Capítulo 11

O reino messiânico

1Brotará um rebento do tronco de Jessé,

e um renovo brotará das suas raízes.

2Sobre ele repousará o espírito do Senhor:

espírito de sabedoria e de enten­dimento,

espírito de conselho e de forta­leza,

espírito de ciência e de temor do Se­nhor.

3Não julgará pelas aparências nem proferirá sentenças somente pelo que ouvir dizer;

4mas julgará os pobres com jus­tiça

e com equidade os humildes da terra;

ferirá os tiranos com os decretos da sua boca

e os maus com o sopro dos seus lábios.

5A justiça será o cinto dos seus rins,

e a lealdade circundará os seus flancos.

6Então o lobo habitará com o cor­deiro,

e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito;

o novilho e o leão comerão juntos,

e um menino os conduzirá.

7A vaca pastará com o urso,

e as suas crias repousarão juntas;

o leão comerá palha como o boi.

8A criancinha brincará na toca da víbora,

e o menino desmamado meterá a mão na toca da serpente.

9Não haverá dano nem destrui­ção em todo o meu santo monte,

porque a terra está cheia de co­nhe­­cimento do Senhor,

tal como as águas que cobrem a vastidão do mar.


Regresso dos exilados (35; Ez 37,15-28)

10Naquele dia,

a raiz de Jessé,

estandarte dos povos,

será procurada pelas nações

e será gloriosa a sua morada.

11Naquele dia,

o Senhor levantará de novo a sua mão

para resgatar o resto do seu povo,

os sobreviventes da Assíria e do Egipto,

dos territórios de Patros, de Cu­che, de Elam,

de Chinear, de Hamat e das ilhas do mar.

12Levantará o seu estandarte diante das nações,

para juntar os exilados de Israel

e reunir os dispersos de Judá

dos quatro cantos da terra.

13Cessará a inveja de Efraim

e terminarão os rancores de Judá:

Efraim não mais invejará Judá,

nem Judá terá rancor contra Efraim.

14Atacarão, pelo ocidente, os filis­teus,

e, juntos, saquearão os povos a oriente.

Conquistarão os povos da Idu­meia e Moab,

e os de Amon prestar-lhes-ão obe­­diência.

15O Senhor secará o braço de mar do Egipto,

e levantará a mão contra o Eu­fra­tes;

com o seu sopro ardente ferirá os seus sete canais,

que se passarão a pé enxuto.

16E haverá uma estrada para o resto do seu povo

que escapar da Assíria,

tal como existiu para Israel,

no dia em que subiu da terra do Egipto.

Capítulo 12

Hino dos resgatados (Sl 98)

1Cantarás naquele dia: «Dou-te graças, Senhor,

porque estando irritado contra mim,

a tua ira se aplacou e me con­so­laste.

2Este é o Deus da minha salva­ção;

estou confiante e nada temo,

porque a minha força e o meu canto de vitória é o Senhor;

Ele foi a minha salvação.»

3Tirareis água com alegria das fon­tes da salvação.

4Naquele dia cantareis:

«Louvai o Senhor,

invocai o seu nome,

anunciai as suas obras entre os povos;

proclamai que o seu nome é ex­celso.

5Cantai ao Senhor porque Ele fez maravilhas;

anunciai-as em toda a terra.

6Exultai de alegria, habitantes de Sião, e proclamai

como é grande no meio de ti o Santo de Israel.»

Capítulo 13

Queda da Babilónia (21; Jr 50-51)

1Oráculo contra a Babilónia revelado por Deus a Isaías, fi­lho de Amós:

2Levantai o estandarte de guerra sobre um monte escalvado,

gritai-lhes com força e fazei si­nais às tropas

para que ataquem a cidade pelas portas dos príncipes.

3Eu mesmo dei ordens aos meus guerreiros consagrados:

são instrumentos da minha ira,

os entusiastas da minha honra.

4Escutai esta vozearia sobre os mon­tes,

como de imensa multidão;

escutai este tumulto de reinos e de nações reunidas.

O Senhor do universo passa re­vista às suas tropas para a ba­ta­­lha.

5Vão chegando de um país lon­gín­­quo,

dos confins do mundo.

São os instrumentos do furor do Senhor

para devastar a terra.

6Estremecei porque o Dia do Se­nhor está perto,

virá como açoite do Todo-pode­roso.

7Por causa disto, desfalecerão to­dos os braços,

os corações dos homens desani­marão.

8Hão-de encher-se de terror e de angústia,

hão-de contorcer-se como as par­turientes.

Olharão com espanto uns para os outros;

os seus rostos estão inflamados.

9Olhai: vem o Dia do Senhor,

dia de furor implacável, de ira ar­­dente,

para reduzir a terra a um de­serto

e exterminar dela os pecadores.

10As estrelas do céu e as suas cons­telações deixarão de brilhar;

o Sol há-de obscurecer-se desde o seu nascer,

e a Lua não irradiará a sua luz.

11Castigarei o mundo pelos seus cri­mes,

e os pecadores, pelas suas iniqui­dades;

porei fim à insolência dos sober­bos

e humilharei a arrogância dos opres­sores.

12Farei com que os sobreviventes se­jam mais raros do que o ouro,

mais raros que o ouro de Ofir.

13Por isso é que sacudirei os céus,

e moverei a terra do seu lugar.

É o furor do Senhor do universo,

o dia da sua ira ardente.

14Na Babilónia serão como gazelas assustadas,

como rebanho sem pastor:

cada qual, porém, voltará para o seu povo

ou fugirá para a sua terra.

15Os que forem encontrados serão mortos,

os que forem presos cairão pas­sados à espada.

16Os seus filhinhos serão massa­crados

diante dos seus olhos,

as suas casas serão saqueadas,

e as suas mulheres serão viola­das.

17Olhai: suscitarei contra eles os habitantes da Média,

que não se deixam corromper,

nem por prata nem por ouro.

18Os seus arcos abatem os jovens;

não se compadecem dos recém-nas­cidos,

nem os seus olhos têm piedade das crianças.

19Então Babilónia, a flor dos rei­nos,

jóia e orgulho dos caldeus,

será destruída por Deus,

como o foi Sodoma e Gomorra.

20Nunca mais será habitada,

nem povoada até ao fim dos tem­pos.

Jamais o beduíno ali acampará,

e os pastores não apascentarão ali os seus rebanhos.

21As feras farão ali o seu covil,

os mochos encherão as suas ca­sas,

morarão ali as avestruzes,

e os sátiros ali dançarão.

22As hienas uivarão nas suas man­sões,

e os chacais nos seus palácios lu­xuosos.

A sua hora está prestes a chegar,

e os seus dias não serão pro­lon­gados.

Capítulo 14

Israel regressa do Exílio1O Senhor terá compaixão de Jacob, voltará a escolher Is­­rael e os estabelecerá na sua terra. Os es­tran­geiros agregar-se-ão a eles, incorporar-se-ão ao povo de Jacob. 2As na­ções os irão recolhendo e os conduzirão à sua morada. Mas Is­rael os possuirá como servos e servas na terra do Se­nhor. Farão prisioneiros aqueles que os tinham pren­dido e subju­ga­rão os seus opres­sores.

3En­tão, no dia em que o Senhor te tiver dado repouso dos teus tra­ba­lhos e tormen­tos e da du­ra servidão a que esti­veste su­jeito, 4entoarás este cân­­­­tico contra o rei da Babi­ló­nia:


Sátira contra o rei da Babilónia

«Como acabou o opressor e ces­sou a tirania!

5O Senhor despedaçou o bastão dos ímpios

e o ceptro dos tiranos,

6daquele que feria os povos com furor,

com golpes sem fim,

e sujeitava as nações com bruta­lidades,

sob um jugo cruel.

7Finalmente a terra está em des­canso e em paz,

e todos cantam de alegria.

8Até os ciprestes e os cedros do Lí­bano

se regozijam da tua queda:

‘Desde que tu caíste,

já não subirá o lenhador para nos cortar’.


9A morada dos mortos, lá em baixo,

agita-se para vir ao teu encontro.

Despertam, em tua honra, os fan­tasmas dos grandes,

de todos os senhores da terra,

e levantam-se dos seus tronos

todos os reis das nações.

10Todos tomarão a palavra para te dizer:

‘Também tu foste reduzido a nada como nós

e tornado igual a nós!

11A tua glória e o som das tuas har­­pas

desceram à morada dos mortos.

Jazes sobre um leito de larvas,

e a tua coberta são os vermes’.

12Como caíste dos céus,

estrela da manhã,

filho da aurora?

Como foste abatido por terra,

ó dominador das nações?

13Tu que dizias no teu coração:

‘Subirei aos céus,

estabelecerei o meu trono

acima das estrelas de Deus,

sentar-me-ei na montanha da As­sembleia,

na extremidade do céu;

14subirei acima das nuvens

e serei semelhante ao Altíssimo’.

15Infeliz! Foste precipitado no abismo,

no mais profundo do mundo dos mortos!

16Os que te vêem ficarão a olhar para ti

e meditam na tua sorte:

‘É este aquele que fazia tremer a terra

e abalar os impérios,

17que fazia do mundo um deserto,

destruía as cidades

e não abria a prisão aos seus ca­tivos?’


18Todos os reis das nações repou­sam honrados,

cada um no seu túmulo.

19Mas tu foste atirado para longe do teu túmulo

como raiz apodrecida;

foste coberto de cadáveres tres­pas­sados à espada,

projectado nas pedras da vala,

como uma carcaça pisada aos pés.

20Não te reunirás a eles no sepulcro,

porque arruinaste o teu país

e assassinaste o teu povo.

Jamais se falará da tua descen­dência maldita.

21Preparai para os seus filhos um massacre

por causa dos crimes dos pais,

não aconteça que se levantem,

reconquistem e encham a terra de cidades.


22Levantar-me-ei contra os babi­ló­nios – oráculo do Senhor do uni­verso – e suprimirei o nome da Ba­bi­ló­nia, a sua posteridade e a sua des­cen­dência –oráculo do Senhor.

23Reduzi-la-ei a um ninho de ou­ri­ços e a um pântano, e varrê-la-ei com a vassoura da destruição» – orá­culo do Senhor do universo.


Oráculo contra os assírios (10,5-16)

24Jurou o Senhor do universo:

«Como planeei, assim acontecerá,

como resolvi, assim se cumprirá.

25Esmagarei a Assíria na minha terra de Israel

e calcá-la-ei aos pés sobre os meus montes;

o meu povo será livre do seu jugo,

e o seu peso será afastado dos seus ombros.

26Eis a decisão tomada sobre toda a terra,

eis que a minha mão se levanta sobre todas as nações.»

27O Senhor do universo o decre­tou;

quem poderá opor-se?

Se a sua mão está levantada,

quem a desviará?


Oráculo contra os filisteus (Jr 47; Ez 25,15-17;Am 1,6-8)

28No ano da morte do rei Acaz foi pronunciado este oráculo:

29«Não te alegres tu,

ó terra da Filisteia,

por se ter despedaçado a vara que te feria;

porque da estirpe da serpente nas­cerá uma víbora,

e desta nascerá um dragão.

30Os abandonados do meu povo se­rão apascentados como ovelhas,

e os pobres sentir-se-ão seguros.

Mas farei morrer de fome a tua raça

e destruirei a tua posteridade.

31Geme, ó porta! Grita, ó cidade!

Estremece toda, ó terra da Filis­teia,

porque do Norte vem uma nu­vem de pó,

vêm batalhões em colunas cerra­das.

32Que se há-de responder aos men­sageiros desta nação?

– Que o Senhor fundou Sião,

e que nela encontrarão refúgio os humilhados do seu povo.»

Capítulo 15

Destruição de Moab (Jr 48; Ez 25,8-11; Am 2,1-3)

1Oráculo contra Moab:

«Na noite em que atacaram Ar,

Moab foi destruída;

na noite em que atacaram Quir,

Moab foi destruída.

2O povo de Dibon subiu ao templo

e aos lugares sagrados para cho­rar;

Moab está gemendo por Nebo e por Madabá,

com as cabeças rapadas e as bar­bas cortadas.

3Andam pelas ruas vestidos de luto,

pelos terraços e pelas praças,

todos se lamentam desfeitos em pranto.

4Hesbon e Elalé soltam gritos,

e a sua voz foi ouvida até em Jaás;

razão por que os soldados de Moab estremecem

e os seus ânimos desfalecem.

5O meu coração solta gemidos por Moab:

os seus fugitivos chegam a Soar e a Eglat-Chelichia.

Sobem chorando a encosta de Luit,

pelo caminho de Horonaim sol­tam gemidos de aflição.

6As águas de Nimerim extingui­ram-se,

secou-se a erva, murchou a vege­tação,

não há mais verdura.

7Por isso, carregam com haveres e provisões,

para o lado da torrente dos Sal­gueiros.

8O seu pranto rodeia todas as fronteiras de Moab,

as suas lamentações ouvem-se em Eglaim,

até Beer-Elim, chega o seu ala­rido.

9As águas de Dimon estão cheias de sangue.

Enviarei sobre Dimon novas des­graças:

um leão contra os que escaparem de Moab,

contra os poucos sobreviventes do país.»

Capítulo 16

Moab pede ajuda a Jerusa­lém

1Enviai cordeiros ao sobe­rano do país,

desde Sela, no deserto, ao monte de Sião.

2Como aves espantadas,

como uma ninhada dispersa,

assim vão as filhas de Moab pe­los vaus do Arnon, pedindo:

3«Aconselha-nos, toma uma deci­são;

cobre-nos com a tua sombra em pleno meio-dia,

como se fosse meia-noite,

esconde os exilados, não entre­gues os fugitivos.

4Esconde na tua casa os exilados de Moab,

sê para eles um refúgio perante o devastador.

Quando a opressão desaparecer,

a devastação chegar ao fim,

e o invasor deixar a terra,

5o trono será fundado na cle­mên­cia,

e sobre ele sentar-se-á com leal­dade o descendente de David.

Será um juiz zeloso do direito e preocupado com a justiça.»


Jerusalém não pode ajudar Moab

6Temos ouvido falar da soberba de Moab,

uma soberba desmedida;

da sua arrogância, altivez e inso­lência;

não são correctas as suas pre­ten­sões.

7Por isso, os moabitas gemerão por Moab,

todos se hão-de lamentar.

Pelas tortas de uvas de Quir-Haréchet,

suspiram, agora, aflitos.

8Os campos de trigo de Hesbon estão devastados,

assim como as vinhas de Sibma.

Os senhores das nações arra­sa­ram os seus sarmentos.

Elas chegavam até Jazer

e iam perder-se no deserto.

Os seus rebentos multiplicavam-se

e atravessavam o Mar Morto.

9Por isso, choro como o povo de Ja­zer sobre as vinhas de Sibma;

banho-vos com as minhas lágri­mas, Hesbon e Elalé.

É que da tua vindima e das tuas colheitas

desapareceram as canções de ale­­gria.

10A alegria e o regozijo desapare­ce­ram das hortas,

nas vinhas não há cânticos ale­gres,

não se pisa mais vinho nos laga­res

e cessaram as canções.

11Por isso, as minhas entranhas vi­bram como uma harpa por Moab,

e o meu coração por Quir-Heres.

12Havemos de ver Moab afadigar-se por subir aos lugares altos

e entrar no seu santuário para orar,

mas de nada lhes valerá.

13Este é o oráculo que o Senhor pro­nunciou outrora contra Moab.

14Mas agora o Senhor volta a di­zer:

«Daqui a três anos, sem um dia a mais,

será humilhada a nobreza de Moab,

com toda a sua numerosa gente;

os que ficarem serão poucos, fra­cos e impotentes.»

Capítulo 17

Oráculo contra Damasco (Jr 49,23-27)

1Oráculo contra Damasco: Eis que Damasco vai deixar de ser cidade: será reduzida a um montão de ruí­nas. 2As suas cidades, abandonadas para sempre, ficarão para os rebanhos, que repousarão ali sem que nin­guém os espante. 3Efraim perderá as suas fortale­zas e Damasco a sua realeza; e ao resto dos arameus acon­te­cerá como à nobreza de Israel – oráculo do Senhor do uni­verso. 4Naquele dia, a riqueza de Jacob ficará pobre e macilenta a gordura do seu corpo: 5será como o ceifeiro a apanhar o trigo; com o seu braço ceifa as espigas; será como quando se apanham as espigas no vale de Refaim, 6e fica só um rebusco; como quando se vareja uma oli­veira e ficam só duas ou três azeitonas, no alto da copa, e quatro ou cinco nos ramos frutíferos – oráculo do Senhor, Deus de Is­­­rael. 7Naquele dia, o homem olhará para o seu criador, e seus olhos contemplarão o Santo de Israel; 8não mais olhará para os alta­res portáteis que fabricou, nem contemplará os ídolos da deusa Achera e as estelas solares que os seus dedos modelaram. 9Naquele dia, as tuas cidades for­tes serão abandonadas como as cidades dos amorreus e dos heveus diante dos israe­li­tas, e ficarão desabitadas. 10Porque esqueceste a Deus, teu salvador, e não te lembras da rocha do teu refúgio. Por isso, plantavas jardins de Adó­nis e fazias sementeiras em honra dos deuses estrangeiros. 11No mesmo dia em que as plantas germinavam, logo de manhã as sementes flo­resciam; mas a colheita será nula no dia da desgraça, e o mal será irremediável.


O bramir dos povos (Ez 38) 12Ah! O ruído de povos nume­ro­sos, como o ruído dos mares embra­ve­cidos! O bramir de nações, como o bramir de águas cau­da­losas! 13O Senhor ameaça-as e elas fo­gem para longe; como o feno dos montes, são le­vados pelo vento, e como a flor seca dos cardos, pelo vendaval. 14Pela tarde, vem a consternação; antes da manhã, já nada existe. Este será o destino dos que nos saqueiam, a sorte dos que nos despojam.

Capítulo 18

Oráculo contra a Etiópia

1Ai da terra onde se ouve o zumbido das asas, que fica para além dos rios de Cu­che, 2que envia mensageiros pelo Nilo, em barcos de junco sobre as águas! Correi, mensageiros velozes, para um povo esbelto e bronzeado, para um povo sempre temido, para uma nação sempre pode­rosa e longínqua, que espezinha os inimigos cuja terra é sulcada por canais. 3Vós que habitais o mundo e po­voais a terra, quando for levantado o estan­darte nos montes, olhai; quando soar a trombeta, escutai. 4Assim me disse o Senhor: «Desde a minha morada, con­tem­plo sereno, como o calor ardente do meio-dia, como a nuvem do orvalho no tem­po quente da colheita.» 5Acontecerá como antes da vin­dima, quando a vinha já tem flor, quando a flor se tornou cacho e uva amadurecida. É então que são cortadas as ga­vinhas com a podadeira e os sarmentos são arrancados e lançados fora. 6Serão abandonados aos abutres dos montes e aos animais selvagens da terra. Os abutres dominam no Verão, e os animais selvagens no In­verno. 7Naquele tempo, esse povo esbelto de pele bronzeada, esse povo poderoso e longínquo, essa nação temida que espezinha os inimigos, cuja terra é sulcada pelos canais, há-de trazer os seus dons ao Se­nhor do universo, ao lugar onde está o seu nome, no monte de Sião.

Capítulo 19

Oráculo contra o Egipto

1Oráculo contra o Egipto. Olhai! O Senhor, montado so­bre uma nuvem veloz, entra no Egipto: os ídolos do Egip­to tremem diante dele, e o coração dos egípcios aperta-se no seu peito. 2Farei com que os egípcios se le­vantem contra os egípcios, lutarão irmãos contra irmãos, ami­gos contra amigos, cidade contra cidade, reino con­tra reino. 3O Egipto perderá o seu valor, porque anularei os seus planos. Consultarão os ídolos e os fei­ti-ceiros, os evocadores dos mortos e os adivinhos. 4Entregarei o Egipto nas mãos de um soberano cruel, e um rei implacável o dominará – oráculo do Senhor Deus do uni­verso. 5As águas do rio secarão, o Nilo tornar-se-á seco e árido. 6Os canais correrão empestados, e as ribeiras do Egipto mingua­rão e secarão, os papiros e os juncos murcha­rão. 7A erva das margens do Nilo e as sementeiras junto do Nilo secarão; desaparecem varridas pelo vento. 8Os pescadores ficarão desolados, chorarão todos os que lançam o anzol ao rio; e os que estendem as suas redes sobre as águas ficarão consternados. 9Os que trabalham em linho, fica­rão confundidos; as mulheres que o cardam e os que tecem ficarão desalentados; 10os fabricantes de tecidos estão aflitos, e todos os trabalhadores, desola­dos. 11Como estão loucos os príncipes de Tânis; os sábios dão ao Faraó conselhos insensatos. Como ousais dizer ao Faraó: «Sou filho de sábios, descendente dos antigos reis?» 12Onde estão agora os teus sá­bios? Que eles te anunciem, se é que podem, os desígnios do Senhor do uni­verso contra o Egipto. 13Os príncipes de Tânis estão lou­cos, e os da cidade de Mênfis andam iludidos; os chefes das suas tribos desen­caminham o Egipto. 14O Senhor difundiu no meio de­les a confusão: estragam tudo quanto se faz no Egipto. Parecem um embriagado a cam­balear em cima do seu vómito. 15O Egipto nunca mais terá su­cesso, desde o rei ao escravo, desde a palmeira ao junco.


Conversão do Egipto e da Assí­ria16Virá um dia em que os egí­p­cios serão como mulheres, treme­rão de medo sob a ameaça da mão do Se­nhor do universo, levantada con­tra eles. 17Então, a terra de Judá tornar-se-á o terror do Egipto; só de ouvir falar dela, encher-se-á de pa­vor, à vista dos desígnios do Senhor do universo contra ele.

18Naquele dia, haverá no Egipto cinco cidades que falarão a língua de Canaã e que jurarão pelo Senhor do universo. Uma delas será chamada Cidade-do-Sol. 19Naquele dia ha­verá no centro do Egipto um altar er­guido ao Senhor, e um monumento dedi­cado ao Senhor, junto à fronteira.

20Ser­virão de sinal e testemunho de como o Senhor do universo está pre­sente no Egipto. Se os egípcios fo­rem maltratados pelos opressores e invo­ca­­rem o Senhor, Ele lhes enviará um salvador que os defenderá e li­ber­­tará. 21O Senhor manifestar-se-á ao Egipto e o Egipto reconhecerá o Se­nhor naquele dia; oferecer-lhe-ão sa­crifícios e ofertas, farão votos ao Senhor e hão-de cumpri-los. 22O Se­nhor ferirá os egípcios, mas curá-los-á; eles voltar-se-ão para o Se­nhor, que os escutará e os há-de sarar.

23Naquele dia, uma estrada ligará o Egipto à Assíria; os assírios irão ao Egipto e os egípcios à Assí­ria, e os egí­pcios com os assírios prestarão cul­to ao Senhor.

24Naquele dia, Is­rael será media­dor entre o Egipto e a Assíria, e será uma bênção do Se­nhor no meio da terra. 25O Senhor do universo aben­çoá-los-á nestes ter­­mos:

«Bendito seja o Egipto, meu povo,
a Assíria, obra das minhas mãos,
e Israel, minha herança.»

Capítulo 20

Acção simbólica contra o Egipto e a Etiópia1Acon­teceu no ano em que o co­mandante-em-chefe, enviado por Sar­gão, rei da Assíria, che­gou à cidade de Asdod, a assediou e se apoderou dela. 2Nesse tempo, o Se­nhor falou por Isaías, filho de Amós, nestes ter­mos: «Vai, desata a faixa que trazes à cintura, e tira as san­dá­lias de teus pés.» As­sim fez Isaías, de modo que andava nu e descalço.

3O Senhor disse: «Assim como o meu servo Isaías andou nu e des­calço três anos, como sinal de presságio contra o Egipto e a Etió­pia, 4assim o rei da Assíria levará os prisioneiros do Egipto e os deportados da Etió­pia, novos e ve­lhos, nus e descalços, com as nádegas descobertas – ver­go­nha para o Egipto. 5Fica­rão decep­cio­na­dos e envergonhados os que con­­fia­vam na Etiópia e se gabavam da ajuda do Egipto.» 6Os habitantes deste litoral dirão na­quele dia: «Eis aqueles em quem pu­semos a nossa esperança, nos quais pensávamos en­­contrar protecção, auxílio e socorro contra o rei da Assí­ria. E agora, como pode­remos escapar?»

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