Capítulo 41

Assassínio de Godolias1No sétimo mês, Ismael, filho de Natanias, filho de Elichamá, de ascendência real e um dos notáveis do rei, com dez homens, foi ter com Godolias, filho de Aicam, a Mispá e, enquanto ali comiam juntos, 2levantou-se Ismael, filho de Natanias, e os dez homens que estavam com ele e atacaram Godolias, filho de Aicam, filho de Chafan.

Assim morreu aquele que o rei da Babilónia nomeara governador do país. 3E Ismael matou também todos os judeus que estavam com Godolias, em Mispá, e igualmente todos os guerreiros caldeus que ali se encontravam.


Ismael mata oitenta peregrinos4Dois dias depois da morte de Godolias, sem que ninguém ainda o soubesse, 5chegaram de Siquém, vindos de Silo e da Samaria, uns oitenta homens, de barba rapada, vestes rasgadas e o rosto desfigurado. Traziam ofertas e incenso para o templo do Senhor. 6Ismael, filho de Natanias, saiu de Mispá ao encontro deles, banhado em lágrimas.

Quando chegou junto deles, disse-lhes: «Vinde a Godolias, filho de Aicam.» 7Porém, quando chegaram ao meio da cidade, Ismael, filho de Natanias, com os homens que estavam com ele, mandou-os matar e lançar para dentro de uma cisterna. 8Mas, entre eles, encontravam-se dez homens que disseram a Ismael: «Não nos mates porque temos escondidas no campo provisões de trigo, cevada, azeite e mel.» Então deixou-os e não os matou com os seus irmãos.

9A cisterna, em que Ismael lançara os cadáveres dos homens que matara, era muito grande e fora construída pelo rei Asa, quando se defendia contra Basa, rei de Israel. Foi esta cisterna que Ismael, filho de Natanias, encheu de cadáveres. 10Ismael aprisionou todos os que ainda restavam em Mispá: as filhas do rei e toda a população que lá ficara, entregue por Nebuzaradan, chefe dos guardas, aos cuidados de Godolias, filho de Aicam. Ismael, filho de Natanias, levou os cativos e pôs-se a caminho do território dos amonitas.


Libertação dos prisioneiros11Joanan, filho de Caré, e todos os comandantes das guarnições que estavam com ele souberam dos crimes que cometera Ismael, filho de Natanias. 12Reuniram, então, todos os seus homens a fim de perseguir Ismael, filho de Natanias, e alcançaram-no perto do grande lago de Guibeon. 13Quando o povo que Ismael levava cativo avistou Joanan, filho de Caré, e os oficiais que estavam com ele, encheu-se de alegria. 14E todo o povo que Ismael trouxera de Mispá abandonou-o e juntou-se a Joanan, filho de Caré.

15Entretanto, Ismael, filho de Natanias, conseguiu escapar a Joanan, com mais oito homens, fugindo para a terra dos filhos de Amon. 16Joanan, filho de Caré, e os oficiais de guerra que o acompanhavam, tomaram todos os sobreviventes de que Ismael, filho de Natanias, se apoderara em Mispá, depois de ter morto Godolias, filho de Aicam: guerreiros, mulheres, crianças e eunucos, que mandara regressar de Guibeon. 17Foram-se dali e detiveram-se no refúgio de Quimeam, nas proximidades de Belém, com a intenção de se dirigirem ao Egipto. 18Queriam evitar os caldeus, pois tinham medo deles, por causa de Ismael, filho de Natanias, ter assassinado Godolias, filho de Aicam, que o rei da Babilónia tinha nomeado governador do país.

Capítulo 42

Nova intervenção de Jeremias1Então, todos os oficiais e Joanan, filho de Caré, e Jazanias, filho de Hosaías, e o resto do povo, desde o maior ao mais pequeno, foram 2dizer ao profeta Jeremias:

«Ouve a nossa súplica e intercede por nós junto do SENHOR, teu Deus, por todo este resto, porque de muitos que éramos ficámos poucos, como tu mesmo podes ver. 3Que o SENHOR, teu Deus, nos mostre o caminho que devemos seguir e o que devemos fazer.» 4O profeta Jeremias respondeu-lhes: «De acordo; eu rogarei por vós ao SENHOR, vosso Deus, segundo os vossos desejos. O que o SENHOR me disser, eu vo-lo transmitirei fielmente; nada vos ocultarei.»

5Eles disseram a Jeremias: «Que o SENHOR seja testemunha fiel e verdadeira contra nós, se não fizermos tudo o que o SENHOR, teu Deus, te mandar dizer-nos! 6Seja coisa favorável ou adversa, obedeceremos à voz do SENHOR, nosso Deus; pedimos-te que intercedas junto dele, para que sejamos bem sucedidos, obedecendo à voz do SENHOR, nosso Deus.»

7Passados dez dias, a palavra do SENHOR foi dirigida a Jeremias. 8Ele chamou Joanan, filho de Caré, e todos os oficiais que estavam com ele e todo o povo, do maior ao mais pequeno, 9e disse-lhes: «Assim fala o SENHOR, Deus de Israel, a quem me enviastes a fim de lhe apresentar as vossas súplicas: 10Se permanecerdes neste país, Eu vos restaurarei e não vos destruirei. Plantar-vos-ei e não vos arrancarei, porque sinto pesar pelo mal que vos infligi. 11Não vos apavoreis por causa do rei da Babilónia, de quem tendes medo! Não o temais – oráculo do SENHOR – porque estou convosco para vos salvar e vos livrar das suas mãos. 12Obterei para vós a sua benevolência, e ele terá piedade de vós, deixando-vos habitar na vossa terra.

13Se, porém, desobedecendo à voz do SENHOR, vosso Deus, disserdes: ‘Não habitaremos nesta terra!’ 14Se disserdes: ‘Iremos para o Egipto, onde não veremos as guerras, nem ouviremos o som da trombeta e onde o pão não mais nos faltará, e lá nos instalaremos!’; 15neste caso, escutai agora a palavra do SENHOR, resto de Judá: Isto diz o SENHOR do universo, Deus de Israel: ‘Se vos obstinais em partir para o Egipto a fim de lá habitar, 16a espada que vós aqui temeis atingir-vos-á na terra do Egipto; a fome que aqui vos aterroriza perseguir-vos-á no Egipto, e lá morrereis. 17Todos os que se obstinarem em ir para o Egipto, com o fim de ali habitar, morrerão pela espada, pela fome e pela peste; nenhum deles escapará ao castigo que farei cair sobre eles.’ 18Porque isto diz o SENHOR do universo, Deus de Israel: ‘Assim como a minha ira e a minha cólera se lançou sobre os habitantes de Jerusalém, também se lançará sobre vós, se fordes para o Egipto. Vireis a ser objecto de imprecação e horror, de maldição e vergonha, e não tornareis a ver este lugar.’

19Eis o que diz o SENHOR, sobreviventes de Judá: Não entreis no Egipto! Sabei que hoje vos advirto solenemente. 20Enganastes-vos a vós mesmos quando me enviastes ao SENHOR, vosso Deus, dizendo: ‘Intercede por nós ao SENHOR, nosso Deus. Tudo o que o SENHOR, nosso Deus, te disser, anuncia-no-lo e nós o faremos.’ 21Hoje eu vo-lo anunciei, mas não escutastes a voz do SENHOR, vosso Deus, em nada daquilo que Ele me encarregou de vos transmitir. 22E agora ficai sabendo: morrereis pela espada, pela fome e pela peste nessa terra que escolhestes para nela habitar.»

Capítulo 43

Jeremias no Egipto1Quando Jeremias acabou de comunicar ao povo todas as palavras que o Senhor, seu Deus, lhe encarregara de transmitir, 2Azarias, filho de Hosaías, Joanan, filho de Caré, e todos os homens insolentes disseram a Jeremias: «É mentira o que dizes! O Senhor, nosso Deus, não te enviou a dizer-nos: ‘Não entreis no Egipto para habitardes lá.’ 3Mas é Baruc, filho de Néria, que te incita contra nós para nos entregar aos caldeus, para nos matar ou nos deportar para a Babilónia.»

4Joanan, filho de Caré, os chefes e todo o povo não escutaram a voz do Senhor para permanecerem na terra de Judá. 5Pelo contrário, Joanan, filho de Caré e os chefes do exército reuniram todos os sobreviventes de Judá, que tinham regressado de todas as nações para onde tinham sido dispersos, a fim de habitar novamente na terra de Judá: 6homens, mulheres e crianças, as filhas do rei e todos os que Nebuzaradan, chefe dos guardas, tinha deixado com Godolias, filho de Aicam, filho de Chafan e com o profeta Jeremias, e Baruc, filho de Néria. 7Desobedecendo, assim, à voz do Senhor, partiram para o Egipto e chegaram a Taapanés.


Jeremias profetiza no Egipto8A palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias em Taapanés, dizendo: 9«Toma nas tuas mãos pedras grandes e, na presença dos judeus, enterra-as debaixo do pavimento de tijolo, junto à entrada do palácio do faraó, em Taapanés, 10e diz-lhes: Assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: ‘Vou mandar buscar o meu servo Nabucodonosor, rei da Babilónia, e porei o seu trono sobre as pedras que enterrei neste lugar, e ele estenderá sobre elas o seu tapete real.

11Ele virá e ferirá a terra do Egipto:

O que é para a morte, à morte!

O que é para o cativeiro, ao cativeiro!

O que é para a espada, à espada!


12Lançará fogo aos templos dos deuses do Egipto e queimá-los-á; ele passará o Egipto a pente fino, tal como o pastor cata as pulgas do seu manto. E dali sairá em paz. 13Destruirá os obeliscos do templo do Sol, no Egipto, e incendiará os templos dos deuses do Egipto.’»

Capítulo 44

Os judeus no Egipto1Palavra que Jeremias recebeu para todos os judeus residentes no Egipto, em Migdol, em Taapanés, em Mênfis e na região de Patros: 2«Assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: Vistes todos os males que fiz cair sobre Jerusalém e sobre todas as cidades de Judá. Hoje, elas estão arruinadas e sem habitantes, 3por causa das iniquidades que cometeram, irritando-me, incensando e prestando culto a deuses estranhos, que não conheciam, nem vós, nem vossos pais. 4Desde o início, e sem cessar, enviei-vos os profetas, meus servos, para vos dizer: ‘Não cometais esta abominação, que Eu detesto!’ 5Porém, não ouviram, nem prestaram atenção para se converterem das suas maldades, deixando de oferecer incenso a deuses estranhos. 6Então, a minha cólera e a minha ira atingiram as cidades de Judá e as ruas de Jerusalém que se transformaram em ruína e desolação até ao dia de hoje.

7E agora, isto diz o Senhor do universo, Deus de Israel: ‘Porque cometeis tão grande mal contra vós mesmos, de forma que no meio de Judá pereçam homens, mulheres, crianças e meninos de peito, a tal ponto que de vós não restarão sobreviventes? 8Pois me irritastes com as obras das vossas mãos, oferecendo incenso a deuses estranhos, na terra do Egipto, aonde viestes estabelecer-vos e assim provocais o vosso extermínio e vos tornais, entre todas as nações da terra, objecto de maldição e de vergonha. 9Esquecestes os crimes dos vossos pais, os crimes dos reis de Judá e das suas esposas, os vossos próprios crimes e os das vossas mulheres, cometidos na terra de Judá e nas ruas de Jerusalém? 10Até hoje, ainda não se arrependeram, não tiveram temor, nem cumpriram a minha lei, nem os mandamentos que vos dei, a vós e a vossos pais.’

11Portanto, assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: ‘Eis que volto a minha face contra vós para vossa ruína e vou destruir Judá. 12Tomarei o resto de Judá que se obstinou em ir habitar no Egipto e todos perecerão na terra do Egipto, vítimas da espada e da fome. Destruí-los-ei desde o mais pequeno ao maior, pela espada e pela fome. Serão objecto de imprecação, de horror, de maldição e de vergonha. 13Castigarei os que habitam no Egipto, como castiguei os de Jerusalém, com a espada, a fome e a peste. 14E, dos sobreviventes de Judá que vieram estabelecer-se no Egipto, nenhum escapará nem sobreviverá para regressar à terra de Judá, à qual tanto aspiram voltar para lá morarem. Não voltarão, a não ser alguns fugitivos.’»


Sacrifícios à rainha do céu15Então, todos os homens que sabiam que as suas mulheres ofereciam incenso a deuses estrangeiros, e todas as mulheres presentes em grande número e todo o povo residente em Patros, no Egipto, responderam a Jeremias:

16«Nós não escutamos o que nos dizes em nome do Senhor, 17mas cumpriremos todas as promessas que fizemos de queimar incenso à rainha do céu e de lhe oferecer libações, tal como procedemos nós e os nossos antepassados, nossos reis e nossos chefes, nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém. Então, tínhamos fartura de pão, vivíamos na abundância e não conhecíamos a desgraça. 18Porém, desde que deixámos de queimar incenso à rainha do céu, e de lhe oferecer libações, tudo nos falta e somos dizimados pela espada e pela fome. 19Quando queimávamos incenso à rainha do céu e lhe oferecíamos libações, foi, porventura, sem consentimento dos nossos maridos que fizemos as tortas com a sua imagem, e lhe fizemos libações?»

20Então, Jeremias falou a todo o povo, aos homens e às mulheres e a todos aqueles que lhe tinham dado esta resposta, dizendo: 21«Quanto ao incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e chefes e todo o povo, pensais que o Senhor não se recordava e não o tinha presente? 22O Senhor já não podia suportar por mais tempo a maldade dos vossos actos e das vossas abominações; por isso, a vossa terra foi convertida em ruína, espanto e maldição, sem habitantes até ao dia de hoje. 23E se vos adveio a calamidade presente, foi porque oferecestes incenso, pecastes contra o Senhor, não ouvistes a sua voz, não observastes as suas leis nem os seus preceitos.»

24Depois, Jeremias disse a todo o povo e a todas as mulheres: «Ouvi a palavra do Senhor, vós todos de Judá que residis no Egipto. 25Assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: Vós e as vossas mulheres não só o dizeis com a boca, mas executai-lo com as mãos, dizendo: ‘Temos de cumprir as promessas que fizemos de oferecer incenso e libações em honra da rainha do céu’. Pois bem! Cumpri os vossos votos, mantendo as vossas promessas.

26Por isso, ouvi a palavra do Senhor, judeus que habitais no Egipto: Eis que juro pelo meu grande nome, diz o Senhor, que de nenhum modo será mais invocado o meu nome, em todo o Egipto, por nenhum homem de Judá, dizendo: ‘Pelo Senhor, Deus vivo’. 27Eis que vigiarei sobre eles para seu mal e não para seu bem. Todos os judeus que residem no Egipto morrerão pela espada e à fome, até ao seu total aniquilamento. 28Só um pequeno número escapará da espada, voltando do Egipto à terra de Judá. Então, os sobreviventes de Judá que vierem estabelecer-se no Egipto saberão qual é a palavra que se cumpre, se é a minha ou se é a deles. 29Eis o sinal pelo qual reconhecereis que vos pedirei contas neste lugar, para que saibais que verdadeiramente se cumprirão contra vós as minhas palavras de desgraça – oráculo do Senhor.

30Assim fala o Senhor: ‘Vou entregar o faraó Hofra, rei do Egipto, nas mãos dos seus inimigos, nas mãos dos que lhe querem tirar a vida, assim como entreguei Sedecias, rei de Judá, nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilónia, seu inimigo, que procurava tirar-lhe a vida.’»

Capítulo 45

Mensagem a Baruc1Palavra que o profeta Jeremias dirigiu a Baruc, filho de Néria, quando escreveu estes oráculos, ditados pelo profeta, no quarto ano do reinado de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá:

2«Isto te diz o Senhor, Deus de Israel, para ti, Baruc: 3Tu exclamas: ‘Desgraçado de mim! Pois o Senhor não faz mais que acrescentar dor à minha dor. Estou cansado de gemer e não encontro repouso!’ 4Eis o que lhe dirás: ‘Assim fala o Senhor: O que Eu tinha construído, Eu o destruo e o que tinha plantado, Eu o arranco; e isto em toda a terra’. 5E tu, pedes para ti grandes favores! Não os peças, porque vou enviar desgraças sobre todas as criaturas – oráculo do Senhor. Mas dar-te-ei a vida, como um despojo, em qualquer lugar para onde fores.»

Capítulo 46

1Palavras dirigidas pelo Senhor a Jeremias sobre as nações.


Oráculo contra o Egipto (Is 19; Ez 29-32) – 2Contra o Egipto, contra o exército do faraó Necao, rei do Egipto, que esteve nas margens do rio Eufrates, em Carquémis, e que foi derrotado por Nabucodonosor, rei da Babilónia, no quarto ano do reinado de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá:

3Preparai os escudos e broquéis, avançai para o combate. 4Atrelai os cavalos, montai, cavaleiros, ponde os capacetes, empunhai as lanças. Revesti as vossas couraças!

5Mas, que vejo eu? Estão aterrados, põem-se em fuga os seus guerreiros, foram batidos e fogem à pressa, sem olhar para trás! De todas as partes, o terror – oráculo do Senhor. 6O mais ágil não pode fugir, o mais forte não escapará! Ao norte, nas margens do Eufrates, tropeçaram e caíram.

7Quem é este que sobe como o Nilo? As suas águas agitam-se como os rios! 8É o Egipto que sobe como o Nilo, e cujas águas se agitam como os rios, e diz: «Subirei e inundarei a terra, destruirei cidades e os seus habitantes.» 9Avante, cavalos! Avançai, carros! Em marcha, guerreiros de Cuche e de Put, que empunham o escudo, e gente de Lud, que retesa o arco. 10Esse dia é para o Senhor, Deus do universo, dia de vingança contra os seus inimigos. A espada devorará até se fartar, embriagar-se-á com o seu sangue. Pois é um sacrifício para o Senhor, Deus do universo, nas terras do norte, nas margens do Eufrates. 11Sobe a Guilead, em busca de bálsamo, jovem filha do Egipto. Em vão multiplicas os remédios, o teu mal não tem cura. 12As nações conhecem a tua vergonha, e os teus gritos enchem a terra. Soldado tropeçou com o soldado, e ambos caíram juntamente.


Invasão do Egipto

13Palavra que o Senhor dirigiu ao profeta Jeremias quando Nabucodonosor, rei da Babilónia, foi atacar o Egipto: 14«Anunciai no Egipto, publicai em Migdol, em Mênfis e em Taapanés. Dizei: ‘Levanta-te, prepara-te, que a espada vai devorar tudo à tua volta.’ 15Porque caiu o poderoso deus Ápis e não se mantém de pé? Porque o Senhor o derrubou. 16Aumentou a confusão e a desordem; dizem uns para os outros: ‘Levantemo-nos e voltemos para junto do nosso povo, para a terra onde nascemos, para fugirmos à espada destruidora.’ 17Ao faraó, rei do Egipto, ponde este nome: ‘Barulho, fora de tempo.’

18Pela minha vida – oráculo do Rei, cujo nome é Senhor do universo: Como o Tabor se ergue sobre as montanhas e como o Carmelo junto ao mar, assim ele chegará. 19Preparai a bagagem para o exílio, habitantes da terra do Egipto, porque Mênfis vai transformar-se em deserto, lugar devastado e sem habitantes. 20O Egipto é como uma novilha formosa; um moscardo do Norte vem atacá-la. 21Também seus mercenários, como bezerros cevados, voltam as costas e fogem sem resistir, porque caiu sobre eles o dia da desgraça, a hora do seu castigo. 22A sua voz sibila como a serpente, pois avançam em tropel e, como lenhadores dos bosques, avançam com machados contra ela. 23Arrasam a sua floresta – oráculo do Senhor. Eles são incontáveis e mais numerosos que os gafanhotos; ninguém os pode contar. 24Foi derrotada a capital do Egipto, entregue nas mãos de um povo do Norte.»

25O Senhor do universo, Deus de Israel, disse: «Vou castigar o deus Amon de Nó, o faraó, o Egipto, os seus deuses e os seus reis; o faraó e os que confiam nele. 26Entregá-los-ei nas mãos dos que procuram tirar-lhes a vida, nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilónia e dos seus generais. Depois disto, como nos dias antigos, o Egipto será habitado» – oráculo do Senhor.


Israel é libertado (30,10-11)

27«Mas tu, Jacob, meu servo, não temas, não te assustes, Israel, porque vou trazer-te da terra longínqua, e os teus descendentes, do país onde estão cativos. Jacob tornará a viver em segurança, tranquilo e sem temor. 28Tu não temas, meu servo Jacob, porque Eu estou contigo – oráculo do Senhor. Aniquilarei todas as nações para onde te desterrei. A ti, porém, não te aniquilarei, mas castigar-te-ei com justiça, sem, contudo, te deixar impune.»

Capítulo 47

Contra os filisteus (Is 14,28-32; Ez 25,15-17;Am 1,6-8) – 1Palavra do Senhor, dirigida ao profeta Jeremias, acerca dos filisteus, antes de o Faraó ter atacado Gaza.

2Assim fala o Senhor: «Eis que sobem as águas vindas do Norte, semelhantes a uma torrente que transborda, inundam o país e o que nele existe, a cidade e os seus habitantes. Soltam gritos os homens e gemem todos os habitantes do país. 3Ouvindo o estrondo do galopar do seus cavalos, o ruído dos seus carros e o ranger das suas rodas, os pais já não cuidam dos seus filhos, cansados, deixam cair os braços. 4É que surgiu o dia da ruína de todos os filisteus; o dia de cortar a Tiro e a Sídon os aliados que lhe restam, pois o Senhor vai arruinar os filisteus e o resto da ilha de Creta. 5Gaza rapou a cabeça, Ascalon está aniquilada. Ai do resto dos anaquitas! Até quando farás incisões em ti? 6Ó espada do Senhor, quando repousarás? Entra na tua bainha; descansa, pára um pouco! 7Mas como poderá ela repousar, se é o Senhor quem a comanda contra Ascalon e contra a região litoral? É lá que Ele a espera!»

Capítulo 48

Contra Moab (Is 15-16;Ez 25,8-11)

1Contra Moab, assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: «Ai de Nebo! Porque foi arrasada! Quiriataim foi derrotada e conquistada! A que era considerada uma fortaleza foi derrotada e abatida! 2Acabou-se a glória de Moab! Em Hesbon conspiravam contra ela: ‘Vamos riscá-la do número das nações!’ E tu, Madmen, serás silenciada; a espada corre atrás de ti. 3Ouvem-se gritos de Horonaim: Devastação, grande ruína! 4Moab foi esmagada; os seus gritos fazem-se ouvir até Seir. 5Pela encosta de Luit sobe-se chorando; pela descida de Horonaim ouvem-se clamores de angústia. 6Fugi, salvai as vossas vidas, sede como o asno selvagem no deserto! 7Porque puseste a confiança nas tuas obras e nos teus tesouros, também tu serás tomada. Camós irá para o exílio com os seus sacerdotes e dignitários. 8O devastador entrará em todas as cidades; nenhuma será poupada. O vale será destruído e o planalto devastado, conforme disse o Senhor. 9Dai asas a Moab para levantar voo, porque as suas cidades transformar-se-ão em deserto. E ninguém habitará nelas. 10Maldito o que executa com negligência o mandato do Senhor! Maldito o que recusa o sangue à sua espada!

11Moab está tranquilo desde a sua juventude, repousando como o vinho sobre as borras; não foi trasfegado duma vasilha para outra, não teve de ir para o cativeiro; permaneceu com o seu sabor e não alterou o seu aroma. 12Por isso, dias virão – oráculo do Senhor – em que lhe enviarei trasfegadores que hão-de trasfegar, esvaziar e quebrar os seus tonéis. 13E Moab envergonhar-se-á de Camós, assim como a casa de Israel se envergonhou de Betel, em quem confiava. 14Como podeis dizer: ‘Somos bravos, somos guerreiros valentes’? 15Moab está destruída e as suas cidades invadidas; os melhores dos seus soldados baixaram ao matadouro – oráculo do Rei, cujo nome é Senhor do universo. 16A ruína de Moab está iminente, a sua desgraça aproxima-se rapidamente. 17Chorai por ela, vós todos os seus vizinhos e todos os que conheceis o seu nome; dizei: ‘Como se partiu o bastão poderoso, o ceptro de glória!’

18Desce da tua glória e senta-te no chão, população da capital de Dibon, pois o devastador de Moab subiu contra ti, destruindo as tuas muralhas. 19Pára no caminho e vigia, ó gente de Aroer; interroga o fugitivo que escapou; pergunta: ‘Que aconteceu?’ 20Moab, em ruínas, cobre-se de vergonha; gritai, gemei! Anunciem em Arnon que Moab foi destruída. 21Chegou o julgamento contra as terras do planalto: contra Holon, Jaça e Mefaat; 22contra Dibon, Nebo e Bet-Diblataim; 23contra Quiriataim, Bet-Gamul e Bet-Meon; 24contra Queriot e Bosra, e contra todas as cidades da terra de Moab, as mais próximas e as distantes. 25Foi abatido o poder de Moab e o seu braço foi quebrado – oráculo do Senhor. 26Embriagai-a, pois se levantou contra o Senhor; Moab revolver-se-á no próprio vómito e tornar-se-á também objecto de escárnio. 27Não escarneceste tu, de Israel, como de um apanhado entre ladrões, e não abanavas a cabeça quando falavas dele? 28Abandonai as cidades e habitai nos rochedos, habitantes de Moab, tal como a pomba que faz o ninho na borda dos precipícios.

29Conhecemos o orgulho de Moab, a soberba desmedida, a sua altivez, o orgulho, a presunção e a arrogância do seu coração. 30Conheço muito bem –oráculo do Senhor – a sua presunção e o vazio das suas obras. 31Por isso, gemerei por Moab, gritarei de dor por Moab inteiro; chorarei pelos homens de Quir-Heres. 32Choro por ti mais do que chorei por Jazer, ó vinha de Sibma! Os teus sarmentos atravessavam o mar, chegavam até ao mar de Jazer. Mas lançou-se o devastador sobre as tuas searas e vindimas. 33A alegria e o regozijo desapareceram dos pomares do país de Moab; fiz com que secasse o vinho nos lagares: já não se pisam mais as uvas entre gritos de alegria.

34Os clamores de Hesbon chegam até Elalé e até Jaás; o seu grito faz-se ouvir de Soar até Horonaim e Eglat-Chelichia, pois até as águas de Nimerim secaram. 35Farei desaparecer de Moab – oráculo do Senhor – os que sobem aos lugares altos, para oferecer incenso aos seus deuses. 36Por isso, o meu coração chora como voz de flauta por Moab; o meu coração chora pelos habitantes de Quir-Heres, pois foi destruído tudo aquilo que tinham acumulado. 37Todas as cabeças foram rapadas, todas as barbas cortadas. Foram golpeadas as mãos e os rins cobertos de saco. 38Sobre os terraços de Moab e em todas as suas praças ouvem-se lamentos, porque despedacei Moab como vaso inútil – oráculo do Senhor. 39Como foi destroçada! Chorai! Como Moab voltou as costas de vergonha! Como se tornou objecto de zombaria e de espanto para todos os seus vizinhos!» 40Pois, assim fala o Senhor: «Eis que ele vem voando, como a águia, estendendo as asas sobre Moab. 41As cidades foram tomadas e arrebatadas as suas fortificações. Naquele dia, o coração dos guerreiros de Moab será como o coração da mulher em parto. 42Moab deixará de ser uma nação, porque se levantou contra o Senhor. 43Pânico, armadilhas e cerco é tudo contra ti, povo de Moab – oráculo do Senhor. 44Quem fugir ao pânico cairá na armadilha; e aquele que escapar da armadilha, será apanhado no cerco! Com efeito, farei vir sobre Moab o ano do seu castigo – oráculo do Senhor. 45No refúgio de Hesbon detiveram-se, extenuados, os fugitivos; mas um fogo sairá de Hesbon e uma chama do palácio de Seon que devorará os cumes de Moab e o crânio dos seonitas. 46Ai de ti, Moab! Está perdido, o povo de Camós! Os teus filhos serão levados em cativeiro e as tuas filhas, desterradas. 47Mas, nos tempos futuros, mudarei a sorte de Moab» – oráculo do Senhor. Fim do julgamento contra Moab.

Capítulo 49

Contra os amonitas (Ez 25,1-8; Am 1,13-15)

1Assim fala o Senhor contra os amonitas:

«Porventura, Israel não tem filhos? Porventura, não tem herdeiro? Por que razão Milcom tomou conta de Gad, e instalou o seu povo nas suas cidades? 2Por isso, dias virão – oráculo do Senhor – em que farei ouvir gritos de guerra em Rabat, capital de Amon. Será reduzida a um montão de ruínas, as suas cidades serão entregues às chamas. Então, Israel herdará daqueles que foram seus herdeiros – diz o Senhor. 3Lamenta-te Hesbon, pela destruição e ruína; gritai, filhas de Rabat, vesti-vos de luto e chorai; vagueai sobre as ruínas, porque Milcom é levado ao exílio juntamente com os seus sacerdotes e dignitários. 4Porque te glorias da fertilidade dos teus vales, cidade rebelde? Confiada nos teus tesouros, dizias: ‘Quem virá contra mim?’ 5Farei que venha contra ti o terror por todos os lados – oráculo do Senhor Deus do universo. Cada um fugirá para seu lado e ninguém recolherá os fugitivos. 6Mas, depois disto, farei voltar os cativos dos filhos de Amon» –oráculo do Senhor.


Contra os edomitas (Is 34; Ez 25,12-14;Abd)

7Contra Edom, assim fala o Senhor do universo:

«Já não há sabedoria em Teman? Será que se perdeu o conselho dos mestres? Desvaneceu-se a sua sabedoria? 8Fugi, voltai as costas, ocultai-vos, habitantes de Dedan, porque vou trazer a ruína sobre Esaú, o tempo do seu castigo. 9Se te invadirem vindimadores, não te deixarão um cacho. Se forem ladrões nocturnos, pilharão até se saciarem. 10Mas, sou Eu quem põe a descoberto Esaú, revelo os seus esconderijos e não poderá ocultar-se. A sua raça está destruída; os seus irmãos e vizinhos já não existem. 11Abandona os teus órfãos, que Eu cuidarei deles; as tuas viúvas podem confiar em mim!»

12Porque isto diz o Senhor: «Aqueles que não mereciam beber deste cálice, tiveram de beber dele; e tu, ficarás impune? Não! Também beberás. 13Juro-o pelo meu nome – oráculo do Senhor. Bosra será objecto de espanto, vergonha, ruína e maldição. E todas as suas cidades serão ruínas para sempre. 14Recebi uma notícia do Senhor, um arauto foi enviado às nações: ‘Juntai-vos e marchai contra ela! Preparai-vos para a guerra!’ 15Vê: Eu te fiz pequena entre as nações, desprezada pelos homens. 16Enganou-te o terror que semeavas e a arrogância do teu coração; habitas nas rochas escarpadas, agarrada aos cimos das colinas. Ainda que pusesses o teu ninho tão alto como o da águia, de lá te precipitaria – oráculo do Senhor.

17Edom será objecto de espanto, e os que passem junto dela, assobiando, escarnecerão da sua ruína. 18É como a catástrofe de Sodoma e Gomorra, e das cidades vizinhas – diz o Senhor. Ninguém ali habitará, nenhum homem ali morará. 19Como um leão, vem dos matagais do Jordão às pastagens perenes; assim, num instante, hei-de expulsá-los de lá e ali estabelecerei quem Eu escolher. Quem se pode igualar a mim? Quem me poderá pedir contas? Quem é o pastor que me poderá fazer frente?

20Portanto, escutai o desígnio do Senhor sobre Edom, e os planos que tem em mente contra os habitantes de Teman. Até as ovelhas mais pequenas serão arrebatadas e as pastagens desaparecerão diante delas. 21Ao estrondo da sua ruína estremece a terra e os seus clamores ouvir-se-ão no Mar dos Juncos. 22Eis que subirá como a águia, voará e estenderá as suas asas sobre Bosra. Naquele dia, o coração dos guerreiros de Edom será como o de uma mulher com dores de parto.»


Contra Damasco (Is 17,1-6;Am 1,3-5)

23Contra Damasco: «Hamat e Arpad estão apavoradas, porque tiveram uma notícia funesta. Ansiosas, agitam-se como o mar; não podem acalmar-se. 24Damasco perdeu a coragem, lançou-se a fugir. O terror paralisa-a, a angústia e as dores apoderam-se dela, como a mulher que dá à luz. 25Como é que ficou deserta a cidade formosa, a colina das delícias? 26Por isso, os seus jovens cairão nas ruas, e os seus guerreiros perecerão naquele dia – oráculo do Senhor do universo. 27Vou lançar o fogo às muralhas de Damasco, que devorará os palácios de Ben-Hadad.»


Contra Quedar e Haçor (Is 21,16-17)

28Contra Quedar e os reinos de Haçor, que destruiu Nabucodonosor, rei da Babilónia, assim fala o Senhor:

«Levantai-vos! Marchai contra Quedar! Aniquilai as tribos do Oriente! 29Apoderem-se das suas tendas e rebanhos! Apropriem-se dos seus tapetes, das suas bagagens, sejam-lhe retirados os seus camelos! Gritai contra eles: ‘Terror por todo o lado!’ 30Fugi a toda a pressa, escondei-vos nos esconderijos, habitantes de Haçor, – oráculo do Senhor; pois, Nabucodonosor, rei da Babilónia, forjou um plano contra vós e tem projectos para vos arruinar. 31Levantai-vos! Marchai contra um povo pacífico que vive em sossego – oráculo do Senhor. Não têm portas, nem ferrolhos e vivem isoladamente. 32Os seus camelos serão uma presa e os seus muitos rebanhos estão a saque! Espalharei a todos os ventos estes homens de cabelos rapados, e de toda a parte lançarei sobre eles a desgraça – oráculo do Senhor. 33Haçor tornar-se-á guarida de chacais, uma solidão para sempre, onde ninguém mais habitará e nenhum ser humano ali terá morada.»


Contra Elam34Palavra do Senhor, dirigida ao profeta Jeremias contra Elam, no princípio do reinado de Sedecias, rei de Judá:

35Isto diz o Senhor do universo:

«Vou destruir o arco de Elam e o melhor dos seus soldados. 36Mandarei vir sobre Elam os quatro ventos, dos quatro cantos do céu. Dispersá-los-ei por todos estes ventos, e não haverá nação onde não cheguem os fugitivos de Elam. 37Farei que Elam trema diante dos seus inimigos e daqueles que procuram tirar-lhes a vida. Farei vir sobre eles a desgraça, e o furor da minha cólera – oráculo do Senhor; enviarei contra eles a espada, até que sejam exterminados. 38Estabelecerei o meu trono em Elam, e dela exterminarei o rei e os chefes – oráculo do Senhor. 39Porém, nos últimos dias, mudarei a sorte de Elam» – oráculo do Senhor.

Capítulo 50

Contra a Babilónia (Is 14,4-23;21,1-10;46;Br 4,31-35; Ap 18) – 1Palavra que o Senhor dirigiu ao profeta Jeremias acerca da Babilónia, a terra dos caldeus:

2«Anunciai e publicai entre as nações! Levantai a bandeira, anunciai! Nada oculteis, exclamai: A Babilónia foi tomada! Bel cobriu-se de confusão, o deus Marduc foi destroçado; os seus ídolos foram confundidos, as suas imagens destruídas. 3Pois um povo vindo do norte avança contra ela; ele fará do seu território um deserto. E não haverá quem nela habite. Homens e animais fogem em debandada. 4Naqueles dias e naquele tempo – oráculo do Senhor – voltarão juntos, os filhos de Israel e os filhos de Judá; irão caminhando a chorar, à procura do Senhor, seu Deus. 5Perguntarão por Sião, para onde estão voltados os seus rostos. Vamos e unamo-nos ao Senhor, em aliança eterna que não será esquecida. 6O meu povo tornou-se um rebanho de ovelhas perdidas que os seus pastores deixaram desgarradas pelos montes. Caminhavam por montanhas e colinas, esquecidas do seu aprisco. 7Todos os que as encontravam, devoravam-nas; os seus inimigos diziam: ‘Não somos culpados, porque eles pecaram contra o Senhor, que é a herança legítima, a esperança de seus antepassados’.

8Fugi da Babilónia e da terra dos caldeus. Saí como os cabritos à frente do rebanho. 9Pois Eu suscitarei e enviarei contra a Babilónia uma coligação de grandes nações. Virão do norte em linha de batalha, avançando contra ela, de modo a capturá-la. As suas setas, como as de um hábil guerreiro, não erram o alvo. 10Os caldeus serão objecto de pilhagem; todos os seus saqueadores ficarão saciados – oráculo do Senhor. 11Alegrai-vos, pois, e exultai, saqueadores da minha herança! Saltai como a novilha sobre a erva e relinchai como garanhões! 12A vossa mãe ficará coberta de vergonha. Aquela que vos gerou ficará humilhada. Ei-la como a última das nações, um deserto, desolado e árido. 13Pela ira do Senhor, ficará desabitada, reduzida a um montão de ruínas. Todos os que passarem pela Babilónia pasmarão e ficarão admirados com todas as suas desgraças.

14Archeiros todos, preparai-vos para atacar a Babilónia por todos os lados. Combatei-a, não poupeis as flechas, porque pecou contra o Senhor. 15Gritai a toda a volta contra ela! Ela já levanta as mãos! Caem as suas torres, as suas muralhas são derrubadas! Pois esta é a vingança do Senhor! Vingai-vos dela, fazei-lhe o mesmo que ela fez. 16Exterminai da Babilónia o que semeia, e o que maneja a foice no tempo da colheita. Diante da espada devastadora, volte cada um para o seu povo, fuja cada um para a sua terra.

17Israel era como uma ovelha desgarrada, perseguida por leões. Primeiro, devorou-a o rei da Assíria. Depois, Nabucodonosor, rei da Babilónia, quebrou-lhe os ossos. 18Por isso, assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: Vou castigar o rei da Babilónia e o seu país, assim como castiguei o rei da Assíria. 19Farei voltar Israel para os seus campos, a fim de que paste no Carmelo e em Basan; saciar-se-á nos montes de Efraim e de Guilead. 20Naqueles dias e naquele tempo –oráculo do Senhor – buscar-se-á a culpabilidade de Israel e não será encontrada; também não acharão o pecado de Judá, porque perdoarei aos que tiver poupado.»


Queda da Babilónia proclamada em Jerusalém21«Sobe contra o país de Merataim, contra ele e contra os habitantes de Pecod.

Avança e extermina-os até ao último – oráculo do Senhor – e executa tudo quanto te ordenei. 22Há gritos de guerra no país, é imensa a ruína! 23Como se quebrou e desfez em pedaços o martelo de toda a terra? Como a Babilónia se transformou em espanto entre as nações! 24Lancei-te uma armadilha, ó Babilónia, e foste apanhada, sem te dares conta. Foste surpreendida e aprisionada, porque provocaste o Senhor. 25O Senhor abriu o seu arsenal e dele tirou as armas da sua indignação, pois o Senhor Deus do universo tem uma missão a cumprir no país dos caldeus. 26Vinde contra ela desde os confins e abri os seus celeiros. Amontoai os seus despojos como feixes e exterminai tudo sem deixar resto. 27Matai todos os seus touros; sejam conduzidos ao matadouro! Ai deles, porque chegou o seu dia, o tempo do seu castigo! 28Escutai os fugitivos e os evadidos da terra da Babilónia, para anunciar em Sião a vingança do Senhor, nosso Deus, a vingança do seu templo. 29Convocai contra a Babilónia os arqueiros, todos os que manejam o arco; sitiai-a, para que ninguém escape. Dai-lhes a paga das suas obras; fazei com ela o mesmo que ela fez, porque se revoltou contra o Senhor, contra o Santo de Israel. 30Por isso, os seus jovens cairão nas ruas e todos os seus guerreiros perecerão nesse dia – oráculo do Senhor. 31Aqui estou contra ti, ó insolente, chegou o teu dia, o tempo do teu castigo – oráculo do Senhor Deus do universo. 32Tropeçará a insolente e cairá sem que ninguém a levante. Lançarei fogo às suas cidades, que devorará tudo em volta.»


O Senhor, Redentor de Israel

33Isto diz o Senhor do universo: «Os filhos de Israel e os filhos de Judá sofrem juntos a opressão. Aqueles que os levaram ao cativeiro detêm-nos, recusando libertá-los. 34Porém, o seu redentor é poderoso: o seu nome é Senhor do universo. Defenderá com ardor a sua causa, para dar repouso à terra e fazer tremer os habitantes da Babilónia. 35Espada contra os caldeus, contra a população da Babilónia, contra os seus chefes e os seus sábios! – Oráculo do Senhor. 36Espada contra os seus adivinhos, para que enlouqueçam! Espada contra os seus guerreiros, para que se amedrontem! 37Espada contra os seus cavalos e os seus carros e contra todo o povo que nela se encontra, para que se tornem frágeis como mulheres! Espada contra os seus tesouros, para que sejam saqueados! 38Espada contra os seus canais, para que sequem, porque é um país de ídolos, que se gloria dos seus espantalhos! 39Por isso, habitarão ali chacais, feras e avestruzes. Jamais voltará a ser habitada e, de geração em geração, ficará deserta. 40É como quando Deus destruiu Sodoma, Gomorra e as cidades vizinhas – oráculo do Senhor. Da mesma maneira ninguém habitará ali, e nenhum ser humano a povoará. 41Eis que vem um povo do Norte, uma grande nação e numerosos reis se levantam dos confins da terra, 42armados de arcos e de setas; são cruéis e sem piedade. Os seus gritos ressoam como o mar. Montados em cavalos, alinhados como um só homem, avançam contra ti, ó Babilónia. 43Ao saber disto, o rei da Babilónia deixou cair os braços, possuído de angústia e dor, como uma mulher com dores de parto. 44Como um leão que sobe das estepes do Jordão em direcção às pastagens verdes, assim, de repente, Eu os expulsarei e estabelecerei ali quem Eu escolher. Pois, quem há semelhante a mim? Quem me poderá pedir contas? Qual o pastor que poderá enfrentar-me?

45Por isso, ouvi a decisão do Senhor que Ele decretou contra a Babilónia, e os projectos que Ele traçou contra a terra dos caldeus. Juro que as ovelhas mais fracas serão arrebatadas do rebanho; e até as pastagens ficarão espantadas com isso. 46Com o estrondo da tomada da Babilónia tremerá a terra e os seus gritos serão ouvidos pelas nações.»

Capítulo 51

Contra a Babilónia (Is 14,4-23;21,1-10;46; Br 4,31-35; Ap 18)

1Assim fala o Senhor: «Vou enviar contra a Babilónia e contra a população da Caldeia um vento destruidor. 2Vou enviar estrangeiros contra a Babilónia, que a destruirão e esvaziarão a sua terra, pois, virão contra ela de todos os lados, no dia da desgraça. 3Que o arqueiro não deponha o seu arco nem retire a sua couraça; não poupeis a sua juventude, exterminai todo o seu exército. 4Caiam feridos na terra dos caldeus, trespassados nas suas praças. 5Porque Israel e Judá não são viúvas do seu Deus, o Senhor do universo, e o país dos caldeus está cheio de crimes contra o Santo de Israel.

6Fugi do meio da Babilónia; salve cada um a sua vida; não pereçais pelas suas culpas, pois chegou o tempo da vingança do Senhor, que lhe dará o pagamento que merece. 7A Babilónia era uma taça de ouro na mão do Senhor com a qual Ele embriagava toda a terra; as nações beberam do seu vinho e por isso ficaram transtornadas. 8De repente, caiu a Babilónia e ficou arruinada. Chorai por ela! Procurai o bálsamo para a sua ferida, a ver se ainda pode sarar.» 9Tentámos curar a Babilónia, mas em vão. Deixai-a! Vamos cada um para a sua terra, a sua sentença chegou aos céus e alcançou as nuvens. 10O Senhor fez-nos justiça. Vamos e narremos em Sião a obra do Senhor, nosso Deus!

11Aguçai as setas, preparai os escudos! O Senhor instigou os reis da Média, porque Ele quer destruir a Babilónia. É a vingança do Senhor, a vingança do seu templo. 12Levantai o estandarte contra as muralhas da Babilónia! Reforçai a guarda, colocai sentinelas. Preparai emboscadas. Porque o Senhor idealizou um plano e vai cumprir tudo quanto dissera contra os habitantes da Babilónia. 13Tu que moras junto aos grandes canais, que possuis imensos tesouros, chegou o teu fim; o limite da tua existência.

14O Senhor do universo jura por si mesmo: «Encher-te-ei de homens, tão numerosos como gafanhotos, e eles cantarão vitória sobre ti.»

15Ele criou a terra com o seu poder, estabeleceu o mundo com a sua sabedoria, e com a sua inteligência estendeu os céus. 16À sua voz agitam-se as águas no céu; faz subir as nuvens dos confins da terra; produz relâmpagos para a chuva e solta o vento das suas prisões. 17Perante o seu saber, os homens emudecem! O artista envergonha-se da sua estátua; esses ídolos não são nada e não possuem vida. 18São apenas desilusão, vãos simulacros, que se desvanecerão no dia do seu castigo. 19Não é assim a herança de Jacob, porque Ele criou todas as coisas; é a tribo da sua propriedade. O seu nome é Senhor do universo.


Fim da Babilónia (Ap 18)

20«Tu servias-me de martelo e de instrumento de guerra; por meio de ti, destruía as nações e aniquilava os reinos; 21esmagava o cavalo e o seu cavaleiro; o carro e o seu cocheiro; 22esmagava, por meio de ti, o homem e a mulher, o velho e a criança; esmagava, por meio de ti, o jovem e a donzela. 23Esmagava, por meio de ti, o pastor e o seu rebanho, o lavrador e as suas juntas, os governadores e os magistrados.

24Mas Eu retribuirei à Babilónia e a todos os habitantes caldeus todo o mal que fizeram a Sião na vossa presença – oráculo do Senhor. 25Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor – oráculo do Senhor. Tu que destróis toda a terra, vou estender contra ti o meu braço para te precipitar do alto dos rochedos, e farei de ti montanha queimada. 26E de ti não se poderá arrancar nem pedra angular, nem pedra de alicerce; serás transformada em ruína eterna – oráculo do Senhor.

27Levantai o estandarte na terra, tocai a trombeta entre as nações. Convocai os povos em guerra santa contra ela, mobilizai contra ela os reinos de Ararat, de Mini e de Asquenaz! Nomeai contra ela um general, avancem cavalos como gafanhotos eriçados. 28Convocai contra ela os povos em guerra santa, os reis da Média, os seus governadores e oficiais, e todas as terras do seu domínio. 29A terra tremerá e contorcer-se-á pois se cumpre o plano do Senhor contra a Babilónia. O território da Babilónia vai converter-se num deserto inabitável. 30Os guerreiros da Babilónia deixaram de lutar, refugiaram-se nas fortalezas. Acabou-se a sua valentia, tornaram-se como mulheres. Incendiaram as suas casas; quebraram os seus ferrolhos. 31Os correios seguem uns atrás dos outros, avançam mensageiros uns após outros, para anunciar ao rei da Babilónia que a sua cidade está inteiramente tomada. 32As passagens estão fechadas, os baluartes a arder, e os guerreiros estão em pânico.

33Pois assim fala o Senhor do universo, o Deus de Israel: ‘A capital da Babilónia é uma eira no tempo em que é calcada; mais um pouco e virá para ela o tempo da colheita.’»


Deus fará justiça ao seu povo

34«Nabucodonosor, rei da Babilónia, tragou-me e devorou-me; deixou-me como um prato limpo; como um dragão, engoliu-me, encheu o ventre e vomitou-me. 35Recaia sobre a Babilónia a minha carne dilacerada – exclama o povo de Sião – e sobre os caldeus o meu sangue –diz Jerusalém.» 36Portanto, isto diz o Senhor: «Aqui estou Eu para defender a tua causa e executar a tua vingança: secarei o seu mar e estancarei as suas nascentes. 37A Babilónia ficará um montão de ruínas, um covil de chacais; será objecto de espanto e de escárnio e ficará sem habitantes. 38Como leões rugirão em coro, rosnarão como crias da leoa. 39Quando estiverem sequiosos, dar-lhes-ei de beber e embriagá-los-ei, a fim de que se deleitem e durmam um sono eterno e não mais despertem – oráculo do Senhor. 40Levá-los-ei como cordeiros ao matadouro, como carneiros e cabritos.»


Elegia sobre a Babilónia (Ap 18)

41«Como foi tomada e vencida Chechac, glória de toda a terra? Como se tornou a Babilónia objecto de espanto para as nações? 42O mar invadiu a Babilónia, que foi coberta pela fúria das suas ondas. 43As suas cidades foram devastadas, são terra árida e desolada, onde ninguém habitará, por onde ninguém passará. 44Castigarei Bel na Babilónia, tirar-lhe-ei da boca o que tinha engolido. Não mais concorrerão a ele as nações. Até a muralha da Babilónia caiu! 45Saí do meio dela, ó povo meu! Salve cada um a própria vida da ira ardente do Senhor!

46Não desfaleça o vosso coração! Não tenhais medo das notícias que se fazem ouvir no país. Em cada ano há sempre um novo rumor: ‘Violências no país, tirano contra tirano.’ 47Por isso, eis que dias virão em que castigarei os ídolos da Babilónia; todo o seu país será coberto de vergonha e todos os seus mortos ficarão no meio dela. 48O céu, a terra e tudo o que neles existe clamarão contra a Babilónia, porque, do norte, se lançarão contra ela os devastadores –oráculo do Senhor. 49A Babilónia cairá pelos mortos de Israel, como caíram por causa da Babilónia os mortos de toda a terra. 50Vós, que conseguistes fugir à espada, parti, sem demora. Mesmo de longe, recordai-vos do Senhor, tendo Jerusalém, nos vossos corações. 51‘Estamos confundidos por ouvirmos a injúria; a vergonha cobre os nossos rostos, porque os estrangeiros entraram no santuário do templo do Senhor.’»

52«Por isso, dias virão – oráculo do Senhor – em que castigarei os seus ídolos e por todo o país gemerão os feridos. 53Mesmo que a Babilónia suba até aos céus e consolide a sua cidadela nas alturas, Eu enviarei destruidores contra ela – oráculo do Senhor. 54Da Babilónia se ouvem gritos, e uma grande destruição na terra dos caldeus, 55porque é o Senhor que devasta a Babilónia e põe fim à sua grande arrogância, por mais que as suas ondas se agitem como o oceano e ressoe o estrondo das suas vozes. 56Pois o devastador veio sobre a Babilónia: foram presos os seus guerreiros e quebrados os seus arcos; pois o Senhor é um Deus que recompensa e lhes dará a sua paga. 57‘Embriagarei os seus chefes e os seus sábios, os seus governantes, oficiais e guerreiros, e eles dormirão um sono eterno e não mais despertarão’ – oráculo do Rei, cujo nome é Senhor do universo. 58Assim fala o Senhor do universo: ‘As sólidas muralhas da Babilónia serão inteiramente arrasadas e as suas portas altas serão incendiadas. Os povos trabalharam em vão, e as nações fatigaram-se para o fogo.’»


Mensagem lançada ao rio Eufrates

59Ordem dada pelo profeta Jeremias a Seraías, filho de Néria, filho de Masseias, quando foi para a Babilónia com Sedecias, rei de Judá, no quarto ano do seu reinado. Seraías era responsável da hospedagem real.

60Jeremias escreveu num livro todas as calamidades que haveriam de atingir a Babilónia e todas as coisas que tinham sido escritas sobre a Babilónia.

61Jeremias disse a Seraías: «Quando chegares à Babilónia, cuidarás de proclamar todas estas palavras, 62e dirás: ‘Senhor, Tu declaraste que este lugar seria destruído, ficando sem habitantes, fossem homens, fossem animais, pois o transformarias em desolação eterna.’ 63Quando terminares a leitura do rolo, atar-lhe-ás uma pedra, lançá-lo-ás ao rio Eufrates, 64e dirás: ‘Assim se afundará a Babilónia; não mais se levantará, por causa das calamidades que Eu envio contra ela.’»

Aqui terminam as palavras de Jeremias.

Capítulo 52

O rei Sedecias (2 Rs 24,17-20; 2 Cr 36,11-13) – 1Quando subiu ao trono, Sedecias tinha vinte e um anos e reinou onze anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Hamital, filha de Jeremias de Libna. 2Ele praticou o mal aos olhos do SENHOR, tal como tinha feito Joaquim. 3Por isso, o SENHOR irritou-se contra Jerusalém e Judá, banindo-os para longe da sua presença.


Cerco de Jerusalém – Sedecias revoltou-se contra o rei da Babilónia. 4No nono ano do seu reinado, no dia dez do décimo mês, Nabucodonosor, rei da Babilónia, marchou com todo o seu exército contra Jerusalém. Acampou junto da cidade e construiu torres de assalto ao seu redor. 5A cidade esteve sitiada até ao décimo primeiro ano do reinado de Sedecias.

6No nono dia do quarto mês, a fome grassava na cidade e não havia pão para a população. 7Abriu-se, então, uma brecha na cidade e todos os guerreiros fugiram, de noite, pelo caminho da porta entre os dois muros, que está junto dos jardins do rei, enquanto os caldeus cercavam a cidade; e tomaram o caminho do deserto.

8Mas, o exército dos caldeus perseguiu o rei e alcançou Sedecias nas planícies de Jericó, enquanto todas as suas tropas se dispersavam, abandonando-o. 9Prenderam, então, o rei e conduziram-no ao rei da Babilónia, a Ribla, na terra de Hamat, o qual decretou a sentença contra ele.

10O rei da Babilónia mandou executar os filhos de Sedecias na sua presença, e matou também todos os chefes de Judá, em Ribla. 11Depois, mandou arrancar os olhos a Sedecias, carregou-o de cadeias e levou-o para a Babilónia, onde o teve encarcerado até ao dia da sua morte.


Saque de Jerusalém (2 Rs 25,8-21;2 Cr 36,17-20) – 12No décimo dia do quinto mês, que corresponde ao décimo nono ano do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilónia, Nebuzaradan, chefe da guarda e delegado do rei da Babilónia chegou a Jerusalém. 13Incendiou o templo do SENHOR, o palácio real e todas as casas de Jerusalém, e lançou fogo a todos os palácios. 14Em seguida, as tropas dos caldeus, que estavam às ordens do chefe da guarda, demoliram as muralhas que rodeavam Jerusalém.

15E Nebuzaradan, chefe da guarda, deportou para a Babilónia uma parte do povo e o resto da população da cidade, bem como os que já se tinham rendido ao rei da Babilónia e o resto da multidão. 16Porém, Nebuzaradan, chefe da guarda, deixou uma parte dos mais pobres como vinhateiros e lavradores.

17Os caldeus quebraram as colunas de bronze do templo do SENHOR, juntamente com os pedestais e a bacia de bronze que estava no templo, e levaram todo o seu bronze para a Babilónia. 18Levaram também as caldeiras, as pás, as facas, os aspersórios, as bandejas e todos os objectos de bronze que estavam ao serviço do culto. 19O chefe da guarda levou ainda as taças, os incensários, os vasos, os cântaros, os candelabros, as bandejas, os copos e as colheres, e tudo o que havia em ouro e prata. 20Quanto às duas colunas, ao depósito e aos doze touros de bronze que serviam de pedestal, que o rei Salomão mandou fazer para o templo do SENHOR, não era possível calcular o peso do bronze de todos estes instrumentos. 21As colunas mediam, cada uma, cerca de nove metros de altura, e era preciso uma corda de cerca de seis metros para a circundar, sendo a sua espessura de oito centímetros e oco o seu interior. 22Cada coluna era encimada por um capitel de bronze, com a altura de dois metros e meio; a grinalda e as romãs, que cercavam o cimo do capitel, eram também de bronze. A segunda coluna era semelhante a esta com romãs. 23As romãs eram noventa e seis horizontalmente. Ao todo, havia cem romãs a envolver as colunas.

24O chefe da guarda prendeu Seraías, Sumo Sacerdote, e Sofonias, o seu substituto, e os três porteiros. 25Levou também da cidade um eunuco, que era o comandante do exército, e sete homens do séquito do rei que foram encontrados na cidade e o secretário do chefe do exército, encarregado do recrutamento no país, e mais sessenta homens da população rural que se encontravam na cidade.

26Nebuzaradan, chefe da guarda, aprisionou-os e mandou-os conduzir a Ribla, ao rei da Babilónia. 27O rei da Babilónia mandou-os executar em Ribla, na região de Hamat. Assim Judá foi deportado para longe do seu país.


Deportação para a Babilónia (2 Rs 24,7-9; 2 Cr 36,14-21) – 28Este é o número das pessoas que Nabucodonosor levou para o cativeiro: no sétimo ano do seu reinado, três mil e vinte e três judeus; 29no décimo oitavo ano do seu reinado, deportou de Jerusalém oitocentas e trinta e duas pessoas; 30no vigésimo terceiro ano de Nabucodonosor, Nebuzaradan, chefe dos guardas, deportou de Judá setecentos e quarenta e cinco judeus. Ao todo, quatro mil e seiscentas pessoas.


Libertação de Joiaquin (2 Rs 24,27-30) – 31No trigésimo sétimo ano da deportação de Joiaquin, rei de Judá, no dia vinte e cinco do décimo segundo mês, Evil-Merodac, rei da Babilónia, no ano em que começava a reinar, concedeu amnistia a Joiaquin, rei de Judá, e libertou-o da prisão.

32Falou-lhe com benevolência e mandou pôr o seu trono acima dos outros reis, que estavam com ele na Babilónia. 33Fez-lhe também mudar as vestes de prisioneiro e convidou-o para comer à sua mesa até ao fim da sua vida.

34E assim durante toda a sua vida, até ao dia da sua morte, o sustento foi-lhe sempre garantido pelo rei da Babilónia.

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