Capítulo 61

ORAÇÃO DE UM EXILADO

Salmo individual de súplica. Pode ser a oração de um rei israelita que procura obter segurança em Jerusalém. Mas a oração pelo rei também pode ser feita por outro qualquer orante, uma vez que o rei representava o bem-estar de toda a comunidade (v.7-8; ver 20,10). Algumas analogias com os salmos 72 e 89 mereceram-lhe ressonâncias messiânicas.

 

1Ao mestre do coro. Com instrumentos de corda.
De David.
2Ó Deus, ouve o meu clamor,
atende a minha oração.
3Dos confins da terra grito por ti,
com o meu coração desfalecido.
Coloca-me sobre o rochedo que me é inacessível.
4Tu tens sido o meu refúgio
e uma torre sólida contra o inimigo!
5Possa eu viver sempre na tua tenda
e abrigar-me à sombra das tuas asas.
6Porque Tu, ó Deus, atendeste as minhas promessas,
e deste-me a herança dos que temem o teu nome.
7Acrescenta muitos dias aos dias de vida do rei,
os seus anos sejam longos como as gerações.
8Que ele reine para sempre na presença de Deus;
que o teu amor e fidelidade o guardem.
9Assim louvarei eternamente o teu nome
e cumprirei dia após dia as minhas promessas.

Capítulo 62

DEUS, ÚNICA ESPERANÇA

Salmo individual de confiança em Deus, directa e explicitamente afirmada nos v.1-9 e transformada numa serena meditação ao gosto sapiencial nos v.10-13.

 

1Ao director do coro. Para Jedutun.
Salmo de David.
2Só em Deus descansa a minha alma;
dele vem a minha salvação.
3Só Ele é o meu refúgio e a minha salvação,
a minha fortaleza: jamais serei abalado.
4Até quando atacareis um homem,
todos vós, com o intuito de o matar,
como se fosse uma parede a desmoronar-se,
ou um muro em ruínas?
5Planeiam derrubá-lo do seu posto,
comprazem-se na mentira.
Abençoam com a boca,
mas amaldiçoam com o coração.
6Só em Deus descansa a minha alma,
dele vem a minha esperança.
7Só Ele é o meu refúgio e salvação,
a minha fortaleza; jamais serei abalado.
8Em Deus está a minha salvação e a minha glória,
Ele é o meu rochedo seguro e o meu refúgio.
9Confiai nele, ó povos, em todo o tempo,
desafogai nele o vosso coração.
Deus é o nosso refúgio.
10Na verdade, os homens são como um sopro de vento,
e uma mentira, os seres humanos;
postos na balança, logo vêm acima;
todos juntos são mais leves do que um sopro.
11Não confieis na violência,
nem confieis no que roubais;
se as vossas riquezas crescerem,
não lhes entregueis o coração.
12Mais que uma vez eu ouvi
a palavra que Deus disse:
«A Deus pertence o poder.»
13A ti, Senhor, pertence a bondade,
pois Tu recompensas cada um segundo as suas obras.

Capítulo 63

DESEJO DE ESTAR COM DEUS

Pode ser classificado como um salmo individual de súplica, iniciada com a confiança de que a proximidade do santuário possa trazer ao crente a protecção de Deus. O último versículo alarga as preocupações da oração individual ao rei e ao bem de todo o povo. Isto pode significar apenas a natural convergência da experiência individual com a comunitária ou, também, o resultado da utilização do salmo na liturgia oficial colectiva.

 

1Salmo de David, quando se encontrava no deserto de Judá.
2Ó Deus, Tu és o meu Deus! Anseio por ti!
A minha alma tem sede de ti;
todo o meu ser anela por ti,
como terra árida, exausta e sem água.
3Quero contemplar-te no santuário,
para ver o teu poder e a tua glória.
4O teu amor vale mais do que a vida;
por isso, os meus lábios te hão-de louvar.
5Quero bendizer-te toda a minha vida
e em teu louvor levantar as minhas mãos.
6A minha alma será saciada com deliciosos manjares,
com vozes de júbilo te louvarei.
7Lembro-me de ti no meu leito,
penso em ti, se fico acordado,
8porque Tu és o meu auxílio,
e à sombra das tuas asas eu exulto.
9A minha alma está unida a ti,
a tua mão direita me sustenta.
10Os que procuram a minha ruína,
cairão nas profundezas do abismo.
11Eles morrerão à espada
e serão transformados em pasto de chacais.
12Mas o rei há-de alegrar-se em Deus,
cantarão louvores os que juram por Ele,
enquanto a boca dos mentirosos será fechada.

Capítulo 64

CASTIGO DOS CALUNIADORES

Salmo individual de súplica. Pede a protecção de Deus contra os malvados que fazem acusações graves contra o salmista e o deixam na angústia (v.2-7). Mas Deus fará recair sobre eles os males que preparam para os outros, e a justiça prevalecerá.

 

1Ao director do coro. Salmo de David.
2Ouve, ó Deus, a voz do meu lamento,
defende-me do terror dos meus inimigos.
3Livra-me da conspiração dos malvados,
do tumulto dos que praticam a iniquidade.
4Aguçam a sua má língua como espadas
e lançam, como setas, palavras venenosas,
5para disparar à traição sobre o inocente,
ferindo de surpresa, sem nada recear.
6Decidem-se pelas más obras
e conspiram às ocultas, para armar ciladas,
dizendo: «Quem é que vai reparar?»
7Projectam o crime
e levam até ao fim os seus planos ocultos;
o íntimo do coração do homem é insondável.
8Mas Deus disparará sobre eles as suas flechas
e de surpresa os ferirá.
9A sua língua foi a causa da sua ruína.
Quem os vê abana a cabeça.
10Os homens vão encher-se de temor
e hão-de narrar as obras de Deus,
reconhecendo o que Ele fez.
11O justo alegra-se no SENHOR e nele se refugia;
hão-de gloriar-se todos os rectos de coração.

Capítulo 65

HINO A DEUS PROVIDENTE

Tem todo o espírito de um salmo colectivo de acção de graças. A maneira como sintetiza vários temas da relação de Deus com o universo e com Israel dá-lhe o aspecto de um salmo próprio para ser cantado nas grandes festas. Sobre tais festas, várias hipóteses têm sido levantadas: a festa das Colheitas, a do Ano Novo ou a da Entronização de Javé. A presença de Deus no santuário garante que Ele domina e governa o universo (v.6-8) e proporciona a fertilidade do solo (v.10-14).

 

1Ao director do coro. Salmo de David. Cântico.
2A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião,
e em tua honra se cumprem as promessas.
3Tu escutas a nossa oração,
e todo o mortal se pode aproximar de ti,
4com as suas obras e pecados.
São muitas as nossas faltas,
mas Tu as perdoas.
5Feliz daquele que Tu escolhes e atrais
para viver nos teus átrios.
Seremos saciados com os bens da tua casa,
no teu santo templo.
6Tu nos respondes com prodígios de justiça,
ó Deus, nosso salvador,
esperança dos confins da terra
e dos mares mais distantes.
7Tu dás firmeza às montanhas com a tua força,
revestido de poder.
8Tu acalmas o bramido dos mares,
a fúria das ondas e o tumulto dos povos.
9Até os que habitam nos confins da terra
tremem perante os teus prodígios;
de oriente a ocidente aclamam, em gritos de alegria.
10Cuidaste da terra e tornaste-a fértil,
cumulando-a de riquezas.
Enches, a transbordar, os rios caudalosos
e fazes brotar o trigo;
assim preparas a terra.
11Regas os seus sulcos e aplanas as leivas;
amoleces a terra com chuvas abundantes
e abençoas as suas sementeiras.
12Coroas o ano com os teus benefícios;
por onde passas, brota a abundância.
13Vicejam as pastagens do deserto,
as colinas vestem-se de festa.
14Os campos cobrem-se de rebanhos
e os vales enchem-se de trigais.
Tudo aclama e grita de alegria.

Capítulo 66

ACÇÃO DE GRAÇAS PÚBLICAS

Salmo colectivo de acção de graças. Começa por um hino (1-7), recordando os prodígios realizados por Deus em tempos antigos, que são garantia de segurança frente aos inimigos; depois, vem a acção de graças colectiva (8-12), que lembra a salvação concedida numa batalha; e finalmente (13-20) uma acção de graças em primeira pessoa do singular, embora marcada pelo sentido colectivo das duas partes anteriores.

 

1Ao director do coro. Cântico. Salmo.
Aclamai a Deus, terra inteira,
2cantai a glória do seu nome,
proclamai os seus louvores.
3Dizei a Deus: «São admiráveis as tuas obras!
O teu poder é tão grande,
que os teus inimigos se curvam diante de ti.
4Toda a terra te adora e canta louvores;
entoa hinos ao teu nome.»
5Vinde e admirai as obras de Deus,
as obras admiráveis que Ele fez diante dos homens.
6Converteu o mar em terra firme,
e puderam atravessar a pé enxuto.
Por isso nos alegramos nele!
7Com o seu poder governa para sempre;
com os seus olhos vigia as nações,
para que os rebeldes não se ensoberbeçam.
8Bendizei, ó povos, o nosso Deus,
fazei ressoar a voz do seu louvor.
9Foi Ele quem salvou a nossa vida
e não permitiu que os nossos pés resvalassem.
10Ó Deus, Tu nos puseste à prova
e nos purificaste como se faz com a prata.
11Fizeste-nos cair na armadilha,
puseste um fardo pesado às nossas costas.
12Deixaste passar os cavaleiros sobre as nossas cabeças,
passámos pela água e pelo fogo,
mas, por fim, deste-nos largueza e liberdade.
13Por isso, entrarei com holocaustos na tua casa
e cumprirei as promessas que te fiz,
14promessas que meus lábios proferiram,
quando eu me encontrava em aflição.
15Hei-de oferecer-te animais gordos em holocausto,
farei sacrifícios de carneiros, novilhos e cabritos.
16Vinde e ouvi, todos os que temeis a Deus;
vou narrar-vos o que Ele fez por mim.
17Por Ele gritou a minha boca
e o seu louvor andava já na minha língua.
18Se a maldade estivesse no meu coração,
o Senhor não me teria escutado.
19Mas Deus ouviu-me
e atendeu o clamor da minha súplica.
20Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração,
nem me retirou a sua misericórdia.

Capítulo 67

ACÇÃO DE GRAÇAS PELAS COLHEITAS (Nm 6,22-27)

Salmo colectivo de acção de graças. Porque nos v.7-8 se refere o produto da terra como sinal claro da bênção de Deus, é possível que esta acção de graças fosse um cântico da festa das Colheitas. No entanto, o resto do texto alarga o olhar para a amplidão do mundo, contemplando a soberania universal de Deus.

 

1Ao director do coro. Com instrumentos de corda.
Salmo. Cântico.
2Deus se compadeça de nós e nos abençoe,
faça brilhar sobre nós a luz do seu rosto.
3Sejam conhecidos na terra os teus caminhos
e entre as nações, a tua salvação!
4Que os povos te louvem, ó Deus!
Todos os povos te louvem!
5Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgas os povos com justiça
e governas as nações sobre a terra.
6Que os povos te louvem, ó Deus!
Todos os povos te louvem!
7O campo dá os seus frutos.
Deus, o nosso Deus, nos abençoa.
8Que Deus nos abençoe;
e o seu temor chegue aos confins da terra!

Capítulo 68

EPOPEIA TRIUNFAL DE ISRAEL (Jz 5; Hab 3)

Tem todo o aspecto de ser um salmo colectivo de acção de graças. Mais do que um benefício específico, agradece a Deus todos os benefícios realizados em favor de Israel, durante uma longa História cheia de maravilhas. Por isso, este salmo parece uma pequena epopeia histórica de Israel. Vários autores entendem que ele devia servir como hino próprio de uma festa da aliança. Os temas relativos ao Sinai e o cuidado de Deus com a vida quotidiana coadunam-se bem com esse horizonte.

 

1Ao director do coro. De David. Salmo. Cântico.
2Levanta-se Deus: os seus inimigos dispersam-se
e fogem diante dele os que o odeiam.
3Como se dissipa o fumo, assim eles se dissipam;
como a cera se derrete ao fogo,
assim desfalecem os ímpios diante de Deus.
4Mas os justos alegram-se e rejubilam;
diante de Deus exultam de alegria.
5Louvai a Deus, cantai salmos ao seu nome,
abri caminho àquele que cavalga sobre as nuvens;
o seu nome é SENHOR! Exultai na sua presença!
6Ele é pai dos órfãos e defensor das viúvas,
o Deus que habita no seu santo templo.
7Deus prepara uma casa para os desamparados
e liberta aqueles que estão prisioneiros;
mas os rebeldes viverão em terra estéril.
8Ó Deus, quando saíste à frente do teu povo,
avançando pelo deserto,
9a terra tremeu e a chuva caiu do céu,
na presença do Deus do Sinai,
na presença de Deus, o Deus de Israel.
10Fizeste cair, ó Deus, a chuva com abundância;
restauraste as forças à tua herança extenuada.
11O teu povo ficou restabelecido,
e Tu, ó Deus, reconfortaste o pobre com a tua bondade.
12O Senhor dizia uma palavra
e multiplicavam-se os mensageiros da boa nova:
13«Fogem os reis! Fogem os exércitos!
E a dona de casa reparte os despojos.»
14Que eles se esvaziem entre os rebanhos.
Até as asas das pombas ficam cobertas de prata
e as suas penas, de ouro fino.
15Quando o Deus supremo dispersa os reis,
então a neve cai no monte Salmon.
16Ó montanha de Deus, montanha de Basan!
Montanha elevada, montanha de Basan!
17Ó montes escarpados, porque invejais
a montanha que Deus escolheu para sua morada?
O SENHOR há-de habitar nela eternamente.
18Os carros de Deus são milhares de milhares;
o Senhor vai neles do Sinai para o santuário.
19Tu subiste às alturas e levaste contigo prisioneiros,
recebeste homens como tributo;
até os rebeldes ali poderão habitar, ó SENHOR Deus.
20Bendito seja o Senhor, dia após dia;
Ele cuida de nós; Ele é o Deus da nossa salvação.
21Ele é o nosso Deus, é um Deus que salva.
Na verdade, o SENHOR Deus
é aquele que nos livra da morte!
22Deus esmaga a cabeça dos inimigos,
o crânio dos que se obstinam na maldade.
23O Senhor disse: «De Basan os farei voltar,
hei-de trazê-los do fundo do abismo,
24para que possas molhar os pés no seu sangue
e a língua dos teus cães tome a ração de teus inimigos.»
25Viram, ó Deus, a tua marcha triunfal,
a entrada do meu Deus e rei no santuário.
26Os cantores caminham à frente e os músicos atrás;
no meio vão as donzelas tocando pandeiretas.
27Bendizei a Deus nas assembleias,
bendizei ao SENHOR nas solenidades de Israel.
28Lá vai Benjamim, o mais novo, que abre o cortejo;
depois, os chefes de Judá, com os seus grupos,
os chefes de Zabulão e de Neftali.
29Ó Deus, mostra o teu poder,
aquele poder com que intervieste em nosso favor.
30No teu santuário, em Jerusalém,
os reis virão oferecer-te presentes.
31Domina a fera dos canaviais,
a manada de touros com os novilhos dos povos,
para que ela seja submetida, trazendo barras de prata.
Dispersa as nações que desejam a guerra!
32Do Egipto chegarão ricos presentes
e a Etiópia estenderá, veloz, as mãos para Deus.
33Louvai a Deus, reinos da terra,
cantai hinos ao Senhor!
34Ele avança pelos céus eternos
e faz ouvir a sua voz, que é poderosa.
35Reconhecei o poder de Deus!
A sua majestade resplandece sobre Israel;
o seu poder alcança a vastidão das nuvens.
36Deus é temível no seu santuário,
o Deus de Israel dá força e poder ao seu povo.
Bendito seja Deus!

Capítulo 69

O JUSTO SOFREDOR ENTRE OS HOMENS

Salmo individual de súplica. O salmista lamenta o sofrimento que suporta por causa de Deus e suplica-lhe protecção contra os inimigos, prometendo agradecer essa ajuda. O tema tem certas analogias com o caso de Job e justifica possivelmente algum interesse específico no uso cristão deste salmo. Os dois últimos versículos referem-se à restauração do povo e das cidades de Judá. Se pertencerem ao texto desde a origem, significa que este salmo foi composto depois do Exílio.

 

1Ao director do coro. Segundo «Os lírios». De David.
2Salva-me, ó Deus,
porque as águas quase me submergem;
3estou a afundar-me num lamaçal profundo,
não tenho ponto de apoio;
entrei no abismo de águas sem fundo
e a corrente está a arrastar-me.
4Estou rouco de tanto gritar, dói-me a garganta;
cansam-se os meus olhos à espera do meu Deus.
5São mais que os cabelos da minha cabeça
aqueles que injustamente me odeiam;
são mais fortes que os meus ossos
os inimigos que mentem contra mim.
Terei então de restituir aquilo que não roubei?
6Ó Deus, Tu conheces a minha insensatez,
e as minhas faltas não te são ocultas.
7Não sejam confundidos por minha causa
os que esperam em ti, Senhor, Deus do universo.
Não fiquem desiludidos por minha causa
os que te procuram, ó Deus de Israel.
8Por causa de ti, tenho sofrido insultos,
o meu rosto cobriu-se de vergonha.
9Tornei-me um estranho para os meus irmãos,
um desconhecido para os filhos de minha mãe.
10O zelo da tua casa me consome;
os insultos dos que te ultrajam caíram sobre mim.
11Mortifico-me com jejuns
e mesmo assim me insultam.
12Visto-me de luto
e sou para eles objecto de escárnio.
13Murmuram de mim os que se sentam à porta da cidade,
e os bêbedos divertem-se à minha custa.
14Mas eu dirijo a ti a minha oração,
ó SENHOR, no tempo favorável;
ó Deus, responde-me, pelo teu grande amor,
como prova de que és meu salvador.
15Tira-me do lodo, para que não me afunde!
Salva-me dos que me odeiam e das águas profundas!
16Não me cubram as ondas nem me engula o abismo;
que a boca do poço não se feche sobre mim.
17Responde-me, SENHOR, porque o teu amor é bondade;
olha para mim, pela tua grande compaixão.
18Não escondas a tua face deste teu servo;
responde-me depressa, porque estou angustiado.
19Aproxima-te de mim e salva-me,
liberta-me dos meus inimigos.
20Tu conheces o meu opróbrio,
a minha vergonha e confusão;
tens bem presentes os que me perseguem.
21O insulto despedaçou-me o coração, até desfalecer;
esperei compaixão, mas foi em vão;
alguém que me consolasse, mas não encontrei.
22Deram-me fel, em vez de comida,
e vinagre, quando tive sede.
23Que os seus banquetes se transformem numa armadilha
e numa cilada para os seus amigos.
24Escurece-lhes a vista, para que não vejam,
tremam-lhes os rins a cada instante.
25Descarrega sobre eles a tua indignação;
sejam atingidos pelo furor da tua ira.
26Tornem-se desertas as suas moradas
e não haja quem habite nas suas tendas,
27pois perseguem os que Tu castigaste
e acrescentam sofrimentos aos que puseste à prova.
28Deixa-os acumular falta sobre falta,
e não permitas que tenham acesso ao teu perdão.
29Sejam riscados do livro dos vivos
e não constem na lista dos justos.
30Mas a mim, triste e aflito,
que a tua salvação, ó Deus, me restabeleça.
31Louvarei, com cânticos, o nome de Deus;
hei-de glorificá-lo com acções de graças.
32Isto agradará mais a Deus do que o sacrifício de um touro,
do que uma vítima perfeita e sem mancha.
33Que os humildes vejam isto e se alegrem,
e os que buscam a Deus se encham de coragem,
34porque o SENHOR escuta os necessitados
e não despreza o seu povo cativo.
35Louvem-no o céu e a terra,
os mares e quanto neles se move.
36Sim, Deus há-de salvar Sião,
reconstruir as cidades de Judá;
eles ali habitarão e tomarão posse dela.
37Os descendentes dos seus servos hão-de recebê-la em herança,
e os que amam o seu nome serão os seus moradores.

Capítulo 70

VEM, SENHOR, EM MEU AUXÍLIO (40,14-18)

Salmo individual de súplica, muito semelhante ao Sl 40,14-18.

 

1Ao director do coro. De David. Em memorial.
2Ó Deus, vem em meu auxílio,
SENHOR, vem depressa socorrer-me!
3Fiquem confundidos e cobertos de vergonha
os que procuram tirar-me a vida;
retrocedam e corem de vergonha
os que desejam a minha desgraça.
4Fiquem atónitos e cheios de vergonha
os que troçam de mim!
5Mas alegrem-se e exultem em ti
todos os que te procuram;
digam sem cessar os que desejam a tua salvação:
«Deus é grande!»
6Eu sou pobre e miserável;
ó Deus, cuida de mim.
Tu és o meu auxílio e o meu libertador:
ó SENHOR, não tardes!

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