre do desejo de agradar aos homens, deram lugar à humildade, à mortificação e ao amor de Jesus Crucificado. A devoção à sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor tomou-lhe posse da alma e de todas as aspirações. Na meditação dos sofrimentos do Homem-Deus achou paz e consolo.

Jesus distingui-a com aparições e fê-la participar da cruz. Grandes eram os seus sofrimentos corporais e espirituais; de todos o maior era uma contínua perseguição diabólica. O demônio, apresentando-lhe continuamente ao espírito a vida pecaminosa de outrora, queria arrancar-lhe a fé na misericórdia divina, no valor de suas obras de penitência e importunava-a com tentações as mais terríveis contra a santa pureza, tanto que ângela mesma confessa:

“Seria mais tolerável para mim sofrer todas as dores, suportar as torturas mais horrorosas dos mártires, que me ver exposta às tentações diabólicas contra a pureza”.

A oração e as obras de caridade foram as armas com que venceu nesta luta tremenda. Quotidiana era sua visita aos pobres doentes no hospital, aos quais, além de esmola espiritual, levava também o socorro material, ganhando assim as almas para Jesus Cristo.

Assim correu a vida de Santa Ângela, até o dia em que Deus a chamou para a eterna recompensa. No dia que lhe precedeu a morte, sentiu-se livre de todas as dores e tentações e uma felicidade celestial inundou-lhe a alma. Nesta disposição recebeu os santos sacramentos, e entrou no reino da glória, no dia da oitava da Festa dos Inocentes, conforme tinha profetizado. O Papa Inocêncio XII inseriu-lhe o nome no catálogo dos santos da Igreja.

Reflexões:

Santa Ângela é uma daquelas Santas de que não se pode absolutamente dizer que nasceram santas. Apesar da grande felicidade de ter bons pais, que vigiavam pela educação moral e intelectual da filha, esta se deixou levar pelas influências más do mundo, que não é de Deus. Bastante se afastou do caminho da virtude, chegando ao ponto de não ter mais coragem de fazer boa confissão e neste estado comungou sacrilegamente. É possível que uma alma chegue a este ponto? Possível é, e muitos são aqueles, em cuja vida se dá coisa semelhante. Não fosse a misericórdia divina, a qual, aproveitando-se de mil circunstâncias, às vezes as mais insignificantes, oferece auxílio à alma caída, esta não mais se levantaria da sua miséria.

Em Santa Ângela foi o temor do inferno, que a fez voltar. Apoderou-se da sua alma um temor tal da justiça divina, que, seguindo o conselho de Nosso Senhor preferiu cortar a mão, o pé, arrancar o olho que lhe serviam de pecado e fez penitência. – “Lembra-te dos teus novíssimos e não cairás em pecado”, diz o Espírito Santo. Não imites a pecadora Ângela no seu mau procedimento, mas, se tiveste a infelicidade de cair, toma-a por modelo na penitência, na atitude enérgica de fazer penitência. Boa vontade é que Nosso Senhor quer ver também no pecador. Desde que a alma infeliz a possua, não tardará o perdão divino, e com este volta a paz e tranqüilidade do espírito.

5 de Janeiro

São Telésforo

São Telésforo, de nacionalidade grega, foi o oitavo Papa da Igreja Católica e sucedeu a São Xisto I na cadeira da verdade. Era um homem extremamente espiritual e sua fama alastrou-se pelas regiões orientais, chegando finalmente a Roma, onde seus méritos foram reconhecidos. Por ocasião da morte de seu predecessor, foi escolhido por Deus para governar Sua Igreja, fato que concretizou-se no dia 09 de abril de 125.
Era uma época de constantes ataques à sã doutrina, mediante cruéis investidas dos inimigos contra os praticantes da Santa Religião. Ser cristão, representava séria candidatura para o martírio. As circunstâncias exigiam a ação de um Papa que reunisse condições de intelectualidade, firmeza de caráter e mansidão, qualidades estas que São Telésforo possuía em grau elevadíssimo. O furor latente pela perseguição de morte aos fiéis católicos e a perversidade dos hereges, não mediam conseqüências para tentar corromper o sagrado depósito da fé e a santidade dos costumes. Empreendendo os mais intensos esforços, São Telésforo portou-se, não só como depositário, mas também um bravo propagador da fé cristã. Não faltou tempo nem ocasião para demonstrar isso.

Os discípulos de Basílidis Antioquino, homem de gênio pervertido, sócio de Saturnino e discípulo de Menandro, estiveram em Roma, com a finalidade de derramar o veneno de sua ímpia doutrina contra o Redentor do mundo. Ao mesmo tempo, outro heresiarca maligno de nome Cerdon, invocando os deuses e os princípios de sua seita, depreciou os profetas do Antigo Testamento, também negando que Jesus Cristo tivesse nascido da Santa Virgem Maria. Duvidavam que em sua condição carnal, tivesse realmente padecido e morto. Com outros sofismas e eloquentes articulações, procuravam enganar as pessoas mais simples e humildes, mas Telésforo em seu incansável combate, conseguiu livrar o rebando de Cristo do contágio das heresias e do erro.

Era época dos imperadores Adriano e Antonio Pio que, em linhas gerais, foram brandos no seu tratamento com os cristãos. Mas, fortemente influenciados pelos pagãos, a perseguição e o furor atingiu nível tão elevado que muitos cristãos acabaram sendo, inclusive, lançados aos leões. Haviam diversos interesses em jogo, dentre eles a possessão dos bens dos cristãos aliada ao desejo de aniquiliar a Religião de Cristo que crescia a cada dia.

São Telésforo, em contrapartida, enviou legados apostólicos por toda a parte do mundo para pregar o Evangelho, os quais enfrentaram vasto campo de trabalho, diante da população impregnada pelos costumes idólatras. Estabeleceu ainda vários regulamentos que tratavam da disciplina eclesiástica.

Prescreveu o jejum de carnes e a prática da penitência durante as sete semanas precedentes à festa da Páscoa, de modo que, apesar disso já ser observado por tradição, foi ele quem o instituiu como constituição perpétua. Também foi ele que dispôs a instituição da Missa do Galo, ao romper da aurora na Natividade de Nosso Senhor e as missas solenes, introduzindo também o hino “Gloria in excelsis Deo” em todas as celebrações solenes durante o tempo do Natal. Ordenou presbíteros, diáconos e bispos para diversas igrejas.

Terminou sua carreira, recebendo também a glória do martírio, no dia 05 de janeiro, data em que a Igreja comemora sua festa. Foi enterrado junto ao túmulo de São Pedro.

Reflexões:

São Telésforo foi o oitavo Papa a ser derribado em defesa da Verdade. Os consecutivos martírios desde São Pedro, os corpos dos nossos Papas mártires, lançados um após outro em terra sagrada, proporcionaram vigor fecundo na árvore da salvação, em cujo tronco brotaram belos ramos de santidade, perseverança, fé e coragem. Nenhum império, reinado, governo ou sistema político subiste por muito tempo. Está sempre sujeito à mudança das suas constituições, porque baseado nos frágeis preceitos terrenos. Com a Igreja é diferente. Ela foi firmada sobre rocha firme, não está sujeita a mutações porque eterna. Seu reino é divino e as forças do mal jamais poderão prevalecer sobre ela, conforme foi prescrito pelo Divino Mestre.

Foto: São Telésforo
(5 de Janeiro)

São Telésforo, de nacionalidade grega, foi o oitavo Papa da Igreja Católica e sucedeu a São Xisto I na cadeira da verdade. Era um homem extremamente espiritual e sua fama alastrou-se pelas regiões orientais, chegando finalmente a Roma, onde seus méritos foram reconhecidos. Por ocasião da morte de seu predecessor, foi escolhido por Deus para governar Sua Igreja, fato que concretizou-se no dia 09 de abril de 125.
Era uma época de constantes ataques à sã doutrina, mediante cruéis investidas dos inimigos contra os  praticantes da Santa Religião. Ser cristão, representava séria candidatura para o martírio. As circunstâncias exigiam a ação de um Papa que reunisse condições de intelectualidade, firmeza de caráter e mansidão,  qualidades estas que São Telésforo possuía em grau elevadíssimo. O furor latente pela perseguição de morte aos fiéis católicos e a perversidade dos hereges, não mediam conseqüências para tentar corromper o sagrado depósito da fé e a santidade dos costumes. Empreendendo os mais intensos esforços,  São Telésforo portou-se, não só como depositário, mas também um bravo propagador da fé cristã. Não faltou tempo nem ocasião para demonstrar isso.

Os discípulos de Basílidis Antioquino, homem de gênio pervertido, sócio de Saturnino e discípulo de Menandro, estiveram em Roma, com a finalidade de derramar o veneno de sua ímpia doutrina contra o Redentor do mundo. Ao mesmo tempo, outro heresiarca maligno de nome Cerdon, invocando os deuses e os princípios de sua seita, depreciou os profetas do Antigo Testamento, também negando que Jesus Cristo tivesse nascido da Santa Virgem Maria. Duvidavam que em sua condição carnal, tivesse realmente padecido e morto. Com outros sofismas e eloquentes articulações, procuravam enganar as  pessoas mais simples e humildes, mas Telésforo em seu incansável combate, conseguiu livrar o rebando de Cristo do contágio das heresias e do erro. 

Era época dos imperadores Adriano e Antonio Pio que, em linhas gerais, foram brandos no seu tratamento com os cristãos. Mas, fortemente influenciados  pelos pagãos, a perseguição e o furor atingiu nível tão elevado que muitos  cristãos  acabaram sendo, inclusive, lançados aos leões. Haviam diversos interesses em jogo, dentre eles a possessão dos bens dos cristãos aliada ao desejo de aniquiliar a Religião de Cristo que crescia a cada dia. 

São Telésforo, em contrapartida, enviou legados apostólicos por toda a parte do mundo para pregar o Evangelho, os quais enfrentaram vasto campo de trabalho, diante da população impregnada pelos costumes idólatras. Estabeleceu ainda vários regulamentos que tratavam da disciplina eclesiástica.

Prescreveu o jejum de carnes e a prática da penitência durante as sete semanas precedentes à festa da Páscoa, de modo que, apesar disso já ser observado por tradição, foi ele quem o instituiu como constituição perpétua.  Também foi ele que dispôs a instituição da Missa do Galo, ao romper da aurora  na Natividade de Nosso Senhor e as missas solenes, introduzindo também o hino “Gloria in excelsis Deo” em todas as celebrações solenes durante o tempo do Natal. Ordenou presbíteros, diáconos e bispos para diversas igrejas.

Terminou sua carreira, recebendo também a glória do martírio, no dia 05 de janeiro, data em que a Igreja comemora sua festa. Foi enterrado junto ao túmulo de São Pedro.

Reflexões:

São Telésforo foi o oitavo Papa a ser derribado em defesa da Verdade. Os consecutivos martírios desde São Pedro, os corpos dos nossos Papas mártires, lançados um após outro em terra sagrada, proporcionaram vigor fecundo na árvore da salvação, em cujo tronco brotaram belos ramos de santidade, perseverança, fé e coragem. Nenhum império, reinado, governo ou sistema político subiste por muito tempo. Está sempre sujeito à mudança das suas constituições, porque baseado nos frágeis preceitos terrenos. Com a Igreja é diferente. Ela foi firmada sobre rocha firme, não está sujeita a mutações porque eterna. Seu reino é divino e as forças do mal jamais poderão prevalecer sobre ela, conforme foi prescrito pelo Divino Mestre.

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São João Nepomuceno Neumann

São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu no ano de 1911. Ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom João. Ali, foi ordenado. Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São João pertenceu a congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e servir ao Senhor por amor aos irmãos.

O Espírito Santo pôde contar com ele também para o episcopado, ser um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na Filadélfia, foi construída através do seu serviço, do seu ministério episcopal.

São João Nepomuceno Neumann, modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta. Uma imagem, um reflexo do Bom Pastor.

Em 1960, ele partiu para a glória do Senhor.

Foto: São João Nepomuceno Neumann
(5 de Janeiro)

São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu no ano de 1911. Ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom João. Ali, foi ordenado. Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São João pertenceu a congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e servir ao Senhor por amor aos irmãos.

O Espírito Santo pôde contar com ele também para o episcopado, ser um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na Filadélfia, foi construída através do seu serviço, do seu ministério episcopal. 

São João Nepomuceno Neumann, modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta. Uma imagem, um reflexo do Bom Pastor.

Em 1960, ele partiu para a glória do Senhor.

6 de Janeiro

Epifania do Senhor

Pelos padres claretianos:

Epifania, em grego, significa manifestação. Jesus se manifesta e revela aos reis magos, vindo do Oriente para vê-Lo e adorá-Lo, oferecendo-Lhe ouro, incenso e mirra. Jesus quer ser conhecido e amado por todos os habitantes da terra.

Ainda não se fechou o ciclo no Natal. Alcança novo ponto culminante na liturgia do dia 06 de janeiro. A festa desse dia ocupa, na Igreja Oriental, o lugar que o Natal ocupa entre nós. Trata-se da celebração de uma grande idéia: A Manifestação ou "Epifania do Senhor".

Para tanto, juntam-se três acontecimentos salvíficos: as homenagens dos Reis Magos do Oriente, o Batismo de Jesus no Jordão, as Bodas de Caná. Quer dizer, portanto, três manifestações iniciais de sua Glória.

Para epístola escolheu-se um dos trechos mais jubilosos do Livro de Isaías: 60, 1-6: "Levanta-te, Jerusalém, ilumina-te!" Deus farà brilhar a sua luz em Jerusalém, a tal ponto que os pagãos subirão para esta cidade. Em Jesus, apareceu, de Fato, a salvação de Deus para todos, em Jerusalém e na Palestina.

O Evangelho da missa narra o primeiro dos fatos salvíficos celebrados. É uma história que São Mateus conta no início de seu livro: a primeira manifestação de Jesus a não-judeus. Ela é a indicação sugestiva de que também o mundo extra-israelita está envolvido na vinda de Jesus. Por via de um sinal astronômico e de uma profecia judaica, alguns magos encontraram o Menino com sua Mãe, Maria, e prestam-lhe honra real. Desde os tempos das catacumbas, tem a arte cristã representado com predileção essa cena para, por meio dela, expressar a manifestação de Jesus ao mundo inteiro. O nome popular dessa festa é: "Dia dos Reis".

A história dos Reis Magos tem prolongamento na matança das crianças de Belém e na fuga para o Egito. A morte dos infantes inocentes, que derramaram seu sangue por Cristo, é celebrada dentro da oitava de Natal, no dia 28 de dezembro. Chama-se "Festa dos Inocentes". Quanto à fuga do Egito, ela quer significar que Jesus, ao voltar de lá, segue também os passos de seu povo, quando este outrora marchava do Egito para a terra prometida. Mateus chama a atenção sobre esse ponto: "... para que se cumprisse que o Senhor dissera pelo profeta: "Eu chamei meu filho do Egito" (Mt 2, 15). O povo israelita já se chama "filho de Deus", mas Jesus é "O" Filho de Deus por excelência. É nele que o povo voltará definitivamente da escravidão.

Acorramos mais uma vez ao presépio, em companhia dos reis magos, e ofereçamos também a Jesus, pelas mãos maternais de Maria Santíssima, o ouro do nosso amor, o incenso das nossas orações e a mirra das nossas mortificações e paciências.

Pelo Pe. João Batista Lehmann:

A Festa que a Igreja celebra, tem o nome de Epifania, isto é, aparição do Senhor, por apresentar-nos três grandes mistérios, em que Jesus Cristo se manifestou ao mundo como Filho de Deus e Salvador do gênero humano. O primeiro destes mistérios é a adoração que os três Magos prestaram ao Menino, em Belém. O segundo é o Batismo de Jesus Cristo no Jordão, ocasião em que o Pai celeste fez a apresentação de seu Filho, dizendo: “Este é meu Filho mui amado, em quem pus minha complacência”. O terceiro, finalmente, é a transformação da água em vinho, milagre que Cristo fez, por ocasião das bodas de Caná, para manifestar aos discípulos sua missão messiânica.

Logo após seu nascimento no estábulo de Belém, Jesus Cristo quis manifestar-se aos judeus e aos pagãos. Aos pastores, que estavam nos campos vigiando os seus rebanhos, mandou celeste mensagem, por intermédio dos Anjos, que lhes anunciaram o grande acontecimento, dizendo: “Não temais; anuncio-vos uma boa nova, que há de ser para todo o povo motivo de grande alegria! Hoje na cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é o Cristo, nosso Senhor”. (Lc. 2, 10). Aos pagãos do Oriente mandou a estrela maravilhosa, a anunciar-lhes o aparecimento daquela estrela profetizada por Balaam, nas palavras: “Uma estrela sai de Jacó, um cetro levanta-se de Israel, que esmagará os príncipes de Moab”. Os pagãos bem conheciam esta profecia, e ansiosos esperavam pelo aparecimento da estrela preconizada. Afinal a viram surgir. Sobressaindo entre as outras, pelo brilho e a posição extraordinários, chamou a atenção de três homens, conhecidos por Gaspar, Melquior e Baltazar ou, como a Bíblia os intitula, os três Magos do Oriente. Iluminados por luz divina, conheceram no aparecimento da estrela o sinal indubitável do cumprimento da palavra profética de Balaam, e sem demora trataram dos preparos da viagem, que os levassem à presença do rei dos Judeus recém-nascido. A estrela servia-lhes de guia. Seguindo-a sem desfalecimento, chegaram a Jerusalém. Pela primeira vez, ao chegarem à capital de Judá, o astro maravilhoso se lhes escondeu das vistas, e grande foi a tristeza e não menor o desapontamento do Magos. Na convicção, porém, de tratar-se de um fato por todos conhecidos e, julgando que não houvesse na cidade quem não soubesse dar-lhes as necessárias informações sobre o Rei dos Judeus recém-nascido, confiadamente entraram em Jerusalém e perguntaram: “Onde está o Rei dos Judeus, que acaba de nascer? Vimos sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo”. (Mt. 2, 2). Se grande foi o desaponto por não mais ver a estrela, sua fiel companheira, maior foi a decepção que experimentaram, ao notarem o espanto que essa pergunta causou às pessoas a quem dirigiram.

A chegada de três príncipes estrangeiros à capital dos Judeus provocou grande alvoroço na cidade e na corte real. O rei Herodes perturbou-se sobremodo, não sabendo o que pensar da inesperada nova. No íntimo começou a recear pelo trono. Reuniu os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, para que lhe dissessem algo do lugar onde devia nascer o Cristo.

Os judeus conhecedores que eram das profecias, não duvidaram de que teria chegado o momento do Messias aparecer. Sabiam também o lugar onde, segundo o profeta Michéas, o Desejado das nações havia de nascer. A resposta dos sacerdotes não deixou nada a desejar, quanto à clareza, e era concisa nestes termos: Os sagrados livros dizem: Em Belém, terra de Judá, há de nascer o Cristo; pois está escrito pelo profeta: “Tu, Belém na terra de Judá, não és por certo a menor, entre as cidades principais da Judéia; pois é de ti que há de sair o chefe, que deve governar Israel, meu povo”. Tendo Herodes ouvido a resposta dos entendidos, mandou vir secretamente os magos, e indagou o tempo exato em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois, mandando-os a Belém, disse-lhes: “Ide, informai-vos do Menino com cuidado, e logo que encontrardes, vinde dizer-me a fim de que eu também o vá adorar”. Não era, porém, esta a sua intenção. Falso que era, fingiu grande devoção e interesse de conhecer o Messias, e figurar entre os primeiros adoradores, quando sua intenção verdadeira era apoderar-se da criança e matá-la. Os Magos, cheios de alegria, por ter obtido informações tão claras partiram. A estrela que tinham visto no Oriente, caminhava diante deles e quando chegou em cima do lugar onde estava o Menino, parou. Por inspiração divina sabiam, que se achavam na presença d’Aquele que, nascido na pobreza, era o Rei do Universo.

Entraram na casa, e aí acharam o Menino, com Maria, sua Mãe. Tomados de profundo respeito, prostraram-se por terra e adoraram ao menino, como Deus e Salvador do mundo. Em seguida abriram os tesouros e ofereceram ao divino Infante ouro, incenso e mirra.

Cumprindo-se a profecia do rei Davi, que diz: “Reis de Tharsis e das ilhas virão oferecer-lhe presentes; os reis da Arábia e de Sabá trarão oferendas”. (S. 71, 10). Sobre o tempo que os Magos permaneceram em Belém, os Santos Livros nada dizem. Nada sabemos o que entre eles e José e Maria se passou. É, porém, provável, que se tenham demorado na cidade de Davi e que José e Maria lhes tenham referido tudo que se passara nos últimos dias, antes de sua chegada do Oriente.

Tratando da volta, quiseram, como a Herodes tinham prometido, passar por Jerusalém. Um Anjo, porém, apareceu-lhes dando-lhes a ordem expressa, que tal não fizessem. Obedientes a este celeste aviso, voltaram por caminho diferente para sua terra.

É fora de dúvida que os Magos tenham comunicado aos súditos o aparecimento do Salvador e com eles se tenham convertido à religião, de que se confessaram fiéis discípulos até o fim da vida. Um autor antiqüíssimo, na explicação que faz do Evangelho de São Mateus, diz que o Apóstolo Tomé os batizou na Pérsia e com eles milhares de súditos. Uma tradição existe, segundo a qual as relíquias dos Magos foram transportadas para Constantinopla, e de lá passaram para Milão, de onde, no século 12, o Imperador Frederico Barboroxa as transladou para Colônia, em cuja majestosa Catedral são até hoje veneradas.

Reflexões:

Os três Magos são, com toda razão, chamados as primícias da nossa fé, e sua festa é digna de ser celebrada com a maior solenidade, em sinal de alegria, por Deus ter chamado também os pagãos, ao conhecimento da religião de seu filho Unigênito. “É um benefício imenso, que Deus me fez, ter-me chamado à existência num tempo e numa terra, onde reina a verdadeira religião”, diz Santo Agostinho. “Milhares e milhares de homens vejo, que não tem esta felicidade. Quantos milhões são ainda pagãos?” – Agradece de todo coração a Deus a graça de tua vocação cristã e procura tornar-se cada vez mais digno da mesma.

Foto: Epifania do Senhor (6 de Janeiro) Pelos padres claretianos: Epifania, em grego, significa manifestação. Jesus se manifesta e revela aos reis magos, vindo do Oriente para vê-Lo e adorá-Lo, oferecendo-Lhe ouro, incenso e mirra. Jesus quer ser conhecido e amado por todos os habitantes da terra. Ainda não se fechou o ciclo no Natal. Alcança novo ponto culminante na liturgia do dia 06 de janeiro. A festa desse dia ocupa, na Igreja Oriental, o lugar que o Natal ocupa entre nós. Trata-se da celebração de uma grande idéia: A Manifestação ou

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Santa Rafaela Maria

Nasceu em Córdova, na Espanha, no ano de 1850. Juntamente com sua irmã de sangue, fundaram a Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus. Dedicadas à adoração ao Santíssimo Sacramento e ao cuidado das crianças, Santa Rafaela ocupou o cargo de Madre Superiora e sua irmã – co-fundadora – de ecônoma geral. Mas, no ano de 1893, a irmã de Santa Rafela foi partilhando com outras conselheiras a ponto de convencê-las de que sua irmã, Santa Rafaela Maria, por não ser apta na economia, também não poderia continuar governando a congregação. Diante daquele consenso, ela deixou o cargo e sua irmã o ocupou e foi superiora durante 10 anos.

Nos 22 anos de vida que restaram a essa grande serva de Deus, ela viveu na humildade, fazendo os serviços que davam a ela sempre com muito amor e obdediência na graça de Deus. Santa Rafaela Maria foi uma verdadeira adoradora diante do Santíssimo Sacramento. Ao falecer, em 1925, partiu para a glória. Não passou muito tempo, veio à luz toda a trama de sua irmã, que não foi reconhecida como santa.

Foto: Santa Rafaela Maria
(6 de Janeiro)

Nasceu em Córdova, na Espanha, no ano de 1850. Juntamente com sua irmã de sangue, fundaram a Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus. Dedicadas à adoração ao Santíssimo Sacramento e ao cuidado das crianças, Santa Rafaela ocupou o cargo de Madre Superiora e sua irmã – co-fundadora – de ecônoma geral. Mas, no ano de 1893, a irmã de Santa Rafela foi partilhando com outras conselheiras a ponto de convencê-las de que sua irmã, Santa Rafaela Maria, por não ser apta na economia, também não poderia continuar governando a congregação. Diante daquele consenso, ela deixou o cargo e sua irmã o ocupou e foi superiora durante 10 anos.

Nos 22 anos de vida que restaram a essa grande serva de Deus, ela viveu na humildade, fazendo os serviços que davam a ela sempre com muito amor e obdediência na graça de Deus. Santa Rafaela Maria foi uma verdadeira adoradora diante do Santíssimo Sacramento. Ao falecer, em 1925, partiu para a glória. Não passou muito tempo, veio à luz toda a trama de sua irmã, que não foi reconhecida como santa.

7 de Janeiro

São Raimundo de Penyafort

Raimundo viu a luz do mundo no ano de 1175, no Castelo de Penaforte, na Catalunha. De descendência nobre, estava em parentesco com os reis de Aragônia. De tenra idade ainda, revelava grande interesse pela oração e pelo estudo. Tão prodigiosos foram os seus progressos no estudo das ciências que, tendo apenas vinte anos de idade, lhe foi oferecida a cadeira de artes livres, em Barcelona. De todas as partes vinham estudantes em grande número, para ouvir-lhes as preleções. Uns anos depois, se dedicou ao estudo do direito civil e eclesiástico em Bolonha, e terminou este curso com tão grande brilhantismo, que foi nomeado lente destas matérias.

A fama do seu grande saber espalhou-se por toda a Itália. Berengário, bispo de Barcelona, convidou-o para voltar à sua diocese. Possuindo toda a confiança do Prelado, foi por este nomeado vigário geral.

Com 45 anos de idade, entrou na Ordem de São Domingos, distinguindo-se nela tanto pela prática das virtudes, como pela ciência. Chamado a Roma pelo Papa Gregório IX, foi confessor do mesmo por muitos anos. Vendo que no palácio papal os pobres não eram tratados e servidos com a atenção a que tinham direito, impôs ao ilustre penitente interessar-se pessoalmente por esta parte do rebanho. Por ordem do Papa, Raimundo editou uma obra importantíssima de direito eclesiástico, conhecida sob o nome de decretais de Gregório IX.

Para recompensá-lo de tantos trabalhos e merecimentos, Gregório IX nomeou-o arcebispo de Taragona, distinção esta de que se julgou tão indigno, que pediu exoneração do cargo. Uma doença gravíssima levou-o quase à beira do túmulo. Com licença dos superiores, voltou para a sua terra. Raimundo escreveu a regra da nova Ordem Nossa Senhora das Mercês e Redenção dos Cativos, cujo primeiro geral foi São Pedro Nolasco.

Morto o Geral da Ordem de São Domingos, Frei Jordão, os religiosos deram os votos a Raimundo, para ser o novo superior. Dois anos ocupou este cargo, quando pediu exoneração, para poder dedicar-se mais à obra de sua própria santificação.

Avisou ao rei do perigo que havia na parte dos Albigenses (facção da seita dos cátaros, que pregavam o maniqueísmo) e conseguiu a expulsão dos mesmos. Para chamar a Cristo os Judeus e mouros, fundou dois seminários em que o ensino era dado em hebraico e árabe. Teve a satisfação de poder comunicar ao seu superior, que 10.000 mouros tinham recebido o batismo.

Muitos e grandes milagres obrou Deus por meio do seu servo, dos quais o mais conhecido é o seguinte: Jaime I, rei de Aragônia, era penitente de Raimundo. Numa viagem que ia fazer à Ilha Majorca, desejava ter seu confessor como companheiro. No mesmo trajeto, o rei levou uma mulher, com a qual tinha relações ilícitas. Raimundo muito lhe pediu que a despedisse, no que o rei prometeu atendê-lo, mas a mulher ficou. Chegados a Majorca, Raimundo fez a sua permanência na côrte depender do afastamento da concubina da casa real; no caso contrário, voltaria para Barcelona. Jaime ordenou a todos os barqueiros e proprietários de navios que, sob pena de morte, nenhum se atrevesse a transportar o frade para a Espanha. Raimundo, ignorando a ordem do Rei, dirigiu-se ao porto, para embarcar num daqueles navios que iam para o continente, mas não achou entre os marinheiros quem o quisesse transportar. Adiantou-se então o santo homem até um rochedo, que estava mais para dentro do mar, tomou a capa, estendeu sobre a água, tomou o bastão, fez o sinal da cruz e pôs-se sobre a capa, como se entrasse numa barca. Chamou um companheiro para que fosse com ele. Este, porém, não teve o ânimo de seguí-lo e, estupefato, presenciou aquele singular embarque. Raimundo pôs então o bastão no meio, levantou uma parte da capa a modo de vela, uniu-a com a extremidade do bordão e começou a navegar. Em seis horas fez a viagem até Barcelona percorrendo uma distância de 160 milhas. Chegando a Barcelona, saltou em terra, tirou a capa, que estava enxuta, e foi para o convento. Nele entrou, apesar de estar com todas as portas fechadas. O rei, sabendo o que tinha acontecido, caiu em si e mudou de vida. Por isso, a iconografia cristã assim o representa: Navegando sobre as águas, usando como embarcação sua capa, erguida com seu cajado para servir de vela.

Raimundo, pressentindo a morte, preparou-se com muito cuidado, redobrando as orações e penitências. Durante a última doença, recebeu a visita dos reis de Castilha e Aragônia, que lhe imploraram a bênção. Com quase cem anos de idade, Raimundo entregou o espírito a Deus, a 7 de janeiro de 1275.

REFLEXÕES:

São Raimundo negou-se peremptoriamente a permanecer na companhia do rei, que não quis deixar a má vida. O Santo preocupava-se com o escândalo que proviria de sua permanência, que implicaria numa aparente aprovação do mau procedimento do monarca. Quais são os teus princípios neste particular? A convivência com os maus, corrompe os bons. Maus costumes e exemplos tem um quê de contagioso. Por isso é necessário afastar-se desse ambiente. Os maus, vendo a complacência dos bons, firmam-se ainda mais no pecado e perdem por completo o temor de Deus. Prudente é, pois, imitando o exemplo de São Raimundo, fugir da convivência com os pecadores.

Foto: São Raimundo de Penyafort
(7 de Janeiro)

Raimundo viu a luz do mundo no ano de 1175, no Castelo de Penaforte, na Catalunha. De descendência nobre, estava em parentesco com os reis de Aragônia. De tenra idade ainda, revelava grande interesse pela oração e pelo estudo. Tão prodigiosos foram os seus progressos no estudo das ciências que, tendo apenas vinte anos de idade, lhe foi oferecida a cadeira de artes livres, em Barcelona. De todas as partes vinham estudantes em grande número, para ouvir-lhes as preleções. Uns anos depois, se dedicou ao estudo do direito civil e eclesiástico em Bolonha, e terminou este curso com tão grande brilhantismo, que foi nomeado lente destas matérias. 

A fama do seu grande saber espalhou-se por toda a Itália. Berengário, bispo de Barcelona, convidou-o para voltar à sua diocese. Possuindo toda a confiança do Prelado, foi por este nomeado vigário geral. 

Com 45 anos de idade, entrou na Ordem de São Domingos, distinguindo-se nela tanto pela prática das virtudes, como pela ciência. Chamado a  Roma pelo Papa Gregório IX, foi confessor do mesmo por muitos anos. Vendo que no palácio papal os pobres não eram tratados e servidos com a  atenção a que tinham direito, impôs ao ilustre penitente interessar-se pessoalmente por esta parte do rebanho. Por ordem do Papa, Raimundo editou uma obra importantíssima de direito eclesiástico, conhecida sob o nome de decretais de Gregório IX. 

Para recompensá-lo de tantos trabalhos e merecimentos, Gregório IX nomeou-o arcebispo de Taragona, distinção esta de que se julgou tão indigno, que pediu exoneração do cargo. Uma doença gravíssima levou-o quase à beira do túmulo. Com licença dos superiores, voltou para a sua terra. Raimundo escreveu a regra da nova Ordem Nossa Senhora das Mercês e Redenção dos Cativos, cujo primeiro geral foi São Pedro Nolasco.  

Morto o Geral da Ordem de São Domingos, Frei Jordão, os religiosos deram os votos a Raimundo, para ser o novo superior. Dois anos ocupou este cargo, quando pediu exoneração, para poder dedicar-se mais à obra de sua própria santificação.  

Avisou ao rei do perigo que havia na parte dos Albigenses (facção da seita dos cátaros, que pregavam o maniqueísmo) e conseguiu a expulsão dos mesmos. Para chamar a Cristo os Judeus e mouros, fundou dois seminários em que o ensino era dado em hebraico e árabe. Teve a satisfação de poder comunicar ao seu superior, que 10.000 mouros tinham recebido o batismo. 

Muitos e grandes milagres obrou Deus por meio do seu servo, dos quais o mais conhecido é o seguinte: Jaime I, rei de Aragônia, era penitente de Raimundo. Numa viagem que ia fazer à Ilha Majorca, desejava ter seu confessor como companheiro. No mesmo trajeto, o rei levou uma mulher, com a qual tinha relações ilícitas. Raimundo muito lhe pediu que a despedisse, no que o rei prometeu atendê-lo, mas a mulher ficou. Chegados a Majorca, Raimundo fez a sua permanência na côrte depender do afastamento da concubina da casa real; no caso contrário, voltaria para Barcelona. Jaime ordenou a todos os barqueiros e proprietários de navios que, sob pena de morte, nenhum se atrevesse a transportar o frade para a Espanha. Raimundo, ignorando a ordem do Rei, dirigiu-se ao porto, para embarcar num daqueles navios que iam para o continente, mas não achou entre os marinheiros quem o quisesse transportar. Adiantou-se então o santo homem até um rochedo, que estava mais para dentro do mar, tomou a capa, estendeu sobre a água, tomou o bastão, fez o sinal da cruz e pôs-se sobre a capa, como se entrasse numa barca. Chamou um companheiro para que fosse com ele. Este, porém, não teve o ânimo de seguí-lo e, estupefato, presenciou aquele singular embarque. Raimundo pôs então o bastão no meio, levantou uma parte da capa a modo de vela, uniu-a com a extremidade do bordão e começou a navegar. Em seis horas fez a viagem até Barcelona percorrendo uma distância de 160 milhas. Chegando a Barcelona, saltou em terra, tirou a capa, que estava enxuta, e foi para o convento. Nele entrou, apesar de estar com todas as portas fechadas. O rei, sabendo o que tinha acontecido, caiu em si e mudou de vida. Por isso, a iconografia cristã assim o representa: Navegando sobre as águas, usando como embarcação sua capa, erguida com seu cajado para servir de vela. 

Raimundo, pressentindo a morte, preparou-se com muito cuidado, redobrando as orações e penitências. Durante a última doença, recebeu a visita dos reis de Castilha e Aragônia, que lhe imploraram a bênção. Com quase cem anos de idade, Raimundo entregou o espírito a Deus, a 7 de janeiro de 1275.

REFLEXÕES: 

São Raimundo negou-se peremptoriamente a permanecer na companhia do rei, que não quis  deixar a má vida. O Santo preocupava-se com o escândalo que proviria de sua permanência, que implicaria numa aparente aprovação do mau procedimento do monarca. Quais são os teus princípios neste particular? A convivência com os maus, corrompe os bons. Maus costumes e exemplos tem um quê de contagioso. Por isso é necessário afastar-se desse ambiente. Os maus, vendo a complacência dos bons, firmam-se ainda mais no pecado e perdem por completo o temor de Deus. Prudente é, pois, imitando o exemplo de São Raimundo, fugir da convivência com os pecadores.

8 de Janeiro

São Severino

O santo de hoje nasceu e faleceu no século V. Nascido na África, inspirado pelo Espírito Santo, ele foi levado para uma outra região no vale do Danúbio. Isso não quer dizer que o lugar que Deus lhe indicou era o melhor. Pelo contrário, desafios econômicos e políticos, falecimento do rei dos Hunos, Átila; destruição naquele lugar por causa das invasões. Enfim, o povo estava perecendo. Para isso que São Severino foi enviado, para ser sinal desse amor de Deus.

Grande influência ele exerceu pela sua vida de virtudes, de oração e penitência. Fundou vários mosteiros e foi sinal de discernimento para tantas pessoas que queriam se consagrar totalmente a Deus. Ele não fugiu do mundo; pelo contrário, retirou-se por causa do amor de Deus e de toda a humanidade. Quantas vezes, São Severino deixou a sua vida monástica para ir ao encontro de reis, porque, se o rei dos Hunos havia falecido, muitas tribos bárbaras queriam invadir aquelas regiões. Em prol da evangelização, São Severino foi se desdobrando, seus mosteiros se tornaram verdadeiros faróis de uma nova cultura, de uma civilização centrada em Deus. Suas armas: oração e diálogo.

São Severino, voz de Deus nos períodos difíceis do povo. Em 482, faleceu, mas deixou um rastro de santidade para os seus filhos espirituais e para as autoridades.

Foto: São Severino
(8 de Janeiro)

O santo de hoje nasceu e faleceu no século V. Nascido na África, inspirado pelo Espírito Santo, ele foi levado para uma outra região no vale do Danúbio. Isso não quer dizer que o lugar que Deus lhe indicou era o melhor. Pelo contrário, desafios econômicos e políticos, falecimento do rei dos Hunos, Átila; destruição naquele lugar por causa das invasões. Enfim, o povo estava perecendo. Para isso que São Severino foi enviado, para ser sinal desse amor de Deus. 

Grande influência ele exerceu pela sua vida de virtudes, de oração e penitência. Fundou vários mosteiros e foi sinal de discernimento para tantas pessoas que queriam se consagrar totalmente a Deus. Ele não fugiu do mundo; pelo contrário, retirou-se por causa do amor de Deus e de toda a humanidade. Quantas vezes, São Severino deixou a sua vida monástica para ir ao encontro de reis, porque, se o rei dos Hunos havia falecido, muitas tribos bárbaras queriam invadir aquelas regiões. Em prol da evangelização, São Severino foi se desdobrando, seus mosteiros se tornaram verdadeiros faróis de uma nova cultura, de uma civilização centrada em Deus. Suas armas: oração e diálogo.

São Severino, voz de Deus nos períodos difíceis do povo. Em 482, faleceu, mas deixou um rastro de santidade para os seus filhos espirituais e para as autoridades.

9 de Janeiro

Santo André Corsino

Fatos como os que os santos Livros, referem, de Deus ter ouvido as orações de piedosos esposos e ter-lhe dado prole, depois de longo espaço de anos, passados em aparente esterilidade, têm se repetido na vida dos Santos, como prova a de Santo André Corsino. Da nobre família dos Corsini, em Florença, nasceu André no dia do Apóstolo do mesmo nome, coincidência que determinou os pais a darem este nome ao primogênito e muito desejado filho.

Antes de dar à luz, a piedosa mãe teve um sonho singular, que bastante a impressionou. Viu que o filho era um lobo, o qual, correndo para a Igreja dos Carmelitas, à entrada da mesma se transformou em cordeiro. A significação deste sonho muito mais tarde se descobriu. André não foi um filho como os pais tinham desejado que fosse; muito pelo contrário. Desprezando ordens, conselhos e ameaças dos progenitores, muitos desgostos lhes causava. Certa vez, em ocasião de grande mágoa a mãe disse-lhe: “Meu filho, estou vendo que és o lobo que me foi mostrado em sonho. A primeira parte deste sonho está realizada. Quando chegará a segunda, que te mostre transformado em cordeiro?” Muito impressionado com estas palavras da mãe, André pediu-lhe que lhas explicasse. A mãe contou-lhe o sonho e ainda que havia feito o voto a Deus e Maria Santíssima de consagrar o filho a seu santo serviço, voto este cujo cumprimento não só dela dependia.

André, muito comovido com o que ouvira, caiu aos pés da mãe, chorou amargamente e prometeu emenda de vida. Contava ele 17 anos. Foi à Igreja dos Carmelitas, pediu admissão na Ordem do Carmo e começou uma nova vida. Tentações as mais terríveis e impertinentes, que o demônio, a carne e o mundo lhe causaram, com a graça de Deus corajosamente as venceu e ficou perseverante na santa vocação. Após o noviciado, os superiores mandaram-no para Paris onde, com muito brilho, concluiu os estudos. Quando soube que os parentes lhe preparavam carinhosa e festiva recepção em Florença, onde devia celebrar a primeira Missa, foi a um convento bem distante da cidade natal e celebrou a Missa com todo o recolhimento.

Já naquele tempo se lhe notavam coisas extraordinárias na vida religiosa. A um primo seu, João Corsini, livrou de um tumor maligno na garganta, impondo-lhe as mãos e fez com que este parente se convertesse a Deus, depois de ter levado uma vida bem desregrada.

Convidado para batizar o filhinho de um amigo, durante a santa cerimônia começou a chorar amargamente. Aos que lhe perguntaram o motivo daquela comoção disse: “Choro, porque esta criança nasceu para a desgraça da família”. E assim aconteceu. O infeliz filho morreu como traidor da pátria e todos os parentes foram degradados.

Poucos anos depois foi nomeado superior do convento em Florença e nesta qualidade, principalmente como pregador, trabalhava com muito bom resultado. Quando morreu o Bispo de Fiesoli, o cabido daquela diocese elegeu André para sucessor. Este, porém, sabendo desta eleição, retirou-se a uma cartuxa bem distante, e baldados foram as diligências para encontrá-lo. Houve então segunda sessão dos eleitores, para procederem a uma nova eleição. Não chegaram a realizá-la, pois uma criança de três anos exclamou em alta voz: “Deus quer que André seja o nosso Bispo. Ele está na cartuxa em oração”. Uma comissão que para lá se dirigiu, achou o Santo, como a voz infantil tinha afirmado. André, por sua vez, teve um aviso do céu para aceitar o novo cargo.

Sendo Bispo, em nada modificou a vida, a não ser nos exercícios de penitência que redobrou. Sabendo que Deus exige do Bispo maior santidade que os fiéis e do clero, André não se poupou, para corresponder a esta exigência. O uso do cilício era constante. À recitação do breviário acrescentou a dos salmos penitenciais e uma dura flagelação. A mesa do Santo Prelado era pobre e o jejum freqüente hóspede em sua casa. Grande parte da noite passava-a em oração e meditação e, para repouso, servia-lhe uma cama dura e incômoda. O trabalho diurno era dedicado à administração da diocese, à instrução religiosa da mocidade e às visitas aos doentes. Conversas com pessoas de outro sexo eram limitadíssimas; aduladores e caluniadores detestava-os, e grande amor devotava aos pobres. Como o Papa São Gregório, possuía um canhenho, com os nomes e as necessidades dos indigentes.

Não podia o Bispo deixar de ser alvo das simpatias dos diocesanos. Todos o amavam como um verdadeiro pai e o veneravam como um Santo. Desta maneira era muito grande a influência que André exercia sobre os espíritos dos súditos. Muitos se converteram, outros fizeram as pazes com os inimigos. Em Bolonha existia uma grande divergência entre a aristocracia e o povo. Todas as tentativas da parte do clero e de pessoas importantes, para conciliar os partidos, tiveram resultado negativo. Receando piores conseqüências, o Papa Urbano V, incumbiu ao Bispo de Fiesoli a missão de restabelecer a paz entre as duas partes inimigas. O que parecia coisa impossível, André o conseguiu, e seu nome estava na boca de todos, que o bendiziam como anjo da paz.

No ano de 1372, na noite de Natal, teve um desmaio. Uma voz do céu anunciou-lhe a morte para o dia 6 de janeiro. No dia seguinte lhe sobreveio uma febre, que não mais o deixou. Preparando-se para a viagem à eternidade, recebeu com muita devoção os santos Sacramentos. As suas últimas palavras foram: “Agora deixai, Senhor, partir em paz o vosso servo, segundo a vossa palavra”. – O corpo do Santo descansa na Igreja dos Carmelitas, em Florença. O povo, em vez de rezar pelo descanso eterno da alma do Bispo, dirigia orações ao que tinha em reputação de Santo.

Urbano VIII canonizou-o em 1639. Santo André Corsino é padroeiro da cidade de Florença.

Reflexões:

Santo André Corsino, não achando tempo necessário para rezar de dia, tomava as noites, passando-as em colóquios com Deus. O mundo chama isto extravagância, senão mania religiosa. Mania, a seu ver, não é passar as noites no jogo, nos bailes e divertimentos e perder tempo com futilidades e na ociosidade. O conceito que Deus fará dos Santos e dos filhos do mundo não poderá ser duvidoso. “Meu Deus e Senhor – exclama São Lourenço Justiniano – quanto tempo de minha vida passou sem eu dele ter tirado proveito ! Que direi no dia do juízo ! Como poderei levantar os olhos a vós, Senhor da minha vida, quando exigires conta dos dias da minha existência !” Assim falava um Santo, seriamente preocupado com a responsabilidade que tinha perante Deus do uso que fez do tempo.

-Que uso fazes do tempo, que Deus te deu ? Lembra-te que deves dar conta a Deus da tua administração.

Achando-se doente, Santo André recusou os remédios que se lhe ofereciam, para diminuir-lhe o sofrimento. Deus não exige de ti este sacrifício. O uso de remédios é lícito. Lícito é o recurso a medicamentos, que trazem alívio a dor. É inegável porém, que Deus nos manda doenças e dores para beneficiar a alma. Para muitos uma doença é um bem extraordinário. Nos sofrimentos se lembram de Deus e fazem penitências. “A doença do corpo é saúde para a alma”, diz São Gregório. “Muitos há, diz Santo Agostinho, que, achando-se doentes, não pensam em impurezas, enquanto que gozando saúde, são escravos da luxúria”.

-Se Deus te mandar uma doença, aceita-a humildemente e entrega-te cegamente a sua Providência.

Antes de dar à luz o filho, a mãe do Santo teve um sonho singular. Sonhos há que têm por autores os Anjos ou o próprio Deus; são benefícios e contribuem extraordinariamente para a santificação do homem, como provam numerosos fatos do antigo e novo Testamento. Sonhos diabólicos perturbam e têm por fim afastar o homem do bem e incitá-lo ao pecado. Muitos são os sonhos e em sua quase totalidade, simples ativações do sistema nervoso e como tais, nenhuma importância têm. Há pessoas, e não poucas, que atribuem aos sonhos uma influência poderosa sobre a vida, e com muito empenho procuram obter-lhes a explicação. Esta prática é supersticiosa, é pecado. Uma palavra do Espírito Santo não te deixará em dúvida sobre o valor dos sonhos; ele diz: “Não ponhas nele o teu coração, porque os sonhos têm feito extraviar a muitos, que caíram, por terem posto neles a sua confiança”. (Ecl. 34. 6, 7).

Foto: Santo André Corsino
(9 de Janeiro)

Fatos como os que os santos Livros, referem, de Deus ter ouvido as orações de piedosos esposos e ter-lhe dado prole, depois de longo espaço de anos, passados em aparente esterilidade, têm se repetido na vida dos Santos, como prova a de Santo André Corsino. Da nobre família dos Corsini, em Florença, nasceu André no dia do Apóstolo do mesmo nome, coincidência que determinou os pais a darem este nome ao primogênito e muito desejado filho.

Antes de dar à luz, a piedosa mãe teve um sonho singular, que bastante a impressionou. Viu que o filho era um lobo, o qual, correndo para a Igreja dos Carmelitas, à entrada da mesma se transformou em cordeiro. A significação deste sonho muito mais tarde se descobriu. André não foi um filho como os pais tinham desejado que fosse; muito pelo contrário. Desprezando ordens, conselhos e ameaças dos progenitores, muitos desgostos lhes causava. Certa vez, em ocasião de grande mágoa a mãe disse-lhe: “Meu filho, estou vendo que és o lobo que me foi mostrado em sonho. A primeira parte deste sonho está realizada. Quando chegará a segunda, que te mostre transformado em cordeiro?” Muito impressionado com estas palavras da mãe, André pediu-lhe que lhas explicasse. A mãe contou-lhe o sonho e ainda que havia feito o voto a Deus e Maria Santíssima de consagrar o filho a seu santo serviço, voto este cujo cumprimento não só dela dependia.

André, muito comovido com o que ouvira, caiu aos pés da mãe, chorou amargamente e prometeu emenda de vida. Contava ele 17 anos. Foi à Igreja dos Carmelitas, pediu admissão na Ordem do Carmo e começou uma nova vida. Tentações as mais terríveis e impertinentes, que o demônio, a carne e o mundo lhe causaram, com a graça de Deus corajosamente as venceu e ficou perseverante na santa vocação. Após o noviciado, os superiores mandaram-no para Paris onde, com muito brilho, concluiu os estudos. Quando soube que os parentes lhe preparavam carinhosa e festiva recepção em Florença, onde devia celebrar a primeira Missa, foi a um convento bem distante da cidade natal e celebrou a Missa com todo o recolhimento.

Já naquele tempo se lhe notavam coisas extraordinárias na vida religiosa. A um primo seu, João Corsini, livrou de um tumor maligno na garganta, impondo-lhe as mãos e fez com que este parente se convertesse a Deus, depois de ter levado uma vida bem desregrada.

Convidado para batizar o filhinho de um amigo, durante a santa cerimônia começou a chorar amargamente. Aos que lhe perguntaram o motivo daquela comoção disse: “Choro, porque esta criança nasceu para a desgraça da família”. E assim aconteceu. O infeliz filho morreu como traidor da pátria e todos os parentes foram degradados.

Poucos anos depois foi nomeado superior do convento em Florença e nesta qualidade, principalmente como pregador, trabalhava com muito bom resultado. Quando morreu o Bispo de Fiesoli, o cabido daquela diocese elegeu André para sucessor. Este, porém, sabendo desta eleição, retirou-se a uma cartuxa bem distante, e baldados foram as diligências para encontrá-lo. Houve então segunda sessão dos eleitores, para procederem a uma nova eleição. Não chegaram a realizá-la, pois uma criança de três anos exclamou em alta voz: “Deus quer que André seja o nosso Bispo. Ele está na cartuxa em oração”. Uma comissão que para lá se dirigiu, achou o Santo, como a voz infantil tinha afirmado. André, por sua vez, teve um aviso do céu para aceitar o novo cargo.

Sendo Bispo, em nada modificou a vida, a não ser nos exercícios de penitência que redobrou. Sabendo que Deus exige do Bispo maior santidade que os fiéis e do clero, André não se poupou, para corresponder a esta exigência. O uso do cilício era constante. À recitação do breviário acrescentou a dos salmos penitenciais e uma dura flagelação. A mesa do Santo Prelado era pobre e o jejum freqüente hóspede em sua casa. Grande parte da noite passava-a em oração e meditação e, para repouso, servia-lhe uma cama dura e incômoda. O trabalho diurno era dedicado à administração da diocese, à instrução religiosa da mocidade e às visitas aos doentes. Conversas com pessoas de outro sexo eram limitadíssimas; aduladores e caluniadores detestava-os, e grande amor devotava aos pobres. Como o Papa São Gregório, possuía um canhenho, com os nomes e as necessidades dos indigentes.

Não podia o Bispo deixar de ser alvo das simpatias dos diocesanos. Todos o amavam como um verdadeiro pai e o veneravam como um Santo. Desta maneira era muito grande a influência que André exercia sobre os espíritos dos súditos. Muitos se converteram, outros fizeram as pazes com os inimigos. Em Bolonha existia uma grande divergência entre a aristocracia e o povo. Todas as tentativas da parte do clero e de pessoas importantes, para conciliar os partidos, tiveram resultado negativo. Receando piores conseqüências, o Papa Urbano V, incumbiu ao Bispo de Fiesoli a missão de restabelecer a paz entre as duas partes inimigas. O que parecia coisa impossível, André o conseguiu, e seu nome estava na boca de todos, que o bendiziam como anjo da paz.

No ano de 1372, na noite de Natal, teve um desmaio. Uma voz do céu anunciou-lhe a morte para o dia 6 de janeiro. No dia seguinte lhe sobreveio uma febre, que não mais o deixou. Preparando-se para a viagem à eternidade, recebeu com muita devoção os santos Sacramentos. As suas últimas palavras foram: “Agora deixai, Senhor, partir em paz o vosso servo, segundo a vossa palavra”. – O corpo do Santo descansa na Igreja dos Carmelitas, em Florença. O povo, em vez de rezar pelo descanso eterno da alma do Bispo, dirigia orações ao que tinha em reputação de Santo.

Urbano VIII canonizou-o em 1639. Santo André Corsino é padroeiro da cidade de Florença.

Reflexões:

Santo André Corsino, não achando tempo necessário para rezar de dia, tomava as noites, passando-as em colóquios com Deus. O mundo chama isto extravagância, senão mania religiosa. Mania, a seu ver, não é passar as noites no jogo, nos bailes e divertimentos e perder tempo com futilidades e na ociosidade. O conceito que Deus fará dos Santos e dos filhos do mundo não poderá ser duvidoso. “Meu Deus e Senhor – exclama São Lourenço Justiniano – quanto tempo de minha vida passou sem eu dele ter tirado proveito ! Que direi no dia do juízo ! Como poderei levantar os olhos a vós, Senhor da minha vida, quando exigires conta dos dias da minha existência !” Assim falava um Santo, seriamente preocupado com a responsabilidade que tinha perante Deus do uso que fez do tempo.

-Que uso fazes do tempo, que Deus te deu ? Lembra-te que deves dar conta a Deus da tua administração.

Achando-se doente, Santo André recusou os remédios que se lhe ofereciam, para diminuir-lhe o sofrimento. Deus não exige de ti este sacrifício. O uso de remédios é lícito. Lícito é o recurso a medicamentos, que trazem alívio a dor. É inegável porém, que Deus nos manda doenças e dores para beneficiar a alma. Para muitos uma doença é um bem extraordinário. Nos sofrimentos se lembram de Deus e fazem penitências. “A doença do corpo é saúde para a alma”, diz São Gregório. “Muitos há, diz Santo Agostinho, que, achando-se doentes, não pensam em impurezas, enquanto que gozando saúde, são escravos da luxúria”.

-Se Deus te mandar uma doença, aceita-a humildemente e entrega-te cegamente a sua Providência.

Antes de dar à luz o filho, a mãe do Santo teve um sonho singular. Sonhos há que têm por autores os Anjos ou o próprio Deus; são benefícios e contribuem extraordinariamente para a santificação do homem, como provam numerosos fatos do antigo e novo Testamento. Sonhos diabólicos perturbam e têm por fim afastar o homem do bem e incitá-lo ao pecado. Muitos são os sonhos e em sua quase totalidade, simples ativações do sistema nervoso e como tais, nenhuma importância têm. Há pessoas, e não poucas, que atribuem aos sonhos uma influência poderosa sobre a vida, e com muito empenho procuram obter-lhes a explicação. Esta prática é supersticiosa, é pecado. Uma palavra do Espírito Santo não te deixará em dúvida sobre o valor dos sonhos; ele diz: “Não ponhas nele o teu coração, porque os sonhos têm feito extraviar a muitos, que caíram, por terem posto neles a sua confiança”. (Ecl. 34.  6, 7).

10 de Janeiro

São Gonçalo de Amarante

Nasceu no século XIII, em Arriconha, freguesia de Tagilde, próximo a Guimarães, norte de Portugal. Muito cedo, ele se viu chamado ao sacerdócio. Em sua formação humana e cristã, Frei Gonçalo passou pelo Convento Beneditino, depois por Braga, lugar onde foi ordenado pelo Arcebispo. Não demorou muito para ser abade em São Paio.

Frei Gonçalo de Amarante pôde fazer várias peregrinações que muito enriqueceram sua vida espiritual e também apostólica. Ele foi a Roma, visitou os túmulos de São Pedro e São Paulo e tomou um "banho" de Igreja. Visitou a Terra Santa, conheceu os lugares santos por onde Jesus passou. Seu amor foi crescendo cada vez mais por Nosso Senhor.

Depois de voltar dessas peregrinações, ele teve ainda mais ardor para evangelizar. Discerniu sua vida religiosa e entrou para a família dominicana, daí vem o "frei". Quanto ao "Amarante", com seus irmãos de comunidade, ele foi para a cidade de Amarante em missão. Ele ficou conhecido como um segundo fundador dessa cidade, porque o seu amor apostólico o levava a ser um sinal no meio da sociedade.

Em 1262, partiu para a glória, deixando para o povo de Amarante, para todas as gerações ao norte de Portugal, para toda Europa e para todo o mundo, um testemunho de santidade que colabora para uma civilização mais justa.

Foto: São Gonçalo de Amarante
(10 de Janeiro)

Nasceu no século XIII, em Arriconha, freguesia de Tagilde, próximo a Guimarães, norte de Portugal. Muito cedo, ele se viu chamado ao sacerdócio. Em sua formação humana e cristã, Frei Gonçalo passou pelo Convento Beneditino, depois por Braga, lugar onde foi ordenado pelo Arcebispo. Não demorou muito para ser abade em São Paio.

Frei Gonçalo de Amarante pôde fazer várias peregrinações que muito enriqueceram sua vida espiritual e também apostólica. Ele foi a Roma, visitou os túmulos de São Pedro e São Paulo e tomou um

11 de Janeiro

São Teodósio

Mogariasse, na Capadócia, é a terra onde, em 424, de pais piedosos, nasceu Teodósio, cuja vida foi escrita por Teodoro, seu discípulo. Os frutos da boa educação que dos pais recebera, não tardaram a aparecer. Ainda muito jovem, foi escolhido a fazer a leitura pública, por ocasião da Santa Missa. Assim adquiriu um conhecimento mais profundo dos Livros Santos e cada vez mais se lhe acentuou no coração o desejo de santidade e do desapego neste mundo.

Lendo freqüentes vezes a história do patriarca Abraão, sempre o impressionava a ordem que este santo varão recebera de Deus, de abandonar sua terra e família, e procurar outras paragens. A mesma ordem parecia-lhe ser dada. Antes, porém, de tomar uma resolução definitiva a este respeito, fez uma viagem à Terra Santa, onde visitou os Santos Lugares. Nesta ocasião, passou pelo lugar onde se achava São Simeão Estelita. O grande penitente, sem o ter visto antes, chamou-o pelo nome e disse-lhe que Deus o tinha escolhido para ser instrumento da santificação de muitas almas. O resultado dessa visita aos Santos Lugares, em Jerusalém, foi a resolução de dedicar-se à vida religiosa, no convento.

Próximo a torre de Davi, morava um santo eremita, de nome Longino, cuja santidade estava na boca de todos. À direção daquele homem Teodósio se confiou, e em pouco tempo fez tanto progresso na santidade, que lhe foi oferecida a provedoria de uma igreja de Nossa Senhora, que uma piedosa mulher tinha construído, no caminho que vai para Belém. Teodósio aceitou o cargo, em obediência ao superior.

Como as freqüentes e numerosas visitas o aborrecessem, Teodósio retirou-se para a solidão duma gruta, onde viveu trinta anos, entregue às práticas da mais austera penitência. A fama da sua santidade atraiu tantos moços, desejando viver em sua companhia, que Teodósio, sem que o tivesse planejado organizou o regulamento da comunidade, de que veio a ser superior. Ao lado do convento, Teodósio fez um albergue para peregrinos e um hospital. Este último, mereceu-lhe especial cuidado, e foi teatro de sua caridade. Podia faltar-lhe tudo, menos a confiança ilimitada na Divina Providência. De fato esta nunca o abandonou, como provam acontecimentos que evidentemente mostram a intervenção do auxílio de Deus, em ocasiões de grandes embaraços.

Como a caridade era excepcional a humildade do servo de Deus. Encontrando uma vez dois discípulos em forte rixa, pôs-se de joelhos entre eles, fazendo-os lembrar das leis da caridade, e não se levantou enquanto não fizeram as pazes.

Em certa ocasião se viu obrigado a excluir um dos religiosos, por um grave delito que o mesmo cometera. Em vez de sujeitar-se e aceitar o justo castigo, rebelou-se o religioso contra o superior, cobrindo-o de injúrias, dizendo afinal, que este era o culpado de tudo e por isso era ele quem merecia ser expulso. Teodósio nenhuma resposta deu ao pobre transviado; pelo contrário, ouviu com toda a calma os impropérios do súdito, como se este tivesse toda a razão. Mais depressa do que se esperava, o religioso se converteu e pediu perdão ao superior.

Pelo fim da vida, Teodósio sofreu as perseguições do imperador Anastácio, por não ter querido sujeitar-se às insinuações do mesmo, na questão de uma heresia que se tinha levantado, e de que o monarca era o fautor. Teodósio opôs-se energicamente a esta corrente perniciosa, o que lhe importou a expatriação. O exílio deu-lhe pouca duração. Anastácio morreu e Teodósio pode voltar, vivendo ainda onze anos.

Reflexões:

São Teodósio avisava aos discípulos para que fizessem caridade, lembrando-os da morte. A lembrança da morte é de fato um meio poderoso de abster-nos das práticas do mal e operar o bem. Se fores tentado para o pecado, o pensamento "se pecar e morrer no pecado, estarei perdido para sempre" fará com que oponhas maior resistência à tentação. Se chegaste a pecar, é outra vez a lembrança da morte que te convida a fazer boas obras, obras de penitência, levar com paciência a tua cruz. Lembra-te da morte e jamais pecarás.

Foto: São Teodósio
(11 de Janeiro)

Mogariasse, na Capadócia, é a terra onde, em 424, de pais piedosos, nasceu Teodósio, cuja vida foi escrita por Teodoro, seu discípulo. Os frutos da boa educação que dos pais recebera, não tardaram a aparecer. Ainda muito jovem, foi escolhido a fazer a leitura pública, por ocasião da Santa Missa. Assim adquiriu um conhecimento mais profundo dos Livros Santos e cada vez mais se lhe acentuou no coração o desejo de santidade e do desapego neste mundo. 

Lendo freqüentes vezes a história do patriarca Abraão, sempre o impressionava a ordem que este santo varão recebera de Deus, de abandonar sua terra e família, e procurar outras paragens. A mesma ordem parecia-lhe ser dada. Antes, porém, de  tomar uma resolução definitiva a este respeito, fez uma viagem à Terra Santa, onde visitou os Santos Lugares. Nesta ocasião, passou pelo lugar onde se achava  São Simeão Estelita. O grande penitente, sem o ter visto antes, chamou-o pelo nome e disse-lhe que Deus o tinha escolhido para ser instrumento da santificação de muitas almas. O resultado dessa visita aos Santos Lugares, em Jerusalém, foi a resolução de dedicar-se à vida religiosa, no convento.  

Próximo a torre de Davi, morava um santo eremita, de nome Longino, cuja santidade estava na boca de todos. À direção daquele homem Teodósio se confiou, e em pouco tempo fez tanto progresso na santidade, que lhe foi oferecida  a  provedoria de uma igreja de Nossa Senhora, que uma piedosa mulher tinha construído, no caminho que vai para Belém. Teodósio aceitou o cargo, em obediência ao superior.  

Como as freqüentes e numerosas visitas o aborrecessem, Teodósio retirou-se para a solidão duma gruta, onde viveu trinta anos, entregue às práticas da mais austera penitência. A fama da sua santidade atraiu tantos moços, desejando viver em sua companhia, que Teodósio, sem que o tivesse  planejado organizou o regulamento da comunidade, de que veio a ser superior. Ao lado do convento, Teodósio fez um albergue para peregrinos e um hospital. Este último, mereceu-lhe especial cuidado, e foi teatro de sua caridade. Podia faltar-lhe tudo, menos a confiança ilimitada na Divina Providência. De fato esta nunca o abandonou, como provam acontecimentos que evidentemente mostram a intervenção do auxílio de Deus, em ocasiões de grandes embaraços. 

Como a caridade era excepcional a humildade do servo de Deus. Encontrando uma vez dois discípulos em forte rixa, pôs-se de joelhos entre eles, fazendo-os lembrar das leis da caridade, e não se levantou enquanto não fizeram as pazes.  

Em certa ocasião se viu obrigado a excluir um dos religiosos, por um grave delito que o mesmo cometera. Em vez de sujeitar-se e  aceitar o justo castigo, rebelou-se o religioso contra o superior, cobrindo-o de injúrias, dizendo afinal, que este  era o culpado de tudo e por isso era ele quem merecia ser expulso. Teodósio nenhuma resposta deu ao pobre transviado; pelo contrário, ouviu com toda a calma os impropérios do súdito, como se este tivesse toda a razão. Mais depressa do que se esperava, o religioso se converteu e pediu perdão ao superior. 

Pelo fim da vida, Teodósio sofreu as perseguições do imperador Anastácio, por não ter querido sujeitar-se às insinuações do mesmo, na questão de uma heresia que se tinha levantado, e de que o monarca era o fautor. Teodósio opôs-se energicamente a esta corrente perniciosa, o que lhe importou a expatriação. O exílio deu-lhe pouca duração. Anastácio morreu e Teodósio pode voltar, vivendo ainda onze anos. 

Reflexões: 

São Teodósio avisava aos discípulos para que fizessem caridade, lembrando-os da morte. A lembrança da morte é de fato um meio poderoso de abster-nos das práticas do mal e operar o bem. Se fores tentado para o pecado, o pensamento

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Santo Higino

A Igreja comemora no dia 11 de janeiro a festa do Papa Santo Higino, sucessor de São Telésforo. Governou a Igreja Católica com muita determinação e coragem, frutos de sua fé e constantes lutas no empreendimento do plano da Salvação. Como não poderia deixar de ser, seu destino foi o martírio, característica que marcou a ferrenha evangelização de seus predecessores.

Era grego de Atenas e quando assumiu a cadeira apostólica, reinava o imperador Antônio Pio. Os inimigos da Igreja a perseguiam implacavelmente, pois sentiam que a adoração dos seus deuses e ídolos corriam grave risco de serem abandonados, ante a constante e crescente difusão dos princípios da sã doutrina.

A malignidade os hereges, ao mesmo tempo, tentava de todas as maneiras semear a cizânia no campos do Senhor, para confundir e corromper a pureza da santa doutrina assimilada pelos fiéis católicos.

Praticamente todos os inimigos declarados da Santa Religião de Cristo, já haviam estabelecido-se em Roma a fim de envenenar a fonte da doutrina evangélica e por isto, chegaram eles a fazer progressos. Usando de diversas modalidades e artifícios, por trás de uma máscara de piedade, conseguiram arrastar adeptos que deixaram-se emaranhar nas malhas do erro e da perdição. Marción, famoso hersiarca já separado da Igreja, não podendo ser admitido na comunhão dos fiéis, precipitado pela heresia de Cerdon, enganou a muitas pessoas ingênuas, usando aparência de piedade e virtude. Mesmo sabendo das conseqüências que isso acarretaria, Santo Higino combateu publicamente contra os hereges e converteu muitas pessoas ao retorno da doutrina imaculada. São Justino, luz brilhante de seu século, também muito lhe auxiliou nos progressos que obteve nesta luta. Acabou sendo martirizado algum tempo depois em função da ditosa participação nas empresas do grande Pontífice.

Santo Higinio empreendeu também a reforma do clero, definindo os respectivos graus hierárquicos. Ainda que estivessem estabelecidos desde os tempos apostólicos, com vários regulamentos posteriores de disciplina, uns acabaram sendo confundidos, outros relaxados. Restituiu, assim, sua perfeição, ordenando cada um dos graus eclesiásticos e as suas respectivas funções. Estabeleceu ainda muitos decretos, especialmente os que tratam dos ritos e cerimônias na celebração do Santo Sacrifício. Introduziu as figuras do padrinho e da madrinha no rito do Batismo. Igualmente mandou que para na consagração de novos templos, fosse celebrado, antes de tudo, o sacrifício da Missa, e ainda, que as igrejas não fossem erigidas nem demolidas sem expressa licença dos bispos. Proibiu que fosse cedido para usos profanos, qualquer coisa que se relacionasse com o culto divino. Ordenou quinze presbíteros, cinco diáconos e sete bispos para diferentes igrejas.

Por muito tempo, suspirou nosso Santo pela coroa do martírio. O ardente zelo que demonstrou em todas as suas ações e providências em dilatar o reino de Jesus Cristo, fez com que o imperador Antônio Pio decretasse sua execução, ocorrida no dia 11 de janeiro. Seu corpo foi sepultado ao lado do Príncipe dos Apóstolos.

Reflexões:

Santo Higino é o 9º Papa da Igreja a receber, como seus predecessores, a coroa gloriosa do martírio. As paredes da Santa Igreja, levantadas sobre pedra firme, foram sendo lavadas e purificadas com o sangue dos nossos Papas e de inúmeros fiéis da Igreja primitiva. E foi assim que, durante a história da Igreja, diversas batalhas foram sendo travadas. Nesta luta, sempre vitoriosa, a Igreja permaneceu imaculada na sua doutrina divina, onde o poder do mal, apesar das constantes investidas, jamais conseguiu prevalecer, conforme a promessa do Divino Mestre. Necessárias e inevitáveis, porém, foram as baixas e o derramamento de sangue dos nossos santos mártires.

Foto: Santo Higino
(11 de Janeiro)

A Igreja comemora no dia 11 de janeiro a festa do Papa Santo Higino, sucessor de  São Telésforo. Governou a Igreja Católica com muita determinação e coragem, frutos de sua fé e constantes lutas no empreendimento do plano da Salvação.  Como não poderia deixar de ser, seu destino foi o martírio, característica que marcou a ferrenha evangelização de seus predecessores.  

Era grego de Atenas e quando assumiu a cadeira apostólica, reinava o imperador Antônio Pio. Os inimigos da Igreja a perseguiam implacavelmente, pois sentiam que  a adoração dos seus deuses e ídolos corriam grave risco de serem abandonados, ante a constante e crescente difusão dos princípios da sã doutrina.

A malignidade os hereges, ao mesmo tempo, tentava de todas as maneiras semear a cizânia no campos do Senhor, para confundir e corromper a pureza da santa doutrina assimilada pelos fiéis católicos. 

Praticamente todos os inimigos declarados da Santa Religião de Cristo, já haviam estabelecido-se em Roma a fim de envenenar a fonte da doutrina evangélica e por isto, chegaram eles a fazer progressos. Usando de diversas modalidades e  artifícios, por trás de uma máscara de piedade, conseguiram arrastar adeptos que deixaram-se emaranhar nas malhas do erro e da perdição. Marción, famoso hersiarca já separado da Igreja, não podendo ser admitido na comunhão dos fiéis, precipitado pela heresia de Cerdon, enganou a muitas pessoas ingênuas, usando  aparência de piedade e virtude. Mesmo sabendo das conseqüências que isso acarretaria, Santo Higino combateu publicamente contra os hereges e converteu muitas pessoas ao retorno da doutrina imaculada. São Justino, luz brilhante de seu século, também muito lhe auxiliou nos progressos que obteve nesta luta. Acabou sendo martirizado algum tempo depois em função da ditosa participação nas  empresas do grande Pontífice.

Santo Higinio empreendeu também a reforma do clero, definindo os respectivos graus hierárquicos. Ainda que estivessem estabelecidos desde os tempos apostólicos, com vários regulamentos posteriores de disciplina, uns acabaram sendo confundidos, outros relaxados. Restituiu, assim, sua perfeição, ordenando cada um dos graus eclesiásticos e as suas respectivas funções. Estabeleceu ainda muitos decretos, especialmente os que tratam dos ritos e cerimônias na celebração do Santo Sacrifício. Introduziu as figuras do padrinho e da madrinha no rito do Batismo. Igualmente mandou que para na consagração de novos templos, fosse  celebrado, antes de tudo, o sacrifício da Missa, e ainda, que as igrejas não fossem erigidas nem demolidas sem expressa licença dos bispos. Proibiu que fosse cedido para usos profanos, qualquer coisa que se relacionasse com o culto divino. Ordenou quinze presbíteros, cinco diáconos e sete bispos para diferentes igrejas. 

Por muito tempo, suspirou nosso Santo pela coroa do martírio. O ardente zelo que demonstrou em todas as suas ações e providências em dilatar o reino de Jesus Cristo, fez com que o imperador Antônio Pio decretasse sua execução, ocorrida no dia 11 de janeiro. Seu corpo foi sepultado ao lado do Príncipe dos Apóstolos. 

Reflexões:

Santo Higino é o 9º Papa da Igreja a receber, como seus  predecessores,  a coroa  gloriosa do martírio. As paredes da Santa Igreja, levantadas sobre pedra firme, foram sendo lavadas e purificadas com o sangue dos nossos Papas e de inúmeros fiéis da Igreja primitiva. E foi assim que, durante a história da Igreja, diversas  batalhas foram sendo travadas. Nesta luta, sempre vitoriosa, a Igreja permaneceu imaculada na sua doutrina divina, onde o poder do mal, apesar das constantes investidas, jamais conseguiu prevalecer, conforme a promessa do Divino Mestre.  Necessárias e inevitáveis, porém, foram as baixas e o derramamento de sangue dos nossos santos mártires.

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São Vital

Viveu entre o século VI e VII, foi monge, ermitão na região de Gaza, na Palestina. São Vital vivia o refúgio em Cristo Jesus, na oração e na penitência. Quanto mais alguém se refugia em Deus, sendo monge ou não, vai criando um coração cada vez mais dilatado pelo amor do Senhor. Por isso, vai se tornando pessoa de compaixão, que não julga, não condena; mas vai ao encontro do outro para ser sinal de Deus.

São Vital, movido de pelo Espírito [Santo], saiu da Palestina e foi para o Egito, instalando-se em Alexandria. A sociedade daquele tempo sofria com a prostituição, mas São Vital não as julgou, não as condenou nem foi buscar a santidade, pois quem, de fato, busca a santidade, busca assemelhar-se àquele. Falando para as autoridades religiosas do seu tempo, ele disse: “Os publicanos e as meretrizes os precedem”. Jesus falou isso (Mateus, 21) e os santos buscaram ser reflexo dessa misericórdia. Denuncie o pecado, mas, sobretudo, anuncie o amor que redime, que salva.

O santo buscava, num período do seu dia, arrecadar fundos e, depois, à noite, ia ao encontro das prostitutas e oferecia o dobro [em dinheiro] apenas pela atenção delas. Ele anunciava Jesus Cristo como em Lucas 15, quando o apóstolo ele demonstra um coração de Deus, como do pastor que é capaz de deixar 99 ovelhas para ir ao encontro daquela que se desgarrou.

São Vital, testemunho da misericórdia que nos converte, converteu muitas mulheres, ao ponto delas o ajudarem. Algumas senhoras “piedosas” foram se queixar desse apostolado com o bispo e São Vital foi preso. No entanto, as mulheres que iam se convertendo foram até a autoridade eclesiástica.

Os fatos foram apurados e viu-se que era uma injustiça contra o santo. Injustiça maior aconteceu quando, já solto, continuou a evangelizar com este método ousado, mas um homem que comercializava as mulheres, o apunhalou pelas costas. São Vital teve forças ainda de deixar, por escrito, esta verdade que é atual para todos nós. Ao povo de Alexandria e dos demais lugares, ele dizia: “Convertei-vos, não deixais a conversão para amanhã”. Por isso, São Vital chamava à atenção para a conversão e, ao mesmo tempo, para o dia do juízo.

Foto: São Vital
(11 de Janeiro)

Viveu entre o século VI e VII, foi monge, ermitão na região de Gaza, na Palestina. São Vital vivia o refúgio em Cristo Jesus, na oração e na penitência. Quanto mais alguém se refugia em Deus, sendo monge ou não, vai criando um coração cada vez mais dilatado pelo amor do Senhor. Por isso, vai se tornando pessoa de compaixão, que não julga, não condena; mas vai ao encontro do outro para ser sinal de Deus.

São Vital, movido de pelo Espírito [Santo], saiu da Palestina e foi para o Egito, instalando-se em Alexandria. A sociedade daquele tempo sofria com a prostituição, mas São Vital não as julgou, não as condenou nem foi buscar a santidade, pois quem, de fato, busca a santidade, busca assemelhar-se àquele. Falando para as autoridades religiosas do seu tempo, ele disse: “Os publicanos e as meretrizes os precedem”. Jesus falou isso (Mateus, 21) e os santos buscaram ser reflexo dessa misericórdia. Denuncie o pecado, mas, sobretudo, anuncie o amor que redime, que salva. 

O santo buscava, num período do seu dia, arrecadar fundos e, depois, à noite, ia ao encontro das prostitutas e oferecia o dobro [em dinheiro] apenas pela atenção delas. Ele anunciava Jesus Cristo como em Lucas 15, quando o apóstolo ele demonstra um coração de Deus, como do pastor que é capaz de deixar 99 ovelhas para ir ao encontro daquela que se desgarrou.

São Vital, testemunho da misericórdia que nos converte, converteu muitas mulheres, ao ponto delas o ajudarem. Algumas senhoras “piedosas” foram se queixar desse apostolado com o bispo e São Vital foi preso. No entanto, as mulheres que iam se convertendo foram até a autoridade eclesiástica.

Os fatos foram apurados e viu-se que era uma injustiça contra o santo. Injustiça maior aconteceu quando, já solto, continuou a evangelizar com este método ousado, mas um homem que comercializava as mulheres, o apunhalou pelas costas. São Vital teve forças ainda de deixar, por escrito, esta verdade que é atual para todos nós. Ao povo de Alexandria e dos demais lugares, ele dizia: “Convertei-vos, não deixais a conversão para amanhã”. Por isso, São Vital chamava à atenção para a conversão e, ao mesmo tempo, para o dia do juízo.

12 de Janeiro

São Fulgêncio

Cartago é o berço deste impertérrito defensor da fé católica. Fulgêncio era filho de pais cristãos. Tendo perdido cedo o pai, a mãe cuidou de dar ao filho uma educação de acordo com as normas da religião. Não só seus belos talentos, como a modéstia, a docilidade, o grande respeito que mostrava para com a mãe, fizeram com que fosse estimado por todos. Apesar de vantajosas colocações que se lhe ofereceram, Fulgêncio, para fugir dos perigos do mundo, resolveu entrar num convento. A leitura de um sermão de Santo Agostinho sobre a vaidade do mundo e a brevidade da vida, levou-o a pôr em execução esse plano, sem demora. Dirigiu-se ao bispo Fausto, que era superior de um convento em Byzacene. Este não quis aceitar, receando que uma pessoa nas condições de Fulgêncio não se pudesse ajeitar com a vida austera do convento. Fulgêncio respondeu-lhe com humildade: “Aquele que me inspirou a vontade de servi-lhe, poderá dar-me força de vencer a minha fraqueza”. Fausto, admirado desta resposta tão criteriosa, admitiu-o. Logo, porém, que a mãe soube da resolução do filho, e da sua entrada para vida religiosa, correu ao convento e com ímpeto e grande pranto, exigiu a volta de Fulgêncio. Este, porém, venceu a tentação e ficou firme na vocação. O amor de Deus fê-lo vencer a voz da natureza. Entregou os bens à mãe, para que os administrasse, até que o irmão mais novo pudesse assumir esta responsabilidade.

A vida de Fulgêncio no convento foi a de um religioso modelo. De todos o mais humilde e obediente, ninguém como ele se penitenciava.

A perseguição do rei vândalo Hunerico obrigou-o a abandonar o convento e procurar agasalho em outra parte. Nas suas viagens, chegou à Sicília e Roma. Passados dois anos, voltou para a África. Nesta posição, em nada o fez mudar nos seus hábitos religiosos. As práticas de piedade, as obras de mortificação e penitência continuaram-lhe fiéis companheiras até à morte. Como Bispo, defendeu a fé contra os erros do arianismo, e exortou os fiéis à perseverança na verdadeira religião. Grande abalo sofreu sua administração episcopal pela perseguição do rei vândalo Trasamundo, que o obrigou a comer o pão do exílio, em companhia de outros Bispos católicos. Na Sardenha, para onde foram desterrados, viveram em santa comunidade, até que a morte do tirano lhes permitiu o regresso para a pátria. Neste ínterim, Fulgêncio escreveu diversos tratados contra a heresia ariana. Recepção carinhosa esperou os Pastores exilados, na sua volta a Cartago. São Fulgêncio dedicou-se então, de corpo e alma, à reorganização da diocese, na qual, durante a sua ausência, se tinham dado diversas irregularidades. Com brandura e firmeza procurou abolir abusos e restabelecer a ordem, onde as circunstâncias o exigiam.

As virtudes que mais caracterizaram a vida deste santo Bispo, foram a humildade, a mansidão e a paciência. Nunca se lhe ouviu da boca uma palavra que revelasse egoísmo, nunca lhe escapou uma expressão que pudesse melindrar, entristecer ou ofender o próximo. Não cedia aos impulsos da impaciência, por mais difícil que fosse vencê-la. Tinha por lema sujeitar-se sempre à vontade de Deus, nos lances mais duros da vida. A sua caridade para com o próximo parecia não ter limites. O vivo interesse que tomava pelo bem-estar material e espiritual dos súditos, garantia-lhe a simpatia e o amor de todos.

Sentindo a proximidade da morte, Fulgêncio retirou-se para um pequeno convento, na ilha Circina. Esta ausência foi muito sentida pelos diocesanos que, com insistência, lhe reclamaram o regresso. Tinha os dias contados. Uma doença grave e dolorosíssima preparou-lhe o caminho para o túmulo. Modelo de todas as virtudes, na sua doença de morte o santo Bispo edificou a todos, pela paciência e resignação. Tendo chegado a hora extrema, mandou reunir todos os sacerdotes, e exortou-os novamente à perseverança na fé verdadeira e ao zelo no serviço de Deus. Pediu perdão a todos que tivesse ofendido ou magoado; mandou distribuir entre os pobres os poucos bens que lhe tinham ficado e entregou a alma ao Criador. Fulgêncio morreu com 65 anos de idade e o corpo, contrariamente ao costume daquele tempo, foi sepultado na Catedral, porque geral era a convicção de sua grande santidade. Em 714 foram essas relíquias transportadas para Bourges, na França.

Reflexões:

1. Humildade, paciência e mansidão são na verdade três virtudes admiráveis. São Fulgêncio, seguindo o exemplo do divino Mestre, praticou-as na maior perfeição. Como as praticas tu? Se te exaltas sobre os outros, se falas constantemente dos teus merecimentos, se procuras, com muito afã, que os outros te elogiem, se ambicionas honras e dignidades do mundo, onde está a humildade? – Se tratas com aspereza ao próximo, se o injurias e difamas, se o ofendes com vis calúnias e indignas maledicências – onde está então a mansidão? – Se, em vez de sofrer com resignação uma injustiça, que te foi feita; se em vez de levar tua cruz com conformidade à vontade de Deus, contra ela te levantas e prorrompes em altas queixas e murmurações – onde está a paciência? – Seja tua resolução para o futuro: De hoje em diante não me exaltarei contra o próximo. Nada direi para me enaltecer e gloriar, nem procurarei o elogio dos homens. Tratarei ao próximo com respeito e caridade, nunca com aspereza e injustiça. Na dor e no sofrimento, quer corporal, quer espiritual, nenhum sinal de impaciência hei de dar, mas pedirei a Deus, que me dê a graça de sofrer com paciência e santa resignação.

2. Deus não nos revela a hora da nossa morte. Por que não? “Para que não tomemos liberdade no pecar e não relaxemos na prática de boas obras”. (Santo Atanásio). Vontade de Deus é que estejamos sempre preparados para comparecer em sua vossas mãos. Sede semelhantes aos servos, que esperam a seu Senhor, ao voltar das bodas, para que, quando vier e bater à porta, logo lhe abram”. (Lc. 12, 35, 36): “Se o pai de família soubesse a hora em que viria o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. (ib.) “Vigiai, porque não sabeis a hora, nem o dia”. (Mt. 25, 13). Prepara-te, pois, com toda prudência, para que, quando a morte vier, te encontre vigilante.

Foto: São Fulgêncio
(12 de Janeiro)

Cartago é o berço deste impertérrito defensor da fé católica. Fulgêncio era filho de pais cristãos. Tendo perdido cedo o pai, a mãe cuidou de dar ao filho uma educação de acordo com as normas da religião. Não só seus belos talentos, como a modéstia, a docilidade, o grande respeito que mostrava para com a mãe, fizeram com que fosse estimado por todos. Apesar de vantajosas colocações que se lhe ofereceram, Fulgêncio, para fugir dos perigos do mundo, resolveu entrar num convento. A leitura de um sermão de Santo Agostinho sobre a vaidade do mundo e a brevidade da vida, levou-o a pôr em execução esse plano, sem demora. Dirigiu-se ao bispo Fausto, que era superior de um convento em Byzacene. Este não quis aceitar, receando que uma pessoa nas condições de Fulgêncio não se pudesse ajeitar com a vida austera do convento. Fulgêncio respondeu-lhe com humildade: “Aquele que me inspirou a vontade de servi-lhe, poderá dar-me força de vencer a minha fraqueza”. Fausto, admirado desta resposta tão criteriosa, admitiu-o. Logo, porém, que a mãe soube da resolução do filho, e da sua entrada para vida religiosa, correu ao convento e com ímpeto e grande pranto, exigiu a volta de Fulgêncio. Este, porém, venceu a tentação e ficou firme na vocação. O amor de Deus fê-lo vencer a voz da natureza. Entregou os bens à mãe, para que os administrasse, até que o irmão mais novo pudesse assumir esta responsabilidade.

A vida de Fulgêncio no convento foi a de um religioso modelo. De todos o mais humilde e obediente, ninguém como ele se penitenciava.

A perseguição do rei vândalo Hunerico obrigou-o a abandonar o convento e procurar agasalho em outra parte. Nas suas viagens, chegou à Sicília e Roma. Passados dois anos, voltou para a África. Nesta posição, em nada o fez mudar nos seus hábitos religiosos. As práticas de piedade, as obras de mortificação e penitência continuaram-lhe fiéis companheiras até à morte. Como Bispo, defendeu a fé contra os erros do arianismo, e exortou os fiéis à perseverança na verdadeira religião. Grande abalo sofreu sua administração episcopal pela perseguição do rei vândalo Trasamundo, que o obrigou a comer o pão do exílio, em companhia de outros Bispos católicos. Na Sardenha, para onde foram desterrados, viveram em santa comunidade, até que a morte do tirano lhes permitiu o regresso para a pátria. Neste ínterim, Fulgêncio escreveu diversos tratados contra a heresia ariana. Recepção carinhosa esperou os Pastores exilados, na sua volta a Cartago. São Fulgêncio dedicou-se então, de corpo e alma, à reorganização da diocese, na qual, durante a sua ausência, se tinham dado diversas irregularidades. Com brandura e firmeza procurou abolir abusos e restabelecer a ordem, onde as circunstâncias o exigiam.

As virtudes que mais caracterizaram a vida deste santo Bispo, foram a humildade, a mansidão e a paciência. Nunca se lhe ouviu da boca uma palavra que revelasse egoísmo, nunca lhe escapou uma expressão que pudesse melindrar, entristecer ou ofender o próximo. Não cedia aos impulsos da impaciência, por mais difícil que fosse vencê-la. Tinha por lema sujeitar-se sempre à vontade de Deus, nos lances mais duros da vida. A sua caridade para com o próximo parecia não ter limites. O vivo interesse que tomava pelo bem-estar material e espiritual dos súditos, garantia-lhe a simpatia e o amor de todos.

Sentindo a proximidade da morte, Fulgêncio retirou-se para um pequeno convento, na ilha Circina. Esta ausência foi muito sentida pelos diocesanos que, com insistência, lhe reclamaram o regresso. Tinha os dias contados. Uma doença grave e dolorosíssima preparou-lhe o caminho para o túmulo. Modelo de todas as virtudes, na sua doença de morte o santo Bispo edificou a todos, pela paciência e resignação. Tendo chegado a hora extrema, mandou reunir todos os sacerdotes, e exortou-os novamente à perseverança na fé verdadeira e ao zelo no serviço de Deus. Pediu perdão a todos que tivesse ofendido ou magoado; mandou distribuir entre os pobres os poucos bens que lhe tinham ficado e entregou a alma ao Criador. Fulgêncio morreu com 65 anos de idade e o corpo, contrariamente ao costume daquele tempo, foi sepultado na Catedral, porque geral era a convicção de sua grande santidade. Em 714 foram essas relíquias transportadas para Bourges, na França.

Reflexões:

1. Humildade, paciência e mansidão são na verdade três virtudes admiráveis. São Fulgêncio, seguindo o exemplo do divino Mestre, praticou-as na maior perfeição. Como as praticas tu? Se te exaltas sobre os outros, se falas constantemente dos teus merecimentos, se procuras, com muito afã, que os outros te elogiem, se ambicionas honras e dignidades do mundo, onde está a humildade? – Se tratas com aspereza ao próximo, se o injurias e difamas, se o ofendes com vis calúnias e indignas maledicências – onde está então a mansidão? – Se, em vez de sofrer com resignação uma injustiça, que te foi feita; se em vez de levar tua cruz com conformidade à vontade de Deus, contra ela te levantas e prorrompes em altas queixas e murmurações – onde está a paciência? – Seja tua resolução para o futuro: De hoje em diante não me exaltarei contra o próximo. Nada direi para me enaltecer e gloriar, nem procurarei o elogio dos homens. Tratarei ao próximo com respeito e caridade, nunca com aspereza e injustiça. Na dor e no sofrimento, quer corporal, quer espiritual, nenhum sinal de impaciência hei de dar, mas pedirei a Deus, que me dê a graça de sofrer com paciência e santa resignação.

2. Deus não nos revela a hora da nossa morte. Por que não? “Para que não tomemos liberdade no pecar e não relaxemos na prática de boas obras”. (Santo Atanásio). Vontade de Deus é que estejamos sempre preparados para comparecer em sua vossas mãos. Sede semelhantes aos servos, que esperam a seu Senhor, ao voltar das bodas, para que, quando vier e bater à porta, logo lhe abram”. (Lc.  12, 35, 36): “Se o pai de família soubesse a hora em que viria o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. (ib.) “Vigiai, porque não sabeis a hora, nem o dia”. (Mt. 25, 13). Prepara-te, pois, com toda prudência, para que, quando a morte vier, te encontre vigilante.

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Santo Arcádio

No ano 260, a Igreja de Cristo passou por uma época de perseguições atrocíssimas. O furor do inferno parecia desencadeado, e insaciável era o ódio contra os discípulos de Jesus. A menor suspeita era bastante para os cristãos se verem vexados da maneira a mais cruel. As casas eram arrombadas, os bens confiscados e as pobres vítimas desapiedadamente arrastadas ao tribunal. Cada dia era testemunha de novas barbaridades. Na Mauritânia os cristãos eram forçados a assistir ao culto pagão, queimar incenso aos deuses, conduzir em triunfo pelas ruas das cidades os animais destinados aos holocaustos e tomar parte nas bacanais dissolutas dos idólatras.

Eram estes os meios com que se esperava fazer os cristãos apostatarem.

Arcádio, vendo estas abominações se realizarem em Cesaréia, sua cidade paterna, fugiu para não se expor ao perigo de fraquear e retirou-se para um lugar ermo, onde serviu a Deus em orações e obras de penitência.

Como, porém, fosse cidadão de destaque, essa fuga não podia ficar desaparecida. Notou-se-lhe a falta nos sacrifícios e o prefeito mandou soldados, que o trouxessem. Achando fechada a casa de Arcádio, arrombaram a porta, julgando talvez surpreendê-lo em algum ato religioso, que o comprometesse. Em vez de Arcádio, encontraram-lhe um parente, que por acaso lá se achava. Este procurou todas as razões para justificar a ausência de Arcádio. Em vão. Os emissários prenderam-no e levaram-no à presença do prefeito. Este deu ordem para que ficasse detido na prisão até que se resolvesse a denunciar a paradeiro do parente.

Quando o Santo soube do ocorrido, voltou livremente para a cidade e apresentou-se ao juiz. “Eis-me aqui – disse-lhe – se me procuras a mim, põe em liberdade o inocente. Cá estou, para te responder ao que de mim desejas saber”. Respondeu o juiz: “De bom grado desculpo a tua fuga e garanto-te que para o futuro nenhum vexame sofrerás, contanto que, embora tarde, ainda sacrifiques aos deuses”. Arcádio: “Que idéia fazes de mim, propondo-me tal coisa? Conheces os cristãos? Pensas que intimidas os servos do Senhor com a expectativa de perder esta vida fugitiva, ou com ameaças de morte? Sabemos que está escrito: Cristo é minha vida e a morte meu lucro. Vai, excogita tormentos que ultrapassem todas as dores, exercita teu cérebro na invenção de todas as maldades possíveis: jamais nos separarás do Deus verdadeiro”.

Chegou ao auge o furor do juiz, que em nada mais pensava senão ditar para Arcádio uma sentença de morte de todo extraordinária. Toda a sorte de martírios, até então aplicados, pareciam-lhe suaves para este provocador blasfemo. Finalmente rompeu o silêncio, dando a seguinte ordem: “Que Arcádio tenha uma morte lenta e cruel. Cortai-lhe todas as articulações, todas as juntas do corpo, começando pelos dedos. Não vos precipiteis no vosso trabalho, tendes muito tempo; assim ele compreenderá sua miséria; compreenderá o que significa abandonar os deuses de seus pais e adorar uma divindade desconhecida”.

Os algozes meteram-se logo à obra e executaram ao pé da letra a horrível sentença. O mártir de vez em quando rezava: “Ó meu Deus, ensinai-me vossa sabedoria!” Quando os carrascos nada mais tinham para cortar, restando apenas o tronco banhado em sangue, o herói, vendo todos os membros cortados, exclamou: “Felizes de vós, bem-aventurados membros, que tivestes a honra de servirdes ao vosso Deus! Nunca me fostes tão caros, quando unidos ao meu corpo, como agora. Regozijo-me de ver-vos separados de mim! Assim convém que por algum tempo estejamos separados, para depois podermos ir ao encontro de nosso rei na eterna glória. Em vez de mortais, me sereis restituídos como membros imortais, agora sois membros de Cristo, como sei que sou de Cristo e nisto vejo realizado meu único e ardente desejo”. Dirigindo-se aos circunstantes, disse: “Pouco vale serdes testemunhas de um espetáculo tão pouco comum. Facilmente o suporta aquele que acredita na imortalidade futura. Abandonai os vossos deuses que em nada vos podem auxiliar. Reconhecei a meu Deus, que me fortalece. Morrer por ele é viver; sofrer por ele é gozar. A sua caridade não tem fim; sua honra cada vez mais aumenta. Meu sofrimento faz com que eu viva eternamente com ele sem jamais dele me separar”.

Ditas estas palavras, entregou o espírito a Deus. Os próprios pagãos ficaram admirados da coragem e da paciência deste glorioso Mártir. Os cristãos louvaram a Deus, que dá força aos que o amam e lhe servem com toda a dedicação. Juntaram as relíquias do mártir e guardaram-nas com todo respeito.

Reflexões:

1. Como é impressionante a leitura do martírio de santo Arcádio! É possível que um cristão persevere na fé, no meio de tantos tormentos? Ele mesmo explica esta constância imperturbável: “quem acredita na vida eterna, sofre isto com facilidade”. É esta fé que nos deve sustentar também a nós, em todas as dificuldades da vida. O apego às coisas deste mundo faz com que tão facilmente nos esquecemos da glória, da recompensa, que nos espera, depois desta mísera existência terrena. A dor, o sofrimento, por maior que sejam, passam, a recompensa, porém, é eterna. A nossa fé em nada difere da de santo Arcádio. A fé que o fortaleceu, também a nós sustentará e força nos dará para levar a cruz que Deus nos impôs. Uma fé que dá ao homem coragem de sofrer o mais cruel martírio, deve também em nós produzir o efeito de sofrer o que é muito menos: as agruras da vida.

2. O céu padece força. Para ganhar o céu, santo Arcádio não mediu sacrifícios e fez deles o maior, o da própria vida. Que fazes para merecer o céu? Contas com o céu como com uma coisa garantida e te esqueces tão facilmente da palavra de Cristo: “Procurai primeiro o reino dos céus e sua justiça”. Uma coisa é necessária, tudo o mais pouca importância merece. Não é verdade, porém, que teus cuidados são quase exclusivamente dedicados às coisas deste mundo, como se fossem o único necessário? Vê como os santos mártires trabalharam e sofreram, para entrar no céu! E pensas que brincando poderás merecer a eterna felicidade? Se das energias que empregas por amor das ninharias desta vida, só a metade se dirigisse às coisas eternas, em melhores condições estaria a salvação de tua alma. Uma coisa só tem valor perene: a virtude. Tudo o mais é passageiro.

Foto: Santo Arcádio
(12 de Janeiro)

No ano 260, a Igreja de Cristo passou por uma época de perseguições atrocíssimas. O furor do inferno parecia desencadeado, e insaciável era o ódio contra os discípulos de Jesus. A menor suspeita era bastante para os cristãos se verem vexados da maneira a mais cruel. As casas eram arrombadas, os bens confiscados e as pobres vítimas desapiedadamente arrastadas ao tribunal. Cada dia era testemunha de novas barbaridades. Na Mauritânia os cristãos eram forçados a assistir ao culto pagão, queimar incenso aos deuses, conduzir em triunfo pelas ruas das cidades os animais destinados aos holocaustos e tomar parte nas bacanais dissolutas dos idólatras.

Eram estes os meios com que se esperava fazer os cristãos apostatarem.

Arcádio, vendo estas abominações se realizarem em Cesaréia, sua cidade paterna, fugiu para não se expor ao perigo de fraquear e retirou-se para um lugar ermo, onde serviu a Deus em orações e obras de penitência.

Como, porém, fosse cidadão de destaque, essa fuga não podia ficar desaparecida. Notou-se-lhe a falta nos sacrifícios e o prefeito mandou soldados, que o trouxessem. Achando fechada a casa de Arcádio, arrombaram a porta, julgando talvez surpreendê-lo em algum ato religioso, que o comprometesse. Em vez de Arcádio, encontraram-lhe um parente, que por acaso lá se achava. Este procurou todas as razões para justificar a ausência de Arcádio. Em vão. Os emissários prenderam-no e levaram-no à presença do prefeito. Este deu ordem para que ficasse detido na prisão até que se resolvesse a denunciar a paradeiro do parente.

Quando o Santo soube do ocorrido, voltou livremente para a cidade e apresentou-se ao juiz. “Eis-me aqui – disse-lhe – se me procuras a mim, põe em liberdade o inocente. Cá estou, para te responder ao que de mim desejas saber”. Respondeu o juiz: “De bom grado desculpo a tua fuga e garanto-te que para o futuro nenhum vexame sofrerás, contanto que, embora tarde, ainda sacrifiques aos deuses”. Arcádio: “Que idéia fazes de mim, propondo-me tal coisa? Conheces os cristãos? Pensas que intimidas os servos do Senhor com a expectativa de perder esta vida fugitiva, ou com ameaças de morte? Sabemos que está escrito: Cristo é minha vida e a morte meu lucro. Vai, excogita tormentos que ultrapassem todas as dores, exercita teu cérebro na invenção de todas as maldades possíveis: jamais nos separarás do Deus verdadeiro”.

Chegou ao auge o furor do juiz, que em nada mais pensava senão ditar para Arcádio uma sentença de morte de todo extraordinária. Toda a sorte de martírios, até então aplicados, pareciam-lhe suaves para este provocador blasfemo. Finalmente rompeu o silêncio, dando a seguinte ordem: “Que Arcádio tenha uma morte lenta e cruel. Cortai-lhe todas as articulações, todas as juntas do corpo, começando pelos dedos. Não vos precipiteis no vosso trabalho, tendes muito tempo; assim ele compreenderá sua miséria; compreenderá o que significa abandonar os deuses de seus pais e adorar uma divindade desconhecida”.

Os algozes meteram-se logo à obra e executaram ao pé da letra a horrível sentença. O mártir de vez em quando rezava: “Ó meu Deus, ensinai-me vossa sabedoria!” Quando os carrascos nada mais tinham para cortar, restando apenas o tronco banhado em sangue, o herói, vendo todos os membros cortados, exclamou: “Felizes de vós, bem-aventurados membros, que tivestes a honra de servirdes ao vosso Deus! Nunca me fostes tão caros, quando unidos ao meu corpo, como agora. Regozijo-me de ver-vos separados de mim! Assim convém que por algum tempo estejamos separados, para depois podermos ir ao encontro de nosso rei na eterna glória. Em vez de mortais, me sereis restituídos como membros imortais, agora sois membros de Cristo, como sei que sou de Cristo e nisto vejo realizado meu único e ardente desejo”. Dirigindo-se aos circunstantes, disse: “Pouco vale serdes testemunhas de um espetáculo tão pouco comum. Facilmente o suporta aquele que acredita na imortalidade futura. Abandonai os vossos deuses que em nada vos podem auxiliar. Reconhecei a meu Deus, que me fortalece. Morrer por ele é viver; sofrer por ele é gozar. A sua caridade não tem fim; sua honra cada vez mais aumenta. Meu sofrimento faz com que eu viva eternamente com ele sem jamais dele me separar”.

Ditas estas palavras, entregou o espírito a Deus. Os próprios pagãos ficaram admirados da coragem e da paciência deste glorioso Mártir. Os cristãos louvaram a Deus, que dá força aos que o amam e lhe servem com toda a dedicação. Juntaram as relíquias do mártir e guardaram-nas com todo respeito.

Reflexões:

1. Como é impressionante a leitura do martírio de santo Arcádio! É possível que um cristão persevere na fé, no meio de tantos tormentos? Ele mesmo explica esta constância imperturbável: “quem acredita na vida eterna, sofre isto com facilidade”. É esta fé que nos deve sustentar também a nós, em todas as dificuldades da vida. O apego às coisas deste mundo faz com que tão facilmente nos esquecemos da glória, da recompensa, que nos espera, depois desta mísera existência terrena. A dor, o sofrimento, por maior que sejam, passam, a recompensa, porém, é eterna. A nossa fé em nada difere da de santo Arcádio. A fé que o fortaleceu, também a nós sustentará e força nos dará para levar a cruz que Deus nos impôs. Uma fé que dá ao homem coragem de sofrer o mais cruel martírio, deve também em nós produzir o efeito de sofrer o que é muito menos: as agruras da vida.

2. O céu padece força. Para ganhar o céu, santo Arcádio não mediu sacrifícios e fez deles o maior, o da própria vida. Que fazes para merecer o céu? Contas com o céu como com uma coisa garantida e te esqueces tão facilmente da palavra de Cristo: “Procurai primeiro o reino dos céus e sua justiça”. Uma coisa é necessária, tudo o mais pouca importância merece. Não é verdade, porém, que teus cuidados são quase exclusivamente dedicados às coisas deste mundo, como se fossem o único necessário? Vê como os santos mártires trabalharam e sofreram, para entrar no céu! E pensas que brincando poderás merecer a eterna felicidade? Se das energias que empregas por amor das ninharias desta vida, só a metade se dirigisse às coisas eternas, em melhores condições estaria a salvação de tua alma. Uma coisa só tem valor perene: a virtude. Tudo o mais é passageiro.

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São Bernardo

O santo de hoje nasceu no ano de 1605 em Corleone, Sicília, na Itália. Como é belo poder perceber o testemunho de hoje! Como a misericórdia de Deus fez maravilhas a partir do arrependimento!

São Bernado foi crescendo numa vida longe do relacionamento com Deus e com a Igreja. Logo, distante de si e do amor aos irmãos, o orgulho foi tomando conta do seu coração. Então, decidiu entrar para a vida militar; não para servir a sociedade, mas para dominá-la. De fato, ele estava longe de Deus. Resultado: numa das muitas discussões que viraram briga, ele acabou num duelo, ferindo de morte um companheiro seu da vida militar. Foi neste momento trágico de sua história que ele abriu o coração para Deus, pois sua consciência foi pesando. Embora ele tenha fugido e recorrido a um chamado “direito de asilo”, não foi preso, mas estava preso a uma vida de pecado. Quem poderia resgatá-lo? Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado que veio nos assumir na nossa fragilidade e nos revelar este amor que redime, que salva e é a nossa esperança.

Assim, arrependeu-se e começou a busca de uma vida em Deus, uma vida de Igreja, sacramental. Discerniu um chamado à vida religiosa, buscou a família franciscana e ali tornou-se irmão religioso, fiel às regras. De fato, se antes expressava arrogância, agora comunicava paz, penitência, luta contra o pecado.

Ele foi se santificando também no serviço ao próximo. "Santidade sem serviço aos outros pode ser apenas um ideal, mas, no concreto, esta luta, este bom combate é para sermos melhores em Deus, melhores uns para os outros".

Religioso, capuchinho, modelo de vida na pobreza, na castidade e na obediência. Este santo do século XVII nos convida, neste novo milênio, a sermos sinais no poder que a misericórdia divina tem de, com a nossa ajuda e nosso sim, fazer-nos santos.

Foto: São Bernardo
(12 de Janeiro)

O santo de hoje nasceu no ano de 1605 em Corleone, Sicília, na Itália. Como é belo poder perceber o testemunho de hoje! Como a misericórdia de Deus fez maravilhas a partir do arrependimento! 

São Bernado foi crescendo numa vida longe do relacionamento com Deus e com a Igreja. Logo, distante de si e do amor aos irmãos, o orgulho foi tomando conta do seu coração. Então, decidiu entrar para a vida militar; não para servir a sociedade, mas para dominá-la. De fato, ele estava longe de Deus. Resultado: numa das muitas discussões que viraram briga, ele acabou num duelo, ferindo de morte um companheiro seu da vida militar. Foi neste momento trágico de sua história que ele abriu o coração para Deus, pois sua consciência foi pesando. Embora ele tenha fugido e recorrido a um chamado “direito de asilo”, não foi preso, mas estava preso a uma vida de pecado. Quem poderia resgatá-lo? Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado que veio nos assumir na nossa fragilidade e nos revelar este amor que redime, que salva e é a nossa esperança. 

Assim, arrependeu-se e começou a busca de uma vida em Deus, uma vida de Igreja, sacramental. Discerniu um chamado à vida religiosa, buscou a família franciscana e ali tornou-se irmão religioso, fiel às regras. De fato, se antes expressava arrogância, agora comunicava paz, penitência, luta contra o pecado.

Ele foi se santificando também no serviço ao próximo.

13 de Janeiro

Santo Hilário de Poitiers

Um dos santos padres da Igreja de Cristo, ele nasceu no ano de 315, em Poitiers, na França. Buscava a felicidade; mas sua família, pagã, vivia segundo a filosofia hedonista, ligada ao povo grego-romano; ou seja, felicidade como sinônimo de prazeres, com puro bem-estar. Então, aquele jovem dado aos estudos, se perguntava quanto ao fim último do ser humano; não podia acabar tudo ali com a morte; foi perseguindo a verdade.

O Espírito Santo foi agindo até ele conhecer as Sagradas Escrituras. O Antigo Testamento o levou proclamar o Deus uno, que merece toda a adoração. Passando para o Novo Testamento, Santo Hilário foi evangelizado e, numa busca constante, ele se viu necessitado do santo batismo, entrar para Igreja de Cristo e se fazer membro deste Corpo Místico. Em 345, foi batizado. Não demorou muito já era sacerdote e, depois, ordenado bispo para o povo de Poitiers.

Ele sofria com as heresias do arianismo. Santo Hilário, pela sua pregação e seus escritos, foi chamado "O Atanásio do Ocidente", porque ele combateu o Arianismo do Oriente. No tempo em que o imperador Constâncio começou a apoiar esta heresia, Santo Hilário não teve medo das autoridades. Se era para o bem do povo, ele anunciava com ousadia até ser exilado, mas não deixou de evangelizar nem mesmo na cadeia. Por conselho, o próprio imperador o assumiu de volta em 360, porque os conselheiros sabiam da grande influência desse santo bispo que não ficava apenas em Poitiers, mas percorria toda a França.

Ele voltou, convocou um Concílio em Paris, participou de tantos outros conselhos no ocidente, mas sempre defendendo essa verdade que é Jesus Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro homem.

Santo Hilário de Poitiers foi se consumindo por essa verdade. Pelos seus escritos que chegam até o tempo de hoje, percebe-se este amor por Jesus Cristo. Não só numa busca pessoal, mas de promover a salvação dos outros. No século IV, ele partiu para a glória.

Foto: Santo Hilário de Poitiers
(13 de Janeiro)

Um dos santos padres da Igreja de Cristo, ele nasceu no ano de 315, em Poitiers, na França. Buscava a felicidade; mas sua família, pagã, vivia segundo a filosofia hedonista, ligada ao povo grego-romano; ou seja, felicidade como sinônimo de prazeres, com puro bem-estar. Então, aquele jovem dado aos estudos, se perguntava quanto ao fim último do ser humano; não podia acabar tudo ali com a morte; foi perseguindo a verdade.

O Espírito Santo foi agindo até ele conhecer as Sagradas Escrituras. O Antigo Testamento o levou proclamar o Deus uno, que merece toda a adoração. Passando para o Novo Testamento, Santo Hilário foi evangelizado e, numa busca constante, ele se viu necessitado do santo batismo, entrar para Igreja de Cristo e se fazer membro deste Corpo Místico. Em 345, foi batizado. Não demorou muito já era sacerdote e, depois, ordenado bispo para o povo de Poitiers. 

Ele sofria com as heresias do arianismo. Santo Hilário, pela sua pregação e seus escritos, foi chamado

14 de Janeiro

Santa Elisabete Ana Bayley Seton

Primeira norte-americana a ser canonizada. Em 1975, sob o pontificado do papa Paulo VI, nasceu nos Estados Unidos, no ano de 1774 dentro de uma família cuja mãe era uma cristã não católica e o pai, conhecido como médico muito atarefado e famoso. A mãe faleceu e, infelizmente, a madrasta fazia sofrer Santa Elisabete. Seu refúgio era a oração e a Palavra de Deus. Era alguém que buscava cumprir os mandamentos do Senhor, responder como Cristo respondeu aos sofrimentos do seu tempo.

Santa Elisabete Ana Bayley Seton chegou a casar-se, teve vários filhos, mas, por falência de seu esposo, tiveram que entrar no ritmo da migração dos Estados Unidos para a Itália. Com as dificuldades da viagem e a fragilidade de seu esposo, ele faleceu. Ela continuou até chegar à Itália e ser acolhida por uma família amiga. Era uma família feliz porque seguiam a Cristo como católicos praticantes. Tudo aquilo foi mexendo com o coração de Santa Elisabete e ela quis se tornar católica. Não se sabe ao certo tornou-se católica ali na Itália ou nos Estados Unidos, mas o fato é que retornou para os Estados Unidos, foi acolhida pela Igreja Católica, mas pelos familiares que eram cristãos não-católicos não foi bem acolhida; foi até perseguida.

De fato, o ecumenismo é uma conquista de cada dia e em todos os tempos. Santa Elisabete Ana Bayley teve uma dificuldade (como uma minoria católica nos Estados Unidos) de tal forma, pois não encontrava espaço para a educação dos filhos, que inspiradamente começou uma obra que chegou a ser uma Congregação das Irmãs de São José, com o objetivo de formar as crianças numa fé cristã e católica.

Santa Elisabete, com apenas 47 anos, faleceu; mas deixou para todos os cristãos católicos do mundo inteiro o testemunho de um coração que buscou, em tudo, a obediência ao Senhor.

Foto: Santa Elisabete Ana Bayley Seton
(14 de Janeiro)

Primeira norte-americana a ser canonizada. Em 1975, sob o pontificado do papa Paulo VI, nasceu nos Estados Unidos, no ano de 1774 dentro de uma família cuja mãe era uma cristã não católica e o pai, conhecido como médico muito atarefado e famoso. A mãe faleceu e, infelizmente, a madrasta fazia sofrer Santa Elisabete. Seu refúgio era a oração e a Palavra de Deus. Era alguém que buscava cumprir os mandamentos do Senhor, responder como Cristo respondeu aos sofrimentos do seu tempo.

Santa Elisabete Ana Bayley Seton chegou a casar-se, teve vários filhos, mas, por falência de seu esposo, tiveram que entrar no ritmo da migração dos Estados Unidos para a Itália. Com as dificuldades da viagem e a fragilidade de seu esposo, ele faleceu. Ela continuou até chegar à Itália e ser acolhida por uma família amiga. Era uma família feliz porque seguiam a Cristo como católicos praticantes. Tudo aquilo foi mexendo com o coração de Santa Elisabete e ela quis se tornar católica. Não se sabe ao certo tornou-se católica ali na Itália ou nos Estados Unidos, mas o fato é que retornou para os Estados Unidos, foi acolhida pela Igreja Católica, mas pelos familiares que eram cristãos não-católicos não foi bem acolhida; foi até perseguida.

De fato, o ecumenismo é uma conquista de cada dia e em todos os tempos. Santa Elisabete Ana Bayley teve uma dificuldade (como uma minoria católica nos Estados Unidos) de tal forma, pois não encontrava espaço para a educação dos filhos, que inspiradamente começou uma obra que chegou a ser uma Congregação das Irmãs de São José, com o objetivo de formar as crianças numa fé cristã e católica. 

Santa Elisabete, com apenas 47 anos, faleceu; mas deixou para todos os cristãos católicos do mundo inteiro o testemunho de um coração que buscou, em tudo, a obediência ao Senhor.

15 de Janeiro

Santo Amaro

Nasceu em Roma e entrou muito cedo para a vida religiosa. Filho espiritual e grande amigo de São Bento, tornou-se um beneditino com apenas 12 anos de idade. Realidades daquele tempo, mas que apontam para uma necessidade dos tempos atuais. Ele foi apontado, desde muito cedo, como um exemplo de silêncio e também de correspondência às exigências da vida monacal. Vida de austeridade, de ação, de oração; “ora et labora” de fato.

Grande amigo de São Bento, viveu momentos que ficaram registrados. São Gregório foi quem deixou o testemunho de que, certa vez, São Bento, por revelação, soube que um jovem estava para se afogar em um açude. Disse ao então discípulo Amaro que fosse ao encontro daquele jovem. Ele foi. Sem perceber, com tanta obediência, ele caminhou sobre as águas e salvou aquele jovem; depois que ele percebeu que havia acontecido aquele milagre. Retribuíram a ele, mas, claro, ele atribuiu a São Bento, pois só obedeceu.

História ou lenda, isso demonstra como Deus pode fazer o impossível aos olhos humanos na vida e através da vida naqueles que acreditam e buscam corresponder à vocação. Todos nós temos uma vocação comum, a mesma que Santo Amaro teve: a vocação à santidade. Esse santo foi quem sucedeu São Bento em Subiaco, quando este foi para Monte Casino. Ele foi exemplo de virtude, obediência e abertura à ação do Espírito Santo.

Foto: Santo Amaro
(15 de Janeiro)

Nasceu em Roma e entrou muito cedo para a vida religiosa. Filho espiritual e grande amigo de São Bento, tornou-se um beneditino com apenas 12 anos de idade. Realidades daquele tempo, mas que apontam para uma necessidade dos tempos atuais. Ele foi apontado, desde muito cedo, como um exemplo de silêncio e também de correspondência às exigências da vida monacal. Vida de austeridade, de ação, de oração; “ora et labora” de fato.

Grande amigo de São Bento, viveu momentos que ficaram registrados. São Gregório foi quem deixou o testemunho de que, certa vez, São Bento, por revelação, soube que um jovem estava para se afogar em um açude. Disse ao então discípulo Amaro que fosse ao encontro daquele jovem. Ele foi. Sem perceber, com tanta obediência, ele caminhou sobre as águas e salvou aquele jovem; depois que ele percebeu que havia acontecido aquele milagre. Retribuíram a ele, mas, claro, ele atribuiu a São Bento, pois só obedeceu.

História ou lenda, isso demonstra como Deus pode fazer o impossível aos olhos humanos na vida e através da vida naqueles que acreditam e buscam corresponder à vocação. Todos nós temos uma vocação comum, a mesma que Santo Amaro teve: a vocação à santidade. Esse santo foi quem sucedeu São Bento em Subiaco, quando este foi para Monte Casino. Ele foi exemplo de virtude, obediência e abertura à ação do Espírito Santo.

16 de Janeiro

São Berardo e companheiros mártires

Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho. Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o rei mouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém, anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos e eles foram presos por isso. Por influência do rei mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o reino de Deus, sobre o único amor que pode converter.

Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o rei mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.

Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.

São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.

Foto: São Berardo e companheiros mártires
(16 de Janeiro)

Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho. Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o rei mouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém, anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos e eles foram presos por isso. Por influência do rei mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o reino de Deus, sobre o único amor que pode converter. 

Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o rei mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.

Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.

São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.

17 de Janeiro

Santo Antão

Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa. Enfim, Santo Antão foi passo-a-passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.

Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: "Onde está Antão?". E lhes respondiam: "Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão".

Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.

Foto: Santo Antão
(17 de Janeiro)

Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa. Enfim, Santo Antão foi passo-a-passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também. 

Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam:

18 de Janeiro

Santa Margarida da Hungria

Nasceu no castelo de Turoc, em 1242. Filha de reis cristãos, convertidos, os pais passaram valores à filha, que, rapidamente, foi batizada e quis corresponder muito cedo à vocação e à vida religiosa. Formou-se junto às dominicanas e, depois de fazer os primeiros votos, ela foi viver num mosteiro que os seus pais construíram para ela na Ilha de Lebres.

Embora tivesse uma origem real, não era apegada aos bens materiais; brilhou por ser exemplo de pobreza, de desapego. Santa Margarida viveu o apego somente ao essencial; e as irmãs eram atingidas por esse testemunho. Mulher de oração, foi exemplo de vida comunitária e disposta a amar os irmãos como eles eram.

Foto: Santa Margarida da Hungria
(18 de Janeiro)

Nasceu no castelo de Turoc, em 1242. Filha de reis cristãos, convertidos, os pais passaram valores à filha, que, rapidamente, foi batizada e quis corresponder muito cedo à vocação e à vida religiosa. Formou-se junto às dominicanas e, depois de fazer os primeiros votos, ela foi viver num mosteiro que os seus pais construíram para ela na Ilha de Lebres.

Embora tivesse uma origem real, não era apegada aos bens materiais; brilhou por ser exemplo de pobreza, de desapego. Santa Margarida viveu o apego somente ao essencial; e as irmãs eram atingidas por esse testemunho. Mulher de oração, foi exemplo de vida comunitária e disposta a amar os irmãos como eles eram.

19 de Janeiro

São Canuto

São Canuto, o quarto deste nome entre os reis da Dinamarca, nasceu pelo meado do século onze. Menino ainda, revelou uma índole bem diferente da dos companheiros; tudo que era trivial e baixo, lhe desagradava.

Tanto mais era amigo da oração e em tudo se deixava guiar pelo temor de Deus. Quando a divina Providência lhe depositou nas mãos os destinos da nação, seu primeiro cuidado foi trabalhar pela cristianização do povo, como daqueles outros povos, que em guerras justas foram sujeitos ao seu cetro.

Casado com Elta, nobre princesa de Flandres, teve um filho, Carlos, que mereceu da Igreja a honra dos altares. Para os súditos foi Canuto um verdadeiro pai; seu regime era a caridade e a justiça. As leis eram severas, mas obedeciam aos ditames da justiça; era necessário um certo rigor, para exterminar rudes vícios e implantar sentimentos cristãos nos corações dos semibárbaros. Caridoso em extremo para com os órfãos, viúvas e necessitados, era inquebrantável quando malvados lhe provocavam a sentença de juiz. Sabendo que o melhor educador duma nação é o bom exemplo que vem de cima, considerou como primeiro dever seu servir de modelo aos súditos. Em casa lhe reinava o Espírito de Deus, e nada lá se percebia que não se coadunasse com os bons costumes e regras da vida cristã. Para consigo era de grande rigor. Por baixo das vestes régias trazia sempre cilício. Horas inteiras eram dedicadas à oração. Em compensação não ia atrás dos divertimentos, como fossem a caça, o jogo e outros. Terníssima devoção tinha à Mãe de Nosso Senhor. Em toda a parte do reinado se ergueram igrejas, conventos, escolas e hospitais, todos subvencionados pelo santo rei. “Para Deus o melhor”, costumava dizer. “O mais precioso convém ser aplicado ao adorno dos templos e não deve servir à vaidade ou à ambição dos poderosos do mundo”.

Infeliz nos empreendimentos bélicos contra a Inglaterra, Canuto introduziu o dízimo eclesiástico, medida que não teve o apoio da nação. O rigor com que foi extorquido o imposto, causou grande descontentamento, e em muitos lugares franca oposição. Houve casos em que o povo, exasperado, linchou os fiscais. O descontentamento degenerou em rebelião, que obrigou o rei a procurar abrigo em Odensee. Os inimigos, porém, perseguiram-no até à igreja, onde o assassinaram ao pé do altar. Canuto IV foi canonizado por Pascoal I.

São Canuto é padroeiro da Dinamarca.


Reflexões:

A vida deste santo Soberano revela-lhe o profundo respeito para com os sacerdotes e o empenho de incutir o mesmo respeito aos súditos. Os sacerdotes não são Anjos. São homens fracos, como os demais. Cristo entregou o governo da Igreja não a Anjos, mas a sacerdotes – a homens. Nada mais natural, coisa que não pode surpreender que sacerdotes errem e pequem. A história da Igreja de todos os países tem exemplos de grandes faltas e escândalos de sacerdotes, que na sua queda arrastam muitos outros à perdição.

Entre os próprios Apóstolos, havia um infiel e ladrão. Ário, Nestório, Pelágio, Lutero, Calvino, eram sacerdotes. É fato que se observa: um sacerdote, que declina do caminho do dever e da virtude, costuma ser pior que outros pecadores, que ofendem gravemente a Deus. Se um dia teus olhos ficarem ofendidos pela falta cometida por um sacerdote, se acontecer que o mau procedimento de um levita do Senhor te cause grave escândalo, não te deixes perturbar na fé e nas convicções religiosas. O pecado individual de um sacerdote não afeta o estado sacerdotal, e não degrada a dignidade deste mesmo estado. O caráter sacerdotal, não pode ser a causa do pecado; a queda é sempre devida à fraqueza ou à corrupção interior. O pecado, portanto, envergonha e desonra o indivíduo, não porém, o estado de que é representante. O Apostolado nada perdeu em dignidade e grandeza pela traição de Judas. O próprio Salvador disse: “É preciso que haja escândalos; ai ! do homem, porém, que der escândalo”. Longe, portanto, de vacilar na fé, quando souberes de semelhantes coisas, pede a Deus que dê a Igreja, dignos e santos sacerdotes, conserve na sua graça os bons, e reconduza ao bom caminho os maus. Bons sacerdotes são a benção do povo; maus sacerdotes são sua desgraça. Se é certo, que um bom sacerdote não entra sozinho no céu, certo é também, que o mau sacerdote não entra sozinho no inferno. Não há dúvida alguma que Deus atente às orações feitas no intuito de obter bons sacerdotes.

Estado nenhum há tão odiado e desprezado como o sacerdotal. Há pessoas, se bem que católicas, que não perdem a ocasião de dar demonstração da antipatia, do desprezo que votam ao estado sacerdotal e a seus representantes. Em muitos é um profundo preconceito que os faz proceder desta maneira. Generalizam a falta que observam, em um ou outro sacerdote, estendendo-a à classe toda. Não se convencem da injustiça que cometem, e da falta de lógica em que incorrem.

Há maus médicos. Maus advogados, maus engenheiros; no entanto ninguém inculpa a coletividade das respectivas classes, por causa de faltas de indivíduos indignos. Seria uma injustiça.

Não se deve aplicar a mesma medida ao estado mais venerável ? – Outros há que odeiam o sacerdote por causa do caráter sagrado. Este ódio não se dirige contra a pessoa do sacerdote, mas contra o estado que representa. É um ódio satânico, de que Nosso Senhor falou: “Se me odiaram a mim, que sou vosso Mestre, a vós odiarão”. É ódio a Cristo, à Igreja.

O bom católico respeita os sacerdotes, reconhecendo neles os mistérios de Jesus Cristo. Santo Antônio pedia a benção dos sacerdotes ajoelhando-se diante deles. Santa Catarina de Siena não beijava a mão do sacerdote, mas o lugar onde ele pisava o pé.

Santa Tereza dizia: “ Encontrando-me com um Anjo e um sacerdote, a minha primeira saudação é feita ao sacerdote, a segunda ao Anjo”.

São Canuto não consentiu que seus inimigos fossem perseguidos. A prática mais difícil da caridade é perdoar aos inimigos. Perdoar a quem nos ofendeu, é cumprir o mandamento de Cristo, que nos ordena não só amar os amigos, como também rezar pelos que nos perseguem, e abençoar os que nos caluniam. Jesus Cristo deu o exemplo mais belo de amor aos inimigos, quando, ao subir no altar da Cruz, dirigiu ao Pai eterno esta súplica comovedora: “Pai perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”.

Foto: São Canuto
(19 de Janeiro)

São Canuto, o quarto deste nome entre os reis da Dinamarca, nasceu pelo meado do século onze. Menino ainda, revelou uma índole bem diferente da dos companheiros; tudo que era trivial e baixo, lhe desagradava.

Tanto mais era amigo da oração e em tudo se deixava guiar pelo temor de Deus. Quando a divina Providência lhe depositou nas mãos os destinos da nação, seu primeiro cuidado foi trabalhar pela cristianização do povo, como daqueles outros povos, que em guerras justas foram sujeitos ao seu cetro.

Casado com Elta, nobre princesa de Flandres, teve um filho, Carlos, que mereceu da Igreja a honra dos altares. Para os súditos foi Canuto um verdadeiro pai; seu regime era a caridade e a justiça. As leis eram severas, mas obedeciam aos ditames da justiça; era necessário um certo rigor, para exterminar rudes vícios e implantar sentimentos cristãos nos corações dos semibárbaros. Caridoso em extremo para com os órfãos, viúvas e necessitados, era inquebrantável quando malvados lhe provocavam a sentença de juiz. Sabendo que o melhor educador duma nação é o bom exemplo que vem de cima, considerou como primeiro dever seu servir de modelo aos súditos. Em casa lhe reinava o Espírito de Deus, e nada lá se percebia que não se coadunasse com os bons costumes e regras da vida cristã. Para consigo era de grande rigor. Por baixo das vestes régias trazia sempre cilício. Horas inteiras eram dedicadas à oração. Em compensação não ia atrás dos divertimentos, como fossem a caça, o jogo e outros. Terníssima devoção tinha à Mãe de Nosso Senhor. Em toda a parte do reinado se ergueram igrejas, conventos, escolas e hospitais, todos subvencionados pelo santo rei. “Para Deus o melhor”, costumava dizer. “O mais precioso convém ser aplicado ao adorno dos templos e não deve servir à vaidade ou à ambição dos poderosos do mundo”.

Infeliz nos empreendimentos bélicos contra a Inglaterra, Canuto introduziu o dízimo eclesiástico, medida que não teve o apoio da nação. O rigor com que foi extorquido o imposto, causou grande descontentamento, e em muitos lugares franca oposição. Houve casos em que o povo, exasperado, linchou os fiscais. O descontentamento degenerou em rebelião, que  obrigou o rei a procurar abrigo em Odensee. Os inimigos, porém, perseguiram-no até à igreja, onde o assassinaram ao pé do altar. Canuto IV foi canonizado por Pascoal I.

São Canuto é padroeiro da Dinamarca.

 

Reflexões:

A vida deste santo Soberano revela-lhe o profundo respeito para com os sacerdotes e o empenho de incutir o mesmo respeito aos súditos. Os sacerdotes não são Anjos. São homens fracos, como os demais. Cristo entregou o governo da Igreja não a Anjos, mas a sacerdotes – a homens. Nada mais natural, coisa que não pode surpreender que sacerdotes errem e pequem. A história da Igreja de todos os países tem exemplos de grandes faltas e escândalos de sacerdotes, que na sua queda arrastam muitos outros à perdição.

Entre os próprios Apóstolos, havia um infiel e ladrão. Ário, Nestório, Pelágio, Lutero, Calvino, eram sacerdotes. É fato que se observa: um sacerdote, que declina do caminho do dever e da virtude, costuma ser pior que outros pecadores, que ofendem gravemente a Deus. Se um dia teus olhos ficarem ofendidos pela falta cometida por um sacerdote, se acontecer que o mau procedimento de um levita do Senhor te cause grave escândalo, não te deixes perturbar na fé e nas convicções religiosas. O pecado individual de um sacerdote não afeta o estado sacerdotal, e não degrada a dignidade deste mesmo estado. O caráter sacerdotal, não pode ser a causa do pecado; a queda é sempre devida à fraqueza ou à corrupção interior. O pecado, portanto, envergonha e desonra o indivíduo, não porém, o estado de que é representante. O Apostolado nada perdeu em dignidade e grandeza pela traição de Judas. O próprio Salvador disse: “É preciso que haja escândalos; ai ! do homem, porém, que der escândalo”. Longe, portanto, de vacilar na fé, quando souberes de semelhantes coisas, pede a Deus que dê a Igreja, dignos e santos sacerdotes, conserve na sua graça os bons, e reconduza ao bom caminho os maus. Bons sacerdotes são a benção do povo; maus sacerdotes são sua desgraça. Se é certo, que um bom sacerdote não entra sozinho no céu, certo é também, que o mau sacerdote não entra sozinho no inferno. Não há dúvida alguma que Deus atente às orações feitas no intuito de obter bons sacerdotes.

Estado nenhum há tão odiado e desprezado como o sacerdotal. Há pessoas, se bem que católicas, que não perdem a ocasião de dar demonstração da antipatia, do desprezo que votam ao estado sacerdotal e a seus representantes. Em  muitos é um profundo preconceito que os faz proceder desta maneira. Generalizam a falta que observam, em um ou outro sacerdote, estendendo-a  à classe toda. Não se convencem da injustiça que cometem, e da falta de lógica em que incorrem.

Há maus médicos. Maus advogados, maus engenheiros; no entanto ninguém inculpa a coletividade das respectivas classes, por causa de faltas de indivíduos indignos. Seria uma injustiça.

Não se deve aplicar a mesma medida ao estado mais venerável ? – Outros há que odeiam o sacerdote por causa do caráter sagrado. Este ódio não se dirige contra a pessoa do sacerdote, mas contra o estado que representa. É um ódio satânico, de que Nosso Senhor falou: “Se me odiaram a mim, que sou vosso Mestre, a vós odiarão”. É ódio a Cristo, à Igreja.

O bom católico respeita os sacerdotes, reconhecendo neles os mistérios de Jesus Cristo. Santo Antônio pedia a benção dos sacerdotes ajoelhando-se diante deles. Santa Catarina de Siena não beijava a mão do sacerdote, mas o lugar onde ele pisava o pé.

Santa Tereza dizia: “ Encontrando-me com um Anjo e um sacerdote, a minha primeira saudação é feita ao sacerdote, a segunda ao Anjo”.

São Canuto não consentiu que seus inimigos fossem perseguidos. A prática mais difícil da caridade é perdoar aos inimigos. Perdoar a quem nos ofendeu, é cumprir o mandamento de Cristo, que nos ordena não só amar os amigos, como também rezar pelos que nos perseguem, e abençoar os que nos caluniam. Jesus Cristo deu o exemplo mais belo de amor aos inimigos, quando, ao subir no altar da Cruz, dirigiu ao Pai eterno esta súplica comovedora: “Pai perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”.

20 de Janeiro

São Sebastião

Nascido em Narbone, na Gália, recebeu Sebastião educação em Milão, terra natal de sua mãe. Cristão, nunca se envergonhou de sua religião. Vendo as tribulações sofridas pelas perseguições atrozes que sofriam, alistou-se nas legiões do imperador com a intenção de mitigar os sofrimentos destes cristãos, seus irmãos em Cristo. A figura imponente, bravura e prudência tanto agradaram ao imperador, que o nomeou comandante da guarda imperial. Nesta posição elevada tornou-se o grande benfeitor dos cristãos encarcerados. Tendo entrada franca em todas as prisões, ia visitar as pobres vítimas do rancor e ódio pagão, e com palavras e dádivas consolava e animava os candidatos ao martírio. Dois irmãos, Marco e Marceliano, não se acharam com coragem de afrontar os horrores da tortura e aconselhados pelos pais e parentes, resolveram-se a sacrificar aos deuses. Mal teve ciência disto, Sebastião procurou-os e com sua palavra cheia de fé, reanimou os desfalecidos e vacilantes, levando-os a perseverar na religião e antes sacrificar tudo que negar a fé. Profunda comoção apoderou-se de todos que assistiam a esta cena. Marco e Marceliano cobraram ânimo e prometeram a Sebastião fidelidade na fé até à morte. Uma das pessoas presentes era Zoé, esposa do funcionário imperial Nicostrato. Esta pobre mulher estava muda há seis anos. Impressionada pelo que presenciara, prostrou-se aos pés de Sebastião, procurando por sinais interpretar o que lhe desejava dizer. Sebastião fez o sinal da Cruz sobre ela e imediatamente Zoé recuperou o uso da língua. Ela e o marido converteram-se ao cristianismo. Este exemplo foi imitado pelos pais de Marco e Marceliano, pelo carcereiro Cláudio e mais 16 pessoas. Todos receberam o santo batismo das mãos do sacerdote policarpo, na casa de Nicostrato.

A conversão destas pessoas em circunstâncias tão extraordinárias, chamou a atenção do prefeito de Roma, Cromâncio. Sofrendo horrivelmente de Reumatismo e sabendo que o pai de Marco e Marceliano pelo Batismo tinha ficado curado do mesmo mal, manifestou o desejo de conhecer a religião cristã. Sebastião deu-lhe as instruções necessárias, batizou-o com seu filho Tibúrcio e curou-o da doença. Tão grato ficou Cromâncio, que pôs em liberdade os cristãos encarcerados seus escravos, e renunciou ao cargo de prefeito. Retirando-se da cidade para sua casa de campo, deu agasalho aos cristãos, acossados pela perseguição.

Esta recrudesceu de uma maneira assustadora. O Santo Papa Caio chegou a aconselhar os cristãos e o próprio São Sebastião para se retirar da cidade, mas São Sebastião preferiu ficar em Roma, mesmo que isso culminasse em seu martírio. Muito tempo não levou e Deocleciano soube, por uns cristãos apóstatas, que Sebastião era cristão e grandes serviços prestava aos encarcerados. Chamou-o à sua presença e repreendeu-o, tentando incansavelmente convencê-lo a abandonar a religião de Cristo. Todas as argumentações e tentativas de Dioclesiano esbarraram de encontro à vontade inflexível do militar. Sem mais delongas, deu ordem aos soldados que amarrassem o chefe a uma árvore e o asseteassem, tendo a ordem sido cumprida imediatamente. Os soldados despiram-no, ataram-no a uma árvore e atiraram-lhe setas em tanta quantidade quanto acharam necessárias para matar um homem e deixaram a vítima neste mísero estado, supondo-o morto.

Alta noite chegou-se Irene, mulher do mártir Castulo, ao lugar da execução para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com grande admiração, encontrou-o com vida, levando-o para casa e tratando com todo o desvelo.

Restabelecido, o herói procurou o imperador e, sem pedir audiência, apresentou-se-lhe, acusando-o de grande injustiça, por condenar inocentes, como eram os cristãos, a sofrer e a morrer. Dioclesiano, a princípio, não sabia o que pensar e dizer, pois tinha por certo que Sebastião não existia mais entre os vivos. Perguntando-lhe quem era, disse-lhe: "Sou Sebastião, e o fato de eu estar vivo, devias concluir que é poderoso o Deus, a quem adoro, e que não fazes bem em perseguir-lhe os servos. Enfurecido, Dioclesiano ordenou aos soldados que o matassem com paus e bolas de chumbo na presença do povo. Os algozes cumpriram a ordem e , para subtrair o cadáver à veneração dos cristãos, atiraram-no à cloaca máxima. Uma piedosa mulher, Santa Luciana, porém, achou-o e tirou-o da imundície e sepultou-o aos pés de São Pedro e São Paulo, isto em 287. Posteriormente, em 680, as relíquias foram transportadas solenemente para uma Basílica, construída por Constantino. Naquela ocasião grassava uma peste em Roma, que vitimou muita gente. A terrível epidemia desapareceu na hora daquela transladação, e esta é a razão porque os cristãos veneram em São Sebastião o grande padroeiro contra a peste. Em outras ocasiões se verificou o mesmo fato; assim no ano de 1575 em Milão, e em 1599 em Lisboa, ficando estas duas cidades livres da peste pela intercessão do glorioso mártir São Sebastião.

Reflexões:

São Sebastião vivia no meio de pagãos. Soldados e oficiais do exército romano eram sua companhia quotidiana. Inabalável na fé, não se deixava influir pelas opiniões, sarcasmos, críticas e calúnias daqueles que não eram cristãos.

O mundo moderno tem sinais característicos do paganismo. Difícil é, para um católico, que pela posição social deve estar em contato contínuo com pagãos modernos, conservar-se firme na fé e nos bons costumes. Muitos transigem, não enfrentando força suficiente para sufocar as tentações, ou mesmo para enfrentar opiniões e ataques contra a religião. Preferem curvar-se, intimidados por convenções de cunho social ou de relações humanas. Peçamos a Deus que nos conceda a coragem e o caráter de São Sebastião para que, pela fé, tenhamos a graça de defendê-la com veemência, sem deixar qualquer rastro de vergonha ou respeito humano.

Foto: São Sebastião (20 de Janeiro) Nascido em Narbone, na Gália, recebeu Sebastião educação em Milão, terra natal de sua mãe. Cristão, nunca se envergonhou de sua religião. Vendo as tribulações sofridas pelas perseguições atrozes que sofriam, alistou-se nas legiões do imperador com a intenção de mitigar os sofrimentos destes cristãos, seus irmãos em Cristo. A figura imponente, bravura e prudência tanto agradaram ao imperador, que o nomeou comandante da guarda imperial. Nesta posição elevada tornou-se o grande benfeitor dos cristãos encarcerados. Tendo entrada franca em todas as prisões, ia visitar as pobres vítimas do rancor e ódio pagão, e com palavras e dádivas consolava e animava os candidatos ao martírio. Dois irmãos, Marco e Marceliano, não se acharam com coragem de afrontar os horrores da tortura e aconselhados pelos pais e parentes, resolveram-se a sacrificar aos deuses. Mal teve ciência disto, Sebastião procurou-os e com sua palavra cheia de fé, reanimou os desfalecidos e vacilantes, levando-os a perseverar na religião e antes sacrificar tudo que negar a fé. Profunda comoção apoderou-se de todos que assistiam a esta cena. Marco e Marceliano cobraram ânimo e prometeram a Sebastião fidelidade na fé até à morte. Uma das pessoas presentes era Zoé, esposa do funcionário imperial Nicostrato. Esta pobre mulher estava muda há seis anos. Impressionada pelo que presenciara, prostrou-se aos pés de Sebastião, procurando por sinais interpretar o que lhe desejava dizer. Sebastião fez o sinal da Cruz sobre ela e imediatamente Zoé recuperou o uso da língua. Ela e o marido converteram-se ao cristianismo. Este exemplo foi imitado pelos pais de Marco e Marceliano, pelo carcereiro Cláudio e mais 16 pessoas. Todos receberam o santo batismo das mãos do sacerdote policarpo, na casa de Nicostrato. A conversão destas pessoas em circunstâncias tão extraordinárias, chamou a atenção do prefeito de Roma, Cromâncio. Sofrendo horrivelmente de Reumatismo e sabendo que o pai de Marco e Marceliano pelo Batismo tinha ficado curado do mesmo mal, manifestou o desejo de conhecer a religião cristã. Sebastião deu-lhe as instruções necessárias, batizou-o com seu filho Tibúrcio e curou-o da doença. Tão grato ficou Cromâncio, que pôs em liberdade os cristãos encarcerados seus escravos, e renunciou ao cargo de prefeito. Retirando-se da cidade para sua casa de campo, deu agasalho aos cristãos, acossados pela perseguição. Esta recrudesceu de uma maneira assustadora. O Santo Papa Caio chegou a aconselhar os cristãos e o próprio São Sebastião para se retirar da cidade, mas São Sebastião preferiu ficar em Roma, mesmo que isso culminasse em seu martírio. Muito tempo não levou e Deocleciano soube, por uns cristãos apóstatas, que Sebastião era cristão e grandes serviços prestava aos encarcerados. Chamou-o à sua presença e repreendeu-o, tentando incansavelmente convencê-lo a abandonar a religião de Cristo. Todas as argumentações e tentativas de Dioclesiano esbarraram de encontro à vontade inflexível do militar. Sem mais delongas, deu ordem aos soldados que amarrassem o chefe a uma árvore e o asseteassem, tendo a ordem sido cumprida imediatamente. Os soldados despiram-no, ataram-no a uma árvore e atiraram-lhe setas em tanta quantidade quanto acharam necessárias para matar um homem e deixaram a vítima neste mísero estado, supondo-o morto. Alta noite chegou-se Irene, mulher do mártir Castulo, ao lugar da execução para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com grande admiração, encontrou-o com vida, levando-o para casa e tratando com todo o desvelo. Restabelecido, o herói procurou o imperador e, sem pedir audiência, apresentou-se-lhe, acusando-o de grande injustiça, por condenar inocentes, como eram os cristãos, a sofrer e a morrer. Dioclesiano, a princípio, não sabia o que pensar e dizer, pois tinha por certo que Sebastião não existia mais entre os vivos. Perguntando-lhe quem era, disse-lhe:

 

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São Fabiano

Sucessor de Santo Antero, foi eleito Bispo da Igreja de Roma em 236. As extraordinárias circunstâncias de sua eleição, em muito se assemelham à de São Zeferino (15º Papa da Igreja), e foram relatadas pelo historiador Eusébius. Depois da morte do Papa Antero, havia vindo a Roma, com alguns outros de sua vila, e estava na cidade, como mero espectador, quando a nova eleição teve início. Concentrados no local, haviam nomes de várias pessoas ilustres e também muitos nobres de elevada consideração. Durante a fase preparatória e as orações para a escolha do novo Pontífice, repentinamente uma pomba desceu sobre a cabeça de Fabiano, que não gozava de fama ou qualquer consideração social. Os membros da assembléia logo associaram esta manifestação extraordinária à cena descrita no Evangelho, quando o Espírito Santo desceu sobre o Salvador da humanidade e por isto, com divina inspiração, elegeram Fabiano e o aclamaram com tal alegria que, por unanimidade o conduziram à Cadeira de Pedro.

Durante seus quatorze anos de pontificado, dirigiu a Igreja com certa tranqüilidade, já que a chama da perseguição levantou-se somente nos anos finais, quando acabou sendo martirizado por ordem do governo imperial. Dos registros contidos no Livro Pontifical, consta que São Fabiano determinou que Roma fosse dividida em sete distritos eclesiásticos, sendo cada distrito supervisionado por um diácono. Designou sete subdiáconos para recolher e preservar, juntamente com outros notários a "ata dos mártires". Instituiu as quatro ordens menores e também empreendeu grandes trabalhos de manutenção das catacumbas dos mártires.

São Fabiano morreu decapitado durante o governo do imperador Décio, no dia 20 de janeiro de 250. São Cipriano também fez referências ao seu martírio. Seu corpo foi depositado na cripta dos Papas, nas catacumbas de São Calixto, onde, em épocas recentes (1850), foi descoberta sua lápide com seu nome gravado em grego.

Foto: São Fabiano
(20 de Janeiro)

Sucessor de Santo Antero, foi eleito Bispo da Igreja de Roma em 236.  As extraordinárias  circunstâncias de  sua eleição, em muito se assemelham à  de  São Zeferino (15º Papa da Igreja), e foram relatadas pelo historiador Eusébius.  Depois da morte do Papa Antero,  havia vindo a Roma, com alguns outros de sua vila, e estava na cidade, como mero espectador,  quando a nova eleição teve  início.  Concentrados  no local, haviam nomes de várias pessoas ilustres e também muitos nobres de elevada consideração.   Durante a fase preparatória e as orações para a escolha do novo Pontífice,  repentinamente uma pomba desceu sobre a cabeça de Fabiano, que  não gozava de fama ou qualquer consideração social.  Os membros da assembléia logo associaram  esta manifestação extraordinária à cena descrita no Evangelho,  quando o Espírito Santo desceu sobre o Salvador da humanidade e por isto, com divina inspiração, elegeram  Fabiano e  o aclamaram com tal alegria que, por unanimidade o conduziram à Cadeira de Pedro.  

Durante seus quatorze anos de pontificado,  dirigiu a  Igreja com certa tranqüilidade,  já que a chama da perseguição levantou-se somente nos anos finais,  quando acabou sendo martirizado por ordem do governo imperial.  Dos registros contidos no Livro Pontifical, consta que São Fabiano determinou que Roma fosse  dividida em sete distritos eclesiásticos,  sendo cada distrito supervisionado por  um diácono.  Designou sete subdiáconos para recolher e preservar, juntamente com outros notários a

21 de Janeiro

Nossa Senhora da Consolação

Esta devoção mariana vem dos tempos dos Santos Apóstolos. Após a morte e ressurreição de Jesus, eles tinham Maria por verdadeira Mãe e Mestra consumada na ação do Espírito Santo, o consolador prometido. Maria é a própria consoladora do espírito, a fortaleza que reconforta os sofredores, o porto seguro dos aflitos.

A antiga tradição narra que em suas aflições Santa Mônica sempre recorreu à Nossa Senhora. Primeiro com as desolações provocadas por seu marido. Depois com a vida desregrada do filho Agostinho, de temperamento difícil, que insistia em ficar longe da religião. Santa Mônica desejou seguir Maria inclusive na maneira de se vestir. Por isto, em suas orações pedia à Nossa Senhora que lhe mostrasse como era sua vestimenta, após a morte de São José e, principalmente após a Ressurreição de Jesus.

Em uma aparição especial à santa Mônica, Maria se apresentou com a roupa solicitada: coberta por uma ampla túnica de tecido rústico, de corte simples e cor muito escura. Uma roupa despojada e penitencial, tendo apenas na cintura uma grosseira correia ou cinta de couro que descia quase até o chão. Em seguida, soltou esta cinta e colocou-a em Mônica, recomendando-lhe o uso diário. Também lhe pediu para transmitir a todos aqueles que fizessem seu uso, teriam sua particular proteção.

Santa Mônica teve a alegria de ver a conversão do filho, hoje um dos maiores santos da Igreja. Santo Agostinho foi um dos primeiros a colocar a cinta e se entregar à proteção de Nossa Senhora da Consolação, como o fez com a comunidade religiosa que logo fundou. Assim, a cinta se tornou o distintivo das ordens agostinianas, responsável pela difusão do culto de sua padroeira, em todo o mundo. A imagem desta devoção, geralmente, representa a Virgem Maria com uma cinta escura entre as mãos, ou a está entregando para Santa Mônica e Santo Agostinho. Por isto, em algumas localidades é invocada sob o título de Nossa Senhora da correia ou da cinta, mas a devoção é a mesma, festejada no dia 28 de agosto, nas ordens agostinianas.

A celebração deste dia se refere a uma milagrosa imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus que deu origem ao culto e à igreja de Santa Maria da Consolação, em Roma. Tudo começou em 1385, quando o fidalgo romano Jordanico de Alberino, ficou preso nos cárceres do alto do Monte Campidolio. Pouco antes de ser enforcado, colocou em testamento que dois florins de ouro deveriam ser usados com a pintura de uma imagem da Virgem Maria em um local público. O seu filho Tiago fez cumprir o que estava escrito, ordenando que a obra fosse executada sobre um muro do Clivo Jugario, embaixo do Monte Campidolio.

Diz a tradição que no dia 26 de junho de 1470 um condenado saiu vivo do enforcamento porque pediu a proteção da Santíssima Virgem, invocando aquela imagem. O entusiasmo do povo fez os Confrades de Santa Maria das Graças reunirem recursos para a construção de uma igrejinha para veneração daquela milagrosa imagem, então intitulada "Nossa Senhora da Consolação".

O trasladado ao pequeno santuário ocorreu em 03 de novembro de 1470. Mas junto à ele também foi fundado um hospital, no qual operaram muitos santos, como: Inácio de Loyola, Luiz Gonzaga, Camilo de Lellis, Felipe Néri, o Baronio e o Calasanzio. A igrejinha cedida depois ao hospital, foi ampliada no final do século XVI e a milagrosa imagem foi coroada.

´Foto: Nossa Senhora da Consolação
(21 de Janeiro)

Esta devoção mariana vem dos tempos dos Santos Apóstolos. Após a morte e ressurreição de Jesus, eles tinham Maria por verdadeira Mãe e Mestra consumada na ação do Espírito Santo, o consolador prometido. Maria é a própria consoladora do espírito, a fortaleza que reconforta os sofredores, o porto seguro dos aflitos.

A antiga tradição narra que em suas aflições Santa Mônica sempre recorreu à Nossa Senhora. Primeiro com as desolações provocadas por seu marido. Depois com a vida desregrada do filho Agostinho, de temperamento difícil, que insistia em ficar longe da religião. Santa Mônica desejou seguir Maria inclusive na maneira de se vestir. Por isto, em suas orações pedia à Nossa Senhora que lhe mostrasse como era sua vestimenta, após a morte de São José e, principalmente após a Ressurreição de Jesus.

Em uma aparição especial à santa Mônica, Maria se apresentou com a roupa solicitada: coberta por uma ampla túnica de tecido rústico, de corte simples e cor muito escura. Uma roupa despojada e penitencial, tendo apenas na cintura uma grosseira correia ou cinta de couro que descia quase até o chão. Em seguida, soltou esta cinta e colocou-a em Mônica, recomendando-lhe o uso diário. Também lhe pediu para transmitir a todos aqueles que fizessem seu uso, teriam sua particular proteção.

Santa Mônica teve a alegria de ver a conversão do filho, hoje um dos maiores santos da Igreja. Santo Agostinho foi um dos primeiros a colocar a cinta e se entregar à proteção de Nossa Senhora da Consolação, como o fez com a comunidade religiosa que logo fundou. Assim, a cinta se tornou o distintivo das ordens agostinianas, responsável pela difusão do culto de sua padroeira, em todo o mundo. A imagem desta devoção, geralmente, representa a Virgem Maria com uma cinta escura entre as mãos, ou a está entregando para Santa Mônica e Santo Agostinho. Por isto, em algumas localidades é invocada sob o título de Nossa Senhora da correia ou da cinta, mas a devoção é a mesma, festejada no dia 28 de agosto, nas ordens agostinianas.

A celebração deste dia se refere a uma milagrosa imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus que deu origem ao culto e à igreja de Santa Maria da Consolação, em Roma. Tudo começou em 1385, quando o fidalgo romano Jordanico de Alberino, ficou preso nos cárceres do alto do Monte Campidolio. Pouco antes de ser enforcado, colocou em testamento que dois florins de ouro deveriam ser usados com a pintura de uma imagem da Virgem Maria em um local público. O seu filho Tiago fez cumprir o que estava escrito, ordenando que a obra fosse executada sobre um muro do Clivo Jugario, embaixo do Monte Campidolio.

Diz a tradição que no dia 26 de junho de 1470 um condenado saiu vivo do enforcamento porque pediu a proteção da Santíssima Virgem, invocando aquela imagem. O entusiasmo do povo fez os Confrades de Santa Maria das Graças reunirem recursos para a construção de uma igrejinha para veneração daquela milagrosa imagem, então intitulada

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Santa Inês

Entre as heroínas da Igreja primitiva, que derramaram o sangue em testemunho da fé é Santa Inês aquela a que os Santos Doutores da Igreja tecem os maiores elogios. São Jerônimo, em referência a esta santa, escreve: “Todos os povos são unânimes em louvar Santa Inês, porque vencendo a fraqueza da idade e o tirano, coroou a virgindade com a morte do martírio”. De modo semelhante se exprimem Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Com Maria Santíssima e Santa Tecla, Santa Inês é invocada para obter-se a virtude da pureza.

Inês nasceu em Roma, descendente de família nobre. Logo que soube avaliar a excelência da pureza virginal, ofereceu-a a Deus, num santo voto. A riqueza, formosura e nobre origem de Inês fizeram com que diversos jovens, de famílias importantes de Roma a pedissem em casamento. A todos Inês respondia que seu coração já pertencia a um esposo invisível a olhos humanos. Do amor ao ódio é só um passo.

As declarações de amizade e afeto dos pretendentes seguiu-se a denúncia, que arrastou a donzela ao tribunal, para defender-se contra a acusação de ser cristã. A maneira por que o juiz a tratou para conseguir que abandonasse a religião, obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: elogios, desculpas, galanteios e promessas. Experimentada a ineficácia destes recursos, entravam em cena, imposições, ameaças, insultos, brutalidades. O juiz fez a Inês saborear todos os recursos da força inquisitorial da justiça romana.

Inês não se perturbou. Mesmo quando lhe mostraram os instrumentos de tortura, cujo simples aspecto era bastante para causar espanto ao homem mais forte, Inês os olhou com indiferença e desprezo. Arrastada com bruteza ao lugar onde se achavam imagens de deuses e intimada a queimar incenso, a donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal da cruz. No auge do furor, vendo baldados todos os esforços e posta a ridículo sua autoridade, o juiz teve uma inspiração diabólica: de mandar a donzela a uma casa de pecado. Inês respondeu-lhe: “Jesus Cristo vela sobre a pureza de sua esposa e não permitirá que lh’a roubem. Ele é meu defensor e abrigo. Podes derramar o meu sangue. Nunca, porém, conseguirás profanar o meu corpo, que é consagrado a Jesus Cristo”.

A ordem do juiz foi executada e daí a pouco Inês se achava no lugar da prostituição. Dos diversos rapazes que lá estavam, só um teve o atrevimento de aproximar-se de Inês, com malignos intuitos. No momento, porém, em que ia estender a mão contra ela, caiu por terra , como fulminado por um raio. Os companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o corpo do infeliz e levaram-no para outro lugar. Não estava morto, como todos supuseram no primeiro momento, mas aos olhos faltou-lhes a luz. Inês rezou sobre ele e a cegueira desapareceu.

O juiz, profundamente humilhado com esta inesperada vitória da Santa, deu ordem para que fosse decapitada.

Ao ouvir esta sentença, a alma de Inês encheu-se de júbilo. Maior não podia ser a satisfação e a alegria da jovem noiva, ao ver aproximar-se o dia das núpcias, que o prazer que Inês experimentou, quando ouviu dos lábios do juiz o convite para as núpcias eternas com Jesus Cristo, seu celeste esposo. O algoz tinha recebido ordem para, antes de executar a sentença de morte, convidar a Inês para prestar obediência à intimação do juiz. Feito pela última vez Inês com firmeza o rejeitou. Ajoelhando-se, inclinou a cabeça, ao que parecia para prestar a Deus a última adoração aqui na terra, quando a espada do algoz lhe deu o golpe de morte. Os circunstantes, vendo este triste e ao mesmo tempo grandioso espetáculo, soluçavam alto.

Santa Inês completou o martírio aos 21 de janeiro de 304 ou 305. tendo apenas a idade de 13 anos. No tempo do imperador Constantino foi construída em Roma uma Igreja dedicada à gloriosa mártir.

Santa Inês é padroeira das Filhas de Maria, por causa da sua pureza Angélica. Os jardineiros também a veneram como padroeira, por ser o modelo perfeito da pureza, como Maria Santíssima, que é chamada “hortus conclusus”, horto fechado. É padroeira dos noivos, por ter-se chamado esposa de Cristo. Do nome Inês há duas interpretações, a grega e a latina. Inês em grego é Hagne, isto é, pura; em latim, agna significa cordeirinho. Na Igreja latina prevaleceu esta interpretação. Dois dias depois da sua morte, a mártir apareceu a seus pais, acompanhada de um grupo de virgens, tendo ao seu lado um cordeirinho. Santo Agostinho admitia as duas interpretações. “Inês, diz ele, significa em latim um cordeirinho e em grego, a pura”. – No dia da festa desta Santa, na sua igreja em Roma são apresentados e bentos cordeirinhos, de cuja lã são confeccionados os “palliums” dos Arcebispos.

Reflexões:

Admirável em Santa Inês é a fidelidade com que guardou o voto de castidade. Pessoas há que pressurosas fazem promessas, principalmente quando se acham em dificuldades e tribulações. Com a mesma facilidade delas se esquecem ou pouco empenho fazem em cumprir o que a Deus prometeram. Com a facilidade com que prometem, pedem ao confessor comutação ou dispensa. Ninguém é obrigado a fazer promessas. Deve antes pensar, se lhe convém tomar tal compromisso e se estará em condições de solvê-lo. Melhor é nada prometer, do que não cumprir o que se prometeu. “Quando tiveres feito algum voto ao Senhor teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o Senhor teu Deus te pedirá conta dele e se te demorares, ser-te-á imputado o pecado”. (Deut. 23, 21). “Se fizeste algum voto a Deus, trata de cumpri-lo logo; porque é desgraçada a promessa infiel e imprudente; mas cumpre tudo o que tiveres prometido. Muito melhor é não fazer voto algum, do que depois de o fazer, não cumprir o prometido”. (Ecl. 5).

Santa Inês defendeu heroicamente a virtude da pureza e Deus protegeu-a visivelmente. O impuro experimentará a ira de Deus. Sirva este aviso para afastar-te da impureza.

Santa Inês preferiu a morte ao pecado e não ligou importância nem a ameaças, nem a promessas. Se queres conservar a virtude da pureza, fecha os ouvidos às vozes acariciadoras do mundo e foge das ocasiões. Onde estaria Santa Inês, se não tivesse heroicamente resistido à tentação? Onde estarás na eternidade, se não imitares o exemplo desta gloriosa virgem e não desprezares firmemente os incitamentos do tentador? Combate o bom combate da fé e trabalha para conquistar a vida eterna”.(I. Tim. 6, 12)

Foto: Santa Inês
(21 de Janeiro)

Entre as heroínas da Igreja primitiva, que derramaram o sangue em testemunho da fé é Santa Inês aquela a que os Santos Doutores da Igreja tecem os maiores elogios. São Jerônimo, em referência a esta santa, escreve: “Todos os povos são unânimes em louvar Santa Inês, porque vencendo a fraqueza da idade e o tirano, coroou a virgindade com a morte do martírio”. De modo semelhante se exprimem Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Com Maria Santíssima e Santa Tecla, Santa Inês é invocada para obter-se a virtude da pureza.

Inês nasceu em Roma, descendente de família nobre. Logo que soube avaliar a excelência da pureza virginal, ofereceu-a a Deus, num santo voto. A riqueza, formosura e nobre origem de Inês fizeram com que diversos jovens, de famílias importantes de Roma a pedissem em casamento. A todos  Inês respondia que seu coração já pertencia a um esposo invisível a olhos humanos. Do amor ao ódio é só um passo.

As declarações de amizade e afeto dos pretendentes seguiu-se a denúncia, que arrastou a donzela ao tribunal, para defender-se contra a acusação de ser cristã. A maneira por que o juiz a tratou para conseguir que abandonasse a religião, obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: elogios, desculpas, galanteios e promessas. Experimentada a ineficácia destes recursos, entravam em cena, imposições, ameaças, insultos, brutalidades. O juiz fez a Inês saborear todos os recursos da força inquisitorial da justiça romana.

Inês não se perturbou. Mesmo quando lhe mostraram os instrumentos de tortura, cujo simples aspecto era bastante para causar espanto ao homem mais forte, Inês os olhou com indiferença e desprezo. Arrastada com bruteza ao lugar  onde se achavam imagens de deuses e intimada a queimar incenso, a donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal da cruz. No auge do furor, vendo baldados todos os esforços e posta a ridículo sua autoridade, o juiz teve uma inspiração diabólica: de mandar a donzela a uma casa de pecado. Inês respondeu-lhe: “Jesus Cristo vela sobre a pureza de sua esposa e não permitirá que lh’a  roubem. Ele é meu defensor e abrigo. Podes derramar o meu sangue. Nunca, porém, conseguirás profanar o meu corpo, que é consagrado a Jesus Cristo”.

A ordem do juiz foi executada e daí a pouco Inês se achava no lugar da prostituição. Dos diversos rapazes que lá estavam, só um teve o atrevimento de aproximar-se de Inês, com malignos intuitos. No momento, porém, em que ia estender a mão contra ela, caiu por terra , como fulminado por um raio. Os companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o corpo do infeliz e levaram-no para outro lugar. Não estava morto, como todos supuseram no primeiro momento, mas aos olhos faltou-lhes a luz. Inês rezou sobre ele e a cegueira desapareceu.

O juiz, profundamente humilhado com esta inesperada vitória da Santa, deu ordem para que fosse decapitada.

Ao ouvir esta sentença, a alma de Inês encheu-se de júbilo. Maior não podia ser a satisfação e a alegria da jovem noiva, ao ver aproximar-se o dia das núpcias, que o prazer que Inês experimentou, quando ouviu dos lábios do juiz o convite para as núpcias eternas com Jesus Cristo, seu celeste esposo. O  algoz tinha recebido ordem para, antes de executar a sentença de morte, convidar a Inês para prestar obediência à intimação do juiz. Feito pela última vez Inês com firmeza o rejeitou. Ajoelhando-se, inclinou a cabeça, ao que parecia para prestar a Deus a última adoração aqui na terra, quando a espada do algoz lhe deu o golpe de morte. Os circunstantes, vendo este triste e ao mesmo tempo grandioso espetáculo, soluçavam alto.

Santa Inês completou o martírio aos 21 de janeiro de 304 ou 305. tendo apenas a idade de 13 anos. No tempo do imperador Constantino foi construída em Roma uma Igreja dedicada à gloriosa mártir.

Santa Inês é padroeira das Filhas de Maria, por causa da sua pureza Angélica. Os jardineiros também a veneram como padroeira, por ser o modelo perfeito da pureza, como Maria Santíssima, que é chamada “hortus conclusus”, horto fechado. É padroeira dos noivos, por  ter-se chamado esposa de Cristo. Do nome Inês há duas interpretações, a grega e a latina. Inês em grego é Hagne, isto é, pura; em latim, agna significa cordeirinho. Na Igreja latina prevaleceu esta interpretação. Dois dias depois da sua morte, a mártir apareceu a seus pais, acompanhada de um grupo de virgens, tendo ao seu lado um cordeirinho. Santo Agostinho admitia as duas interpretações. “Inês, diz ele, significa em latim um cordeirinho e em grego, a pura”. – No dia da festa desta Santa, na sua igreja em Roma são apresentados e bentos cordeirinhos, de cuja lã são confeccionados os “palliums” dos Arcebispos.

Reflexões:

Admirável em Santa Inês é a fidelidade com que guardou o voto de castidade. Pessoas há que pressurosas  fazem promessas, principalmente quando se acham em dificuldades e tribulações. Com a mesma facilidade delas se esquecem ou pouco empenho fazem em cumprir o que a Deus prometeram. Com a facilidade com que prometem, pedem ao confessor comutação ou dispensa. Ninguém é obrigado a fazer promessas. Deve antes pensar, se lhe convém tomar tal compromisso e se estará em condições de solvê-lo. Melhor é nada prometer, do que não cumprir o que se prometeu. “Quando tiveres feito algum voto ao Senhor teu Deus, não tardarás em cumpri-lo;  porque o Senhor teu Deus te pedirá conta dele e se te demorares, ser-te-á  imputado  o pecado”. (Deut. 23,  21). “Se fizeste algum voto a Deus, trata de cumpri-lo logo; porque é desgraçada a promessa infiel e imprudente; mas cumpre tudo o que tiveres prometido. Muito melhor é não fazer voto algum, do que  depois de o fazer, não cumprir o prometido”. (Ecl. 5).

Santa Inês defendeu heroicamente a virtude da pureza e Deus protegeu-a visivelmente. O impuro experimentará a ira de Deus. Sirva este aviso para afastar-te da impureza.

Santa Inês preferiu a morte ao pecado e não ligou importância nem a ameaças, nem a promessas. Se queres conservar a virtude da pureza, fecha os ouvidos às vozes acariciadoras do mundo e foge das ocasiões. Onde estaria Santa Inês, se não tivesse heroicamente resistido à tentação?  Onde estarás na eternidade, se não imitares o exemplo desta gloriosa virgem e não desprezares firmemente os incitamentos do tentador? Combate o bom combate da fé e trabalha para conquistar a vida eterna”.(I. Tim. 6, 12)

22 de Janeiro

Santos Vicente e Anastácio

A Igreja comemora no dia de hoje a festa de dois grandes mártires, São Vicente, em cuja memória Santo Agostinho fez diversos sermões, nasceu em Saragossa, na Espanha, e recebeu do Bispo Valério o diaconato. Valério com dificuldade falava; para que aos diocesanos não faltasse a pregação da palavra divina, encarregou a Vicente da missão de pregar em seu lugar. O jovem diácono desempenhou-se com tanta proficiência deste cargo, que a diocese de Saragossa se distinguiu pelo espírito de piedade. Quando Diocleciano principiou a perseguição, apareceu na Espanha seu emissário Daciano, com ordem de exterminar a Igreja Católica naquele país. Valério e Vicente foram as primeiras vítimas. Valério foi mandado ao desterro, e Vicente submetido a cruéis torturas. Tão desumanas foram, que – assim opina Santo Agostinho – para sofre-las era preciso uma assistência divina especial. O mesmo Santo Padre elogia Vicente uma paciência angélica, uma tranqüilidade imperturbável e uma paz tão extraordinária, que causou admiração e espanto até aos próprios algozes. Daciano, ao ver isto, não pôde dominar a fúria, que se lhe manifestava no olhar faiscante e na voz trêmula. Ferro e fogo foram os instrumentos de que Daciano se serviu, para martirizar o santo diácono. Mas Deus não abandonou seu servo. O cárcere do mártir encheu-se de grande luz, e os Anjos desceram, cantando com Vicente o louvor de Deus. O próprio carcereiro, vendo este espetáculo, converteu-se ao cristianismo e recebeu o batismo. Os cristãos a que antes era vedado entrar em comunicação com o diácono-mártir, aproximaram-se-lhe, beijaram-lhe as feridas e embeberam panos em seu sangue, guardando-os como preciosas relíquias. Para que os cristãos nada pudessem fazer com o corpo do mártir, Daciano deu ordem que fosse lançado num pântano, mas um corvo defendeu-o contra as feras. Mandou então que o atirassem ao mar, mas o mar despejou-o. Os cristãos tomaram o corpo e sepultaram-no numa capela perto de valência. Mais tarde as santas relíquias foram transportadas para a abadia de Castres, em Languedoc, na França, ocasião em que se observaram muitos milagres.

Chosroas, rei da Pérsia, tomou Jerusalém em 614 e nesta ocasião se apoderou do santo Lenho e levou-o consigo. Deus serviu-se desta circunstância, para operar a salvação de muitos Persas. Um deles foi Anastácio, filho de um célebre feiticeiro. A santa Cruz, de que tanto se falava, excitou-lhe também a curiosidade e desejo de vê-la.

Sem ter a intenção de abraçar a religião de Cristo, nela se instruiu e a admiração crescia-lhe, à media que se aprofundava nos santos mistérios. Depois de algum tempo, se dirigiu a Hierápolis, hospedando-se em casa de um artista cristão. Este, no intuito de fazê-lo conhecer a fundo a religião cristã, convidou-o para assistir a diversas reuniões cristãs. As santas imagens, as representações dos santos mártires tocaram-lhe o coração bem ao vivo e despertaram-lhe o desejo de, como eles, um dia poder sacrificar a vida em testemunho da fé, que estava prestes a abraçar. Após longa preparação, recebeu o santo Batismo e entrou para um convento em Jerusalém. Tinha um zelo tão vivo e ardente, que em pouco tempo, entre os irmãos, era o primeiro em virtude e santidade. Tinha por leitura predileta, além da Bíblia, a história dos mártires. As lutas e vitórias, os triunfos dos heróis comoviam-no até lágrimas e cada vez mais pronunciado se lhe tornava o desejo de morrer pela fé, o que fez com que saísse do convento e se dirigisse a Cesaréia, na Palestina. Vendo entre os soldados alguns que cometiam atos vergonhosos, censurou-os energicamente. Este rigor chamou a atenção do governador, que suspeitava de Anastácio um espião e mandou-o prender. Perguntado pela religião que professava, Anastácio respondeu que tinha abandonado a magia, para ser cristão.

Não faltaram promessas e ameaças para fazê-lo renunciar à fé – Anastácio permaneceu firme. Seguiram-se então os maus tratos e verdadeiras torturas. Anastácio, porém, para tudo só tinha uma resposta: “Sou cristão, e como cristão quero morrer”.

São Justino, seu abade, sabendo dos sofrimentos que o súdito sofria por amor de Cristo, mandou que a comunidade rezasse pelo pobre perseguido, para que não lhe faltasse a graça divina. Destacou dois monges, que o deviam visitar e consolar.

Da Palestina foi Anastácio, por ordem do imperador, transportado para a Pérsia. Lá o esperava o martírio tão almejado. Chosroas envidou primeiro todos os esforços para afastá-lo da religião cristã. Ofereceu-lhe uma alta patente no exército; permitiu-lhe viver como simples monge, contanto que só verbalmente negasse a fé cristã, embora de coração continuasse fiel discípulo de Cristo: “Que mal poderia causar esta negação? Poderá haver nisto uma ofensa a Cristo, se de coração com ele ficas unido?” Anastácio declarou que teria horror até da sombra da hipocrisia. De novo lhe foram oferecidas colocações honrosas.

A resposta de Anastácio foi a mesma: “A pobreza do meu hábito – disse ao general – fala-te eloqüentemente do desprezo que tenho pelas vaidades do mundo. Honras e riquezas de um rei, que hoje existe e amanhã será pó, não me tentam!” Vendo assim frustradas as tentativas , o rei recorreu à tortura. Cada dia era aplicado um novo tormento, experimentada nova provação. Anastácio, porém, preferiu sofrer a negar a fé. O dia 22 de janeiro de 628 trouxe-lhe afinal a salvação e a glória. Esgotadas a paciência e crueldade do rei, deu o mesmo ordem de enforcar e decapitar o santo mártir.

Pouco antes da morte, Anastácio tinha predito a morte do tirano Chosroas. Esta profecia realizou-se dez dias depois, quando o imperador Heráclito invadiu e conquistou a Pérsia.

O corpo do Santo, que tinha sido atirado aos cães, foi por estes respeitado. Os fiéis resgataram-no e deram-lhe sepultura no convento de São Sérgio. As relíquias foram mais tarde transportadas para Constantinopla e de lá para Roma.

Santo Anastácio é padroeiro dos ourives, porque gozava da hospitalidade de um ourives, por ele instruído na religião. È invocado também em grandes tentações e em casos de possessão diabólica, porque pela aplicação das suas relíquias a um médico persa, possesso, este ficou livre da possessão.

Reflexões:

Repara bem na resposta que Santo Anastácio deu ao oficial, que procurava fazê-lo apostatar. “As honras e riquezas de um rei, que é candidato à morte, não me podem tentar”; e: “A quem devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas as coisas?” Nem todos pensam como Santo Anastácio. Muitos dão às coisas do mundo preferência incondicional. Podendo escolher entre riquezas, honras e prazeres e uma vida só de Deus, sem a menor dúvida se decidem em favor daquelas. “Se o demônio prometesse grandes reinos, muitos lhe prestariam homenagens divinas. Muitos cometem grandes pecados por causa de uma moeda; que não fariam, se pudessem por um pecado ganhar um reino?”(São Tomás de Vilanova). Quantas vezes não preferiste a Deus e à sua causa bens miseráveis deste mundo! Cada transigência que fazes à tentação, é um desprezo a Deus Nosso Senhor. Que lucro teria agora Santo Anastácio, se tivesse aceito as honras que lhe eram oferecidas? Que lucro teve Judas com os trinta dinheiros, que lhe pareciam valer mais que o próprio Mestre? Que terás das transigências, que tantas vezes fazes, quando a lei de Deus e tua consciência não te deixam em dúvida, sobre o modo por que deves agir?

Os Santos Vicente e Anastácio morreram pela fé. Dores crudelíssimas tiveram por sorte, porque assim quiseram os tiranos. Estes receberam a paga, e os heróis de Cristo, uma vez livres do sofrimento, gozam no céu a eterna recompensa. A lembrança desta verdade deve sustentar-se nas provações. Tudo passa; também a dor, o sofrimento. A recompensa será eterna. Tudo que o pecado prodigaliza: prazer, lucro e bem-estar, terá fim. O castigo, porém, que é o companheiro do pecado, não falará e será eterno. Foi isto que Santo Agostinho quis frisar quando no panegírico a São Vicente, disse: Teve fim a ira, a crudelidade de Daciano, como fim teve o martírio de Vicente; o castigo de Daciano ficou e ainda perdura, como ficou a recompensa de Vicente.

Foto: Santos Vicente e Anastácio
(22 de Janeiro)

A Igreja comemora no dia de hoje a festa de dois grandes mártires, São Vicente, em cuja memória Santo Agostinho fez diversos sermões, nasceu em Saragossa, na Espanha, e recebeu do Bispo Valério o diaconato. Valério com dificuldade falava; para que aos diocesanos não faltasse a pregação da palavra divina, encarregou a Vicente da missão de pregar em seu lugar. O jovem diácono desempenhou-se com tanta proficiência deste cargo, que a diocese de Saragossa se distinguiu pelo espírito de piedade. Quando Diocleciano principiou a perseguição, apareceu na Espanha seu emissário Daciano, com ordem de exterminar a Igreja Católica naquele país. Valério e Vicente foram as primeiras vítimas. Valério  foi mandado ao desterro, e Vicente submetido a cruéis torturas. Tão desumanas foram, que – assim opina Santo Agostinho – para sofre-las era preciso uma assistência divina especial. O mesmo  Santo Padre elogia Vicente uma paciência angélica, uma tranqüilidade imperturbável e uma paz tão extraordinária, que causou admiração e espanto até aos próprios algozes. Daciano, ao ver isto, não pôde dominar a fúria, que se lhe manifestava no olhar faiscante e na voz trêmula. Ferro e fogo foram os instrumentos de que Daciano se serviu, para martirizar o santo diácono. Mas Deus não abandonou seu servo. O cárcere do mártir encheu-se de grande luz, e os Anjos desceram, cantando com Vicente o louvor de Deus. O próprio carcereiro, vendo este espetáculo, converteu-se ao cristianismo e recebeu o batismo. Os cristãos a que antes era vedado entrar em comunicação com o diácono-mártir, aproximaram-se-lhe, beijaram-lhe as feridas e embeberam panos em seu sangue, guardando-os como preciosas relíquias. Para que os cristãos nada pudessem fazer com o corpo do mártir, Daciano deu ordem que fosse lançado num pântano, mas um corvo defendeu-o contra as feras. Mandou então que o atirassem  ao mar, mas o mar despejou-o. Os cristãos tomaram o corpo e sepultaram-no numa capela perto  de valência. Mais tarde as santas relíquias foram transportadas para a abadia de Castres, em Languedoc,  na França, ocasião em que se observaram muitos milagres.
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Chosroas,  rei da Pérsia, tomou Jerusalém em 614 e nesta ocasião se apoderou do santo Lenho e levou-o consigo. Deus serviu-se desta circunstância, para operar a salvação de muitos Persas. Um deles foi Anastácio, filho de um célebre feiticeiro. A santa Cruz, de que tanto se falava, excitou-lhe também a curiosidade e desejo de vê-la.

Sem ter a intenção de abraçar a religião de Cristo, nela se instruiu e a admiração crescia-lhe, à media que se aprofundava nos santos mistérios. Depois de algum tempo, se dirigiu a Hierápolis, hospedando-se em casa de um artista cristão. Este, no intuito de fazê-lo conhecer a fundo a religião cristã, convidou-o para assistir a diversas reuniões cristãs. As santas imagens, as representações dos santos mártires tocaram-lhe o coração bem ao vivo e despertaram-lhe o desejo de, como eles, um dia poder sacrificar a vida em testemunho da fé, que estava prestes a abraçar. Após longa preparação, recebeu o santo Batismo e entrou para um convento em Jerusalém. Tinha um zelo tão vivo e ardente, que em pouco tempo, entre os irmãos, era o primeiro em virtude e santidade. Tinha por leitura predileta, além da Bíblia, a história dos mártires. As lutas e vitórias, os triunfos dos heróis comoviam-no até lágrimas e cada vez mais pronunciado se lhe tornava o desejo de morrer pela fé, o que fez com que saísse do convento e se dirigisse a Cesaréia, na Palestina. Vendo entre os soldados alguns que cometiam atos vergonhosos, censurou-os energicamente. Este rigor chamou a atenção do governador, que suspeitava de Anastácio um espião e mandou-o prender. Perguntado pela religião que professava, Anastácio respondeu que tinha abandonado a magia, para ser cristão.

Não faltaram promessas e ameaças para fazê-lo renunciar à fé – Anastácio permaneceu firme. Seguiram-se então os maus tratos e verdadeiras torturas. Anastácio, porém, para tudo só tinha uma resposta: “Sou cristão, e como cristão quero morrer”.

São Justino, seu abade, sabendo dos sofrimentos que o súdito sofria por amor de Cristo, mandou que a comunidade rezasse pelo pobre perseguido, para que não lhe faltasse a graça divina. Destacou dois monges, que o deviam visitar e consolar.

Da Palestina foi Anastácio, por ordem do imperador, transportado para a Pérsia. Lá o esperava o martírio tão almejado. Chosroas envidou primeiro todos os esforços para afastá-lo da religião cristã. Ofereceu-lhe uma alta patente no exército; permitiu-lhe viver como simples monge, contanto que só verbalmente negasse a fé cristã, embora de coração continuasse fiel discípulo de Cristo: “Que mal poderia causar esta negação?  Poderá haver nisto uma ofensa a Cristo, se de coração com ele ficas unido?” Anastácio declarou que teria horror  até da sombra da hipocrisia. De novo lhe foram oferecidas colocações honrosas.

A resposta de Anastácio foi a mesma: “A pobreza do meu hábito – disse ao general – fala-te eloqüentemente do desprezo que tenho pelas vaidades do mundo. Honras e riquezas de um rei, que hoje existe e amanhã será pó, não me tentam!”  Vendo assim frustradas as tentativas , o rei recorreu à tortura. Cada dia era aplicado um novo tormento, experimentada nova provação. Anastácio, porém, preferiu sofrer a negar a fé. O dia  22 de janeiro de 628 trouxe-lhe afinal a salvação e a glória. Esgotadas a paciência e crueldade do rei, deu o mesmo ordem de enforcar e decapitar o santo mártir.

Pouco antes da morte, Anastácio tinha predito a morte do tirano Chosroas. Esta profecia realizou-se dez dias depois, quando o imperador Heráclito invadiu e conquistou a Pérsia.

O corpo do Santo, que tinha sido atirado aos cães, foi por estes respeitado. Os fiéis resgataram-no e deram-lhe sepultura no convento de São Sérgio. As relíquias foram mais tarde transportadas para Constantinopla e de lá para Roma.

Santo Anastácio é padroeiro dos ourives, porque gozava da hospitalidade de um ourives, por ele instruído na religião. È invocado também em grandes tentações e em casos de possessão diabólica, porque pela aplicação das suas relíquias a um médico persa, possesso, este ficou livre da possessão.

Reflexões:

Repara bem na resposta que Santo Anastácio deu ao oficial, que procurava fazê-lo apostatar. “As honras e riquezas de um rei, que é candidato à morte, não me podem tentar”; e: “A quem devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas as coisas?” Nem todos pensam como Santo Anastácio. Muitos dão às coisas do mundo preferência incondicional. Podendo escolher entre riquezas, honras e prazeres e uma vida só de Deus, sem a menor dúvida  se decidem em favor daquelas. “Se o demônio prometesse grandes reinos, muitos lhe prestariam homenagens divinas. Muitos cometem grandes pecados por causa de uma moeda; que não fariam, se pudessem por um pecado ganhar um reino?”(São Tomás de Vilanova). Quantas vezes não preferiste a Deus e à sua causa bens miseráveis deste mundo!  Cada transigência que fazes à tentação, é um desprezo a Deus Nosso Senhor. Que lucro teria agora Santo Anastácio, se tivesse aceito as honras que lhe eram oferecidas?  Que lucro teve Judas com os trinta dinheiros, que lhe pareciam valer mais que o próprio Mestre?  Que terás das transigências, que tantas vezes fazes, quando a lei  de Deus e tua consciência não te deixam em dúvida, sobre o modo por que deves agir?

Os Santos Vicente e Anastácio morreram pela fé. Dores crudelíssimas tiveram por sorte, porque assim quiseram os tiranos. Estes receberam a paga, e os heróis de Cristo, uma vez livres do sofrimento, gozam no céu a eterna recompensa. A lembrança desta verdade deve sustentar-se nas provações. Tudo passa; também a dor, o sofrimento. A recompensa será eterna. Tudo que o pecado prodigaliza: prazer, lucro e bem-estar, terá fim. O castigo, porém, que é o companheiro do pecado, não falará e será eterno. Foi isto que Santo Agostinho quis frisar quando no panegírico a São Vicente, disse: Teve fim a ira, a crudelidade de Daciano, como fim teve o martírio de Vicente; o castigo de Daciano ficou e ainda perdura, como ficou a recompensa  de Vicente.

23 de Janeiro

Santo Ildefonso

A virtude principal na vida de Santo Ildefonso foi sua extrema fidelidade aos preceitos da Igreja, o amor que nutria à Maria Santíssima e propagação constante das mais belas devoções marianas. Seu brilhante desempenho como pastor de Toledo por cerca de dez anos (de 657 a 667), fez com que administrasse a fé principalmente pela caridade a todos os homens, sem acepção de pessoas. São nebulosos os dados sobre sua origem, mas acredita-se que descendia da família real visigótica, sendo certo que possuiu muitos bens, dos quais grande parte empregou na construção de de um mosteiro religioso feminino. Ele mesmo, algum tempo depois abraçou a vida monástica ingressando no mosteiro de Agália, sob a direção dos beneditinos, onde acabou sendo eleito como superior da congregação por ocasião da morte do Abade desse mesmo mosteiro. Posteriormente é que veio a ser escolhido como arcebispo de Toledo.

Era, portanto, grande amigo e apóstolo da castidade, sendo a convicção católica uma das características de seu zelo. E foi com este caráter que militou valorosamente pela virgindade da Mãe de Deus, precisamente na defesa da doutrina da Imaculada Conceição, que cerca de onze séculos mais tarde viria a tornar-se dogma pela bula da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 1854, pontificado de Pio IX).

Santo Ildefonso, passou sua vida trabalhando para a glória de Deus honrando Maria Santíssima, de quem era extremamente devoto. A iconografia cristã o representa recebendo das mãos de Nossa Senhora um paramento religioso como presente da sua terna afeição, devoção e apostolado incansável na exaltação do Seu nome. É por isso que, apesar da distância secular que nos separa, seu nome permanece ainda hoje, vivo como nunca, como um dos maiores apóstolos marianos da Idade Média.

REFLEXÕES

Em se tratando da Igreja de Cristo, não há como querer colocar o nome de Maria Santíssima em um plano menos elevado. Comparando-se Deus ao sol e Maria à lua, seria absurdo supôr que a lua pudesse eventualmente encobrir a luz solar. Assim como a lua, a Mãe de Deus nos transmite essa Luz de uma forma extremamente meiga, rogando pelos filhos que trilham no caminho do erro, ou pelos que pedem auxílio nas suas lutas diárias.

Aliás, Maria que trouxe a Luz ao mundo, Jesus Cristo, roga por nós e nos afasta das trevas; assim como a luz reflete magnificamente a luz so sol, Maria, com a mesma peculiaridade, aplaca a ira divina em favor dos pobres pecadores; é o elo de ligação entre o Céu e a Terra; é como um grande escada que conduz os pobres mortais à morada celeste. Foi o anjo Gabriel quem inaugurou esta escada, trazendo a saudação e o convite de Deus, para ser Ela a Mãe do Salvador. Aqui o céu se abriu para a terra. Se Jesus, portanto, chegou até nós através de Maria, não é difícil constatar que só chegaremos à Ele por meio d'Ela.

Jesus, Redentor do mundo, o Novo Adão que veio restabelecer todas as coisas. Maria a nova Eva pré-anunciada no Gênesis para esmagar a cabeça da Serpente:

"Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe armarás traições ao seu calcanhar". (Gen 3, 15)

Quem persegue Maria no final dos tempos é a Serpente citada no Gênesis, mas quem tem a incumbência de socorrer somos nós, os católicos que recorrem a Ela nessa luta:

"A Serpente vomitou contra a Mulher um rio de água, para fazê-la submergir. A Terra, porém, acudiu a Mulher..." (Apoc, 12, 16) Este, então, (o Dragão) se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra à sua descendência (Apoc 12, 17))

Maria pertence às Escrituras como um todo, sua missão está prescrita desde o Gênesis ao Apocalipse. Mesmo envolta em venerandos mistérios, por desígnio de Deus protagoniza a história da humanidade da Criação à Redenção e permanece conosco até o Fim do Mundo.

Peçamos a Santo Ildefonso para que como ele, nos ajude a defender e propagar o nome Maria intensamente e que possamos ser imitadores das suas virtudes e exemplos.

Foto: Santo Ildefonso
(23 de Janeiro)

A virtude principal na vida de Santo Ildefonso foi sua extrema fidelidade aos preceitos da Igreja, o amor que nutria à Maria Santíssima e propagação constante das mais belas devoções marianas. Seu brilhante desempenho como pastor de Toledo por cerca de dez anos (de 657 a 667), fez com que administrasse a fé principalmente pela caridade a todos os homens, sem acepção de pessoas. São nebulosos os dados sobre sua origem, mas acredita-se que descendia da família real visigótica, sendo certo que possuiu muitos bens, dos quais grande parte empregou na construção de de um mosteiro religioso feminino. Ele mesmo, algum tempo depois abraçou a vida monástica ingressando no mosteiro de Agália, sob a direção dos beneditinos, onde acabou sendo eleito como superior da congregação por ocasião da morte do Abade desse mesmo mosteiro. Posteriormente é que veio a ser escolhido como arcebispo de Toledo. 

Era, portanto, grande amigo e apóstolo da castidade, sendo a convicção católica uma das características de seu zelo. E foi com este caráter que militou valorosamente pela virgindade da Mãe de Deus, precisamente na defesa da doutrina da Imaculada Conceição, que cerca de onze séculos mais tarde viria a tornar-se dogma pela bula da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 1854, pontificado de Pio IX).

Santo Ildefonso, passou sua vida trabalhando para a glória de Deus  honrando Maria Santíssima, de quem era extremamente devoto. A iconografia cristã o representa recebendo das mãos de Nossa Senhora um paramento religioso como presente da sua terna afeição, devoção e apostolado incansável na exaltação do Seu nome. É por isso que, apesar da distância secular que nos separa, seu nome permanece ainda hoje,  vivo como nunca,  como um dos maiores apóstolos marianos da Idade Média. 

REFLEXÕES

Em se tratando da Igreja de Cristo, não há como querer colocar o nome de Maria Santíssima em um plano menos elevado. Comparando-se Deus ao sol e  Maria à lua,  seria absurdo supôr que a lua pudesse eventualmente encobrir a luz solar. Assim como a lua, a Mãe de Deus nos transmite essa Luz de uma forma extremamente meiga, rogando pelos filhos que trilham no caminho do erro,  ou pelos que pedem auxílio nas suas lutas diárias.  

Aliás,  Maria que trouxe a Luz ao mundo, Jesus Cristo,  roga por nós e nos afasta das trevas;  assim como a luz reflete magnificamente a luz so sol,  Maria, com a mesma peculiaridade, aplaca a ira divina em favor dos pobres pecadores;  é o elo de ligação entre o Céu e a Terra; é como um grande escada que conduz os pobres mortais à morada celeste. Foi o anjo Gabriel quem inaugurou esta escada, trazendo a saudação e o convite de Deus, para  ser Ela a Mãe do Salvador. Aqui o céu se abriu para a terra. Se Jesus, portanto, chegou até nós através de Maria, não é difícil constatar que só chegaremos à Ele por meio d'Ela. 

Jesus, Redentor do mundo, o Novo Adão que veio restabelecer todas as coisas.  Maria a nova Eva pré-anunciada no Gênesis para esmagar a cabeça da Serpente:

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São João Esmoler

O Santo, cuja festa a Igreja hoje celebra, nasceu em Amathunt, cidade da ilha de Chypre. Os pais eram ricos e de família mui considerada. Entrado em anos, surgiu em João o desejo de dedicar-se ao estado clerical. Como os pais não concordassem com esta idéia, para não os contrariar, casou-se com uma donzela virtuosa. A morte arrebatou-lha pouco depois e João pode realizar o plano, havia muito tempo acariciado.

Alguns anos depois, morreu o patriarca de Alexandria e a vontade do povo e do imperador elevou João à dignidade de seu sucessor. O novo patriarca preenchia perfeitamente todos os requisitos que São Paulo exige de um bispo da Igreja Católica. A escolha não podia ser melhor. João não era possuidor de uma ou outra virtude, mas era homem perfeito. Chegando a Alexandria, preparou-se para a sagração, fazendo retiro espiritual e planejando uma grande obra de caridade. Mandou que se fizesse sindicância de 7.500 pobres, existentes na cidade. As quartas e sextas-feiras eram dias que pertenciam aos pobres e necessitados, por ele chamados. “seus senhores”. Conservava a casa então aberta para todos que o quisessem procurar.

Certa ocasião em que se dirigia à igreja, uma pobre mulher se lhe prostrou aos pés, pedindo proteção contra o genro. Os companheiros do patriarca, diante daquele espetáculo, repreenderam a mulher, dizendo-lhe que viesse em outra hora. João, porém, disse-lhes: “Como poderia esperar que Deus ouvisse as minhas orações, se não quisesse atender a esta mulher ?”

Um pobre infeliz a quem o patriarca tinha dado uma boa esmola, externou-lhe a gratidão em expressões extremamente exageradas. O prelado interrompeu-o dizendo: “Meu filho não derramei meu sangue por ti, como fez Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Um negociante tinha perdido grande parte da sua fortuna num naufrágio e recorreu à caridade do Santo. Mais duas vezes teve o mesmo infortúnio; com a confiança com que se dirigia a João, com a mesma liberdade este o auxiliou.

A caridade do Santo Patriarca não se limitava à sua diocese de Alexandria. Grande número de famílias cristãs que o furor dos Persas tinha expulsado, encontraram carinhosa recepção no Egito. Sabendo que os infiéis se tinham apoderado de Jerusalém, mandou para lá muito mantimento e dinheiro, para socorrer os cristãos na reconstrução das Igrejas demolidas. Cristãos que tinham caído em poder dos Persas, tiveram em João seu libertador. Se sua caridade exigia grandes dispêndios, a Divina Providência incumbia-se de abrir-lhe sempre novas fontes de recurso, quando a providência humana parecia chegado ao termo.

O amor ao próximo correspondia em João a um grande rigor contra a sua própria pessoa. A mesa, a roupa, os móveis, enfim tudo que era de seu uso pessoal, trazia o caráter da pobreza. Disto não fazia exceção o próprio cobertor da cama, que um amigo do bispo fez desaparecer, em troca de um novo. Para mostrar-se grato à generosidade, João usou-o na primeira noite. No dia seguinte, porém, já estava vendido em proveito de outros, que necessitavam de coisa mais necessária. O doador do presente, vendo-o à venda, comprou-o outra vez e indo ter com o Bispo, deu-lho dizendo: “Quero ver quem de nós dois se cansa primeiro”.

Ao lado de sua atividade no campo da caridade, o patriarca não descuidava da administração da diocese. Extremamente econômico no uso do tempo, as horas estavam divididas e tinham cada uma seu destino, fosse para a oração, o estudo ou para o trabalho. Se acontecia, alguém em sua presença falar desfavoravelmente do próximo, dava à conversa um outro rumo. A caluniadores vedava a entrada em sua casa e tanta repugnância que lhe inspirava aquele vício.

Santidade é inconcebível sem que exista o fundamento, que é a humildade. Quem o tivesse ouvido falar a seu próprio respeito, teria levado a impressão de estar diante de um homem que se tinha em conta miserável, imprestável e orgulhoso. A lembrança constante do juízo divino causava-lhe um desapego completo de tudo que era deste mundo.

Uma conseqüência deste desapego foram a mansidão e grande paciência, que o Santo revelava em todas as circunstâncias. Usando de rigorosa disciplina na formação do seu caráter, chegou a adquirir uma quase insensibilidade em face das contrariedades, que se lhe apresentavam. Dizia-se feliz, vendo-se no meio de sofrimentos que, conforme sua convicção, lhe aumentavam os merecimentos.

João possuía, em sua mansidão, o segredo de acalmar espíritos excitados. Certa vez o prefeito tomou umas deliberações mais ou menos vexatórias contra os pobres. Sem que com isso tivesse contado, o Patriarca fez-se advogado dos desventurados, o que não pouco irritou o ânimo do magistrado. Pela tardinha recebeu do Bispo o seguinte recado: “O sol está para inclinar”. O prefeito compreendeu perfeitamente a alusão destas palavras ao dito da Sagrada Escritura: “O sol não se deite sobre a vossa ira”; imediatamente foi ter com o prelado e prometeu não dar ouvidos mais àqueles, que o queriam levar a praticar uma injustiça.

Muito incomodado com uma inimizade, que sabia existir entre dois seus amigos, convidou a um deles para assistir à santa Missa, que em determinado dia ia celebrar. Antes da Missa o Bispo pediu ao cavalheiro que o acompanhasse na recitação do Padre Nosso. Tendo ambos chegado às palavras: “Perdoai-nos as nossas dívidas”, o Bispo parou, deixando ao outro recitar sozinho. Notando a perturbação do amigo, o Bispo tanto insistiu, até que este se resolveu a fazer as pazes com o desafeto.

Para seu rebanho era o Bispo um bom pastor, que tudo fazia para afastar dele o perigo da heresia. Convidado a fazer uma visita ao imperador de Constantinopla, João pôs-se a caminho, em companhia de Nicetas. Quando chegaram a Rhodes, o Patriarca teve um aviso de Deus, sobre a iminência de sua morte. Em vista disto, interrompeu a viagem e disse ao companheiro: “Não posso visitar o imperador, visto que sou chamado pelo Rei dos reis”. De Rhodes passou a Chipre, onde morreu, em 619, com sessenta e quatro anos de idade.

Reflexões:

A virtude predominante na vida deste Santo foi a caridade. Foi a força motriz de todas as obras de misericórdia, de que vemos a vida de São João Esmoler tão rica. A verdadeira caridade não se inspira na vaidade, no sentimentalismo ou na simpatia pessoal. Antes podemos dizer que os limites da caridade são lá, onde começa o amor próprio. “Tudo que desejares que os outros te façam, deves fazer-lhes”.(Lc.6, 31). Guiado por este princípio evangélico, São João administrava a caridade a todos os homens, sem distinção de pessoa. Com mansidão e amabilidade tratava a todos, justos e pecadores, conseguindo desta maneira a conversão de uns e a santificação de outros. Pais e educadores devem convencer-se de uma coisa: Não é com aspereza, rigor excessivo e zelo imoderado que se colhem bons resultados: - antes pela mansidão, pela paciência, pela caridade e tratabilidade. Tanto o coração da criança como do adulto aspira amor: com caridade tudo se alcança. Para ganhar os corações para Cristo, é preciso que procuremos ser tudo para todos. Quem quer ter uma idéia da verdadeira caridade, leia as seguintes palavras de São Paulo sobre esse assunto: “A caridade – diz ele – é paciente e bondosa; não é invejosa, não age com imoderação; não é presunçosa e não tem ambição; não procura seu proveito; não é irascível; a caridade não malicia; não folga com a iniqüidade e alegra-se com a verdade.Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”. (1. Cor. 13-4-7).

O bem que fazemos ao próximo, deve ser feito por motivos sobrenaturais. Muitos dão esmolas e socorrem ao próximo por inclinação e bondade naturais. Mera filantropia, não tem valor perante Deus. Jesus Cristo ensina-nos a verdadeira caridade, querendo que no pobre, no doente, no necessitado, vejamos sua pessoa. Tudo que de bem fazemos ao próximo por amor de Jesus Cristo, é por este aceito, como se a Ele próprio o tivéssemos feito. No dia do juízo ele dirá aos eleitos: “Vinde, benditos de meu Pai, e possuí o reino, que vos foi preparado desde o princípio do mundo: porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era estrangeiro e me recebestes; estava nu e me vestistes; doente e me visitastes, no cárcere e me socorrestes”. Os justos responder-lhe-ão: “Senhor, quando foi que tivestes fome, e vos demos de comer ?...” E o Rei dir-lhe-á: “Em verdade vos digo: todas às vezes que fizestes isso ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”. Deus não olha para o que se dá, mas para a intenção com que a esmola é dada. A motivos meramente humanos, quando a caridade cristã não tem em mira outra coisa senão a glória de Deus.

Foto: São João Esmoler
(23 de Janeiro)

O Santo, cuja festa a Igreja hoje celebra, nasceu em Amathunt, cidade da ilha de Chypre. Os pais eram ricos e de família mui considerada. Entrado em anos, surgiu em João o desejo de dedicar-se ao estado clerical. Como os pais não concordassem com esta idéia, para não os contrariar, casou-se com uma donzela virtuosa. A morte arrebatou-lha pouco depois e João pode realizar o plano, havia muito tempo acariciado.

Alguns anos depois, morreu o patriarca de Alexandria e a vontade do povo e do imperador elevou João à dignidade de seu sucessor. O novo patriarca preenchia perfeitamente todos os requisitos que São Paulo exige de um bispo da Igreja Católica. A escolha não podia ser melhor. João não era possuidor de uma ou outra virtude, mas era homem perfeito. Chegando a Alexandria, preparou-se para a sagração, fazendo retiro espiritual e planejando uma grande obra de caridade. Mandou que se fizesse sindicância de 7.500 pobres, existentes na cidade. As quartas e sextas-feiras eram dias que pertenciam aos pobres e necessitados, por ele chamados. “seus senhores”. Conservava  a casa então aberta para todos que o quisessem procurar.

Certa ocasião em que se dirigia à igreja, uma pobre mulher se lhe prostrou aos pés, pedindo proteção contra o genro. Os companheiros do patriarca, diante daquele espetáculo, repreenderam a mulher, dizendo-lhe que viesse em outra hora. João, porém, disse-lhes: “Como poderia esperar que Deus ouvisse as minhas orações, se não quisesse atender a esta mulher ?”

Um pobre infeliz a quem o patriarca tinha dado uma boa esmola, externou-lhe a gratidão em expressões extremamente exageradas. O prelado interrompeu-o dizendo: “Meu filho não derramei meu sangue por ti, como fez Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Um negociante tinha perdido grande parte da sua fortuna num naufrágio e recorreu à caridade do Santo. Mais duas vezes teve o mesmo infortúnio; com a confiança com que se dirigia a João, com a mesma liberdade este o auxiliou.

A caridade do Santo Patriarca não se limitava à sua diocese de Alexandria. Grande número de famílias cristãs que o furor dos Persas tinha expulsado, encontraram carinhosa recepção no Egito. Sabendo que os infiéis se tinham apoderado de Jerusalém, mandou para lá muito mantimento e dinheiro, para socorrer os cristãos na reconstrução das Igrejas demolidas. Cristãos que tinham caído em poder dos Persas, tiveram em João seu libertador. Se sua caridade exigia grandes dispêndios, a Divina Providência incumbia-se de abrir-lhe sempre novas fontes de recurso, quando a providência humana parecia chegado ao termo.

O amor ao próximo correspondia em João a um grande rigor contra a sua própria pessoa. A mesa, a roupa, os móveis, enfim tudo que era  de seu uso pessoal, trazia o caráter da pobreza. Disto não fazia exceção o próprio cobertor da cama, que um amigo do bispo fez desaparecer, em troca de um novo. Para mostrar-se grato à generosidade, João usou-o na primeira noite. No dia seguinte, porém, já estava vendido em proveito de outros, que necessitavam de coisa mais necessária. O doador do presente, vendo-o à venda, comprou-o outra vez e indo ter com o Bispo, deu-lho dizendo: “Quero ver quem de nós dois se cansa primeiro”.

Ao lado de sua atividade no campo da caridade, o patriarca não descuidava da administração da diocese. Extremamente econômico no uso do tempo, as horas estavam divididas e tinham cada uma seu destino, fosse para a oração, o estudo ou para o trabalho. Se acontecia, alguém em sua presença falar desfavoravelmente do próximo, dava à conversa um outro rumo. A caluniadores vedava a entrada em sua casa e tanta repugnância que lhe inspirava aquele vício.

Santidade é inconcebível sem que exista o fundamento, que é a humildade. Quem o tivesse ouvido falar a seu próprio respeito, teria levado a impressão de estar diante de um homem que se tinha em conta miserável, imprestável e orgulhoso. A lembrança constante do juízo divino causava-lhe um desapego completo de tudo que era deste mundo.

Uma conseqüência deste desapego foram a mansidão e grande paciência, que o Santo revelava em todas as circunstâncias. Usando de rigorosa disciplina na formação do seu caráter, chegou a adquirir uma quase insensibilidade em face das contrariedades, que se lhe apresentavam. Dizia-se feliz, vendo-se no meio de sofrimentos que, conforme sua convicção, lhe aumentavam os merecimentos.

João possuía, em sua mansidão, o segredo de acalmar espíritos excitados. Certa vez o prefeito tomou umas deliberações mais ou menos vexatórias contra os pobres. Sem que com isso tivesse contado, o Patriarca fez-se advogado dos desventurados, o que não pouco irritou o ânimo do magistrado. Pela tardinha recebeu do Bispo o seguinte recado: “O sol está para inclinar”. O prefeito compreendeu perfeitamente a alusão destas palavras ao dito da Sagrada Escritura: “O sol não se deite sobre a vossa ira”; imediatamente foi ter com o prelado e prometeu não dar ouvidos mais àqueles, que o queriam levar a praticar uma injustiça.

Muito incomodado com uma inimizade, que sabia existir entre dois seus amigos, convidou a um deles para assistir à santa Missa, que em determinado dia ia celebrar. Antes da Missa o Bispo pediu ao cavalheiro que o acompanhasse na recitação do Padre Nosso. Tendo ambos chegado às palavras: “Perdoai-nos as nossas dívidas”, o Bispo parou, deixando ao outro recitar sozinho. Notando a perturbação do amigo, o Bispo tanto insistiu, até que este se resolveu a fazer as pazes com o desafeto.

Para seu rebanho era o Bispo um bom pastor, que tudo fazia para afastar dele o perigo da heresia. Convidado a fazer uma visita ao imperador de Constantinopla, João pôs-se a caminho, em companhia de Nicetas. Quando chegaram a Rhodes, o Patriarca teve um aviso de Deus, sobre a iminência de sua morte. Em vista disto, interrompeu a viagem e disse ao companheiro: “Não posso visitar o imperador, visto que sou chamado pelo Rei dos reis”. De Rhodes passou a Chipre, onde morreu, em 619, com sessenta e quatro anos de idade.

Reflexões:

A virtude predominante na vida deste Santo foi a caridade. Foi a força motriz de todas as obras de misericórdia, de que vemos a vida de São João Esmoler tão rica. A verdadeira caridade não se inspira na vaidade, no sentimentalismo ou na simpatia pessoal. Antes podemos dizer que os limites da caridade são lá, onde começa o amor próprio. “Tudo que desejares que os outros te façam, deves fazer-lhes”.(Lc.6, 31). Guiado por este princípio evangélico, São João administrava a caridade a todos os homens, sem distinção de pessoa. Com mansidão e amabilidade tratava a todos, justos e pecadores, conseguindo desta maneira a conversão de uns e a santificação de outros. Pais e educadores devem convencer-se de uma coisa: Não é com aspereza, rigor excessivo e zelo imoderado que se colhem bons resultados: - antes pela mansidão, pela paciência, pela caridade e tratabilidade. Tanto o coração  da criança como do adulto aspira amor: com caridade tudo se alcança. Para ganhar os corações para Cristo, é preciso que  procuremos ser tudo para todos. Quem quer ter uma idéia da verdadeira caridade, leia as seguintes palavras de São Paulo sobre esse assunto: “A caridade – diz ele – é paciente e bondosa; não é invejosa, não age com imoderação; não é presunçosa e não tem ambição; não procura seu proveito; não é irascível; a caridade não malicia; não folga com a iniqüidade e alegra-se com a  verdade.Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”. (1. Cor. 13-4-7).

O bem que fazemos ao próximo, deve ser feito por motivos sobrenaturais. Muitos dão esmolas e socorrem ao próximo por inclinação e bondade naturais. Mera filantropia, não tem valor perante Deus. Jesus Cristo ensina-nos a verdadeira caridade, querendo que no pobre, no doente, no necessitado, vejamos sua pessoa. Tudo que de bem fazemos ao próximo por amor de Jesus Cristo, é por este aceito, como se a Ele próprio o tivéssemos feito. No dia do juízo ele dirá aos eleitos: “Vinde, benditos de meu Pai, e possuí o reino, que vos foi preparado desde o princípio do mundo: porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era estrangeiro e me recebestes; estava nu e me vestistes; doente e me visitastes, no cárcere e me socorrestes”. Os justos responder-lhe-ão: “Senhor, quando foi que tivestes fome, e vos demos de comer ?...”  E o Rei dir-lhe-á: “Em verdade vos digo: todas às vezes que fizestes isso ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”. Deus não olha para o que se dá, mas para a intenção com que  a esmola é dada. A motivos meramente humanos, quando a caridade cristã não tem em mira outra coisa senão a glória de Deus.

24 de Janeiro

São Francisco de Sales

São Francisco, o grande apóstolo do seu tempo, modelo perfeito de santidade, protótipo de Bispo e sacerdote, nasceu em 1567, no castelo de Sales, próximo a Aneci, na Savoia. Os pais eram e alta nobreza e muito religiosos. Antes do nascimento do filho já o tinham consagrado a Deus. A mãe, Francisca, pedira a Deus que antes a privasse do prazer de ser mãe, do que permitir que desse à luz uma criança que tivesse a infelicidade de ser um inimigo do seu Criador.

A condessa velou com o máximo cuidado pela educação do filho, que, apesar do nascimento prematuro e da constituição fraquíssima, se desenvolveu admiravelmente.

O menino ia com ela à igreja, e pela palavra e exemplo, implantou ela no coração do filhinho profundo respeito à casa de Deus, amor à oração e ao culto divino. Freqüentemente lhe fazia uma leitura da vida dos Santos, condimentando-a com instruções adequadas. Francisco devia acompanhá-la até nas visitas que fazia aos pobres e doentes e era ele quem dava as esmolas aos necessitados.

Com uma docilidade admirável o menino aceitou as medidas educativas da mãe. De tenra idade ainda, já era amigo da oração, sincero no falar e agir, e compassivo com os que sofrem.

Tendo chegado o tempo do menino entregar-se aos estudos houve divergência entre os pais. Enquanto a mãe, receosa de expor o filho a perigos espirituais, opinava dever ministrar-lhe o ensino em casa, e para este fim tratar professores particulares, o conde era de opinião que Francisco devia fazer os estudos num colégio no meio de companheiros da mesma idade. Bem sabia que o estímulo muito favorece o progresso nas ciências. Tendo seis anos, Francisco freqüentou o colégio de Rocheville, e mais tarde o de Aneci. Os professores ficaram admirados do talento privilegiado do aluno. No meio dos trabalhos escolares, Francisco não se esquecia das práticas religiosas. Oração e leitura espiritual eram-lhe companheiros inseparáveis.

Bastante preparado nas matérias propedêuticas, era da vontade do pai, que Francisco seguisse para Paris, com o fim de completar os estudos.

Diante da separação do filho, a condessa redobrou de esforços para confirmá-lo na prática das virtudes. Mais do que nunca lhe recomendou o amor de Deus, a oração, a fuga do pecado e das más ocasiões. Muitas vezes lhe dizia: “Meu filho, prefiro ver-te morto a saber um dia que cometeste um pecado mortal”.

Em companhia de um sacerdote, a quem o cuidado paternal o tinha confiado, foi Francisco para a Capital. Algum tempo estudou retórica e filosofia no Colégio dos Jesuítas. Mais tarde frequentou a academia, onde praticou os exercícios de equitação, esgrima e dança, exercícios estes que fazia, não por inclinação, mas para obedecer à vontade do pai. Além disto dedicou-se ao estudo das línguas orientais e da teologia. Terminados os cursos em Paris, por ordem do pai seguiu para Pádua, onde devia ainda estudar direito civil e eclesiástico. Em todos os lugares Francisco se distinguiu vantajosamente entre os companheiros e embora, de gênio forte e impetuoso, para todos era modelo de virtude. Para se conservar no meio de tantos perigos o jovem estudante recebia semanalmente a santa Comunhão e em Paris, na igreja de Santo Estevão, fez, em honra de Nossa Senhora, o voto de castidade perpétua. Este mesmo voto mais tarde ele o renovou no Santuário de Loreto e guardou-o fielmente até o fim da vida. Sem que o soubesse, aconteceu certa vez, que se encontrasse na casa de uma pecadora. Mal, porém, percebeu quais eram as intenções da mulher, cuspiu-lhe na cara e fugiu.

Não com tanta facilidade pode desvencilhar-se das tentações, com que o demônio o atormentava. A paz que até então o acompanhara, deu lugar à tristeza, a uma aridez quase insuportável. Por fim martirizou-o a idéia de estar abandonando Deus, de não poder salvar uma só alma. As orações, mortificações e práticas de piedade figuravam-se-lhe meros recursos de hipocrisia e de nenhum valor. Estes tormentos interiores influíram-lhe desfavoravelmente na saúde. Com o apetite perdeu a boa disposição, o sono e o bom humor. Por entre lágrimas e suspiros, queixou-se a Deus de sua triste sorte. As seguintes palavras são a expressão nítida do sofrimento de sua alma torturada: “Ó meu Deus, teria eu então perdido a vossa graça, depois de ter tantas vezes experimentado o vosso amor, a vossa misericórdia ? Santa Maria ! Mãe de Deus ! Seria eu excluído da glória celestial ? Não permitais, eu vo-lo peço, que seja condenado a vos amaldiçoar e blasfemar no inferno!” Também esta tempestade, passou e Deus se dignou de livrar seu servo do pesadelo, que o oprimia. Um dia Francisco entrou numa igreja, onde avistou uma imagem de Nossa Senhora. Debaixo da imagem leu a oração de São Bernardo: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que as vós tem recorrido, fosse por vós desamparado”. Estas palavras foram-lhe um balsamo para o coração. Prostrado de joelhos, recitou com muito fervor a mesma oração, renovou o voto de castidade e acrescentou a seguinte declaração: “Ó minha Senhora e Rainha, sede minha intercessora junto de vosso Filho, perante o qual não me atrevo a comparecer. Queridíssima mãe, se tiver a infelicidade de não amar a Deus no outro mundo, alcançai-me a graça de amá-lo tanto mais enquanto aqui estou !” Feita esta oração, Francisco entregou-se sossegadamente à Divina Providência, e desde aquele dia, cessaram as insídias e perturbações diabólicas e tornou a voltar-lhe a paz e tranqüilidade, e com ela a saúde do corpo. Grato a Maria Santíssima, o Santo devotou-lhe ainda mais amor e não cessou de proclamar-lhe a grandeza, o poder e misericórdia.

Por vontade do pai, Francisco, terminado os estudos, havia de voltar para a terra natal, assumir o cargo de senador de Chambery e unir-se em casamento a uma fidalga da casa de Savóia. Francisco manifestou então o desejo de ordenar-se, resolução para a qual solicitou o consentimento dos pais. Conseguiu-o com muita dificuldade e depois de longa resistência. O Bispo Cláudio, de Genebra, administrou-lhe o sacramento da Ordem e do Papa recebeu a nomeação de preboste da Igreja de Genebra. Incumbido pelo Prelado da pregação de missões nas regiões do bispado, onde a heresia calvinista conseguira tomar pé, o neoprebístero dedicou-se à obra com todo o ardor. Incalculáveis eram os sacrifícios, perigos, até perseguições que encontrou no desempenho desta missão. Os hereges, vendo-se atacados com vigor, votaram ódio ao missionário e planejaram-lhe a morte. Deus, porém, protegeu seu ministro e este levou a obra da conversão dos hereges para dentro da cidade de Genebra. Corajosamente se dirigiu ao chefe do Calvinismo Beza convidando-o a abjurar o erro. Beza convenceu-se da verdade da Igreja Católica, mas não se animou a voltar para a casa paterna. Melhor resultado teve em outros lugares. Setenta e dois mil calvinistas abandonaram a seita e voltaram para o seio da Igreja Católica. Pela morte do Bispo Cláudio, a administração da diocese passou para Francisco. A nova dignidade fez ressaltar ainda mais as virtudes do jovem Prelado. Impelido por um zelo verdadeiramente apostólico, Francisco visitou a pé toda a diocese, visto que o Conselho da cidade tinha-lhe cortado todas as subvenções. Aos fiéis exortava à perseverança e a prática do bem; aos hereges com paciência e mansidão, mostrava-lhes os erros, e em toda a parte estabelecia o culto da Igreja Católica. Mais de uma vez convidou os mais eminentes oradores do Calvinismo para uma discussão pública; porém nenhum deles teve a coragem de medir-se com o Bispo católico, conhecendo-lhe a força de argumentação.

Nas horas vagas escreveu belíssimos livros religiosos, que têm sido e até hoje são muito apreciados.

Fundou, junto com Santa Joana Francisca de Chantal a Ordem da Visitação de Nossa Senhora, uma Ordem religiosa feminina contemplativa, que teve a aprovação apostólica e grata aceitação achou entre o povo católico.

Durante vinte anos tinha dirigido os destinos da diocese, e grandes foram os merecimentos de sua hábil e prudente administração, quando Deus houve por bem chamar o fiel servo à eterna recompensa. Negócios urgentes requereram a presença do Bispo em Lion, durante os dias de Natal, quando lhe sobreveio uma grave doença. Teve uma congestão cerebral, que lhe paralisou os membros, menos a língua. Entre os primeiros que o visitaram, achavam-se os Padres Jesuítas, aos quais disse: “Estais me vendo num estado, em que de nada preciso, a não ser da misericórdia divina. Peço que m’a alcanceis pela vossa oração”. Perguntado por um deles se estaria pronto a sujeitar-se à vontade de Deus, se ele lhe determinasse a morte, respondeu: “É bom esperar no Senhor: Para mim aquela hora é como qualquer outra. Deus é o Senhor. Que Ele de mim faça o que bem parecer. Nunca tive vontade diferente da sua”. Dito isto, fez a profissão da fé, na presença de muitas pessoas, para assim testemunhar, que sempre viveu na fé católica e nela queria morrer. Os santos Sacramentos recebeu-os com muita devoção. Durante os dias da doença permaneceu em contínua oração. Frequentes vezes rezava os seguintes versos dos Salmos: “ Meu coração e minha carne, alegraram-se no Senhor. Por toda a eternidade hei de cantar as misericórdias do Senhor. Quando comparecerei diante da vossa face ? Ó meu Deus, meu desejo a Vós se dirige, e meus suspiros Vós o conheceis. Meu Deus e meu tudo, meu desejo vai às colinas eternas. Purificai-me, Senhor, dos meus pecados; tirai de mim a minha culpa e purificai-me cada vez mais. Senhor, se faço falta ao vosso povo, não recuso o trabalho. Sou um servo inútil, de quem nem Deus, nem o povo têm necessidade.

Quando entrou em agonia, os circunstantes, de joelhos, rezaram a ladainha de Todos os Santos. Á invocação: Santos Inocentes, rogai por ele, Francisco exalou sua bela alma. Era o dia 28 de dezembro de 1622. O Santo tinha chegado à idade de 56 anos.

O coração do santo Bispo foi solenemente transportado para o convento da Visitação em Lion; o corpo descansa no convento da mesma Congregação em Aneci. Os milagres com que Deus glorificou o túmulo do seu servo, são numerosos. O próprio Papa Alexandre VII, que em 1665 inseriu o nome de Francisco no catálogo dos Santos, por intercessão do mesmo ficou livre de um mal incurável. A bula da canonização enumera, entre os milagres provados e documentados, a cura de um cego de nascimento, de quatro paralíticos e a ressurreição de dois mortos.

Em 1923 foi declarado Doutor da Igreja e Padroeiro da Imprensa e dos jornalistas católicos.

Reflexões:

São Francisco de Sales era de índole irascível e intratável. A ira é um vício muito comum, mesmo entre os cristãos. Muitos daqueles que se irritam por qualquer coisa e se excedem em palavras ásperas ou mesmo blasfemas; conhecendo embora seu defeito, em vez de o combater, como fez São Francisco, se desculpam, dizendo: “este é meu gênio, não está em mim conter-me: sou muito nervoso, etc.” São desculpas do egoísmo, a preguiça e do comodismo. A ira é um dos vícios mais perigosos e causadores de muitos pecados. Se notares em ti uma inclinação para esta paixão não te desculpes com teu gênio, mas trata de modificá-lo, embora isto te custe muito. Observa o conselho de Santo Agostinho que diz: “Se a ira te tentar, resiste-lhe fortemente, e não te deixes arrastar a imprudências e excesso no falar e castigar. Acalma-te primeiro, para então depois falar e castigar. A ira deve obedecer à tua vontade e não vice-versa”. “Cada um de vós – diz São Tiago – seja pronto para ouvir; porém, tardo no falar e tardo para se irar. Porque a ira do homem não cumpre a justiça de Deus” (1, 19).

São Francisco conseguiu uma brilhante vitória sobre seu gênio impetuoso e irascível. Esta vitória alias, custou anos de árduo combate e implacável luta.

São Francisco de Sales é o padroeiro da Boa Imprensa. A Imprensa é uma potência para o bem e para o mal. É uma das mais belas conquistas do gênio humano. Infelizmente o inimigo do homem, o espírito das trevas apoderou-se deste belo invento, fazendo dele uma arma formidável, para ferir de morte as almas remidas pelo sangue de Cristo. Cidade, país não há, onde a majestade das trevas não tenha ministros, adeptos e apóstolos que, servindo-se da imprensa, infiltram nas almas o veneno da impiedade, da incredulidade, da supertição, da imoralidade. A má imprensa é o polvo, que adstringe a humanidade, num amplexo asfixiador. Cooperador da má imprensa, missionário desta empresa satânica é todo aquele que a favorece e suborna, pela leitura, pela compra, pela colaboração e pelo auxílio material. Houve quem dissesse que São Pedro se voltasse ao mundo, se dedicaria à missão da boa imprensa. Como católico, deves combater a má imprensa e em hipótese alguma concorrer para maior incremento – pelo contrário, deves ser amigo e apóstolo da Boa Imprensa. A má imprensa representa a causa de Lúcifer; a Boa Imprensa é a defensora da causa de Cristo.

Foto: São Francisco de Sales
(24 de Janeiro)

São Francisco, o grande apóstolo do seu tempo, modelo perfeito de santidade, protótipo de Bispo e sacerdote, nasceu em 1567, no castelo de Sales, próximo a Aneci, na Savoia. Os pais eram e alta nobreza e muito religiosos. Antes do nascimento do filho já o tinham consagrado a Deus. A mãe, Francisca, pedira a Deus que antes a privasse do prazer de ser mãe, do que permitir que desse à luz uma criança que tivesse a infelicidade de ser um inimigo do seu Criador.

A condessa velou com o máximo cuidado pela educação do filho, que, apesar do nascimento prematuro e da constituição fraquíssima, se desenvolveu admiravelmente.

O menino ia com ela à igreja, e pela palavra e exemplo, implantou ela no coração do filhinho profundo respeito à casa de Deus, amor à oração e ao culto divino. Freqüentemente lhe fazia uma leitura da vida dos Santos, condimentando-a com instruções adequadas. Francisco devia acompanhá-la até nas visitas que fazia aos pobres e doentes e era ele quem dava as esmolas aos necessitados.

Com uma docilidade admirável o menino aceitou as medidas educativas da mãe. De tenra idade ainda, já era amigo da oração, sincero no falar e agir, e compassivo com os que sofrem.

Tendo chegado o tempo do menino entregar-se aos estudos houve divergência entre os pais. Enquanto a mãe, receosa de expor o filho a perigos espirituais, opinava dever ministrar-lhe o ensino em casa, e para este fim tratar professores particulares, o conde era de opinião que Francisco devia fazer os estudos num colégio no meio de companheiros da mesma idade. Bem sabia que o estímulo muito favorece o progresso nas ciências. Tendo seis anos, Francisco freqüentou o colégio de Rocheville, e mais tarde o de Aneci. Os professores ficaram admirados do talento privilegiado do aluno. No meio dos trabalhos escolares, Francisco não se esquecia das práticas religiosas. Oração e leitura espiritual eram-lhe companheiros inseparáveis.

Bastante preparado nas matérias propedêuticas, era da vontade do pai, que Francisco seguisse para Paris, com o fim de completar os estudos.

Diante da separação do filho, a condessa redobrou de esforços para confirmá-lo na prática das virtudes. Mais do que nunca lhe recomendou o amor de Deus, a oração, a fuga do pecado e das más ocasiões. Muitas vezes lhe dizia: “Meu filho, prefiro ver-te morto a saber um dia que cometeste um pecado mortal”.

Em companhia de um sacerdote, a quem o cuidado paternal o tinha confiado, foi Francisco para a Capital. Algum tempo estudou retórica e filosofia no Colégio dos Jesuítas. Mais tarde frequentou a academia, onde praticou os exercícios de equitação, esgrima e dança, exercícios estes que fazia, não por inclinação, mas para obedecer à vontade do pai. Além disto dedicou-se ao estudo das línguas orientais e da teologia. Terminados os cursos em Paris, por ordem do pai seguiu para Pádua, onde devia ainda estudar direito civil e eclesiástico. Em todos os lugares Francisco se distinguiu vantajosamente entre os companheiros e embora, de gênio forte e impetuoso, para todos era modelo de virtude. Para se conservar no meio de tantos perigos o jovem estudante recebia semanalmente a santa Comunhão e em Paris, na igreja de Santo Estevão, fez, em honra de Nossa Senhora, o voto de castidade perpétua. Este mesmo voto mais tarde ele o renovou no Santuário de Loreto e guardou-o fielmente até o fim da vida. Sem que o soubesse, aconteceu certa vez, que se encontrasse na casa de uma pecadora. Mal, porém, percebeu quais eram as intenções da mulher, cuspiu-lhe na cara e fugiu.

Não com tanta facilidade pode desvencilhar-se das tentações, com que o demônio o atormentava. A paz que até então o acompanhara, deu lugar à tristeza, a uma aridez quase insuportável. Por fim martirizou-o a idéia de estar abandonando Deus, de não poder salvar uma só alma. As orações, mortificações e práticas de piedade figuravam-se-lhe meros recursos de hipocrisia e de nenhum valor. Estes tormentos interiores influíram-lhe desfavoravelmente na saúde. Com o apetite perdeu a boa disposição, o sono e o bom humor. Por entre lágrimas e suspiros, queixou-se a Deus de sua triste sorte. As seguintes palavras são a expressão nítida do sofrimento de sua alma torturada: “Ó meu Deus, teria eu então perdido a vossa graça, depois de ter tantas vezes experimentado o vosso amor, a vossa misericórdia ? Santa Maria ! Mãe de Deus ! Seria eu excluído da glória celestial ? Não permitais, eu vo-lo peço, que seja condenado a vos amaldiçoar e blasfemar no inferno!” Também esta tempestade, passou e Deus se dignou de livrar seu servo do pesadelo, que o oprimia. Um dia Francisco entrou numa igreja, onde avistou uma imagem de Nossa Senhora. Debaixo da imagem leu a oração de São Bernardo: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que as vós tem recorrido, fosse por vós desamparado”. Estas palavras foram-lhe um balsamo para o coração. Prostrado de joelhos, recitou com muito fervor a mesma oração, renovou o voto de castidade e acrescentou a seguinte declaração: “Ó minha Senhora e Rainha, sede minha intercessora junto de vosso Filho, perante o qual não me atrevo a comparecer. Queridíssima mãe, se tiver a infelicidade de não amar a Deus no outro mundo, alcançai-me a graça de amá-lo tanto mais enquanto aqui estou !” Feita esta oração, Francisco entregou-se sossegadamente à Divina Providência, e desde aquele dia, cessaram as insídias e perturbações diabólicas e tornou a voltar-lhe a paz e tranqüilidade, e com ela a saúde do corpo. Grato a Maria Santíssima, o Santo devotou-lhe ainda mais amor e não cessou de proclamar-lhe a grandeza, o poder e misericórdia.

Por vontade do pai, Francisco, terminado os estudos, havia de voltar para a terra natal, assumir o cargo de senador de Chambery e unir-se em casamento a uma fidalga da casa de Savóia. Francisco manifestou então o desejo de ordenar-se, resolução para a qual solicitou o consentimento dos pais. Conseguiu-o com muita dificuldade e depois de longa resistência. O Bispo Cláudio, de Genebra, administrou-lhe o sacramento da Ordem e do Papa recebeu a nomeação de preboste da Igreja de Genebra. Incumbido pelo Prelado da pregação de missões nas regiões do bispado, onde a heresia calvinista conseguira tomar pé, o neoprebístero dedicou-se à obra com todo o ardor. Incalculáveis eram os sacrifícios, perigos, até perseguições que encontrou no desempenho desta missão. Os hereges, vendo-se atacados com vigor, votaram ódio ao missionário e planejaram-lhe a morte. Deus, porém, protegeu seu ministro e este levou a obra da conversão dos hereges para dentro da cidade de Genebra. Corajosamente se dirigiu ao chefe do Calvinismo Beza convidando-o a abjurar o erro. Beza convenceu-se da verdade da Igreja Católica, mas não se animou a voltar para a casa paterna. Melhor resultado teve em outros lugares. Setenta e dois mil calvinistas abandonaram a seita e voltaram para o seio da Igreja Católica. Pela morte do Bispo Cláudio, a administração da diocese passou para Francisco. A nova dignidade fez ressaltar ainda mais as virtudes do jovem Prelado. Impelido por um zelo verdadeiramente apostólico, Francisco visitou a pé toda a diocese, visto que o Conselho da cidade tinha-lhe cortado todas as subvenções. Aos fiéis exortava à perseverança e a prática do bem; aos hereges com paciência e mansidão, mostrava-lhes os erros, e em toda a parte estabelecia o culto da Igreja Católica. Mais de uma vez convidou os mais eminentes oradores do Calvinismo para uma discussão pública; porém nenhum deles teve a coragem de medir-se com o Bispo católico, conhecendo-lhe a força de argumentação.

Nas horas vagas escreveu belíssimos livros religiosos, que têm sido e até hoje são muito apreciados.

Fundou, junto com Santa Joana Francisca de Chantal a Ordem da Visitação de Nossa Senhora, uma Ordem religiosa feminina contemplativa, que teve a aprovação apostólica e grata aceitação achou entre o povo católico.

Durante vinte anos tinha dirigido os destinos da diocese, e grandes foram os merecimentos de sua hábil e prudente administração, quando Deus houve por bem chamar o fiel servo à eterna recompensa. Negócios urgentes requereram a presença do Bispo em Lion, durante os dias de Natal, quando lhe sobreveio uma grave doença. Teve uma congestão cerebral, que lhe paralisou os membros, menos a língua. Entre os primeiros que o visitaram, achavam-se os Padres Jesuítas, aos quais disse: “Estais me vendo num estado, em que de nada preciso, a não ser da misericórdia divina. Peço que m’a alcanceis pela vossa oração”. Perguntado por um deles se estaria pronto a sujeitar-se à vontade de Deus, se ele lhe determinasse a morte, respondeu: “É bom esperar no Senhor: Para mim aquela hora é como qualquer outra. Deus é o Senhor. Que Ele de mim faça o que bem parecer. Nunca tive vontade diferente da sua”. Dito isto, fez a profissão da fé, na presença de muitas pessoas, para assim testemunhar, que sempre viveu na fé católica e nela queria morrer. Os santos Sacramentos recebeu-os com muita devoção. Durante os dias da doença permaneceu em contínua oração. Frequentes vezes rezava os seguintes versos dos Salmos: “ Meu coração e minha carne, alegraram-se no Senhor. Por toda a eternidade hei de cantar as misericórdias do Senhor. Quando comparecerei diante da vossa face ? Ó meu Deus, meu desejo a Vós se dirige, e meus suspiros Vós o conheceis. Meu Deus e meu tudo, meu desejo vai às colinas eternas. Purificai-me, Senhor, dos meus pecados; tirai de mim a minha culpa e purificai-me cada vez mais. Senhor, se faço falta ao vosso povo, não recuso o trabalho. Sou um servo inútil, de quem nem Deus, nem o povo têm necessidade.

Quando entrou em agonia, os circunstantes, de joelhos, rezaram a ladainha de Todos os Santos. Á invocação: Santos Inocentes, rogai por ele, Francisco exalou sua bela alma. Era o dia 28 de dezembro de 1622. O Santo tinha chegado à idade de 56 anos.

O coração do santo Bispo foi solenemente transportado para o convento da Visitação em Lion; o corpo descansa no convento da mesma Congregação em Aneci. Os milagres com que Deus glorificou o túmulo do seu servo, são numerosos. O próprio Papa Alexandre VII, que em 1665 inseriu o nome de Francisco no catálogo dos Santos, por intercessão do mesmo ficou livre de um mal incurável. A bula da canonização enumera, entre os milagres provados e documentados, a cura de um cego de nascimento, de quatro paralíticos e a ressurreição de dois mortos.

Em 1923 foi declarado Doutor da Igreja e Padroeiro da Imprensa e dos jornalistas católicos.

Reflexões:

São Francisco de Sales era de índole irascível e intratável. A ira é um vício muito comum, mesmo entre os cristãos. Muitos daqueles que se irritam por qualquer coisa e se excedem em palavras ásperas ou mesmo blasfemas; conhecendo embora seu defeito, em vez de o combater, como fez São Francisco, se desculpam, dizendo: “este é meu gênio, não está em mim conter-me: sou muito nervoso, etc.” São desculpas do egoísmo, a preguiça e do comodismo. A ira é um dos vícios mais perigosos e causadores de muitos pecados. Se notares em ti uma inclinação para esta paixão não te desculpes com teu gênio, mas trata de modificá-lo, embora isto te custe muito. Observa o conselho de Santo Agostinho que diz: “Se a ira te tentar, resiste-lhe fortemente, e não te deixes arrastar a imprudências e excesso no falar e castigar. Acalma-te primeiro, para então depois falar e castigar. A ira deve obedecer à tua vontade e não vice-versa”. “Cada um de vós – diz São Tiago – seja pronto para ouvir; porém, tardo no falar e tardo para se irar. Porque a ira do homem não cumpre a justiça de Deus” (1, 19).

São Francisco conseguiu uma brilhante vitória sobre seu gênio impetuoso e irascível. Esta vitória alias, custou anos de árduo combate e implacável luta.

São Francisco de Sales é o padroeiro da Boa Imprensa. A Imprensa é uma potência para o bem e para o mal. É uma das mais belas conquistas do gênio humano. Infelizmente o inimigo do homem, o espírito das trevas apoderou-se deste belo invento, fazendo dele uma arma formidável, para ferir de morte as almas remidas pelo sangue de Cristo. Cidade, país não há, onde a majestade das trevas não tenha ministros, adeptos e apóstolos que, servindo-se da imprensa, infiltram nas almas o veneno da impiedade, da incredulidade, da supertição, da imoralidade. A má imprensa é o polvo, que adstringe a humanidade, num amplexo asfixiador. Cooperador da má imprensa, missionário desta empresa satânica é todo aquele que a favorece e suborna, pela leitura, pela compra, pela colaboração e pelo auxílio material. Houve quem dissesse que São Pedro se voltasse ao mundo, se dedicaria à missão da boa imprensa. Como católico, deves combater a má imprensa e em hipótese alguma concorrer para maior incremento – pelo contrário, deves ser amigo e apóstolo da Boa Imprensa. A má imprensa representa a causa de Lúcifer; a Boa Imprensa é a defensora da causa de Cristo.

25 de Janeiro

Conversão de São Paulo

A conversão mais extraordinária que se deu depois da Ascensão de Nosso Senhor, foi a de Paulo. Discípulo do sábio mestre Gamaliel, era Paulo havido por homem de grande inteligência e de espírito superior, gozando, portanto, de certa consideração na alta sociedade de Jerusalém. A sua conversão inesperada, de certo causou sensação extraordinária na capital do judaismo. Conhecido de todos, como inimigo fidagal da religião de Cristo e seu cruel perseguidor, era natural que a notícia dessa conversão fosse pelos Apóstolos recebida com muito cepticismo e grande desconfiança.

Depois do acontecimento grandioso da conversão, Paulo ficou alguns dias em Damasco. Causou grande confusão entre os ouvintes, na Sinagoga daquela cidade, a narração da visão que teve, e o ardor com que se confessava em favor de Cristo e de sua doutrina. De Damasco se dirigiu para a solidão da Arábia, onde ficou três anos, fazendo grandes penitências e entregando-se ao estudo da religião. Passado esse tempo, voltou a Damasco, onde foi muito mal recebido pelos Judeus, que quiseram matá-lo. Vigiaram a casa onde estava e foi devido à dedicação de alguns cristãos, que conseguiu fugir, descendo num cesto pelo muro afora.

Em Jerusalém, para onde se dirigiu então foi-lhe difícil achegar-se aos Apóstolos, que o temiam, e não disfarçavam a desconfiança que lhes inspirava aquela conversão. Foi por intermédio de Barnabé, que Paulo conseguiu ser-lhes apresentado. Desde que os Apóstolos se convenceram da verdade e solidez da conversão, com eles ia a vinha em Jerusalém, procurando sempre o contato com os gentios. Os judeus, por seu turno, não lhe perdoaram a apostasia e tramaram contra sua existência. Por esse motivo deixou Jerusalém e foi por Cesaréia para Tarso, sua terra natal, onde permaneceu três anos, pregando o nome e a doutrina de Jesus nas regiões da Síria e Cilícia.

Essa pregação teve por resultado a conversão de muita gente. Em companhia de Barnabé seguiu para Antióquia, onde fundaram a primeira comunidade cristã. Achando-se a Igreja de Jerusalém em situação aflitiva, em conseqüência da guerra que lhe fazia a sinagoga, Paulo e Barnabé arrecadaram esmolas, com que socorreram os irmãos na metrópole. Em Jerusalém receberam ordem de continuar a pregação entre os gentios. De Antióquia dirigiram-se para a Seleucia e daí foram para a ilha de Chipre. Percorrida toda a ilha até Pafos, foram chamados para junto do proconsul Sérgio Paulo, homem reto que desejava ouvir a Palavra de Deus. Um mago, judeu, falso profeta, chamado Simão, procurou desviá-lo da fé. Paulo, cheio do Espírito Santo, encarando-o em face disse-lhe: "Filho do diabo, inimigo de toda justiça, eis que a mão de Deus te castiga; não verás mais por algum tempo a luz do sol". Logo espêssas trevas o cercaram e tateava, procurando quem o guiasse. À vista disto, o proconsul se converteu.

De Pafos, Paulo com o companheiro, passou para Perga e de lá para Antióquia. Houve tantas conversões, que os judeus, enchendo-se de inveja, moveram perseguição contra os Apóstolos. Estes, então, se retiraram e foram-se para Listra, passando por Iconium.

Em Listra havia um paralítico que recuperou a saúde pela imposição das mãos de Paulo. O povo, vendo isto, julgou estar em presença de deuses e quis dar-lhe honras divinas. Os judeus, perseguindo sempre o Apóstolo, vieram de Antióquia, prenderam-no, levaram-no para fora da cidade, apedrejaram-no, deixando-o como morto. No dia seguinte, porém, seguiu para Derbéia, onde ganhou muitos discípulos.

Quando mais tarde voltou outra vez para Antióquia, pode contar, em grande assembléia, os progressos que a religião de Jesus tinha feito.

Surgia entre os discípulos uma controvérsia, sobre a aplicação da lei da circuncisão aos gentios recém-convertidos. Numa reunião que houve em Jerusalém, à qual também compareceram também Paulo e Barnabé, foi decidido que os convertidos do paganismo não seriam obrigados à circuncisão.

Fazendo de Antióquia ponto de partida, Paulo e Barnabé visitaram todas as cidades da Ásia Menor, porque tinham passado na primeira viagem. Em Troas teve Paulo uma visão: Em pé, diante dele, um Macedônio suplicava-lhe: "Passa à Macedônia, e vem em nosso socorro!" Paulo embarcou com Silas, Timóteo e Lucas para Filipes. Em Filipes libertou do demônio uma empregada, que, possessa do espírito adivinhatório, dava lucros avultados aos amos. Estes, vendo-se prejudicados seus interesses, levantaram o povo contra Paulo e Silas, arrastaram-nos diante do tribunal e disseram: "Estes homens põem em desordem a nossa cidade". A autoridade mandou-os açoitar com varas e, metidos no cárcere, foram presos ao "tronco". À noite, um forte terremoto abalou a cidade toda. As portas da prisão abriram-se e as cadeias dos prisioneiros caíram. O Carcereiro, estupefato e apavorado, fez-se batizar imediatamente com toda a família.

De Filipes Paulo foi para Anfipolis, Apolônia, Tessalônica e Beréia e daí até Atenas. Em Atenas Paulo pregou aos judeus na Sinagoga, aos pagãos na praça pública. Convidado para falar no Areófago, disse Paulo: " Cidadãos de Atenas! Um dia destes percorrendo vossa cidade e considerando os objetos do vosso culto, notei entre outros, um altar, com a inscrição: 'Ao Deus desconhecido'. Aquele Deus a quem venerais, sem o conhecer, é o que venho anunciar-vos". Quando depois passou a falar da ressurreição, uns escarneciam, outros disseram: "Falar-nos-á outra vez sobre este assunto". Houve algumas conversões, por exemplo a de Dionísio, membro do Supremo Tribunal. De Atenas, Paulo foi para Corinto, onde pregou o Evangelho durante um ano e seis meses. De Corinto passou para Efeso, de Efeso para Cesaréia, Jerusalém e Antióquia.

Em outra viagem, após breve espaço de tempo, Paulo visitou todas as Igrejas da Ásia . Em Efeso batizou 12 discípulos e impôs-lhe as mãos, chamando sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar línguas e profetizar.

Três anos passou Paulo em Efeso, permanência assinalada por muitos milagres. Curaram-se doentes, aos quais aplicaram o sudário e a cinta de São Paulo. Inúmeros demônios foram expulsos das suas vítimas. Muitos fiéis vieram confessar os pecados.

Os judeus não deixaram de odiar a Paulo e continuaram a perseguí-lo. Antes de se despedir de Efeso e Mileto, foi São Paulo avisado pelo Espírito Santo, que em Jerusalém havia de encontrar muita tribulação; e assim aconteceu. Mal tinha chegado a Jerusalém, os judeus apoderaram-se dele e teriam-no matado , se o tribuno da corte romana não lho tivesse arrebatado das mãos. Ainda assim, mandou metê-lo a ferros e encarcerá-lo. De noite Jesus Cristo apareceu a Paulo e lhe disse: " Coragem! Como deste testemunho de mim em Jerusalém, o mesmo farás em Roma".

Como os judeus insistissem na sua condenação, o tribunal romano mandou conduzí-lo de noite, com uma escolta, ao governador Felix, em Cesaréia. Lé ficou dois anos, até que Felix teve por sucessor a Festo. Os judeus pediram a este a transferência do prisioneiro para Jerusalém, pensando matá-lo em viagem. Festo perguntou a Paulo: "Queres ser julgado em Jerusalém, no meu tribunal?" Paulo respondeu: "Apelo para Cesar!" Festo: " Apelaste para Cesar, diante de Cesar comparecerás!"

Marcada a partida, Paulo tomou passagem no navio, com Lucas e muitos outros presos. A viagem foi penosíssima e o navio ancorou na ilha de Creta. Paulo aconselhou a passarem o inverno lá, mas essa opinião não teve apoio dos outros e continuaram a viagem. Uma grande tempestade, no alto mar, pôs em perigo a vida de todos e só depois de 15 dias, cheios de aflições, abordaram a ilha de Malta. O navio despedaçou-se, como predissera Paulo, mas os passageiros, em número de 276, chegaram à praia sãos e salvos.

Durante os três meses de parada na ilha de malta, Paulo curou muitos doentes dos insulares que lhe fizeram honrosas manifestações.

De Malta seguiram para Roma, onde Paulo ficou alojado em casa particular, com o soldado que o guardava. Dois anos ficou o Apóstolo em Roma, fazendo bm, onde se lhe oferecia ocasião, e pregando a doutrina de Cristo. O zêlo não lhe deu descanso. Passados os dois anos de cativeiro, Paulo foi à Espanha; de lá voltou ao Oriente, onde visitou as Igrejas de Efeso, de Crea, da Macedônia e de Mileto.

É admirável como o apóstolo, no meio de tantos trabalhos apostólicos, teve ainda tempo para escrever 14 Epístolas a particulares e a diversas Igrejas.

Dois anos foram-se com essas viagens apostólicas, quando Paulo voltou a Roma, onde era imperador Nero, o monstro purpurado. Na metrópole do império sofreu o martírio junto com São Pedro. Na qualidade de cidadão romano, foi degolado. Era o ano 67 depois de Jesus Cristo. Uma parte das relíquias de São Paulo descansam na basílica de São Pedro, ao lado das relíquias do príncipe dos Apóstolos.

Reflexões:

São Paulo é chamado o Apóstolo dos Gentios. realmente é admirável sua atividade na propagação da fé. De perseguidor de Jesus Cristo fez-se um Apóstolo da Igreja, um missionário, o modelo dos missionários de todos os tempos. As Epístolas de São Paulo dão-nos uma imagem nítida das suas lutas, dificuldades, provações e tribulações de toda a sorte. Mas em tudo venceu o amor a Jesus, a Jesus crucificado. São Paulo é um gigante no amor ao Salvador. "Jesus é minha vida", confessa ele, e para Jesus não havia trabalho que não fizesse, dificuldade que não vencesse. No fim da vida, pôde, em verdade, dizer: "Combati o bom combate, terminei a carreira e conservei a fé". Para que possamos afirmar a mesma coisa, é preciso que imitemos o grande Apóstolo no imenso amor a Jesus e à Santa Igreja. É preciso que com ele, sacrifiquemos a nossa carne., demos desprezo ao mundo, tenhamos amor aos nossos irmãos, sejamos castos e puros, e da nossa vida façamos um hino de louvor a Deus. Destarte, seremos herdeiros da coroa, que nos dará o justo juiz no dia da recompensa.

Foto: Conversão de São Paulo
(25 de Janeiro)

A conversão mais extraordinária que se deu depois da  Ascensão de Nosso Senhor, foi a de  Paulo. Discípulo do sábio mestre Gamaliel, era Paulo  havido  por  homem de grande inteligência e de espírito superior, gozando, portanto, de certa consideração na alta sociedade de  Jerusalém. A sua  conversão inesperada, de certo causou sensação extraordinária na capital do judaismo. Conhecido de  todos, como inimigo fidagal da  religião de Cristo e seu cruel perseguidor, era natural que a notícia dessa  conversão fosse pelos  Apóstolos recebida  com muito cepticismo e grande desconfiança. 

Depois do  acontecimento grandioso  da  conversão, Paulo ficou alguns dias em Damasco. Causou grande confusão entre os ouvintes, na Sinagoga daquela  cidade, a narração da visão que teve, e o ardor com que se  confessava em favor de Cristo e de sua doutrina. De Damasco se dirigiu para a solidão da Arábia, onde ficou três anos, fazendo grandes penitências e  entregando-se ao estudo da religião. Passado esse  tempo, voltou a Damasco, onde foi muito mal recebido pelos Judeus, que quiseram matá-lo. Vigiaram  a  casa onde estava e  foi devido à dedicação de alguns cristãos, que conseguiu fugir, descendo num cesto pelo muro afora. 

Em Jerusalém, para onde  se  dirigiu então  foi-lhe difícil achegar-se aos Apóstolos, que o temiam, e não disfarçavam a  desconfiança  que  lhes inspirava  aquela conversão.  Foi por intermédio de Barnabé, que Paulo  conseguiu ser-lhes  apresentado.   Desde que os Apóstolos se  convenceram da verdade e  solidez da conversão, com eles  ia a vinha em Jerusalém, procurando sempre o contato  com os gentios. Os judeus, por seu turno, não  lhe perdoaram  a apostasia e tramaram contra sua existência. Por esse  motivo deixou Jerusalém e  foi por Cesaréia para Tarso, sua terra natal, onde permaneceu três anos, pregando o  nome e a doutrina de Jesus nas regiões da Síria  e  Cilícia. 

Essa pregação teve por resultado a  conversão de muita gente. Em companhia de  Barnabé seguiu para Antióquia, onde fundaram a primeira  comunidade cristã. Achando-se a Igreja de Jerusalém em situação aflitiva, em conseqüência da  guerra  que lhe fazia  a  sinagoga, Paulo e Barnabé arrecadaram esmolas, com que socorreram os  irmãos  na metrópole. Em Jerusalém receberam ordem de continuar a  pregação entre os gentios. De Antióquia dirigiram-se  para a  Seleucia e  daí foram para a ilha de  Chipre. Percorrida  toda a ilha até  Pafos, foram chamados para junto do proconsul Sérgio Paulo, homem  reto que desejava ouvir a Palavra de Deus. Um  mago, judeu, falso profeta, chamado Simão, procurou desviá-lo da fé. Paulo, cheio do Espírito Santo,  encarando-o em face disse-lhe:

26 de Janeiro

São Timóteo

Os termos elogiosos com que São Paulo enaltece as virtudes de seu discípulo Timóteo, são provas do alto valor do mesmo. Nas epístolas do Apóstolo das gentes lemos expressões como: meu diletíssimo filho, meu fiel colaborador, servo de Cristo, meu Irmão e Servo de Deus no Evangelho, que não procura a si, mas a Cristo, Nosso Senhor – todas referentes a Timóteo.

Timóteo nasceu em Listra, na Licaônia. O pai era pagão, casado com uma hebréia, de nome Eunice, mãe de Timóteo. Eunice abraçou a religião de Cristo, quando São Paulo esteve em Listra. De sua mãe Timóteo recebeu o espírito cristão. Na sua segunda chegada a Listra, São Paulo levou consigo o jovem Timóteo, na travessia pela Ásia Menor. Timóteo tinha então apenas 20 anos. Os dois Apóstolos passaram pela Macedônia, pregaram aos Tessalonicenses, aos Filipenses e aos Beroenses. Os judeus expulsaram a São Paulo e ficou Timóteo continuando a obra da pregação. Mais tarde o vemos em Atenas, para onde o mestre o tinha mandado. Uma cruel perseguição, que viera sobre os cristãos em Tessalônica, fez com que Timóteo para lá voltasse, para confortar e consolar os irmãos em Cristo. De Tessalônica se dirigiu a Corinto, onde novamente se encontrou com São Paulo. Coincide com esta época a composição da epístola de São Paulo aos Tessalonicenses. De Corinto continuaram a viagem e chegaram a Jerusalém e Éfeso. São Paulo mandou Timóteo e Erasto para Macedônia, com a ordem de arrecadar subsídios para os cristãos perseguidos em Jerusalém.

Havendo-se introduzido abusos na Igreja de Corinto, para lá voltou Timóteo, acompanhado de uma carta recomendatícia do mestre. (I Cor. 16, 10). Este o esperou na Ásia, para depois em sua companhia ir a Macedônia e Acáia. Voltando para a Palestina, o Apóstolo foi preso e passou dois anos na prisão. É provável que Timóteo tenha sido seu companheiro nesta nova provação. Paulo foi levado para Roma e Timóteo posto em liberdade. Quando Paulo voltou de Roma, Timóteo já era bispo, e nesta qualidade foi pelo mestre mandado para Éfeso, donde devia governar a Igreja da Ásia Menor.

Paulo achava-se na Macedônia, quando escreveu a I.ª epístola a Timóteo. Uma segunda foi escrita em Roma, em 65. Ambas as epístolas são documentos preciosíssimos, em que o grande Apóstolo revela a amizade que o ligava ao discípulo. Convida-o com muito empenho para que o visite em Roma e lhe dê a satisfação de vê-lo mais uma vez, antes de morrer; dá-lhe instruções úteis sobre o modo como se deve haver com os hereges; prediz novas heresias e suas conseqüências, (2 Tim. 31, 2).

Das epístolas de São Paulo deduzimos que Timóteo era muito mortificado. Sofrendo de fraqueza de estômago, o mestre aconselhava-o tomar de vez em quando um pouco de vinho.

São Timóteo é considerado primeiro Bispo de Éfeso, que lá se achava quando chegou São João Evangelista para assumir a direção das Igrejas da Ásia.

As atas do martírio de São Timóteo, que datam do quinto ou sexto século, dizem da sua morte o seguinte: No ano de 97, quando era imperador Nerva, os pagãos fizeram uma grande festa em homenagem aos deuses, e nesta ocasião organizaram um préstito, cometendo muitas indignidades. Timóteo, vendo esta abominação, pôs-se no meio dos idólatras e verberou-lhes energicamente o procedimento escandaloso. Esta franqueza apostólica provocou uma ira tal da parte dos pagãos, que se precipitaram contra ele e o mataram a pedradas e pauladas.

Reflexões:

O jejum era fiel e inseparável companheiro dos trabalhos apostólicos de São Timóteo. A Igreja impõe o jejum a seus filhos como uma lei de grave obrigação. Tantas porém, são as desculpas alegadas, que praticamente é um número reduzidíssimo de cristãos que a cumprem. O nosso tempo tem horror ao sacrifício. Quando então é um sacrifício imposto pela religião, qualquer motivo serve para muitos se lhe eximirem do cumprimento do mesmo. A praxe dos Santos é inteiramente diferente. Os Santos ligam muita importância às mortificações do corpo, privando-se voluntariamente de prazeres lícitos, para com maior facilidade se poderem afastar dos ilícitos. (São Gregório). Sem as mortificações da carne, será difícil, senão impossível, vencer e dominar as paixões. “Sinto em meu corpo uma outra lei, que contraria a lei do espírito”, confessa o próprio São Paulo. É o mesmo Apóstolo que diz: “Aqueles que pretendem pertencer a Cristo, devem crucificar a carne, com seus apetites”. (Gal. 5, 24). Se o Apóstolo São Paulo, se seu discípulo São Timóteo acharam necessário “castigar o corpo e reduzi-lo à servidão” (1. Cor. 9, 27), como podem então o jejum e a abstinência ser consideradas medidas exageradas de penitência, por aqueles que trazem constantemente no corpo a lei do pecado?

A Igreja não exige de seus filhos a execução de penitências que debilitem o organismo ou prejudiquem a saúde. Estão isentos da lei do jejum todos aqueles, que por causa da idade, de trabalhos pesados e de doença, não se acham em condições de cumpri-la. Mas aqueles outros que muito bem podiam jejuar, não deviam fazer uma interpretação mais larga da lei utilíssima e não procurar toda a sorte de desculpas para dela se eximir. Nos tempos em que os homens eram mais santos, mais puros e crentes, havia mais consciência também neste ponto, e a lei do jejum era observada com todo o rigor, sem murmuração alguma. Em nosso século, porém, que tem o estigma de material, sensual, tíbio e moderno; neste século, onde a sensualidade e a sede dos prazeres enchem a atmosfera, há reclamações, protestos e objeções de toda sorte contra a abstinência e o jejum. Que será de nós, se em vez de crucificar a nossa carne, cada vez mais a lisonjeamos? Grandes servos de Deus, na incerteza de salvar a alma, recorriam à penitência – e nós, infelizes escravos da concupiscência, vítimas das nossas paixões, pretendemos poder andar sossegadamente no largo caminho da perdição, procurando alarga-lo ainda mais? Como falou Cristo? “Estreita é a porta e apertado o caminho, que guia para a vida eterna”. (Mt. 7, 24).

Foto: São Timóteo
(26 de Janeiro)

Os termos  elogiosos com que São Paulo enaltece as virtudes de seu discípulo Timóteo, são provas do alto valor do mesmo.  Nas epístolas do Apóstolo das gentes lemos expressões como: meu diletíssimo  filho, meu fiel colaborador, servo de Cristo, meu Irmão e Servo de Deus no Evangelho, que não procura  a si, mas a Cristo, Nosso Senhor – todas referentes a Timóteo.

Timóteo nasceu em Listra, na Licaônia. O pai era pagão, casado com uma hebréia, de nome Eunice, mãe de Timóteo. Eunice abraçou a religião de Cristo, quando São Paulo esteve em Listra. De sua mãe Timóteo recebeu o espírito cristão. Na sua segunda chegada a Listra, São Paulo levou consigo o jovem Timóteo, na travessia pela Ásia Menor. Timóteo tinha então apenas 20 anos. Os dois Apóstolos passaram pela Macedônia, pregaram aos Tessalonicenses, aos Filipenses e aos Beroenses.  Os judeus expulsaram a São Paulo e ficou Timóteo continuando a obra da pregação. Mais tarde o vemos em Atenas, para onde o mestre o tinha mandado. Uma cruel perseguição, que viera sobre os cristãos em Tessalônica, fez com que Timóteo para lá voltasse, para confortar e consolar os irmãos em Cristo. De Tessalônica se dirigiu a Corinto, onde novamente se encontrou com São Paulo. Coincide com esta época a composição da epístola de São Paulo aos Tessalonicenses. De Corinto continuaram a viagem e chegaram a Jerusalém e Éfeso. São Paulo mandou Timóteo e Erasto para  Macedônia, com a ordem de arrecadar subsídios para os cristãos perseguidos em Jerusalém.

Havendo-se introduzido abusos na Igreja de Corinto, para lá voltou Timóteo, acompanhado de uma carta recomendatícia do mestre. (I Cor. 16, 10). Este o esperou na Ásia, para depois em sua companhia ir a Macedônia e Acáia. Voltando para a Palestina, o Apóstolo foi preso e passou dois anos na prisão. É provável que Timóteo tenha sido seu companheiro nesta nova provação. Paulo foi levado para Roma e Timóteo posto em liberdade. Quando Paulo voltou de Roma, Timóteo já era bispo, e nesta qualidade foi pelo mestre mandado para Éfeso, donde devia governar a Igreja da Ásia Menor.

Paulo achava-se na Macedônia, quando escreveu a I.ª epístola a Timóteo. Uma segunda foi escrita em Roma, em 65. Ambas as epístolas são documentos preciosíssimos, em que o grande Apóstolo revela a amizade que o ligava ao discípulo. Convida-o com muito empenho para que o visite em Roma e lhe dê a satisfação de vê-lo mais uma vez, antes de morrer; dá-lhe instruções úteis sobre o modo como  se deve haver com os hereges; prediz novas heresias e suas conseqüências, (2 Tim. 31, 2).

Das epístolas de São Paulo deduzimos que Timóteo era muito mortificado. Sofrendo de fraqueza de estômago, o mestre aconselhava-o tomar de vez em quando um pouco de vinho.

São Timóteo é considerado primeiro Bispo de Éfeso, que lá se achava quando chegou São João Evangelista para assumir a direção das Igrejas da Ásia.

As atas do martírio de São Timóteo, que datam do quinto ou sexto século, dizem da sua morte o seguinte: No ano de 97, quando era imperador Nerva, os pagãos fizeram uma grande festa em homenagem aos deuses, e nesta ocasião organizaram um préstito, cometendo muitas indignidades. Timóteo, vendo esta abominação, pôs-se no meio dos idólatras e verberou-lhes energicamente o procedimento escandaloso. Esta franqueza apostólica provocou uma ira  tal da parte dos pagãos, que se precipitaram contra ele e o mataram a pedradas e pauladas.

Reflexões:

O jejum era fiel e inseparável companheiro dos trabalhos apostólicos de São Timóteo. A Igreja impõe o jejum a seus filhos como uma lei de grave obrigação. Tantas porém, são as desculpas alegadas, que praticamente é um número reduzidíssimo de cristãos que a cumprem. O nosso tempo tem horror ao sacrifício. Quando então é um sacrifício imposto pela religião, qualquer motivo serve para muitos se lhe eximirem do cumprimento do mesmo. A praxe dos Santos é inteiramente diferente. Os Santos ligam muita importância às mortificações do corpo, privando-se voluntariamente de prazeres lícitos, para com maior facilidade se poderem afastar dos ilícitos. (São Gregório). Sem as mortificações da carne, será difícil, senão impossível, vencer e dominar as paixões. “Sinto em meu corpo uma outra lei, que contraria a lei do espírito”, confessa o próprio São Paulo. É o mesmo Apóstolo que diz: “Aqueles que pretendem pertencer a Cristo, devem crucificar a carne, com seus apetites”. (Gal. 5,  24). Se o Apóstolo São Paulo, se seu discípulo São Timóteo acharam necessário “castigar o corpo e reduzi-lo à servidão” (1. Cor.  9,  27), como podem então o jejum e a abstinência ser consideradas medidas exageradas de penitência, por aqueles que trazem constantemente no corpo a lei do pecado?

A Igreja não exige de seus filhos a execução de penitências que debilitem o organismo ou prejudiquem a saúde. Estão isentos da lei do jejum todos aqueles, que por causa da idade, de trabalhos pesados e de doença, não se acham em condições de cumpri-la. Mas aqueles outros que muito bem podiam jejuar, não deviam fazer uma interpretação mais larga da lei utilíssima e não procurar toda a sorte de desculpas para dela se eximir. Nos tempos em que os homens eram mais santos, mais puros e crentes, havia mais consciência também neste ponto, e a lei do jejum era observada com todo o rigor, sem murmuração alguma. Em nosso século, porém, que tem o estigma de material, sensual, tíbio e moderno; neste século, onde a sensualidade e a sede dos prazeres enchem  a atmosfera, há reclamações, protestos e objeções de toda sorte contra a abstinência e o jejum. Que será de nós, se em vez de crucificar a nossa carne, cada vez mais a lisonjeamos? Grandes servos de Deus, na incerteza de salvar a alma, recorriam à penitência – e nós, infelizes escravos da concupiscência, vítimas das nossas paixões, pretendemos poder andar sossegadamente no largo caminho da perdição, procurando alarga-lo ainda mais? Como falou Cristo? “Estreita é a porta e apertado o caminho, que guia para a vida eterna”. (Mt. 7,  24).

27 de Janeiro

Santa Ângela Mérici

Nasceu no ano de 1474 no norte da Itália. De uma família muito honesta, materialmente pobre, mas espiritualmente riquíssima, amava muito Cristo e sua Igreja. Os filhos foram crescendo assim, com o testemunho dos pais, inclusive Santa Ângela que, desde pequenina, já tinha vida de oração e penitência, buscava amar, cada vez mais, Deus.

Ela teve uma irmã e, com o tempo, seus pais vieram a falecer. Os filhos tiveram que sair de sua terra e morar com um tio. Ali, a irmã faleceu e, mais tarde, o tio. Quantas perdas! Mas Santa Ângela, mulher de oração, nunca acusou Deus, nunca se revoltou. Isso não quer dizer que não sentiu, não sofreu. Até Nosso Senhor, verdadeiro Deus, verdadeiro homem sofreu.

Inspirada pelo Espírito Santo, retornou para a sua terra natal e ali começou a fazer um trabalho muito providencial, confirmado pelo céu, porque teve um sonho de ver jovens com coroas de lírios caminhando para o céu. Naquele discernimento, ela agarrou a inspiração e foi trabalhar servindo jovens que corriam riscos morais.

O grupo daquele que se dedicavam a Deus foi crescendo, servindo no resgate à evangelização dos jovens e também na restauração das famílias. Ela foi com o coração aberto, cheio de amor para auxiliar, com as outras jovens, as famílias. Promoveu a restauração das jovens, das famílias, também foi ao encontro dos pobres e enfermos.

O Papa aprovou esta nova congregação que foi consagrada a Santa Úrsula, por isso, eram chamadas ursulinas, pois a própria Santa Úrsula apareceu para Santa Ângela. Ela que, aos 66 anos, partiu para o céu, hoje intercede não só pelas ursulinas, mas por todos que são Igreja.

Foto: Santa Ângela Mérici
(27 de Janeiro)

Nasceu no ano de 1474 no norte da Itália. De uma família muito honesta, materialmente pobre, mas espiritualmente riquíssima, amava muito Cristo e sua Igreja. Os filhos foram crescendo assim, com o testemunho dos pais, inclusive Santa Ângela que, desde pequenina, já tinha vida de oração e penitência, buscava amar, cada vez mais, Deus.

Ela teve uma irmã e, com o tempo, seus pais vieram a falecer. Os filhos tiveram que sair de sua terra e morar com um tio. Ali, a irmã faleceu e, mais tarde, o tio. Quantas perdas! Mas Santa Ângela, mulher de oração, nunca acusou Deus, nunca se revoltou. Isso não quer dizer que não sentiu, não sofreu. Até Nosso Senhor, verdadeiro Deus, verdadeiro homem sofreu.

Inspirada pelo Espírito Santo, retornou para a sua terra natal e ali começou a fazer um trabalho muito providencial, confirmado pelo céu, porque teve um sonho de ver jovens com coroas de lírios caminhando para o céu. Naquele discernimento, ela agarrou a inspiração e foi trabalhar servindo jovens que corriam riscos morais.

O grupo daquele que se dedicavam a Deus foi crescendo, servindo no resgate à evangelização dos jovens e também na restauração das famílias. Ela foi com o coração aberto, cheio de amor para auxiliar, com as outras jovens, as famílias. Promoveu a restauração das jovens, das famílias, também foi ao encontro dos pobres e enfermos.

O Papa aprovou esta nova congregação que foi consagrada a Santa Úrsula, por isso, eram chamadas ursulinas, pois a própria Santa Úrsula apareceu para Santa Ângela. Ela que, aos 66 anos, partiu para o céu, hoje intercede não só pelas ursulinas, mas por todos que são Igreja.

28 de Janeiro

Santo Tomás de Aquino

Neste dia lembramos uma das maiores figuras da teologia católica: Santo Tomás de Aquino. Conta-se que, quando criança, com cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou: "Quem é Deus?".

A vida de santidade de Santo Tomás foi caracterizada pelo esforço em responder, inspiradamente para si, para os gentios e a todos sobre os Mistérios de Deus. Nasceu em 1225 numa nobre família, a qual lhe proporcionou ótima formação, porém, visando a honra e a riqueza do inteligente jovem, e não a Ordem Dominicana, que pobre e mendicante atraia o coração de Aquino.

Diante da oposição familiar, principalmente da mãe condessa, Tomás chegou a viajar às escondidas para Roma com dezenove anos, para um mosteiro dominicano. No entanto, ao ser enviado a Paris, foi preso pelos irmãos servidores do Império. Levado ao lar paterno, ficou, ordenado pela mãe, um tempo detido. Tudo isto com a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.

Livre e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos sendo discípulo do mestre Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte espiritualidade eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.

Pregador oficial, professor e consultor da Ordem, Santo Tomás escreveu, dentre tantas obras, a Suma Teológica e a Suma contra os gentios. Chamado "Doutor Angélico", Tomás faleceu em 1274, deixando para a Igreja o testemunho e, praticamente, a síntese do pensamento católico.

Foto: Santo Tomás de Aquino
(28 de Janeiro)

Neste dia lembramos uma das maiores figuras da teologia católica: Santo Tomás de Aquino. Conta-se que, quando criança, com cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou:

29 de Janeiro

São Pedro Nolasco

São Pedro Nolasco nasceu em 1190. Os pais constatavam com muita satisfação, que ao desenvolvimento físico do filho, correspondia igual progresso moral. Era admirável a terna compaixão que Pedro, criança ainda, revelava pelos pobres. O Aspecto da miséria causava-lhe tanta tristeza, que os pais, querendo consolá-lo, haviam de dar-lhe esmolas para os pobres. Mais tarde, quando estudante, repartia com os pobres tudo que dos pais recebia. Com o maior cuidado guardava o tesouro da pureza do coração, e todo o seu desejo era poder servir a Deus do modo mais perfeito. Daí a fuga de tudo que pudesse desagradar a Deus, ou ser um perigo para a sua alma. Pedro tinha 15 anos quando perdeu o pai. A mãe, desejando ter uma auxiliar no governo da casa, insistiu com Pedro para que estabelecesse família, ao que este se opôs terminantemente. Mais ainda: fez os votos de castidade e de pobreza, com o propósito de repartir os bens entre os pobres.

A França, naquela época, estava tomada por sérias desordens que infestavam todo o território sul, dentre as quais os abusos dos albigenses (facção maniqueísta que alastrou-se pelo país). Para evitar qualquer contato com os hereges, Pedro associou-se ao conde Simão Monfort, comandante do Exército Católico. Com ele mudou-se para a Espanha, onde lhe foi confiada a educação do príncipe Jaime de Aragão.

Ofereceu-se-lhe ocasião de observar a tristíssima sorte dos cristãos que tiveram a infelicidade de cair no poder dos muçulmanos, que corriam grande perigo de perder a fé. Diante disto Pedro aplicou toda a sua fortuna no resgate daqueles infelizes, mas como a quantidade de escravos era enorme, acabou tendo de recorrer à caridade de outras pessoas que, caridosamente contribuíram com elevadas somas para a redenção dos pobres cativos.

Em primeiro de agosto de 1223, Pedro teve uma revelação da Santíssima Virgem, a qual mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação com o fim determinado da redenção dos cativos. Pedro comunicou este fato a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. Tendo assim tão claramente a revelação da vontade divina, Pedro sem demora pôs mãos à obra e emitiu os três votos, de pobreza, castidade e obediência, acrescentando o quarto, de sacrificar os bens e a própria liberdade, se necessário fosse, pela redenção dos cativos. Do bispo Berengário, de Barcelona, recebeu estes seus votos.

São Raimundo de Penaforte, por sua vez, organizou as constituições da regra da nova ordem, e impôs a Pedro o hábito nomeando-o primeiro Superior. A nova instituição teve gratíssimo acolhimento da parte do povo e com Raimundo, mais dois fidalgos receberam o hábito.

A nova regra obteve, já em 1235, a aprovação da Santa Sé. Durante o espaço de trinta e um anos dirigiu os destinos da Ordem, e por milhares contaram-se os cristãos que lhe deveram a libertação do cativeiro mourisco.

Grande desejo tinha tinha de visitar o túmulo do apóstolo São Pedro, a quem dedicava especial devoção. Quando, na hora das matinas apresentou a Deus o pedido de ver realizado esse desejo, apareceu-lhe São Pedro, fazendo-lhe ver que não era a vontade de Deus que fizesse aquela viagem. Pedro contentou-se inteiramente com esta resposta.

Os últimos anos de sua vida foram-lhe amargurados pela impossibilidade de trabalhar. Sentindo-se ao fim da peregrinação terrena, reuniu todos os religiosos de sua Ordem, para lhes dar os últimos conselhos e a bênção. As últimas palavras que disse, foram: "Eu vos louvarei, Senhor, porque a salvação trouxestes ao povo". São Pedro Nolasco morreu em 25 de dezembro de 1256.

Foto: São Pedro Nolasco
(29 de Janeiro)

São Pedro Nolasco nasceu em 1190. Os pais constatavam com muita satisfação, que ao desenvolvimento físico do filho, correspondia igual progresso moral. Era admirável a terna compaixão que Pedro, criança ainda, revelava pelos pobres. O Aspecto da miséria causava-lhe tanta tristeza, que os pais, querendo consolá-lo, haviam de dar-lhe esmolas para os pobres. Mais tarde, quando estudante, repartia com os pobres tudo que dos pais recebia. Com o maior cuidado guardava o tesouro da pureza do coração, e todo o seu desejo era poder servir a Deus do modo mais perfeito. Daí a fuga de tudo que pudesse desagradar a Deus, ou ser um perigo para a sua alma. Pedro tinha 15 anos quando perdeu o pai. A mãe, desejando ter uma auxiliar no governo da casa, insistiu com Pedro para que estabelecesse família, ao que este se opôs terminantemente. Mais ainda: fez os votos de castidade e de pobreza, com o propósito de repartir os bens entre os pobres.

A França, naquela época, estava tomada por sérias desordens que infestavam todo o território sul, dentre as quais os abusos dos albigenses (facção maniqueísta que alastrou-se pelo país). Para evitar qualquer contato com os hereges, Pedro associou-se ao conde Simão Monfort, comandante do Exército Católico. Com ele mudou-se para a Espanha, onde lhe foi confiada a educação do príncipe Jaime de Aragão.

Ofereceu-se-lhe ocasião de observar a tristíssima sorte dos cristãos que tiveram a infelicidade de cair no poder dos muçulmanos, que corriam grande perigo de perder a fé. Diante disto Pedro aplicou toda a sua fortuna no resgate daqueles infelizes, mas como a quantidade de escravos era enorme, acabou tendo de recorrer à caridade de outras pessoas que, caridosamente contribuíram com elevadas somas para a redenção dos pobres cativos.

Em primeiro de agosto de 1223, Pedro teve uma revelação da Santíssima Virgem, a qual mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação com o fim determinado da redenção dos cativos. Pedro comunicou este fato a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. Tendo assim tão claramente a revelação da vontade divina, Pedro sem demora pôs mãos à obra e emitiu os três votos, de pobreza, castidade e obediência, acrescentando o quarto, de sacrificar os bens e a própria liberdade, se necessário fosse, pela redenção dos cativos. Do bispo Berengário, de Barcelona, recebeu estes seus votos.

São Raimundo de Penaforte, por sua vez, organizou as constituições da regra da nova ordem, e impôs a Pedro o hábito nomeando-o primeiro Superior. A nova instituição teve gratíssimo acolhimento da parte do povo e com Raimundo, mais dois fidalgos receberam o hábito.

A nova regra obteve, já em 1235, a aprovação da Santa Sé. Durante o espaço de trinta e um anos dirigiu os destinos da Ordem, e por milhares contaram-se os cristãos que lhe deveram a libertação do cativeiro mourisco.

Grande desejo tinha tinha de visitar o túmulo do apóstolo São Pedro, a quem dedicava especial devoção. Quando, na hora das matinas apresentou a Deus o pedido de ver realizado esse desejo, apareceu-lhe São Pedro, fazendo-lhe ver que não era a vontade de Deus que fizesse aquela viagem. Pedro contentou-se inteiramente com esta resposta.

Os últimos anos de sua vida foram-lhe amargurados pela impossibilidade de trabalhar. Sentindo-se ao fim da peregrinação terrena, reuniu todos os religiosos de sua Ordem, para lhes dar os últimos conselhos e a bênção. As últimas palavras que disse, foram:

30 de Janeiro

Santa Jacinta Marescotti

Em Roma, em 1585, nasceu Jacinta, dentro de uma família muito nobre, religiosa, com posses, mas que possuía, principalmente, a devoção, o amor acima de tudo. Seus pais faziam de tudo para que os filhos conhecessem Jesus e recebessem uma ótima educação.

Jacinta Marescotti que, então, tinha como nome de batismo Clarisse, foi colocada num convento para a sua educação, numa escola franciscana, juntamente com as irmãs. Uma das irmãs dela já era religiosa franciscana.

Crescendo na educação religiosa, com valores. No entanto, a boa formação sempre respeita a liberdade. Já moça e distante daqueles valores por opção, ela quis casar-se. Saiu da vida religiosa, começou a percorrer caminhos numa vida de pecados, entregue à vaidade, à formosura e aos prazeres. Enfim, ia se esvaziando. Até que outra irmã sua veio a se casar. Sua reação não foi de alegria ou de festa, pelo contrário, com inveja e revolta ela resolveu entrar novamente na vida religiosa.

A consequência foi muito linda, porque ao entrar nesse segundo tempo, ela voltou como estava: vazia, empurrada por ela própria, pela revolta. Lá dentro, ela foi visitada por sofrimentos. Seu pai, que tanto ela amava e que lhe dava respaldo material, faleceu, foi assassinado. Ela pegou uma enfermidade que a levou à beira da morte. Naquele momento de dor, ela pôde rever a sua vida e perceber o quanto Deus a amava e o quanto ela não correspondia a esse amor.

Arrependeu-se, quis confessar-se e o sacerdote foi muito firme, inspirado naquele momento a dizer: “Eu só entro para o sacramento da reconciliação se sair, do quarto dela, tudo aquilo que está marcado pelo luxo e pela vaidade”. Até as suas vestes eram de seda, diferente das outras irmãs. Ela aceitou, pois já estava num processo de conversão. Arrependeu-se, confessou-se e, dentro do convento, começou a converter-se.

Jacinta Marescotti de tal forma empenhou-se na vida de oração, de pobreza, de castidade e vivência da regra que tornou-se, mais tarde, mestra de noviças e superiora do convento.

Deus faz maravilhas na vida de quem se deixa converter pelo Seu amor.

Foto: Santa Jacinta Marescotti
(30 de Janeiro)

Em Roma, em 1585, nasceu Jacinta, dentro de uma família muito nobre, religiosa, com posses, mas que possuía, principalmente, a devoção, o amor acima de tudo. Seus pais faziam de tudo para que os filhos conhecessem Jesus e recebessem uma ótima educação.

Jacinta Marescotti que, então, tinha como nome de batismo Clarisse, foi colocada num convento para a sua educação, numa escola franciscana, juntamente com as irmãs. Uma das irmãs dela já era religiosa franciscana.

Crescendo na educação religiosa, com valores. No entanto, a boa formação sempre respeita a liberdade. Já moça e distante daqueles valores por opção, ela quis casar-se. Saiu da vida religiosa, começou a percorrer caminhos numa vida de pecados, entregue à vaidade, à formosura e aos prazeres. Enfim, ia se esvaziando. Até que outra irmã sua veio a se casar. Sua reação não foi de alegria ou de festa, pelo contrário, com inveja e revolta ela resolveu entrar novamente na vida religiosa. 

A consequência foi muito linda, porque ao entrar nesse segundo tempo, ela voltou como estava: vazia, empurrada por ela própria, pela revolta. Lá dentro, ela foi visitada por sofrimentos. Seu pai, que tanto ela amava e que lhe dava respaldo material, faleceu, foi assassinado. Ela pegou uma enfermidade que a levou à beira da morte. Naquele momento de dor, ela pôde rever a sua vida e perceber o quanto Deus a amava e o quanto ela não correspondia a esse amor. 

Arrependeu-se, quis confessar-se e o sacerdote foi muito firme, inspirado naquele momento a dizer: “Eu só entro para o sacramento da reconciliação se sair, do quarto dela, tudo aquilo que está marcado pelo luxo e pela vaidade”. Até as suas vestes eram de seda, diferente das outras irmãs. Ela aceitou, pois já estava num processo de conversão. Arrependeu-se, confessou-se e, dentro do convento, começou a converter-se.

Jacinta Marescotti de tal forma empenhou-se na vida de oração, de pobreza, de castidade e vivência da regra que tornou-se, mais tarde, mestra de noviças e superiora do convento.

Deus faz maravilhas na vida de quem se deixa converter pelo Seu amor.

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Santa Martinha

Esta célebre Santa, uma das padroeiras de Roma, era de família distinta. O pai, três vezes eleito cônsul, era possuidor das mais belas virtudes e afortunado.

Martinha recebeu uma educação esmerada, baseada nos princípios do Cristianismo, mas teve a infelicidade de perder bem cedo os pais. Inflamada de amor a Jesus Cristo, deu todos os bens aos pobres, fez voto de castidade e em atenção à sua vida santa e exemplar, foi recebida entre as diaconistas, honra com que pessoas de muita probidade eram distinguidas.

Tinha o imperador Alexandre Severo (222-235) concebido o plano de exterminar os Galileus (assim alcunhava aos cristãos). Conhecendo a formosura, nobreza e bondade de Martinha, tudo fez para afastá-la da religião cristã e chegou até a oferecer a dignidade de Imperatriz, caso se decidisse sacrificar a Apolo. Martinha respondeu: “O meu sacrifício pertence a Deus imaculado; a Ele sacrificarei, para que confunda e aniquile a Apolo e, este deixe de perder almas”. Alexandre Severo, interpretando esta resposta em seu favor, organizou uma grande festa no templo de Apolo, para onde levou Martinha, na presença dos sacerdotes e de muito povo. Os olhos de todos estavam dirigidos para a jovem que, no meio do grande silêncio que reinava, fez o sinal da cruz, elevou olhos e braços ao céu e disse em alta voz: “Ó Deus e meu Senhor ! Ouvi esta minha súplica e fazei com que se despedace este ídolo cego e mudo, para que todos, imperador e povo, conheçam, que só Vós sois o único Deus verdadeiro e que não é licito adorar senão a Vós !” No mesmo instante a cidade inteira foi sacudida por um forte terremoto, a imagem de Apolo caiu do seu lugar; parte do templo ruiu por terra, sepultando nos escombros os sacerdotes e muita gente.

O imperador ordenou que Martinha fosse esbofeteada, flagelada e tivesse as carnes dilaceradas com torqueses. Os algozes porém não puderam cumprir a ordem, porque um Anjo de Deus defendia a donzela e esta, no meio dos maus tratos , entoava cânticos de louvor a Jesus Cristo e convidava os algozes a se converterem à religião de Jesus. Deus abençoou-lhes as palavras: oito algozes caíram de joelhos, pediram perdão à Mártir e confessaram alto a fé em Jesus Cristo. O imperador, ainda mais enraivecido com este incidente, mandou levá-los todos ao cárcere, torturar barbaramente os oito algozes, os quais, por uma graça especial divina, ficando fiéis a fé, receberam a palma do martírio, pela decapitação. No dia seguinte a “feiticeira” foi citada ao palácio do Imperador, que a recebeu com estas palavras:

“Basta de embustes. Dize-me, para que eu saiba com quem estou tratando: Sacrificas aos deuses ou preferes aderir ao feiticeiro, ao Cristo?” Com santa indignação respondeu Martinha: “Não admito que insultes a meu Deus! Se queres aplicar-me novas torturas, aqui estou; não as temo; pois sei que Deus me dá força”. A resposta do imperador foi a condenação da Mártir a suplícios crudelíssimos e desumanos. Martinha, no meio das dores, glorificou a Deus e as feridas exalavam-lhe um suave perfume. Grande foi o espanto de Alexandre Severo ao ouvir, no dia seguinte, a notícia de que Martinha que se achava no cárcere, estava perfeitamente curada das feridas e não só isto: Os guardas viram, durante a noite, o cárcere iluminado por uma luz maravilhosa e ouviram, extasiados, cânticos celestiais.

O furor do imperador chegou ao extremo. Não mais senhor de sua paixão, condenou Martinha às feras no anfiteatro, e fez timbre de achar-se entre os espectadores.

Novo milagre. Martinha, de uma beleza sobrenatural encantadora, ajoelhada na “arena”, calma se achava à espera do leão . Este, o indômito rei do Saara, possante e belo em sua força, se anuncia com rugido aterrador e em dois saltos se acha ao lado da vítima. Como que, domado por uma força invisível, arroja-se aos pés de Martinha, manso como um cordeiro. De repente se levanta, e num salto medonho ganha a barreira, entrando no recinto dos espectadores, matando alguns deles. O pânico foi indescritível. O imperador, longe de convencer da intervenção divina na defesa da mártir, atribui o fato extraordinário às forças mágicas de Martinha, as quais, segundo sua opinião, teriam sua sede na rica cabeleira da Santa. Deu ordem para a rica cabeleira ser-lhe cortada imediatamente e a donzela, assim profanada, ser fechada no templo de Júpiter. Nos dois dias seguintes Alexandre Severo, acompanhado de sacerdotes e muito povo, se dirigiu ao templo. Não entrou, porém, porque teve a impressão de ouvir vozes masculinas e julgou que fossem os deuses, que se tivessem reunido para converter Martinha. Aberto o templo no terceiro dia, ao imperador apresentou-se um espetáculo estranho: Achavam-se derrubados ao chão todas as imagens dos deuses. À sua pergunta onde estava a estátua de Júpiter, Martinha respondeu sorrindo: “Tendo ele que dar satisfação a Cristo, porque não salvou estes doze ídolos? Meu Deus entregou-o aos demônios, que dele fizeram o que vedes”.

Fulo de raiva por este escárnio, Severo ordenou que se despejasse banha fervente sobre o corpo de Martinha e a entregassem às chamas. Veio, porém, uma grande chuva apagar a fogueira. Restava então só a morte pela espada. Martinha aceitou a sentença, com toda submissão e gratidão para com Deus. Espontaneamente ofereceu a cabeça ao algoz, que a fez entrar nas eternas núpcias do Senhor Jesus.

Os cristãos apoderaram-se clandestinamente do corpo da Santa e sepultaram-no com todas as honras. As relíquias de Santa Martinha foram encontradas em 1634 e acham-se hoje na Igreja do mesmo nome, a qual se ergue perto do arco do triunfo de Severo.

Reflexões:

Que vida encantadora, a de Santa Martinha ! Eis uma cristã de verdade, uma discípula de Jesus, dedicadíssima, uma filha da Igreja, exemplaríssima. Que firmeza de princípios, que constância na prática da religião, que intrepidez na defesa da fé! Mulher forte, que confundiu os próprios juízes. Na luta gigantesca que sustentou contra os princípios e as supertições do século, sem transigir em coisa alguma, seu martírio foi um verdadeiro triunfo. Pode ser que Deus de ti não exija nunca o sacrifício de confessar e defender a fé em circunstâncias tão graves e difíceis como exigiu de Santa Martinha. É provável que não se dê ocasião de, como Santa Martinha, teres de escolher entre a morte ou a apostasia. O que Deus, porém, de ti exige, é uma vida de acordo com os ensinamentos da religião. Não precisas defender a fé perante juízes pagãos, mas deves à família, à sociedade o exemplo de católico praticante. Não é preciso que faças milagres, mas ninguém te dispense da prática das virtudes da humanidade, a caridade da mansidão e paciência, também nas coisas adversas. É preciso que tua fé esteja viva. Uma fé morta, sem as obras, nada vale. Sendo viva a tua fé, outra será a tua vida, outra será a tua oração, outra será tua conduta na família e na sociedade. Sendo viva tua fé, serás um cristão verdadeiro, um “alter Christus”, um outro Cristo.

Foto: Santa Martinha
(30 de Janeiro)

Esta célebre Santa, uma das padroeiras de Roma, era de família distinta. O pai, três vezes eleito cônsul, era possuidor das mais belas virtudes e afortunado.

Martinha recebeu uma educação esmerada, baseada nos princípios do Cristianismo, mas teve a infelicidade de perder bem cedo os pais. Inflamada de amor a Jesus Cristo, deu todos os bens aos pobres, fez voto de castidade e em atenção à sua vida santa e exemplar, foi recebida entre as diaconistas, honra com que pessoas de muita probidade eram distinguidas.

Tinha o imperador Alexandre Severo (222-235) concebido o plano de exterminar os Galileus  (assim alcunhava aos cristãos). Conhecendo a formosura, nobreza e bondade de Martinha, tudo fez para afastá-la da religião cristã e chegou até a oferecer a dignidade de Imperatriz, caso se decidisse sacrificar a Apolo. Martinha respondeu: “O meu sacrifício pertence a Deus imaculado; a Ele sacrificarei, para que confunda e aniquile a Apolo e, este deixe de perder almas”.  Alexandre Severo, interpretando esta resposta em seu favor, organizou uma grande festa no templo de Apolo, para onde levou Martinha, na presença dos sacerdotes e de muito povo. Os olhos de todos estavam dirigidos para a jovem que, no meio  do grande silêncio que reinava, fez o sinal da cruz, elevou olhos e braços ao céu e disse em alta voz: “Ó Deus e meu Senhor !  Ouvi esta minha súplica e fazei com que se despedace este ídolo cego e mudo, para que todos, imperador e povo, conheçam, que só Vós sois o único Deus verdadeiro e que não é licito adorar senão a Vós !”  No mesmo instante a cidade inteira foi sacudida por um forte terremoto, a imagem de Apolo caiu do seu lugar; parte do templo ruiu por terra, sepultando nos escombros os sacerdotes e muita gente.

O imperador ordenou que Martinha fosse esbofeteada, flagelada e tivesse as carnes dilaceradas com torqueses. Os algozes porém não puderam cumprir a ordem, porque um Anjo de Deus defendia a donzela e esta, no meio dos maus tratos , entoava cânticos de louvor a Jesus Cristo e convidava  os algozes a se converterem à religião de Jesus. Deus abençoou-lhes as palavras: oito algozes caíram de joelhos, pediram perdão à Mártir e confessaram alto a fé em Jesus Cristo. O imperador, ainda mais enraivecido com este incidente, mandou levá-los todos ao cárcere, torturar barbaramente os oito algozes, os quais, por uma graça especial divina, ficando fiéis a fé, receberam a palma do martírio, pela decapitação. No dia seguinte a “feiticeira” foi citada ao palácio do Imperador, que a recebeu com estas palavras:

“Basta de embustes. Dize-me, para que eu saiba com quem estou tratando: Sacrificas aos deuses ou preferes aderir ao feiticeiro, ao Cristo?”  Com santa indignação respondeu Martinha: “Não admito que insultes a meu Deus!  Se queres aplicar-me novas torturas, aqui estou;  não as temo; pois sei que Deus me dá força”. A resposta do imperador foi a condenação da Mártir a suplícios crudelíssimos e desumanos. Martinha, no meio das dores, glorificou a Deus e as feridas exalavam-lhe um suave perfume. Grande foi o espanto de Alexandre Severo ao ouvir, no dia seguinte, a notícia de que Martinha que se achava no cárcere, estava perfeitamente curada das feridas  e não só isto: Os guardas viram, durante a noite, o cárcere iluminado por uma luz maravilhosa e ouviram, extasiados, cânticos celestiais.

O furor do imperador chegou ao extremo. Não mais senhor de sua paixão, condenou Martinha às feras no anfiteatro, e fez timbre de achar-se entre os espectadores.

Novo milagre. Martinha, de uma beleza sobrenatural encantadora, ajoelhada na “arena”, calma se achava à espera do leão . Este, o indômito rei do Saara, possante e belo em sua força, se anuncia com rugido aterrador e em dois saltos se acha ao lado da vítima. Como que, domado por uma força invisível, arroja-se aos pés de Martinha, manso como um cordeiro. De repente se levanta, e num salto medonho ganha a barreira, entrando no recinto dos espectadores, matando alguns deles. O pânico foi indescritível. O imperador, longe de convencer da intervenção divina na defesa da mártir, atribui o fato extraordinário às forças mágicas de Martinha, as quais, segundo sua opinião, teriam sua sede na rica cabeleira da Santa. Deu ordem para a rica cabeleira ser-lhe cortada imediatamente e a donzela, assim profanada, ser fechada no templo de Júpiter. Nos dois dias seguintes Alexandre Severo, acompanhado de sacerdotes e muito povo, se dirigiu ao templo. Não entrou, porém, porque teve a impressão de ouvir vozes masculinas e julgou que fossem os deuses, que se tivessem reunido para converter Martinha. Aberto o templo no terceiro dia, ao imperador apresentou-se um espetáculo estranho: Achavam-se derrubados ao chão todas as imagens dos deuses. À sua pergunta onde estava a estátua de Júpiter, Martinha respondeu sorrindo: “Tendo ele que dar satisfação a Cristo, porque não salvou estes doze ídolos?  Meu Deus entregou-o aos demônios, que dele fizeram o que vedes”.

Fulo de raiva por este escárnio, Severo  ordenou que se despejasse banha fervente sobre o corpo de Martinha e a entregassem às chamas. Veio, porém, uma grande chuva apagar a fogueira. Restava então só a morte pela espada. Martinha aceitou a sentença, com toda submissão e gratidão para com Deus. Espontaneamente ofereceu a cabeça  ao algoz, que a fez entrar nas eternas núpcias do Senhor Jesus.

Os cristãos apoderaram-se clandestinamente do corpo da Santa e sepultaram-no com todas as honras. As relíquias de Santa Martinha foram encontradas em 1634 e acham-se hoje na Igreja do mesmo nome, a qual se ergue perto do arco do triunfo de Severo.

Reflexões:

Que vida encantadora, a de Santa Martinha ! Eis uma cristã de verdade, uma discípula de Jesus, dedicadíssima, uma filha da Igreja, exemplaríssima. Que firmeza de princípios, que constância na prática da religião, que intrepidez na defesa da fé!  Mulher forte, que confundiu os próprios juízes. Na luta gigantesca que sustentou contra os princípios e as supertições do século, sem transigir em coisa alguma, seu martírio foi um verdadeiro triunfo. Pode ser que Deus de ti não exija nunca o sacrifício de confessar e defender a fé em circunstâncias tão graves e difíceis como exigiu de Santa Martinha. É provável que não se dê ocasião de, como Santa Martinha, teres de escolher entre a morte ou a apostasia. O que Deus, porém, de ti exige, é uma vida de acordo com os ensinamentos da religião. Não precisas defender a fé perante juízes pagãos, mas deves à família, à sociedade o exemplo de católico praticante. Não é preciso que faças milagres, mas ninguém te dispense da prática das virtudes da humanidade, a caridade da mansidão e paciência, também nas coisas adversas. É preciso que tua fé esteja viva. Uma fé morta, sem as obras, nada vale. Sendo viva a tua fé, outra será a tua vida, outra será a tua oração, outra será tua conduta na família e na sociedade. Sendo viva tua fé, serás um cristão verdadeiro, um “alter Christus”, um outro Cristo.

31 de Janeiro

São João Bosco

Fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales
(Salesianos de Dom Bosco - SDB)


S. João Bosco nasceu em Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, a 16 de Agosto de 1815, numa família de camponeses pobres. Desde pequeno sentiu-se chamado a dedicar a sua vida aos jovens, mas para realizar o seu sonho teve de vencer numerosas dificuldades e sujeitar-se a grandes privações e sacrifícios. Ordenado sacerdote em 1841, gastou todas as energias da sua natureza e todo o arrojo do seu zelo incansável na criação de obras educativas para a juventude abandonada, na defesa da fé ameaçada das classes populares, e na atividade missionária de evangelização de terras longínquas.

A 5 de Agosto de 1872, São João Bosco, com outra Santa, Maria Domingas Mazzarello, fundou as Filhas de Maria Auxiliadora (F.M.A) para a educação e promoção das jovens. Anos depois, fundou os "Salesianos Externos", os "Cooperadores Salesianos". São leigos que desejam partilhar os mesmos anseios educativos para o bem da juventude pobre.

Desta espiritualidade salesiana, desabrochou um amplo movimento salesiano: um instituto de leigas consagradas (as "voluntárias de Dom Bosco"); muitas Congregações que aderem a este estilo de vida e tantos "amigos de Dom Bosco", que afetiva e operativamente se relacionam com este "mundo salesiano". Com sentimento de humilde gratidão, cremos que esta família não nasceu apenas de projeto humano mas por iniciativa de Deus.

Recebem o nome de "Salesianos" as pessoas que pertencem à Família Salesiana de São João Bosco. A Família Salesiana foi fundada por São João Bosco para a educação e promoção da juventude mais pobre e a classe popular. A 3 de Abril de 1874 a Igreja aprovou a Congregação Salesiana formada por Sacerdotes e Irmãos que se propõem serem "sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres". O fundador deu a esta Congregação Religiosa o nome de "Sociedade de S. Francisco de Sales" porque a espiritualidade deste santo devia inspirar um estilo educativo que denominou "Sistema Preventivo". Para distinguir esta Congregação de outros institutos inspirados também em S. Francisco de Sales, mas não fundados por S. João Bosco, os membros deste Instituto recebem a sigla de S.D.B. (Salesianos de Dom Bosco).

DECRETO PONTIFÍCIO (Por ocasião da canonização de Dom Bosco)

No decorrer do século XIX, quando por toda a parte, chegavam à maturação os venenosos frutos de destruição da sociedade cristã, cujos germes haviam sido tão largamente disseminados pelo século anterior, a Igreja, principalmente na Itália, viu-se à mercê de muitas procelas contra si levantadas, nesses tristes tempos, pela maldade dos homens. Contemporaneamente, porém, a misericórdia divina enviou, para auxílio de sua Igreja, válidos campeões, para que evitassem a ruína e conservassem entre o nosso povo a mais preciosa das heranças recebidas dos Apóstolos – a fé genuína de Cristo.

De fato, no meio das dificuldades daqueles tempos, surgiram entre nós, homens de ilibadíssima santidade e, mercê de sua prodigiosa atividade, nenhum assalto dos inimigos, logrou desmantelar as muralhas de Israel.

Sobressai entre os demais, por elevação e espírito de grandeza de obras, o Bem-Aventurado João Bosco que, no tristíssimo evoluir dos tempos se constituiu, durante o século passado, qual marco miliário apontando aos povos o caminho da salvação. Porquanto, “Deus o suscitou para justiça”, segundo a expressão de Isaías, e “dirigiu todos os seus passos”. E, na verdade, o Bem-aventurado João Bosco, por virtude do Espírito Santo, resplandeceu diante de nós como modelo de sacerdote feito segundo o coração de Deus, como educador inigualável da juventude, como fundador de novas famílias religiosas e como propagador da fé.

De humilde condição, nasceu João Bosco numa casa campestre, perto de “Castelnuovo d’Asti”, de Francisco e Margarida Occhiena, pobres mas virtuosos cristãos, aos 16 de agosto de 1815. Tendo perdido o pai na tenra idade de dois anos, cresceu na piedade sob a sábia e santa guia materna. Desde menino, resplandeceu nele uma índole excelente, a que andavam unidas grande agudeza de engenho e tenacidade de memória, aprendendo num instante quanto lhe era ensinado pelos mestres, primando sempre, sem contestação, nas classes, pela rapidez no aprender e facilidade de intuição.

Depois de alguns anos de áspera e laboriosa pobreza, que lhe rebusteceu a fibra, preparando-o para as mais árduas provas, com o consentimento da mãe e recomendação do bem-aventurado José Cafasso (*), entrou para o seminário de Chieri, onde, por espaço de seis anos, se dedicou com ótimo aproveitamento, aos estudos. Recebeu, finalmente, a ordenação sacerdotal, em Turim, aos 05 de junho de 1841. Poucos meses após, admitido ao Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis, sob a direção do bem-aventurado José Cafasso, exercitou com grande vantagem das almas, o ministério sacerdoral nos hospitais, nos cárceres, no confessionário e na pregação da palavra de Deus.

Formado assim neste exercício prático do sagrado ministério, sentiu acender-se, mais viva do que nunca em seu espírito, a peculiar vocação alimentada por inspiração divina desde sua adolescência, qual a de atender e dirigir para o bom caminho a juventude, particularmente a abandonada. Sua perspicácia havia já intuído, de quanta utilidade devesse ser este meio para preservar a sociedade da ruína a que estava ameaçada e, para a atuação de tal desígnio, dirigiu os esforços de seu nobre coração com tão felizes resultados que, entre os educadores cristãos contemporâneos, figura ele indubitavelmente, em primeiro lugar.

O próprio nome “Oratório”, dado à sua instituição, faz-nos ver sobre quão firme base tenha construído todo o edifício, isto é, sobre a doutrina e piedade cristã, sem a que baldada se torna, qualquer tentativa de arrancar às paixões viciosas o coração dos jovens e endereça-lo para ideais mais nobres. Nisto, porém, usava ele tanta doçura que os jovens quase que, espontaneamente, sorviam e amavam a piedade, não já constrangidos, mas por verdadeira convicção, e uma vez ganho seu afeto, levá-los-ia sem dificuldade para o bem.

A fim de perpetuar a existência de sua obra e prover assim mais eficazmente a educação juvenil, animado pelo Bem-aventurado José Cafasso e pelo Papa Pio IX, de santa memória, fundou a “Pia Sociedade de São Francisco de Sales” e, algum tempo depois, o “Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora”.

Hoje as duas famílias formam um conjunto de quase vinte mil membros, espalhados por todo o mundo em cerca de mil e quinhentas Casas. Milhares e milhares de crianças de ambos os sexos recebem sua formação literária e profissional. Seus Filhos e Filhas também se encarregam , generosamente, da assistência aos enfermos e aos leprosos e, alguns deles, contraindo este terrível morbo, sucumbiram vítimas de sua caridade. Dignos filhos de tão grande Pai!

Nem deve passar desapercebida a instituição dos Cooperadores, isto é, uma associação de fiéis, em sua maioria leigos que, animados do mesmo espírito da Sociedade Salesiana e como essa dispostos a qualquer obra de caridade, tem por escopo prestar, segundo as circunstâncias, válido auxílio aos párocos, aos bispos e ao mesmo Sumo Pontífice. Primeiro e notável ensaio de “”Ação católica!”

A Associação foi aprovada por Pio IX e, em vida ainda do bem-aventurado Jão Bosco, alcançou a cifra de oitenta mil sócios.

Mas, o zelo das almas que lhe ardia no peito, não se limitou tão somente ao círculo das nações católicas; alargando o horizonte de sua caridade, enviou os missionários de sua família religiosa à conquista dos gentios para Cristo.

Aos primeiros que, chefiados por João Cagliero, de santa e gloriosa memória, se dedicaram à evangelização das extremas terras da América Meridional, surgiram muitos e muitos outros salesianos que espalhados agora aqui e ali pelo mundo, levam intrepidamente o cristianismo aos povos infiéis.

Quantas e quão grandes coisas tenha ele feito e padecido pela Igreja e pela tutela dos direitos do romano Pontífice, seria difícil dizer-se. Pode-se aplicar, portanto, ao bem-aventurado João Bosco, as palavras que temos de Salomão: Deus lhe deu sapiência e prudência extremamente grande, e magnitude imensurável como a areia que está na praia do mar. (3 Re, 4, 29). Deu-lhe Deus sapiência, pois que, renunciando a todas as coisas terrenas, aspirou unicamente promover a glória de Deus e a salvação das almas. Era seu mote: “Dai-me as almas e ficai-vos com o resto”.

Cultivou em grau supremo a humildade; tornou-se insigne no espírito de oração, tendo a mente sempre unida a Deus, se bem que parecesse continuamente distraída por uma multidão de afazeres.

Nutria extraordinária devoção para com Maria Santíssima Auxiliadora, e experimentou inefável alegria quando pode edificar em sua honra, na cidade de Turim, o célebre templo, do alto de cuja cúpula campeia a Virgem Auxiliadora, Mãe e Rainha, sobre toda a casa de Valdoco.

Morreu santamente no Senhor, em Turim, aos 31 de janeiro de 1888. Crescendo, dia a dia, sua fama de santidade, foram, pela Autoridade Ordinária, instaurados os processos; a causa da beatificação foi introduzida por Pio X, de santa memória, em 1907. A Beatificação foi depois solenemente celebrada na Basílica Vaticana, com regozijo de toda a Igreja, no dia 2 de junho de 1929.

Reencetada a Causa no ano seguinte, foram feitos os processos sobre duas curas que pareciam devessem ser atribuídas a milagre divino. Pelo decreto de 19 de novembro deste ano, foram aprovados os dois milagres operados por Deus e atribuídos à intercessão do Bem-aventurado.

Desfeita a última dúvida, isto é, se em vista da aprovação dos dois milagres, depois que a Santa Sé concedera culto público ao Bem-aventurado, se poderia proceder com segurança à sua solene Canonização. Esta dúvida foi proposta ao Eminentíssimo Cardeal Alexandre Verde, Ponente ou Relator da Causa, na Congregação geral da S.C. dos Ritos, realizada em presença do Santo Padre no dia 28 de novembro. Todos os eminentíssimos Cardeais presentes, Oficiais, Prelados e Padres Consultores deram parecer unânime e afirmativo, parecer que o Santo Padre jubilosamente aceitou, deferindo, todavia, o seu juízo para o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do advento. Portanto, o Santo Padre, em 3 de dezembro de 1933, dia também consagrado a São Francisco Xavier, padroeiro da Obra da Propagação da fé, fez a solene declaração neste sentido. A canonização teve lugar a 1 de abril de 1934, no dia da Ressurreição, último Ano Santo da Redenção, na presença de toda a Corte Pontifical, no meio de um esplendor extraordinário, diante de perto de 300.000 pessoas.

(*) São José Cafasso – canonizado em 1947 pelo Papa Pio XII. (Consta no texto como “bem-aventurado” porque o decreto pontifício é anterior à sua canonização.) - Volta ao topo

Corpo Incorrupto
Seu corpo permanece incorrupto na Basílica Maria Auxiliadora de Turim, Itália.

Reflexões:

São João Bosco é uma das figuras mais eminentes, entre os santos dos nossos dias. O bem que fez à família de Cristo na terra e com isto às almas, é extraordinário. A nota caracterítica em sua vida e em sua obra, é o zelo pelas almas. Outro interesse não conhecia, a não ser este: Ganhar almas para o céu. Este zelo o fazia exclamar: “Dai-me almas, senhor, com todo o mais podereis ficar”.

No trabalho pela salvação das almas, se esquece de si próprio, sacrifica comodidade, conforto e saúde. É incansável. Dia e noite está ocupado com a realização de seu ideal: Implantar nos corações dos jovens o amor a Cristo e à Mãe Santíssima. Seu apostolado, abençoado e acompanhado pela mãe, é grandioso e universal. Não há ramo de ação católica que a obra de São João Bosco não abranja: Ensino, doutrina, arte, caridade e imprensa. Assim, este grande santo apresenta a personificação mais completa de Nosso Senhor em nossos dias. Sua vida ativa e contemplativa é a vida de Jesus Cristo em perfeita imitação.

Demos graças a Deus por ter dado este grande apóstolo à Igreja Católica e peçamos-lhe a graça de, por intercessão de seu santo servo, crescermos cada vez mais no amor a Jesus Cristo, a sua Santa Igreja e aumente-nos de dia para dia o zelo apostólico pela salvação das almas. Zelo pela salvação das almas não é virtude que somente aos sacerdotes deve pertencer. O mandamento da caridade se dirige a todos, e a petição “venha a nós ,o Vosso reino”, do Pai-Nosso, fala-nos do dever que temos de trabalhar pela solidificação e propagação do Reino de Deus sobre a terra. Os pais devem zelar pela santificação dos seus filhos; os superiores tem obrigação de promover a vida em Deus dos seus súditos. Cada estado tem deveres especiais, que se relacionam ao bem espiritual do próximo.

Quem julga que nada pode fazer pela salvação do próximo, faça uso da oração e edifique o próximo pelo bom exemplo. Quem diz não saber em que intenções deve rezar, ótimas indicações poderá encontrar nas intenções mensais do Apostolado da Oração, abençoadas pelo Santo Padre.

Foto: São João Bosco
(31 de Janeiro)

Fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales
(Salesianos de Dom Bosco -  SDB)
                                           
S. João Bosco nasceu em Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, a 16 de Agosto de 1815, numa família de camponeses pobres. Desde pequeno sentiu-se chamado a dedicar a sua vida aos jovens, mas para realizar o seu sonho teve de vencer numerosas dificuldades e sujeitar-se a grandes privações e sacrifícios. Ordenado sacerdote em 1841, gastou todas as energias da sua natureza e todo o arrojo do seu zelo incansável na criação de obras educativas para a juventude abandonada, na defesa da fé ameaçada das classes populares, e na atividade missionária de evangelização de terras longínquas.

A 5 de Agosto de 1872, São João Bosco, com outra Santa, Maria Domingas Mazzarello, fundou as Filhas de Maria Auxiliadora (F.M.A) para a educação e promoção das jovens.  Anos depois, fundou os

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