Capítulo 21

Oráculo dirigido a Sedecias (27,12-15; 37,1-21) – 1Palavra que o Senhor dirigiu a Jeremias, quando o rei Sedecias lhe enviou Pachiur, filho de Malquias, e o sacerdote Sofonias, filho de Masseias, a dizer-lhe:

2«Consulta o Senhor em nosso nome porque Nabucodonosor, rei da Babilónia, está-nos a fazer guerra. Talvez o Senhor renove connosco os seus milagres, fazendo com que o inimigo se afaste de nós.»

3Jeremias respondeu-lhes: «Assim direis a Sedecias: 4‘Oráculo do Senhor, Deus de Israel: As armas que empunhais para o combate Eu as farei passar para o rei da Babilónia e para os caldeus que vos sitiam fora dos muros, e vou juntá-las no meio desta cidade. 5E então combaterei contra vós com todas as forças do meu braço vigoroso, com furor, indignação e cólera. 6Ferirei os habitantes desta cidade, homens e animais, que morrerão de uma grande peste.

7Além disto – oráculo do Senhor – entregarei Sedecias, rei de Judá, os seus dignitários, o povo e quantos escaparem da peste, da espada e da fome, na mão de Nabucodonosor, rei da Babilónia, na mão dos seus inimigos e na mão dos que procuram tirar-lhes a vida. Eles hão-de passá-los ao fio da espada, sem perdão, nem piedade, nem misericórdia.

8E dirás a este povo: Assim fala o Senhor: Eis que coloco diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte. 9Os que ficarem na cidade morrerão pela espada, pela fome ou pela peste; o que sair para se entregar aos caldeus, que vos sitiam, viverá, e a sua vida ser-lhe-á deixada como despojo. 10Pois voltei o meu rosto contra esta cidade para seu mal e não para seu bem. Será entregue nas mãos do rei da Babilónia, e este incendiá-la-á’» – oráculo do Senhor.


À casa real de Judá

11E dirás à casa do rei de Judá: «Ouvi a palavra do Senhor, 12casa de David, assim fala o Senhor: Administrai a justiça desde o amanhecer, livrai o oprimido das mãos do opressor, para que o meu furor não se inflame como o fogo e queime sem haver quem o apague, por causa da malícia do vosso procedimento. 13Eis-me contra ti, habitante do vale, rochedo da planície – oráculo do Senhor. Vós dizeis: ‘Quem nos virá atacar? E quem entrará nos nossos refúgios?’ 14Castigar-vos-ei segundo o fruto das vossas obras, lançarei fogo à floresta e tudo em redor será devorado» – oráculo do Senhor.

Capítulo 22

Contra o rei de Judá1Assim fala o Senhor: «Desce ao palácio do rei de Judá e pronuncia ali este oráculo. 2E dirás: ‘Escuta a palavra do Senhor, rei de Judá, que te sentas no trono de David, tu e os teus servos e o teu povo, que entrais por estas portas. 3Assim diz o Senhor:

Praticai o direito e a justiça e livrai o oprimido das mãos do opressor. Não deixeis o estrangeiro sofrer vexames e violências, nem o órfão nem a viúva, e não derrameis neste lugar sangue inocente. 4Se observardes fielmente estas ordens, continuareis a entrar pelas portas deste palácio, reis da linhagem de David, montados em carros e cavalos, com os seus servos e o seu povo. 5Se, porém, não escutardes estas palavras – juro-o por mim próprio – este palácio será reduzido a escombros’» – oráculo do Senhor.

6Este é o oráculo do Senhor acerca do palácio do rei de Judá: «Eras para mim como os montes de Guilead e como o cimo do Líbano. Juro, porém, que farei de ti um deserto, e uma cidade desabitada. 7Preparei contra ti destruidores, munidos das suas armas, que cortarão os teus melhores cedros e os lançarão ao fogo.»

8Muitos povos passarão por esta cidade e dirão uns aos outros: «Porque tratou o Senhor assim esta grande cidade?» 9Ser-lhes-á respondido: «Porque eles abandonaram a aliança do Senhor, seu Deus, e adoraram e serviram outros deuses.»


Oráculo contra Chalum

10«Não choreis pelo morto, nem por ele vos lamenteis. Chorai antes por aquele que parte, porque não mais voltará, para ver a sua terra natal.»

11Assim fala o Senhor, a respeito de Chalum, filho de Josias, rei de Judá, que sucedeu a seu pai Josias: «Quem partiu deste lugar não mais voltará. 12Morrerá no lugar do seu exílio; não verá jamais esta terra.»


Oráculo contra Joaquim (36,29-31; Hab 2,7-20)

13Ai daquele que edifica a sua casa com a injustiça e os seus aposentos com a iniquidade. Ai daquele que obriga o seu próximo a trabalhar sem paga e lhe recusa o salário! 14E também o que diz: «Vou mandar construir um grande palácio, salões espaçosos. Abrirei largas janelas e tectos de cedro pintados de vermelho!» 15Porventura pensas que és rei por dispores de mais cedro? Acaso o teu pai não comia e bebia, praticando justiça e equidade, e tudo lhe corria bem? 16Julgava a causa do pobre e do humilde, e tudo lhe era favorável! Não é isto conhecer-me? – Oráculo do Senhor. 17Porém, os teus olhos e o teu coração apenas procuram satisfazer a tua cobiça, derramar sangue inocente e exercer a opressão e a violência. 18Por isso, assim fala o Senhor, a respeito de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá: «Não o lamentarão, dizendo: ‘Ai, meu irmão! Ai, minha irmã!’ Não o chorarão, dizendo: ‘Ai, senhor! Ai, majestade!’ 19A sua sepultura será como a do asno; será arrastado e lançado para fora das portas de Jerusalém.»


Oráculo contra a cidade

20«Sobe ao Líbano e grita, clama em voz alta em Basan, grita do monte de Abarim, porque todos os teus amantes foram esmagados. 21Falei-te no tempo da tua prosperidade, mas disseste: ‘Não ouvirei!’ Tem sido este o teu proceder desde a juventude; não escutaste a minha voz. 22Os teus pastores serão arrastados pelos ventos, e os teus amantes serão levados para o cativeiro. Então, sentirás vergonha e confusão por toda a tua maldade. 23Tu que tens o teu assento no Líbano e fazes o teu ninho nos seus cedros, como gemerás quando te vierem dores e convulsões semelhantes às da parturiente!»


Oráculo contra Jeconias (2 Rs 25, 27-30) – 24«Juro pela minha vida:Ainda que Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá, fosse um anel na minha mão direita, Eu te arrancaria! – Oráculo do Senhor. 25Entregar-te-ei nas mãos dos que procuram tirar-te a vida, nas mãos daqueles que temes, nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilónia, e nas mãos dos caldeus.

26Enviar-te-ei, assim como à mãe que te deu à luz, para uma terra estranha, onde não nascestes, e lá morrereis. 27E à terra onde aspiram voltar, não tornarão. 28Acaso será Jeconias, um vaso desprezível, para quebrar, ou um vaso que ninguém aprecia? Porque foram rejeitados, ele e a sua linhagem, e arrojados para uma terra que não conheciam?»

29Minha terra, ó minha terra! Ouve a palavra do Senhor. 30Eis o que diz o Senhor: «Inscrevei este homem como varão sem filhos, que não há-de ter prosperidade nos dias da sua vida!» Porque ninguém da sua linhagem conseguirá sentar-se no trono de David e reinar de novo em Judá.

Capítulo 23

Contra os maus pastores (25,34-38; Ez 34) – 1Ai dos pastores que dispersam e extraviam o rebanho das minhas pastagens! – Oráculo do Senhor.

2Pois assim fala o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: «Dispersastes as minhas ovelhas, afugentaste-las e não vos ocupastes delas. Por isso, Eu vou ocupar-me de vós, pedir-vos contas do vosso mau procedimento – oráculo do Senhor. 3Reunirei o que restar das minhas ovelhas espalhadas pelas terras em que as exilei, e fá-las-ei voltar às suas pastagens, onde crescerão e se multiplicarão. 4Dar-lhes-ei pastores que as apascentarão, de modo que não terão medo nem sobressalto e nenhuma delas se perderá –oráculo do Senhor.

5Dias virão em que farei brotar de David um rebento justo que será rei, governará com sabedoria e exercerá no país o direito e a justiça – oráculo do Senhor. 6Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Então será este o seu nome: ‘O Senhor-é-nossa-Justiça!’

7Por isso, eis que chegarão dias – oráculo do Senhor – em que já não dirão: ‘Viva o Senhor que fez subir do Egipto os filhos de Israel’; 8mas sim: ‘Viva o Senhor que fez subir e reconduziu a linhagem de Israel do país do Norte e de todos os países, para onde os dispersara, e os habitar na sua própria terra’.»


Contra os falsos profetas (14,13-16; 28-29;Ez 13)

9Sobre os profetas: Parte-se-me o coração dentro do peito e estremecem todos os meus ossos. Assemelho-me a um ébrio, sou como homem prostrado pelo vinho, por causa do Senhor e da sua palavra santa. 10A terra está cheia de adúlteros. Por causa da maldição, a terra está de luto e as pastagens da estepe ressequidas. Os seus planos são perversos e a sua força é a injustiça. 11Até o profeta e o sacerdote se tornaram ímpios, e até no meu templo encontrei as suas perversidades –oráculo do Senhor. 12Por isso, o seu caminho se tornará escorregadio. Serão impelidos para as trevas e nelas cairão. Farei vir sobre eles a desgraça, o ano do seu castigo –oráculo do Senhor.


Profetas piores que na Samaria

13Vi a impiedade entre os profetas da Samaria; profetizaram em nome de Baal e desencaminharam o meu povo, Israel. 14Nos profetas de Jerusalém vi coisas horríveis: adultério e hipocrisia; fortalecem o braço dos maus, para que nenhum se converta da sua maldade. A meus olhos, todos eles são semelhantes a Sodoma, e os habitantes de Jerusalém, a Gomorra. 15Portanto, isto diz o Senhor do universo acerca dos profetas: «Vou alimentá-los com absinto e dar-lhes a beber águas contaminadas, porque pela atitude dos profetas de Jerusalém é que a impiedade se estendeu por todo o país.»


Profetas mentirosos

16Assim fala o Senhor do universo: «Não queirais ouvir as palavras dos profetas, que vos transmitem vãs esperanças. Proclamam as suas próprias visões, que não procedem da boca do Senhor. 17Eles dizem repetidamente aos que desprezam a palavra do Senhor: ‘Tereis paz!’ E, aos que seguem obstinadamente as tendências do seu coração: ‘Nenhum mal virá sobre vós!’ 18Mas, quem assistiu ao conselho do Senhor e viu e ouviu a sua palavra? Quem ouviu e prestou atenção à sua palavra? 19Eis que se levantará a tempestade da ira do Senhor, uma furiosa tempestade que avança em turbilhão sobre a cabeça dos maus. 20A cólera do Senhor não se acalmará até que Ele execute e cumpra os seus desígnios. Compreendê-los-eis plenamente no futuro. 21Não enviei estes profetas, e eles vieram a correr; não lhes falei, e eles profetizaram. 22Se assistissem ao meu conselho, teriam transmitido as minhas palavras ao meu povo, tê-lo-iam convertido do seu mau caminho e das suas perversas acções.»


O Senhor do universo

23«Será que Eu sou Deus só ao perto e não sou Deus ao longe? – Oráculo do Senhor. 24Poderá alguém ocultar-se em lugares escondidos sem que Eu o veja? – Oráculo do Senhor. Porventura não sou Eu que encho o céu e a terra? – Oráculo do Senhor.

25Escutai o que disseram os profetas, que em meu nome profetizavam mentiras e diziam: ‘Tive um sonho! Tive um sonho!’

26Até quando há-de haver profetas que vaticinam a mentira, que profetizam os desvarios do seu coração? 27Fazem com que o meu povo se esqueça de mim pelos sonhos que contam uns aos outros, como se esqueceram os seus pais do meu nome, por causa de Baal. 28O profeta que tem um sonho conte-o como um sonho! Mas, a quem for dirigida a minha palavra, reproduza-a fielmente! Que comparação pode haver entre a palha e o grão? –Oráculo do Senhor. 29Não se assemelham ao fogo as minhas palavras como um martelo que tritura a rocha? – Oráculo do Senhor.

30Eis que vou lançar-me contra os profetas que roubam as minhas palavras uns aos outros – oráculo do Senhor. 31Vou pedir contas aos profetas – oráculo do Senhor – cujas línguas ousam proclamar os oráculos.

32Irei contra os profetas que sonham mentiras – oráculo do Senhor – que as contam e desorientam o meu povo com essas mentiras e enganos. Não os enviei, não lhes dei missão alguma. Eles nenhum bem fazem a este povo» – oráculo do Senhor.


O peso da Palavra de Deus33«Se este povo ou algum profeta ou sacerdote te vier perguntar: ‘Qual é o oráculo de ameaça do Senhor?’, responderás: ‘Vós é que sois uma pesada ameaça. Eu vos lançarei para longe de mim’ – oráculo do Senhor.

34Mas se o profeta, o sacerdote ou o povo disser: ‘Oráculo de ameaça do Senhor’, Eu castigá-lo-ei a ele e à sua família. 35Assim é que deveis dizer uns aos outros, irmão a irmão: ‘Que respondeu o Senhor?’ e ‘Que disse o Senhor?’ 36Não repitais mais ‘Oráculo de ameaça do Senhor’, pois essa mesma palavra tornar-se-á uma ameaça para cada um, já que deturpais o sentido das palavras do Deus vivo, do Senhor do universo, do nosso Deus. 37Ao profeta perguntarás assim: ‘Que respondeu o Senhor?’ ou ‘Que disse o Senhor?’ 38Vós, porém, dizeis: ‘Oráculo de ameaça do Senhor.’»

Eis o que diz o Senhor: «Já vos adverti para não repetirdes estas palavras, isto é, ‘Ameaça do Senhor’, pois vos tinha recomendado: Não direis ‘Ameaça do Senhor’. 39Por causa disso, vou tratar-vos como uma coisa pesada e lançar-vos-ei para longe de mim, bem como à cidade que vos dei a vós e a vossos pais. 40Espalharei sobre vós um opróbrio eterno, uma eterna vergonha, que jamais será esquecida.»

Capítulo 24

O resto de Israel (29,16-19) – 1O Senhor mostrou-me dois cestos de figos, postos diante do templo do Senhor. Já então Nabucodonosor, rei da Babilónia, tinha levado cativos, de Jerusalém para a Babilónia, Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá, juntamente com os chefes de Judá, os carpinteiros e serralheiros. 2Um dos cestos continha óptimos figos, como são os da primeira colheita; o outro, porém, tinha figos maus, que não se podiam comer, de tão maus que eram. 3O Senhor disse-me: «Que vês, Jeremias?» Respondi: «Figos. Uns muito bons, e outros muito maus, que não servem para comer.»

4Foi-me, então, dirigida a palavra do Senhor, nestes termos: 5«Isto diz o Senhor, Deus de Israel: Assim como olhei para estes figos bons, assim também olharei favoravelmente para os desterrados de Judá, que exilei destes lugares para a terra dos caldeus. 6Volverei para eles os meus olhos propícios e reconduzi-los-ei a este país; restabelecê-los-ei e não mais os destruirei, plantá-los-ei e não mais os arrancarei.

7Dar-lhes-ei um coração para que me conheçam e saibam que Eu sou o Senhor. Eles serão o meu povo, e Eu serei o seu Deus, pois se converterão a mim de todo o coração. 8E, à semelhança do que acontece aos figos maus, que não podem ser comidos, assim Eu – diz o Senhor – desprezarei Sedecias, rei de Judá, os seus chefes e o resto de Jerusalém, que ficaram nesta terra e os refugiados na terra do Egipto.

9Farei deles objecto de vexame e desgraça em todos os reinos da terra, de vergonha, de exemplo, de escárnio e de maldição, por toda a parte para onde Eu os tiver dispersado. 10Enviarei contra eles a espada, a fome e a peste, até que sejam exterminados da terra que lhes dei a eles e a seus pais.»

Capítulo 25

Babilónia, instrumento do Senhor1Palavra que foi dirigida a Jeremias acerca de todo o povo de Judá, no quarto ano de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, que corresponde ao primeiro ano de Nabucodonosor, rei da Babilónia, 2quando o profeta Jeremias anunciou a todo o povo de Judá e a todos os habitantes de Jerusalém, dizendo:

3«Desde o décimo terceiro ano de Josias, filho de Amon, rei de Judá, até ao presente, num total de vinte e três anos, foi-me dirigida a palavra do Senhor e eu vo-la anunciei com assiduidade, mas vós não a escutastes. 4O Senhor enviou-vos continuamente os profetas, seus servos, mas vós não lhes prestastes atenção nem destes ouvidos. 5Ele dizia-vos: ‘Deixai os vossos maus caminhos e as vossas más obras, e habitareis na terra que o Senhor vos deu a vós e a vossos pais, desde tempos antigos e para sempre. 6Não queirais ir atrás de outros deuses, para os servirdes e adorardes. Não provoqueis a minha ira para vossa própria desgraça, com a obra das vossas mãos. 7Mas vós não me ouvistes – oráculo do Senhor – de modo que provocastes a minha ira, com a obra das vossas mãos, para vossa própria desgraça.’»

8Pelo que, assim fala o Senhor do universo: ‘Porque não ouvistes as minhas palavras, 9eis que vou convocar todas as tribos do Norte, assim como o meu servo Nabucodonosor, rei da Babilónia; fá-los-ei vir contra esta terra e seus habitantes, e contra todas as nações que a cercam – oráculo do Senhor. Destruí-los-ei e farei deles objecto de horror, de espanto e de vergonha eterna. 10Farei cessar, entre eles, os seus gritos de alegria e de júbilo, a voz do noivo e a voz da noiva, amortecerei o ruído da mó e a luz da lâmpada.

11Esta terra converter-se-á em deserto e desolação e, durante setenta anos, estas gentes servirão o rei da Babilónia. 12Decorridos esses setenta anos, castigarei o rei da Babilónia e os seus habitantes pelas suas culpas, assim como o país dos caldeus, que transformarei numa eterna solidão –oráculo do Senhor. 13Executarei sobre esta terra todas as ameaças que proferi contra ela e que estão escritas neste livro, tudo o que Jeremias profetizou contra as nações pagãs. 14Com efeito, estas serão, por sua vez, subjugadas por numerosas nações e poderosos reis: Eu lhes retribuirei conforme o seu merecimento e segundo as acções das suas mãos!’»


Oráculo contra as nações (46-51) 15Assim me falou o Senhor, Deus de Israel: «Toma das minhas mãos esta taça cheia do vinho da minha ira, e dá a beber dela a todos os povos, aos quais Eu te enviar. 16Que bebam e fiquem aturdidos e enlouqueçam à vista da espada que enviarei para o meio deles.»

17Tomei, então, a taça das mãos do Senhor e dei a beber dela a todos os povos, aos quais o Senhor me enviou: 18dei a Jerusalém e às cidades de Judá, aos seus reis e chefes, para fazer deles um deserto, um pavor, um objecto de desprezo e maldição, como hoje se vê; 19dei ao faraó, rei do Egipto, aos seus servos, aos seus príncipes e a todo o povo; 20dei a toda a população mista e a todos os reis da terra de Uce e a todos os reis da terra dos filisteus, a Ascalon, a Gaza, a Ecron, e aos sobreviventes de Asdod; 21dei a Edom, a Moab e aos filhos de Amon; 22dei a todos os reis de Tiro, de Sídon e das ilhas que estão além do mar; 23dei a Dedan, a Tema e a Buz e a todos os que rapam a cabeça; 24dei aos reis da Arábia e aos das populações mistas que habitam o deserto; 25dei a todos os reis de Zimeri, a todos os reis de Elam e a todos os reis da Média; 26dei a todos os reis do Norte, próximos ou longínquos, um após outro, e a todos os reinos da terra que existem sobre ela. E, depois deles, beberá o rei de Chechac.

27«Dir-lhes-ás: Assim fala o Senhor do universo, o Deus de Israel: ‘Bebei, embriagai-vos, vomitai e caí para não mais vos levantardes, diante da espada que enviarei contra vós.’ 28Se recusarem tomar a taça das tuas mãos para beberem dela, dir-lhes-ás: “Isto diz o Senhor do universo: ‘Tereis de o beber! 29Se vou começar a castigar pela cidade, onde o meu nome é invocado, ireis vós ficar sem castigo? Não, não sereis poupados, porque farei descer a espada sobre todos os habitantes da terra’ –oráculo do Senhor do universo.”

30Tu lhes profetizarás todas estas coisas, e dirás: ‘O Senhor ruge lá do alto do céu, da sua santa morada levanta a sua voz; clama contra o seu rebanho, e lança gritos, como os dos lagareiros, contra todos os habitantes da terra. 31O seu eco chegará até aos confins da terra, porque o Senhor está em litígio contra as nações e entrará em juízo contra toda a humanidade, entregando os ímpios à espada’» – oráculo do Senhor. 32Isto diz o Senhor do universo: «Eis que o flagelo estender-se-á de nação em nação! Dos confins da terra se desencadeará violenta tempestade.» 33Aqueles que o Senhor entregar à morte neste dia, de uma à outra extremidade da terra, não serão chorados nem recolhidos nem sepultados; jazerão como esterco sobre a face da terra. 34Chorai, pastores, gritai! Cobri-vos de cinza, guardas do rebanho! Chegou o dia da vossa destruição, e caireis como ovelhas escolhidas. 35Não haverá mais refúgio para os pastores, nem salvação para os guardas do rebanho! 36Ouvi os gritos dos pastores, e o alarido dos guardas do rebanho, porque o Senhor devastou os seus pastos. 37As suas amenas campinas são devastadas pelo furor da ira do Senhor. 38O leão sai do seu covil, a terra transforma-se em deserto, diante da espada destruidora e diante do fogo da sua cólera!

Capítulo 26

Jeremias levado a juízo (7,1-15) – 1No começo do reinado de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, a palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias, nestes termos: 2«Isto diz o Senhor:

‘Põe-te no átrio do templo e fala ali a todos os habitantes de Judá que vêm prostrar-se no templo do Senhor, e anuncia-lhes todas as palavras que te mandei anunciar, sem omitir nenhuma. 3Talvez te ouçam e se convertam cada um do seu mau caminho. Arrepender-me-ei então do castigo que, por causa das suas más obras, tinha determinado dar-lhes.’

4Dir-lhes-ás: ‘Isto diz o Senhor: Se não me ouvirdes, se não obedecerdes à lei que vos impus, 5ouvindo as palavras dos profetas, meus servos, que continuamente vos enviei, e a quem não tendes ouvido, 6farei a esta casa o que fiz a Silo e farei desta cidade um objecto de maldição para todos os povos da terra.’»

7Os sacerdotes, os profetas e todo o povo ouviram Jeremias pronunciar estas palavras no templo. 8Porém, mal Jeremias acabara de repetir o que o Senhor lhe ordenara dizer ao povo, os sacerdotes, os profetas e a multidão lançaram-se sobre ele, exclamando: «À morte! 9Porque profetizas, em nome do Senhor, este oráculo: ‘Acontecerá a este templo o mesmo que sucedeu a Silo e esta cidade será transformada em deserto, sem habitantes?’»

Juntou-se toda a multidão contra Jeremias no templo do Senhor. 10Os príncipes de Judá, ao saberem do que se passara, subiram do palácio real ao templo do Senhor e sentaram-se à entrada da Porta Nova do templo do Senhor. 11Então, os sacerdotes e os profetas falaram aos príncipes e à multidão: «Este homem merece a morte porque profetizou contra esta cidade, como todos vós ouvistes.»

12Jeremias, porém, respondeu aos príncipes e ao povo: «Foi o Senhor que me enviou a profetizar contra este templo e contra esta cidade os oráculos que ouvistes. 13Reformai, portanto, a vossa vida e as vossas obras, ouvi a palavra do Senhor, vosso Deus, e o Senhor afastará de vós o mal com que vos ameaça. 14Quanto a mim, entrego-me nas vossas mãos. Fazei de mim o que quiserdes e o que melhor vos parecer. 15Sabei, porém, que, se me condenardes à morte, sereis responsáveis pelo sangue inocente, assim como esta cidade e os seus habitantes porque, na verdade, foi o Senhor que me enviou para vos transmitir estes oráculos.»

16Então, os príncipes e a multidão disseram aos sacerdotes e aos profetas: «Este homem não merece a morte! Foi em nome do Senhor, nosso Deus, que nos falou.»

17E, levantando-se alguns dos anciãos do país, disseram à assembleia do povo: 18«Miqueias de Moréchet, que profetizava no tempo de Ezequias, rei de Judá, assim falou ao povo:


‘Isto diz o Senhor do universo: Sião será lavrada como terra de lavoura, Jerusalém será reduzida a um montão de ruínas, e o monte do templo será um bosque.’


19Porventura, Ezequias, rei de Judá, e o povo de Judá, condenaram-no à morte? Não temeram eles o Senhor? Não imploraram o seu favor, a ponto de o Senhor se ter arrependido do mal com que os ameaçava? Mas nós tornámo-nos responsáveis por uma grande desgraça.»


Joaquim manda matar Urias

20Houve também um profeta, chamado Urias, filho de Chemaías, de Quiriat-Iarim, que proferia oráculos em nome do Senhor contra a cidade e o país. Anunciava os mesmos flagelos que Jeremias. 21As suas palavras chegaram aos ouvidos do rei Joaquim, dos seus oficiais e príncipes, e o rei procurou meios de o condenar à morte. Urias, informado do que se passava, teve medo e fugiu, refugiando-se no Egipto. 22Mas Joaquim enviou ao Egipto Elnatan, filho de Acbor, acompanhado de uma escolta. 23Urias, foi então trazido do Egipto e entregue ao rei, que o mandou degolar, lançando o seu cadáver na vala comum.

24Quanto a Jeremias, ele gozava da protecção de Aicam, filho de Chafan, para que não fosse entregue nas mãos do povo a fim de ser condenado à morte.

Capítulo 27

Mensagem aos exilados (29; Br 6) – 1No princípio do reinado de Sedecias, filho de Josias, rei de Judá, a palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias, nestes termos: 2«Isto me disse o Senhor: Faz um laço e um jugo e coloca-os ao pescoço. 3Depois, manda-os aos reis de Edom, de Moab, de Amon, de Tiro e de Sídon, por meio dos embaixadores que vêm a Jerusalém apresentar-se a Sedecias, rei de Judá. 4Encarregá-los-ás de levar aos seus senhores esta mensagem:

“Assim fala o Senhor do universo, o Deus de Israel. Direis isto a vossos senhores: 5‘Eu sou aquele que, pelo meu grande poder e força do meu braço, criei a terra, os homens e os animais que nela se encontram, e dou o seu domínio a quem me aprouver. 6Agora entreguei todas estas terras ao meu servo Nabucodonosor, rei da Babilónia, a quem confiei também os animais dos campos para que o sirvam. 7Todas estas nações o servirão, assim como ao seu filho, e ao seu neto, até que chegue também a vez da sua terra ser dominada por numerosas nações e reis poderosos.

8A nação e o reino que se recusar a servir Nabucodonosor, rei da Babilónia, e a inclinar-se diante do seu jugo, serão castigados pela espada, pela fome e pela peste, até que sejam aniquilados pelas suas mãos –oráculo do Senhor.’ 9Portanto, não deis ouvidos aos vossos profetas, adivinhos, sonhadores, astrólogos e feiticeiros, os quais vos disseram: ‘Não sereis vassalos do rei da Babilónia!’ 10Porque são mentiras que vos profetizam, a fim de que sejais banidos por mim da vossa terra, dispersos, e venhais a perecer. 11Ao contrário, o povo que se submeter ao rei da Babilónia e o servir, deixá-lo-ei tranquilo na sua terra a fim de a cultivar e nela habitar”» – oráculo do Senhor.


Mensagem a Sedecias (21,1-7; 37,1-21)

12A Sedecias, rei de Judá, anunciei-lhe as mesmas coisas, dizendo:

«Submetei as vossas cabeças ao jugo do rei da Babilónia e servi-o a ele e ao seu povo, e tereis vida. 13Por que motivo, tu e o teu povo vos sujeitais a morrer de fome e de peste, como o Senhor predisse a qualquer povo que recusasse servir o rei da Babilónia? 14Não presteis atenção às palavras dos profetas que vos anunciam: ‘Não sereis submetidos ao rei da Babilónia’, pois é mentira o que vos anunciam. 15Eu não os enviei e eles mentem, proferindo oráculos em meu nome. De modo que serei obrigado a repelir-vos, e perecereis, vós e os profetas que vos profetizam» – oráculo do Senhor.


Mensagem aos sacerdotes e ao povo

16Falei também aos sacerdotes e ao povo, nestes termos: «Eis o que diz o Senhor: Não escuteis a voz dos profetas, que vos anunciam: ‘Eis que os objectos do templo em breve voltarão da Babilónia!’ É falso o que profetizam. 17Não os escuteis. Submetei-vos ao rei da Babilónia, para poderdes viver. Porque há-de ficar esta cidade reduzida a um deserto? 18Na verdade, se eles são profetas e a palavra do Senhor está com eles, que intercedam junto do Senhor do universo, de modo que não se leve para a Babilónia o que resta dos objectos preciosos no templo do Senhor, no palácio do rei de Judá e em Jerusalém.

19Pois assim diz o Senhor do universo, acerca das colunas, da grande bacia de bronze, dos pedestais e dos outros objectos que ficaram na cidade, 20e que Nabucodonosor, rei da Babilónia, não levou de Jerusalém para a Babilónia, quando exilou Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá, juntamente com todos os notáveis de Judá e de Jerusalém.

21Eis o que diz o Senhor do universo, Deus de Israel, acerca dos objectos que ficaram no templo, no palácio do rei e em Jerusalém: 22‘Serão transportados para a Babilónia e ali permanecerão até ao dia em que Eu os mandar trazer e os restituir a este lugar’» –oráculo do Senhor.

Capítulo 28

Jeremias e Hananias, falso profeta (1 Rs 22) – 1Naquele mesmo ano, no início do reinado de Sedecias, rei de Judá, ou seja, no quinto mês do quarto ano, Hananias, filho de Azur, profeta de Guibeon, no templo do Senhor e na presença dos sacerdotes e de todo o povo, falou-me nos seguintes termos:

2«Assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: ‘Vou quebrar o jugo do rei da Babilónia! 3Dentro de dois anos, farei voltar a este lugar todos os objectos do templo do Senhor, que Nabucodonosor, rei da Babilónia, levou daqui e transportou para a Babilónia. 4Para este lugar farei voltar Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá e todos os exilados de Judá que foram para a Babilónia, porque vou quebrar o jugo do rei da Babilónia’» – oráculo do Senhor.

5O profeta Jeremias respondeu ao profeta Hananias, na presença dos sacerdotes e do povo que se aglomerava no templo do Senhor:

6«Assim seja! Que o Senhor o permita! Realize o Senhor a tua profecia e traga de volta para este lugar o tesouro do templo, e todos os exilados cativos da Babilónia. 7Contudo, ouve o que te vou dizer, a ti e a todo o povo: 8Os profetas que nos precederam a mim e a ti, anunciaram a numerosos países e a poderosos reinos, guerra, fome e peste. 9Quanto ao profeta que profetiza a paz, somente quando se realizar o seu oráculo é que se poderá saber se ele é realmente um enviado do Senhor.»

10Então, o profeta Hananias retirou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e, partindo-o, 11exclamou na presença de todo o povo: «Oráculo do Senhor: ‘Assim, decorridos dois anos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilónia e retirá-lo-ei do pescoço de todas as nações!’» Então, o profeta Jeremias retirou-se.

12Depois que o profeta Hananias quebrou e retirou o jugo do pescoço de Jeremias, a palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias, nestes termos: 13«Vai dizer a Hananias: Isto diz o Senhor: ‘Quebraste jugos de madeira, mas, em vez deles, farei jugos de ferro.’ 14Porque isto diz o Senhor do universo: ‘Eu ponho um jugo de ferro ao pescoço de todas estas nações, a fim de que se submetam a Nabucodonosor, rei da Babilónia. Ficar-lhe-ão submetidas, e até lhe darei poder sobre os animais selvagens.’» 15E Jeremias acrescentou, dirigindo-se ao profeta Hananias:

«Escuta a minha voz, Hananias! O Senhor não te enviou. És tu que levas o povo a crer na mentira! 16Por isso, eis o que diz o Senhor: ‘Vou retirar-te da face da terra. Morrerás ainda este ano, porque pregaste a revolta contra o Senhor!’» 17E o profeta Hananias morreu naquele ano, no sétimo mês.

Capítulo 29

Jeremias envia carta aos exilados (27,1-11; Br 6) – 1Eis o texto da carta que o profeta Jeremias enviou de Jerusalém aos anciãos exilados, aos sacerdotes e profetas, e a todo o povo deportado por Nabucodonosor, de Jerusalém para a Babilónia, 2depois que o rei Jeconias, a rainha, os eunucos, os príncipes de Judá e de Jerusalém, os carpinteiros e serralheiros deixaram Jerusalém. 3Esta carta foi levada por Elassá, filho de Chafan, e Guemarias, filho de Hilquias, que Sedecias, rei de Judá, enviara à Babilónia, ao seu rei Nabucodonosor. A carta dizia:

4«Assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel, a todos os exilados que fiz deportar de Jerusalém para a Babilónia: 5‘Edificai casas e habitai-as; plantai pomares e comei os seus frutos. 6Casai, gerai filhos e filhas, casai os vossos filhos e filhas, para que tenham filhos e filhas. Multiplicai-vos em vez de diminuir. 7Procurai o bem do país para onde vos exilei e rogai por ele ao Senhor, porque só tereis a lucrar com a sua prosperidade.’ 8Porque isto diz o Senhor do universo, Deus de Israel: ‘Não vos deixeis seduzir pelos profetas que se acham entre vós, nem pelos adivinhos, e não façais caso dos sonhos que tendes. 9Porque estes homens mentem, ao pretender pronunciar oráculos em meu nome. Eu não os enviei’ –oráculo do Senhor.

10Isto diz o Senhor: ‘Quando se cumprirem os setenta anos na Babilónia, Eu vos visitarei, a fim de realizar a promessa que fiz de vos trazer de novo a este lugar. 11Eu conheço bem os desígnios que tenho acerca de vós, desígnios de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro de esperança – oráculo do Senhor. 12Invocar-me-eis e vireis suplicar-me, e Eu vos atenderei. 13Buscar-me-eis e me encontrareis, se me procurardes de todo o coração. 14Deixar-me-ei encontrar por vós – oráculo do Senhor – farei regressar os cativos e irei buscar-vos a todas as nações e a todos os lugares por onde vos dispersei, a fim de vos fazer voltar ao lugar donde vos desterrei’ –oráculo do Senhor.

15Porém, replicareis: ‘O Senhor suscitou-nos profetas na Babilónia’. 16Pois bem! Eis o que diz o Senhor, a respeito do rei que se senta no trono de David, do povo que permaneceu nesta cidade, e de todos os vossos irmãos que não partiram convosco para o exílio: 17Assim fala o Senhor do universo: ‘Vou enviar contra eles a espada, a fome e a peste, e tratá-los-ei como figos estragados que, de tão maus que são, não se podem comer. 18Persegui-los-ei com a espada, a fome e a peste, e farei deles objecto de horror para todos os reinos da terra, um objecto de maldição, de espanto, de escárnio e de vergonha entre todos os povos para onde foram dispersos, 19porque não escutaram as minhas palavras – oráculo do Senhor – quando, sem cessar, lhes enviava os profetas, meus servos, a quem também não escutaram’ –oráculo do Senhor.

20Escutai, pois, a palavra do Senhor, vós todos os exilados, que deportarei de Jerusalém para a Babilónia: 21Isto diz o Senhor do universo, Deus de Israel, acerca de Acab, filho de Colaías, e de Sedecias, filho de Masseias, que vos anunciam, em meu nome, falsos oráculos: ‘Vou entregá-los nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilónia, que os mandará matar diante dos vossos olhos.’ 22Servirão de maldição para os judeus cativos que se acham na Babilónia, e dir-se-á: ‘Que o Senhor te trate como tratou Sedecias e Acab, que o rei da Babilónia mandou assar no fogo!’ 23Isto, porque cometeram uma infâmia em Israel, cometendo adultério com as mulheres dos seus vizinhos, e porque proferiram falsos oráculos em meu nome, contra a minha vontade. Eu bem o sei e sou testemunha» –oráculo do Senhor.


Profecia contra Chemaías24E a Chemaías, de Neelam, dirás: 25«Assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: Enviaste cartas em teu nome a todo o povo de Jerusalém, a todos os sacerdotes, ao sacerdote Sofonias, filho de Masseias, dizendo-lhe: 26O Senhor fez-te sacerdote em lugar do sacerdote Joiadá, a fim de que vigies no templo todo o homem fanático que se intitular profeta e o metas no cepo ou no cárcere. 27Qual a razão por que não repreendeste Jeremias de Anatot que profetizava entre vós? 28Chegou até a escrever-nos para a Babilónia, dizendo: ‘O cativeiro será longo. Construí casas e habitai-as; plantai pomares e comei os seus frutos’.»

29O sacerdote Sofonias leu esta carta ao profeta Jeremias. 30Então a palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias nestes termos: 31«Manda dizer a todos os exilados: Oráculo do Senhor a respeito de Chemaías, de Neelam: ‘Porque Chemaías vos profetizou, sem que Eu o tenha enviado, e vos levou a crer em mentiras, 32por isso, eis o que diz o Senhor: Vou castigar Chemaías, de Neelam, e a sua descendência. Nenhum dos seus descendentes subsistirá entre vós, nem verá o bem que farei ao meu povo, porque pregou a revolta contra o Senhor’» – oráculo do Senhor.

Capítulo 30

Restauração de Israel (Is 40) 1A palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias nestes termos: 2«Assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Escreve num livro todas as palavras que Eu te disser. 3Porque dias virão em que mudarei a sorte do meu povo de Israel e de Judá, diz o Senhor, a fim de o fazer voltar à terra que dei, como propriedade, a seus pais’» –oráculo do Senhor. 4Eis as palavras que o Senhor pronunciou acerca de Israel e de Judá:


5«Isto diz o Senhor: Ouvimos um grito de terror, de espanto: ‘Não há paz!’ 6Perguntai e vede se um homem pode dar à luz. Porque razão vejo todos os homens com as mãos nos rins, como uma mulher a dar à luz? Porque ficaram pálidos os seus semblantes? 7Ai! Aquele dia será grande e sem igual! Será um tempo de angústia para Jacob, mas do qual será salvo.

8Naquele dia quebrarei o jugo que pesa sobre o seu pescoço e romperei os seus laços – oráculo do Senhor do universo.

Não mais terão de servir os estrangeiros, 9mas servirão o Senhor, seu Deus, e David, seu rei, que Eu lhes suscitarei.


10E tu Jacob, meu servo, não temas não te assustes, Israel, porque hei-de salvar-te da terra longínqua, e à tua descendência, da terra do exílio – oráculo do Senhor. Jacob voltará e repousará seguro, sem que ninguém o perturbe. 11Pois Eu estarei contigo para te salvar. Aniquilarei todos os povos, entre os quais te dispersei. A ti, porém, não te destruirei; castigar-te-ei com equidade, não te deixando impune» – oráculo do Senhor.


12Assim fala o Senhor: «A tua ferida é incurável, maligna é a tua chaga. 13Ninguém quer tomar a tua defesa para curar o teu mal, para o qual não há remédio. 14Todos os teus amantes te esqueceram, não se preocupam contigo, porque te feri, como se fere um inimigo, com cruel castigo, por causa da gravidade da tua falta e do número dos teus pecados. 15Porque choras sobre a tua ferida? A tua chaga é incurável. Por causa da gravidade da tua falta e do número dos teus pecados é que Eu assim procedi. 16Mas todos os que te devoram, serão devorados; os teus opressores, todos eles, irão para o exílio; os teus destruidores serão despojados, e entregarei ao saque os que te saqueiam. 17Vou curar as tuas chagas e sarar as tuas feridas –oráculo do Senhor. Chamam-te ‘Repudiada’, ó Sião, ‘Aquela por quem ninguém se interessa’.»


18Mas, eis o que diz o Senhor: «Restaurarei as tendas de Jacob e terei compaixão das suas moradas. A cidade será reconstruída das suas ruínas, e os palácios reedificados no seu lugar. 19Deles sairão cânticos de louvor e gritos de alegria. Multiplicá-los-ei, e não mais diminuirão. Exaltá-los-ei, e não mais serão humilhados. 20Os seus filhos serão como eram outrora, a sua assembleia será restabelecida diante mim, mas castigarei todos os seus opressores. 21Dela surgirá o seu chefe, dela sairá o seu soberano. Mandarei buscá-lo e ele se aproximará de mim. Pois quem arriscaria a sua vida, aproximando-se de mim? – Oráculo do Senhor. 22Vós sereis o meu povo, e Eu serei o vosso Deus.»


23Eis que a tempestade do Senhor, o seu furor impetuoso, qual tormenta se desencadeia e está prestes a cair sobre a cabeça dos ímpios. 24Não se acalmará o ardor da ira do Senhor, sem que se cumpram e realizem os seus desígnios. Porém, só nos tempos futuros, compreendereis estas coisas.

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