Capítulo 1

No Sul (Js 10,1-43; 14,6-15; 15,13-19) 1E aconteceu que, de­pois da morte de Josué, os filhos de Israel consul­taram o Senhor, dizendo: «Quem de nós irá em primeiro lugar combater os cananeus?» 2O Senhor respon­deu: «Su­birá Judá, pois entreguei o terri­tó­rio nas suas mãos.» 3Então, disse Judá a Simeão, seu irmão: «Sobe co­migo à terra que me tocou em sorte para fazer guerra aos cananeus; e tam­bém eu subirei contigo à tua terra.» E Simeão foi com ele.

4Subiu, pois, Judá, e o Senhor en­tregou nas suas mãos os cananeus e os peri­zeus e derrotaram dez mil deles em Bézec. 5Tendo encontrado Adonibe­zec em Bézec, ataca­ram-no, e derro­taram os cananeus e os pe­ri­zeus. 6Então, Adonibézec fugiu, mas eles perseguiram-no, apa­nharam-no e am­putaram-lhe os polegares das mãos e dos pés. 7Adonibézec disse então: «Setenta reis, amputados os po­lega­res das mãos e dos pés, apa­nha­­vam os res­tos de comida sob a mi­nha mesa. Assim fiz eu, assim Deus me pagou.» Leva­ram-no para Jeru­sa­­lém e lá morreu.


Conquista de Jerusalém e de He­­bron8Os filhos de Judá ataca­ram, então, Jerusalém, tomaram-na, pas­sa­ram os seus habitantes a fio de es­pada e incendiaram a ci­dade. 9Depois desceram os homens de Judá a com­bater os cananeus que habitavam nas montanhas, no Né­gueb e na planí­cie.

10Judá marchou, então, contra os ca­na­neus que habi­tavam em Hebron, antes chamada Quiriat-Arbá, e der­rotou Chechai, Aiman e Talmai. 11Em seguida, partiu contra os habi­tantes de Debir, cujo nome era antes Qui­riat-Séfer. 12Então, disse Caleb: «Àquele que atacar Quiriat-Séfer e a con­quis­tar, dar-lhe-ei por esposa minha filha Acsa.» 13Então, Oteniel, filho de Que­­naz, irmão mais novo de Caleb, con­quistou-a e Caleb deu-lhe por esposa a sua filha Acsa. 14Quan­do ela chegou, ele incitou-a a pedir ao pai um campo. Ao descer do jumento, perguntou-lhe Caleb: «Que tens?» 15Então, ela disse: «Faz-me um fa­vor: tal como me deste uma região árida, dá-me também uma que seja irrigada por fontes de água.» E Ca­leb deu-lhe fontes na encosta e fon­tes nos vales. 16Ora os filhos de Ho­bab, o quineu, sogro de Moisés, subi­ram, com os filhos de Judá, da Ci­dade das Palmeiras ao deserto de Judá, que fica a sul de Arad; foram viver com os povos de lá.

17Judá prosse­guiu a sua marcha com seu irmão Simeão, e derrota­ram os cana­neus que habitavam em Sefat; des­truí­ram-na completa­mente, vota­ram-na ao extermínio e puseram à cidade o nome de Horma. 18Entre­tanto, Judá apode­rou-se de Gaza e seu território, de As­calon, de Ecron e suas terras. 19Acon­teceu que o Se­nhor es­tava com Judá, e este apode­rou-se da monta­nha; mas não conse­guiu expul­sar os habitantes da pla­ní­cie, porque tinham carros de ferro. 20 Deram He­bron a Caleb, como Moi­sés havia dito, e Ca­leb ex­pulsou de lá os três filhos de Anac. 21Quanto aos jebuseus que habi­ta­vam em Je­rusalém, os filhos de Ben­jamim não os expulsaram; e, assim, os jebu­seus moram, com os filhos de Ben­jamim, em Jerusalém até aos dias de hoje.


Conquista de Betel22Os filhos de José marcharam tam­bém contra Be­tel, e o Senhor es­tava com eles. 23Man­da­ram fazer a explo­ração de Betel, cidade que antiga­mente se chamava Luz. 24Os explo­ra­dores viram, então, um ho­mem que saía da cidade e dis­seram-lhe: «En­sina-nos como se en­tra na cidade e não te faremos mal.» 25Ele mostrou-lhes a entrada da ci­da­de, e eles pas­saram-na a fio de es­pada; porém, àquele homem e a toda a sua famí­lia deixaram-nos em li­berdade. 26O homem retirou-se para a região dos hititas, fundou aí uma ci­dade a que pôs o nome de Luz, nome que ela conserva até aos dias de hoje.


Limites da ocupação (Js 17,11-13; 19,10-51) – 27A tribo de Ma­nas­sés não conquistou Bet-Chan com as locali­da­des vizinhas, nem Taanac com as localidades vizinhas e seus habitan­tes, nem Dor com as localidades vizi­nhas e seus habitan­tes, nem Jiblam com as localidades vizinhas e seus habi­tantes, nem Me­guido com as loca­­­­lidades vizinhas; os cananeus con­­ti­nua­ram a habitar nessa terra.

28Po­rém, quando Israel se tornou su­ficientemente forte, impôs-lhes tri­buto, mas não os expulsou. 29A tribo de Efraim não expulsou os cananeus que moravam em Guézer, e estes continuaram a viver ali, no meio de Efraim.

30A tribo de Zabulão não expul­sou os habitantes de Quitron, nem os de Naalol, e os cananeus conti­nuaram a habitar no meio dela, mas ficaram sujeitos a tributo. 31A tribo de Aser não expulsou os habitantes de Aco, nem os de Sídon, nem os de Alab, de Aczib, de Helba, os de Afec nem os de Reob. 32Por isso, os filhos de Aser estabeleceram-se entre os cananeus, habitantes da região, vis­to não os te­rem expulsado. 33A tribo de Neftali não expulsou os habitantes de Bet-Chémes e os de Bet-Anat, e estabe­leceu-se entre os cana­neus, habitan­tes da região; mas os habitantes de Bet-Chémes e os de Bet-Anat fica­ram a pagar tributo.

34Os amorreus repeliram a tribo de Dan para a mon­tanha, não lhes permitindo descer à planície. 35Os amor­reus conseguiram ficar em Har-Heres, em Aialon e em Chaalbim, mas, quando os descen­den­tes de José ficaram mais fortes, obrigaram-nos a pagar tributo. 36O território dos amorreus estendia-se desde a subida de Acrabim e de Sela para cima.

Capítulo 2

Repreensões do Senhor (Dt 7,1-5; Js 23,7-13) – 1O anjo do Senhor subiu de Guilgal a Boquim e disse: «Tirei-vos do Egipto e trouxe-vos à terra que havia prometido sob jura­mento a vossos pais. Tinha-vos dito: ‘Jamais quebrarei a minha aliança estabelecida convosco para sempre, 2e vós, da vossa parte, não pactua­reis com os habitantes desta terra; antes, haveis de destruir os seus altares.’ Vós, porém, não ouvis­tes a minha palavra. Que fizestes? 3Eis por que Eu disse: ‘Não os expulsarei diante de vós; servir-vos-ão de inimigos, e os seus deuses hão-de constituir para vós uma armadilha.’» 4Ora, desde que o anjo do Senhor proferiu estas palavras a todos os filhos de Israel, o povo soltou gritos e chorou. 5Por isso chamaram a este lugar Boquim, e aí ofereceram sacri­fícios ao Senhor.


Morte de Josué (Js 24,29-31) – 6Jo­sué despediu o povo, e os filhos de Israel foram cada um para a terra que lhe tocou em herança. 7O povo serviu o Senhor durante toda a vida de Josué e dos anciãos que lhe sobreviveram e viram a grande obra que o Senhor tinha realizado em favor de Israel. 8Josué, filho de Nun, servo do Senhor, morreu com a idade de cento e dez anos. 9Sepul­taram-no no território que lhe cou­bera, em Timnat-Heres, no monte de Efraim, a norte do monte Gaás.

10Depois, toda esta geração se foi juntar a seus pais; surgiu então, de­pois dela, outra geração que não co­nhecia o Senhor, nem a obra que o Senhor havia feito em favor de Israel. 11Os filhos de Israel fizeram o mal perante o Senhor e presta­ram culto aos ídolos de Baal. 12Abando­naram o Senhor, Deus de seus pais, que os tinha feito sair da terra do Egipto, e foram atrás dos deuses dos povos que os rodeavam; prostra­ram--se diante deles e ofenderam o Se­nhor. 13Abandonaram o Senhor e adoraram Baal e os ídolos de As­tarté. 14Inflamou-se a ira do Senhor contra Israel e entregou-os nas mãos de salteadores que os espoliaram, e vendeu-os aos inimigos que os ro­dea­­vam. Eles já não foram capazes de lhes resistir. 15Para onde quer que saíssem, pesava sobre eles a mão do Senhor como um flagelo, conforme lhes havia dito e jurado; e foi muito grande a sua angústia.


Missão dos juízes16O Senhor suscitou, então, juízes que os liber­ta­ram dos seus espoliadores. 17Eles, porém, nem mesmo aos seus juízes deram ouvidos; prostituíram-se a deu­­ses estranhos e prostraram-se diante deles. Depressa se desvia­ram dos caminhos que seus pais tinham tri­lhado, obedecendo aos preceitos do Senhor, não procederam como eles.

18Quando o Senhor lhes susci­tava juízes, o Senhor estava com aquele juiz, libertando-os da mão dos seus inimigos durante toda a vida do juiz; é que o Senhor deixava-se comover pelos seus lamentos frente aos que os oprimiam e humilhavam. 19Mas, quando o juiz morria, eles vol­tavam a corromper-se, mais ainda que seus pais, seguindo deuses es­tranhos para os servir e adorar; não renunciavam aos seus crimes, nem à sua conduta pertinaz.


Razões da permanência de po­vos estrangeiros (1,27-35; Js 13,2-7) – 20In­flamou-se, então, a ira do Senhor contra Israel e disse: «Já que este povo violou a minha aliança que Eu estabeleci com seus pais e não ouviu a minha voz, 21também Eu não con­ti­nuarei a expulsar diante dele ne­nhum dos povos que Josué deixou quando morreu. 22Por meio deles, vou pôr à prova Israel, para saber se se­guirão ou não os cami­nhos do Se­nhor, como seguiram seus pais.»

23Foi por isso que o Senhor dei­xou esses povos nos seus territórios; não os expulsou logo nem os entre­gou nas mãos de Josué.

Capítulo 3

Povos cananeus que não fo­ram vencidos1Estes são os povos que o Senhor deixou subsistir para, por meio deles, pôr à prova os israelitas que não conheceram ne­nhuma das guerras de Canaã; 2foi precisamente para assim provar as gerações dos filhos de Israel, para os instruir na guerra, somente por­que a não haviam experimentado antes: 3eram os cinco príncipes dos filisteus e todos os cananeus, os si­dó­nios e os heveus que habitavam o monte do Líbano, desde a montanha de Baal-Hermon até à entrada de Hamat. 4Estes subsistiram, pois, para pôr à prova os israelitas, para ver se eles ouviriam os manda­men­tos do Senhor, que Ele havia pres­crito a seus pais por meio de Moisés.

5Assim, os filhos de Israel habi­ta­­ram no meio dos cananeus, dos hiti­tas, dos amorreus, dos perizeus, dos he­veus e dos jebuseus. 6Tomaram por esposas as filhas deles e deram-lhes as suas em casamento; e pres­taram culto aos seus deuses.

 

1. Oteniel

Primeiros juízes7Os filhos de Israel praticaram o mal aos olhos do Senhor; esqueceram-se do Senhor, seu Deus, e serviram os ído­los do deus Baal e da deusa Ache­ra. 8A ira do Senhor in­flamou-se con­tra Israel e entregou-os nas mãos de Cu­chan-Richataim, rei de Aram-Naa­raim; e os filhos de Israel servi­ram a Cuchan-Richatain durante oito anos. 9Mas os filhos de Israel cla­maram ao Se­nhor, e o Senhor man­dou-lhes um salvador que os liber­tou: Ote­niel, fi­lho de Quenaz, irmão mais novo de Caleb. 10O espírito do Senhor esteve com ele, e ele foi juiz em Israel e partiu para a guerra; o Senhor pôs nas suas mãos Cuchan-Richatain, rei de Aram, e a sua mão triunfou contra ele. 11O país viveu em paz durante quarenta anos; de­pois, Ote­niel, filho de Quenaz, mor­reu.

 

2. Eúde

12Os filhos de Israel voltaram a praticar o mal diante do Senhor; o Senhor mandou contra eles Eglon, rei de Moab, por terem praticado o mal diante do Senhor. 13Eglon aliou-se com os amonitas e com os ama­le­citas; depois pôs-se em marcha con­tra Israel e derrotou Israel, tomando a Ci­dade das Palmeiras. 14Então, os filhos de Israel ficaram submetidos a Eglon, rei de Moab, durante de­zoito anos.

15Os filhos de Israel clama­ram, então, ao Senhor, e o Senhor enviou-lhes um salva­dor: Eúde, filho de Guera, filho de Benjamim, que era esquerdino. Os filhos de Israel envia­ram um tributo a Eglon, rei de Moab, por seu intermédio.

16Eúde fez para si um pu­nhal de dois gumes, de meio côvado de comprimento, e colocou-o debaixo das vestes, junto à coxa di­reita. 17Entre­gou o tributo a Eglon, rei de Moab. Eglon era um homem muito gordo. 18Mal acabou de apre­sentar o tributo, Eúde foi-se embora com os que tinham trazido o tri­buto. 19Mas ao chegar perto dos ídolos que estão junto a Guilgal, voltou para trás e disse ao rei: «Ó rei, tenho um segredo a confidenciar-te.» E ele disse: «Silêncio!»; e todos os que estavam com ele se retiraram. 20Eúde foi ter com Eglon; este encontrava-se a des­cansar no quarto de cima, muito fresco, que lhe era reservado. E disse Eúde: «Tenho uma palavra de Deus para ti.» E o rei levantou-se do seu trono. 21Então, estendendo a mão esquerda, Eúde tomou o punhal de junto da coxa direita e cravou-lho no ventre. 22O próprio cabo penetrou após a lâ­mina, e a gordura voltou a fechar a ferida, pois Eúde não reti­rou o pu­nhal do ventre do rei. 23En­tão, Eúde saiu pela janela, depois de ter dei­xado bem fechadas as por­tas do quarto de cima, trancando-as com ferro­lhos.

24Tendo ele saído, chegaram os ser­vos e, ao verem as portas aferrolha­das, disseram entre si: «Está, com cer­teza, a fazer as suas necessidades no quarto fresco de Verão.» 25Espe­ra­ram até ficarem preocupados: é que ele nunca mais abria as portas do quarto de cima. Foi então que pe­ga­ram na chave, abriram, e eis que o seu senhor ja­zia, morto, por terra. 26Eúde, esse, tinha fugido enquanto eles espera­vam; já tinha ultrapas­sado os ídolos de Guilgal e escapara para Seíra. 27Chegado às terras de Efraim, to­cou a trombeta nas mon­tanhas: com ele à frente, desceram da montanha os filhos de Israel. 28Ele disse-lhes então: «Vinde comigo, pois o Senhor entregou nas vossas mãos os moabi­tas, vossos inimigos.» Eles seguiram-no, ocupando os vaus do Jordão, junto de Moab, e não dei­xa­ram passar ninguém. 29Foi então que derrotaram Moab, com os seus cerca de dez mil homens, todos robustos e va­lentes; nem um só escapou. 30Nes­se dia, Moab foi humilhado às mãos de Israel; e o país viveu em paz du­rante oitenta anos.

 

3. Chamegar

31Depois dele, foi juiz Chame­gar, filho de Anat; derrotou os filisteus, em número de seiscentos ho­mens, com um aguilhão dos bois; e tam­bém ele libertou Israel.

Capítulo 4

4. Débora


A profetisa Débora e Barac (1 Sm 12,9-11; Sl 83,10; Heb 11,32) – 1De­pois da morte de Eúde, os filhos de Israel continuaram a praticar o mal diante do Senhor. 2O Senhor entre­­gou-os, então, nas mãos de Jabin, rei de Canaã, que reinava em Haçor; o chefe do seu exército era Sísera, que habitava em Haróchet-Goim.

3Então, os filhos de Israel cla­ma­ram ao Se­nhor, pois Sísera possuía novecen­tos carros de ferro, e os opri­mira violen­tamente durante vinte anos. 4Ora Débora, profetisa, mulher de Lapidot, exercia por essa altura as funções de juiz em Israel. 5Sen­tava-se debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na montanha de Efraim, e os israelitas iam ter com ela para que lhes servisse de árbitro. 6Ela man­dou chamar Barac, filho de Abi­noam, de Quedes, em Neftali, e disse-lhe: «Assim ordenou o Senhor, Deus de Israel: ‘Vai, reúne no monte Tabor e toma contigo dez mil ho­mens das tribos de Neftali e de Zabu­lão. 7Eu conduzirei para ti, junto da tor­rente de Quichon, Sísera, chefe do exér­cito de Jabin, os seus carros e os seus exércitos, e entregá-los-ei nas tuas mãos.’» 8Barac disse-lhe: «Se fo­res comigo, eu irei; mas se não fores co­migo, não irei.» 9Ela respondeu: «Irei, sem dúvida, contigo; mas fica a sa­ber que a glória da expedição que tu fazes não será para ti, pois o Se­nhor vai entregar Sísera nas mãos de uma mulher.»

Débora levantou-se, então, e foi com Barac em direcção a Que­des. 10Barac convocou Zabulão e Nef­tali em Quedes, e reuniu sob as suas or­dens dez mil homens; Débora foi tam­bém com ele. 11Héber, o que­nita, tinha-se se­pa­ra­do dos queni­tas, des­cen­dentes de Hobab, sogro de Moi­sés, e tinha mon­tado as suas tendas até ao carvalhal de Saanaim, junto de Que­des.


Derrota de Sísera (Ex 14,24-25) – 12Anunciaram a Sísera que Barac, filho de Abinoam, subia para o mon­te Tabor. 13Então, Sísera reuniu to­dos os seus carros, novecentos car­ros de ferro, e todos os homens que esta­vam com ele, e saiu de Harochet-Goim, para a torrente de Quichon. 14Disse, então, Débora a Barac: «Le­vanta-te, pois é este o dia em que o Senhor avança, para entregar Sí­sera nas tuas mãos; eis que o Se­nhor vai, Ele próprio, à tua frente.» Barac des­ceu do monte Tabor com dez mil ho­mens atrás de si. 15O Se­nhor desba­ratou Sísera com todos os seus car­ros e todo o seu exército, a golpe de es­pada, na presença de Barac; então, Sísera, saltando do seu carro, fugiu mesmo a pé.

16Barac perseguiu os car­ros e o exército até Harochet-Goim, e todo o acampamento de Sísera foi passado a fio de espada, sem esca­par nem um ho­mem. 17Sísera fugiu a pé para a ten­da de Jael, mulher de Héber, o quenita, porque havia paz entre Jabin, rei de Haçor, e a famí­lia de Héber, o quenita.

18Então, Jael saiu ao encontro de Sísera e disse-lhe: «Entra, meu se­nhor, entra na minha casa, não te­mas.» Ele entrou com ela na tenda e ela encobriu-o sob o tapete. 19Disse-lhe ele: «Por favor, dá-me de beber um pouco de água, que tenho sede.» Ela abriu um odre de leite, deu-lhe de beber e tornou a cobri-lo. 20Disse-lhe Sísera: «Põe-te à entrada da tenda, e se alguém te per­guntar: ‘Há aqui alguém?’, res­pon­de­rás: ‘Não.’» 21Então, Jael, mu­lher de Héber, pegou num prego da tenda, agarrou nas mãos o martelo e foi ter com ele, deva­garinho; en­terrou o prego na testa de Sísera, a ponto de penetrar na pró­pria terra; Sísera es­­tava em sono pro­fundo e assim, des­faleceu e morreu.

22E eis que chega Barac, em per­seguição de Sísera. Jael, saindo-lhe ao encontro, disse-lhe: «Vem; vou mostrar-te o homem que procuras.» Ele entrou com ela e en­controu Sí-sera que jazia morto por terra, com o prego na fronte. 23Na­quele dia o Se­nhor hu­milhou Jabin, rei de Canaã, perante os israelitas. 24A mão dos filhos de Israel tornou-se cada vez mais pesada sobre Ja­bin, rei de Ca­naã, até que acabaram por matá-lo.

Capítulo 5

Cântico triunfal de Débora (Ex 15,1-18) – 1Naquele dia Dé­bora e Barac, filho de Abinoam, entoaram o seguinte cântico:

2«Louvai o Senhor!

Pois em Israel os chefes coman­dam,

e o povo espontaneamente se ofe­receu.

3Ouvi-me, ó reis;

prestai-me ouvi­dos, ó príncipes,

que eu vou cantar ao Senhor;

o Senhor, Deus de Israel, cele­bra­rei:

4Senhor, quando saíste de Seir,

quando partiste das estepes de Edom,

a terra tremeu, os céus agita­ram-se

e as nuvens desfizeram-se em água.

5Os montes derreteram-se dian­te do Senhor, o do Sinai;

diante do Senhor, Deus de Is­rael.

6Nos dias de Chamegar, filho de Anat,

nos dias de Jael, tinham cessado as caravanas,

e os que viajavam, iam por ata­lhos tortuosos.

7Faltavam os chefes,

faltavam as forças em Israel,

até que eu, Débora, me levantei,

levantei-me como mãe em Israel.

8Escolhiam novos deuses;

e, então, em Israel, em cinco ci­dades,

mal se viam um escudo e uma lança

para quarenta mil homens!

9O meu coração segue os chefes de Israel,

aqueles que de entre o povo

se ofereceram espontaneamente ao perigo:

bendigamos o Senhor.

10Vós, os que montais brancas ju­mentas,

os que vos sentais sobre tape­ça­rias,

os que andais pelo caminho, pro­clamai!

11Pela voz dos que repartem des­po­jos junto às fontes,

aí se cantam as vitórias do Se­nhor,

as vitórias da sua força em Is­rael.

Então, o povo do Senhor desceu às portas.

12Acorda, desperta, Débora!

Desperta! Desperta! Entoa um cân­tico!

Levanta-te, Barac!

Prende os que te prenderam a ti,

ó filho de Abinoam.

13Então, o sobrevivente desceu com os nobres,

o povo do Senhor desceu para mim entre os heróis.

14De Efraim subiram a Amalec;

teu irmão, Benjamim, está com as tuas tropas;

de Maquir descem os comandan­tes;

e de Zabulão os que detêm a vara do comando.

15Os chefes de Issacar estão com Débora

e Issacar, tal como Barac,

lança-se na planície atrás das suas pegadas;

junto aos regatos de Rúben,

grandes foram as ansiedades do coração!

16Por que razão te ficaste entre as pastagens

escutando os assobios para os ga­dos?

Junto aos regatos de Rúben,

grandes foram as ansiedades do coração!

17Guilead habita para além do Jor­dão;

e Dan, por que razão ficou nos seus navios?

Aser sentou-se à beira do mar, des­­cansando nos seus portos.

18Zabulão é um povo que oferece a sua vida à morte

e Neftali está sobre as altas co­linas.

19Vieram os reis e combateram;

também combateram os reis de Canaã em Taanac,

junto às águas de Meguido;

mas não pegaram em despojos nem dinheiro.

20Dos céus combateram as estre­las,

combateram das suas órbitas con­­tra Sísera.

21A torrente de Quichon arreba­tou-os;

a torrente dos antigos, a torrente de Quichon

espezinhou a vida dos valentes.

22Então ressoaram os cascos dos ca­valos

na corrida entusiástica dos seus valentes guerreiros.

23Amaldiçoai Meroz, diz o anjo do Senhor,

amaldiçoai energicamente os seus habitantes,

porque não correram em socorro

do Senhor,

como os valentes guerreiros!

24Bendita seja Jael entre as mu­lheres,

a mulher de Héber, o quenita,

bendita seja entre as mulheres na tenda!

25Pediu água; leite fresco ela lhe deu!

Em nobre taça lhe serviu a nata!

26Estendeu a sua mão para o prego,

a sua direita para o martelo de rudes traba­lha­dores,

e martelou Sísera,

esmagando-lhe a cabeça!

Rachou-lhe e traspassou-lhe as têmporas!

27A seus pés ele caiu,

prostrou-se, ficou estendido

e já sem forças ali caiu,

e ficou aniquilado!

28Assoma à janela a lamentar-se

a mãe de Sísera, através das gra­des:

‘Porque tarda em vir o seu carro?

Porque é tão lenta a marcha dos seus carros de guerra?!’

29A mais sábia das suas princesas lhe responde,

e ela mesma volta a repeti-lo para si própria:

30‘Eis que eles encontram e re­par­tem os despojos:

uma jovem, duas jovens para cada homem;

despojos coloridos para Sísera, des­­pojos coloridos,

um tecido, dois tecidos coloridos

para os seus ombros como des­pojo.’

31Assim pereçam, Senhor, todos os teus inimigos;

e os seus amigos sejam como o nascer do Sol,

em toda a sua pujança!»

32Então o país descansou em paz durante quarenta anos.

Capítulo 6

5. Gedeão


Opressão dos madianitas1Os filhos de Israel fizeram o mal diante do Senhor, e o Senhor entregou-os nas mãos dos madia­ni­tas, durante sete anos. 2A mão dos madianitas caiu pesada sobre Is­rael. Por medo dos madianitas, os israe­li­tas prepararam nas monta­nhas, para si, as cavernas, as grutas e os refú­gios escarpados. 3Ora, sempre que Israel semeava, vinham os ma­dia­ni­tas com os amalecitas, assim como outras tri­bos do Oriente, para os ata­car. 4Acam­pavam entre eles e devas­tavam os produtos da terra até às proximida­des de Gaza, não deixando subsis­tên­cia alguma para Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos. 5Com efeito, vinham eles e os seus rebanhos, com as suas tendas, chega­vam numero­sos como vasta nuvem de gafanhotos, eles e os seus came­los incontáveis; e entra­vam na terra para a devastar.

6Assim, por causa dos madia­nitas, Israel acabou por ficar muito pobre. Foi então que os filhos de Israel cla­maram ao Senhor. 7Tendo os filhos de Israel clamado ao Senhor por causa dos madiani­tas, 8o Senhor en­viou-lhes um profeta que lhes disse: «Assim fala o Senhor, Deus de Is­rael: ‘Fui Eu que vos fiz subir do Egipto e vos libertei da casa da escravidão. 9Eu vos libertei da mão dos egípcios e de todos os vos­sos opressores; Eu os expulsei da vossa presença e vos dei a sua terra. 10En­tão, disse-vos: Eu sou o Senhor, vosso Deus; não adorareis os deuses dos amorreus, em cuja terra ides habi­tar. Vós, po­r­ém, não ouvistes a minha voz.’»


Vocação de Gedeão (13,1-25; Ex 3,1-10; 1 Sm 3,1-21; Lc 1,26-38; 5,1-11; Act 9,1-18; Gl 1,11-17) – 11Veio, então, o anjo do Senhor e colocou-se debaixo do tere­binto de Ofra, que era propriedade de Joás, da família de Abiézer; e Gedeão, seu filho, estava a limpar o trigo no la­gar, para o esconder da vista dos ma­­dianitas. 12O anjo do Senhor viu-o e disse-lhe: «O Senhor está con­tigo, valente guerreiro!» 13Respondeu-lhe Gedeão: «Por favor, meu Senhor: se o Senhor está connosco, então por­que é que nos aconteceu tudo isto? Onde estão todas as maravilhas que nos contavam os nossos pais, quando diziam: ‘Não é verdade que o Se­nhor nos fez subir do Egipto?’ Pois agora o Senhor abandonou-nos e entregou-nos nas mãos dos madiani­tas.»

14O Senhor voltou-se para ele e disse: «Vai com toda a tua força, e salva Israel do poder dos madia­ni­tas; sou Eu que te envio.» 15Disse-lhe ele: «Por favor, meu Senhor, como salva­rei eu Israel? A minha família é a mais pobre de Manassés, e eu sou o mais jovem da casa de meu pai!» 16Disse-lhe o Senhor: «Eu estarei con­tigo e tu hás-de derrotar os madia­ni­tas, como se fossem um só homem.» 17Gedeão respondeu: «Se, porven­tura, mereci o teu favor, mostra-me por um sinal que és Tu quem fala comigo. 18Por favor te peço: Não te afastes deste lugar até que eu venha ter con­tigo; trarei a minha oferta e colocá-la-ei na tua presença.» Ele disse: «Eu ficarei aqui até que regresses.»

19Ge­deão foi preparar um cabrito e, com uma medida de farinha, pre­parou pães ázimos; pôs a carne num cesto e o molho numa panela; depois, levou tudo para baixo do terebinto e ofe­re­ceu-lho. 20Disse-lhe o anjo de Deus: «Toma a carne e os pães ázi­mos, põe-nos sobre esta rocha e es­pa­lha o molho.» Gedeão assim fez. 21O anjo do Senhor estendeu a ex­tremidade do bastão que tinha na mão e tocou na carne e nos pães ázi­mos; saiu fogo da rocha e devorou a carne e os pães ázimos. Então, o anjo do Se­nhor desa­pareceu da vista dele. 22Gedeão viu que era o anjo do Se­nhor e disse: «Ai, Senhor Deus, que eu vi face a face o anjo do Senhor!» 23O Senhor disse-lhe: «A paz seja contigo! Não temas: não morrerás!» 24Gedeão eri­giu ali um altar ao Se­nhor e chamou-lhe: «O Senhor é paz.» Até ao dia de hoje, este altar ainda está em Ofra de Abiézer.


Destruição do altar de Baal (Ex 34,13; 1 Rs 18,27-40) – 25Naquela mesma noite, o Senhor disse a Ge­deão: «Toma um touro gordo e um segundo touro de sete anos; derruba o altar de Baal que é de teu pai, e corta a árvore sa­grada que está jun­to dele. 26Cons­trui­rás depois um altar bem prepa­rado em honra do Senhor, teu Deus, no cimo desta ro­cha fir­me. Toma­rás, então, o segundo touro e oferecê-lo-ás em holocausto sobre a madeira da ár­vore sagrada que cortaste.» 27To­mou, pois, Gedeão dez homens de entre os seus servos, e fez como lhe disse o Senhor. E, como receava a família de seu pai e os homens da cidade, se fizesse isso de dia, fê-lo durante a noite.

28Ao levantarem-se de manhã cedo, os homens da cidade viram que o altar de Baal estava demolido, cor­­tada a árvore sagrada e o segundo touro imolado sobre o altar que fora cons­truído. 29Disseram então uns para os outros: «Quem fez isto?» Tendo inquirido e procurado informações, disseram: «Foi Gedeão, o filho de Joás, que fez isto!» 30As pessoas da cidade disseram, pois, a Joás: «Man­da sair o teu filho, para ser morto, pois derru­bou o altar de Baal e cor­tou a árvore sagrada que estava junto dele.» 31Joás disse a todos os que estavam junto de si: «Sois vós, acaso, os defensores de Baal? É a vós que compete vir em seu socorro? Quem luta por ele de­verá ser morto até ao amanhecer! Se Baal é um deus, que seja ele próprio a defender a sua causa, pois Gedeão destruiu o seu altar!»

32Nesse dia, chamaram a Ge­deão Jerubaal, dizendo: «Que Baal defenda contra ele a sua causa, já que der­ru­bou o seu altar!» 33Todos os madia­ni­tas e amalecitas, bem como outras tri­bos do Oriente se reuni­ram, de comum acordo, atravessaram o Jor­dão e acampa­ram na planície de Jez­rael. 34Então o espírito do Senhor apoderou-se de Gedeão; quando tocou a trombeta, toda a família de Abié­zer se reuniu para o seguir. 35En­viou men­sageiros por toda a tribo de Ma­nas­sés, e também ela se reuniu para o seguir. Do mesmo modo enviou men­sageiros a Aser, a Zabulão e a Nef­tali, e todos eles vieram juntar-se a ele.


Sinal do velo de lã36Disse en­tão Gedeão a Deus: «Já que queres sal­var Israel pela minha mão, como dis­seste, 37vou estender na eira um velo de lã. Se houver orvalho so­mente no velo, e toda a terra ficar seca, ficarei a saber que vais salvar Israel pela mi­nha mão, como disseste.» 38E assim aconteceu: quando Gedeão se levan­tou, de manhã, es­premeu o velo e este destilou orva­lho: uma bacia cheia de água. 39Ge­deão disse a Deus: «Não se inflame a tua cólera contra mim, se eu falo ainda uma vez mais! Deixa-me fa­zer só mais uma vez a prova do tosão: que fique seco apenas o velo, e haja orvalho sobre toda a terra.» 40E Deus assim fez, nessa noite: estava seco apenas sobre o velo, enquanto, sobre toda a terra, havia orvalho.

Capítulo 7

Derrota dos madianitas (Dt 9,4-7) – 1Je­rubaal, isto é, Ge­deão, levantou-se de manhã cedo, ele e to­dos os homens que estavam com ele, e acampa­ram junto da fonte de Ha­rod, enquanto o acampamento dos ma­dianitas lhes ficava mais a norte, ao lado da colina de Moré, na planície.

2O Senhor disse a Gedeão: «São demasiado numerosos os homens que estão contigo, para que Eu en­tregue os madianitas em suas mãos. Israel poderia gloriar-se à minha custa e di­zer: ‘Foi a minha mão que me sal­vou!’ 3Peço-te, pois, que pro­clames aos ouvidos do povo o se­guinte: ‘Quem temer e tremer que volte para casa, e deixe a montanha de Guilead.’» En­tão, regressaram vinte e dois mil ho­mens, ficando ape­nas dez mil.

4O Senhor disse a Gedeão: «Ainda são muitos homens; leva-os à fonte e lá os submeterei a uma prova. As­sim, aquele de quem Eu te disser: ‘Que ele vá contigo!’ esse irá contigo; mas aquele de quem Eu te disser: ‘Que ele não vá contigo!’, esse não te se­guirá.» 5En­tão, Gedeão levou os ho­­mens à fonte, e o Senhor disse-lhe: «Todo aquele que lamber a água com a língua, como o cão, põe-no de um lado; e porás do outro lado todo aquele que se puser de joelhos para beber.» 6Ora o número dos que bebe­ram a água com a língua, levando-a com a mão à boca, foi de trezentos homens, e todos os restantes puse­ram-se de joelhos para beber a água.

7Disse o Senhor a Gedeão: «É com os trezentos homens que beberam a água com a língua que Eu vos sal­va­rei e entregarei os madianitas nas tuas mãos; o resto do povo que volte para sua casa.» 8Tomaram as provi­sões em suas mãos bem como as suas trombetas, e depois Gedeão mandou a multidão do povo de Israel cada um para a sua casa; reteve consigo apenas os trezentos homens. O acam­pamento dos madianitas ficava abai­xo do seu, na planície. 9Nessa noite, disse-lhe o Senhor: «Levanta-te e vai ata­car o acampamento, pois entre­guei-o nas tuas mãos. 10Mas, se tens medo de ir sozinho, vai com Purá, teu servo, ao acampamento. 11Escu­ta­rás o que eles dizem; a tua cora­gem será robustecida, e poderás ata­car o acam­pamento.»

Então, desceram, ele e Purá, seu servo, até aos postos avançados do acampamento que se encontrava na planície. 12Os madianitas, os ama­lecitas e todas as tribos do Oriente estendiam-se pela planície, nume­ro­sos como gafanhotos; os seus came­los nem se podiam contar, tão nu­me­ro­sos como grãos de areia na praia do mar. 13No momento em que Gedeão chegou, um homem es­tava a contar um sonho ao seu companheiro; dizia ele: «Acabo de ter um sonho: eis que um pão de cevada, rolando pelo acam­pamento dos madianitas, chegou junto da tenda, sacudiu-a violentamente pro­vocando a sua queda.» 14O seu com­pa­nheiro respondeu, dizendo: «Isso não pode significar senão a espada de Ge­deão, filho de Joás, o israelita, a quem Deus entregou Ma­dian e todo o seu acampamento!»

15Sucedeu en­tão que, mal Gedeão ouviu contar o sonho e a sua inter­pre­tação, pros­trou-se por terra e re­gressou ao acam­­pa­mento de Israel e disse: «Levan­tai-vos, porque o Se­nhor entre­gou nas vossas mãos o acam­pamento de Madian.» 16Dividiu, então, os tre­zen­tos em três grupos; pôs uma trom­beta na mão de todos eles, bem como cântaros vazios com tochas den­tro deles. 17E disse-lhes: «Olhai para mim e fazei como eu fizer; quando eu tiver chegado junto do acampa­mento, fa­zei o que eu fizer. 18Eu e os que estão comigo tocaremos a trombeta; então, também vós tocareis as trom­betas à volta de todo o acampa­mento e ha­veis de gritar: ‘Pelo Senhor e por Ge­deão!’» 19Gedeão e os cem homens que estavam com ele chegaram junto do acampamento ao princípio da vi­gí­lia da meia-noite, quando termi­nava a rendição das sentinelas. En­tão, pu­seram-se a to­car as trombe­tas, ao mesmo tempo que quebravam os cân­taros que le­vavam nas mãos.


Em perseguição do inimigo20En­­tão, os três grupos tocaram as trom­betas e quebraram os cântaros; com a mão esquerda pegaram nas tochas, e com a direita nas trombetas para tocar, e gritaram: «Espada pelo Se­nhor e por Gedeão!» 21En­quanto cada um se mantinha de pé no seu posto, à volta do acampamento, todo o acam­pamento se lan­çou a correr e a gri­tar, procurando, a todo o custo, por onde fugir. 22E enquanto soavam as tre­zentas trom­betas, o Senhor fez com que, em todo o acampamento, cada um le­vantasse a espada contra o seu companheiro; o exército fugiu até Bet-Chitá, para os lados de Serera, até à margem de Abel-Meolá, junto de Tabat.

23Então, reuniram-se os homens de Israel: da tribo de Neftali, de Aser e de toda a tribo de Manassés, e fo­ram em perseguição dos madia­nitas. 24Gedeão enviou mensageiros por toda a montanha de Efraim, di­zendo: «Des­cei ao encontro de Ma­dian e ocupai antes deles os vaus das águas até Bet-Bará, bem como o Jordão.»

To­dos os homens de Efraim fo­ram convo­cados e ocuparam os vaus das águas até Bet-Bará, bem como o Jor­dão. 25Capturaram dois chefes de Ma­dian: Oreb e Zeeb; ma­taram Oreb no ro­chedo de Oreb e Zeeb no lagar de Zeeb; depois, conduziram a per­se­­gui­­­­ção até Madian, levando as cabeças de Oreb e Zeeb a Gedeão, do outro lado do Jordão.

Capítulo 8

Efraimitas ofendidos (12,1-7) – 1Então, os homens de Efraim disseram a Gedeão: «Que quer dizer isto que nos fizeste de não nos cha­mar quando partiste a combater Madian?» E insurgiram-se violenta­mente con­tra ele. 2Gedeão respondeu-lhes: «Que fiz eu de comparável a vós? Não vale porventura mais o rebusco de Efraim do que a vindima de Abiézer? 3Foi nas vossas mãos que Deus pôs os príncipes de Ma­dian, Oreb e Zeeb; que fiz eu de mais em comparação convosco?» Mal pronunciou estas pa­la­vras a sua cólera contra ele aman­sou.


A campanha na Transjordânia4Gedeão chegou ao Jordão e passou-o, ele e os trezentos homens que estavam com ele; embora esgotados, continuaram a perseguir os madia­nitas. 5Disse aos homens de Sucot: «Por favor, dai uns bolos de pão aos homens que me seguem, pois, vêm esgotados e eu vou em perseguição de Zeba e Salmuna, reis de Ma­dian.» 6Os chefes de Sucot disse­ram: «Por­ventura os pulsos de Zeba e de Sal­muna estão já em tuas mãos, para darmos pão ao teu exército?» 7Gedeão respondeu: «Quando o Se­nhor colo­car nas minhas mãos Zeba e Sal­muna, eu triturarei a vossa carne com espi­nhos do deserto e com abrolhos.» 8Dali subiu a Penuel e falou do mesmo modo. Os homens de Penuel respon­deram como lhe tinham respondido os de Sucot. 9Disse ele, também, aos homens de Penuel: «Quando eu vol­tar em paz, destruirei esta torre.»

10Zeba e Sal­muna encontravam-se em Carcor com o seu exército, cerca de quinze mil homens, todos quan­tos resta­vam do exército das tribos do Oriente; de facto, tinham mor­rido cento e vinte mil homens que sabiam manejar a espada. 11Gedeão subiu pelo cami­nho dos que habi­tam as ten­­das, a oriente de Noba e de Jogboa e derrotou o exército, embora este se julgasse seguro. 12Zeba e Sal­muna fugiram. Mas Gedeão perse­guiu-os e prendeu os dois reis de Ma­­dian, Zeba e Salmuna, semeando o pânico em todo o exército. 13Ge­deão, filho de Joás, regressou da batalha pela subida de Heres. 14Então, tomou um jovem de entre os habitantes de Sucot, inter­ro­gou-o, e este indicou-lhe por escrito o nome dos chefes de Sucot e seus anciãos: setenta e sete homens.

15Gedeão dirigiu-se aos ha­bitan­tes de Sucot e disse-lhes: «Eis aqui Zeba e Salmuna, a respeito dos quais me desafiastes, dizendo: ‘Já estão, acaso, em tuas mãos os pu­nhos de Zeba e Salmuna, para que devamos dar pão aos teus homens extenua­dos?’» 16Tomou, então, os an­ciãos da cidade, agarrou em espi­nhos e abro­lhos do deserto e açoitou com eles os habitantes de Sucot. 17Arra­sou tam­bém a torre de Penuel e ma­tou os homens da cidade. 18Disse, depois, a Zeba e a Salmuna: «Como eram aqueles homens que matastes no Ta­bor?» Eles responderam: «Como tu és, assim eram eles; qualquer de­les tinha ar de um filho de rei.» 19Ele disse: «Eram meus irmãos, fi­lhos da minha mãe! Viva o Senhor: se os tivésseis deixado viver, eu não vos mataria!» 20E disse a Jéter, seu filho primogénito: «Levanta-te e mata-os!» O jovem, porém, não desem­bainhou a espada, pois tinha medo, por ser ainda muito jovem. 21Disseram, então, Zeba e Salmuna: «Levanta-te tu e fere-nos, pois tal o homem, tal valen­tia!» Levantou-se então Gedeão e matou Zeba e Sal­muna; depois, reti­rou os ornamentos que estavam no pescoço dos seus camelos.


Gedeão recusa o reino22Os ho­mens de Israel disseram a Gedeão: «Reina sobre nós, tu e teu filho e o filho do teu filho, pois nos livraste das mãos de Madian.» 23Gedeão disse-lhes: «Não reinarei sobre vós, nem eu nem meu filho; o Senhor é que será vosso rei.» 24Disse-lhes ainda Gedeão: «Quereria fazer-vos um único pedido: dai-me, cada um de vós, um anel dos vossos despo­jos!» Pois eles, como ismaelitas que eram, usavam anéis de ouro.» 25Eles disse­ram: «Sem dúvida tos daremos.» Es­ten­deram a capa, e cada um lan­çou nela um anel do seu espólio.

26Ora o peso dos anéis de ouro que ele pediu foi de mil e setecentos si­clos de ouro, sem contar os cres­cen­tes, os brincos e as vestes de púr­pura que os reis de Madian vestiam, e também sem contar os colares que andavam ao pescoço dos seus came­los. 27Com eles, Gedeão fez um ído­lo e expô-lo na sua cidade de Ofra. Todo Israel ia ali prestar-lhe culto, o que veio a ser a ruína de Gedeão e da sua casa.


Fim de Gedeão28Assim os ma­dia­nitas foram humilhados perante os filhos de Israel, sem voltar a levan­tar a cabeça; deste modo, nos dias de Gedeão, o país esteve em paz durante quarenta anos. 29Então, Jeru­baal, fi­lho de Joás, partiu e foi morar em sua casa. 30Gedeão teve setenta filhos, nascidos do seu san­gue, pois tinha muitas esposas. 31A sua concubina, que morava em Si­quém, gerou-lhe também um filho, a quem chamou Abimélec.

32Gedeão, filho de Joás, morreu após uma velhice próspera e foi sepul­tado no túmulo de Joás, seu pai, em Ofra de Abiézer. 33Mas depois que Gedeão morreu, os filhos de Israel prostituíram-se de novo diante dos ídolos, adoptando por seu deus Baal-Berit. 34Os filhos de Is­rael não se recordaram mais do seu Deus, que os havia libertado das mãos dos ini­migos que os rodeavam. 35Nem foram justos para com a casa de Jerubaal-Gedeão, após todo o bem que ele tinha feito a Israel.

Capítulo 9

Abimélec: crimes para reinar (2 Rs 10,1-14) – 1bimélec, filho de Jerubaal, foi a Siquém ao encontro dos irmãos de sua mãe para lhes fa­lar, bem como a toda a família da casa pa­terna de sua mãe, e disse-lhes: 2«Peço-vos que faleis a todos os se­nhores de Siquém. Que será melhor para vós: governarem sobre vós se­tenta homens, todos fi­lhos de Jeru­baal, ou governar sobre vós um único homem? Lembrai-vos de que eu mes­mo sou dos vossos ossos e da vossa carne!»

3Os irmãos de sua mãe disseram todas estas palavras acerca dele a todos os grandes proprietá­rios de Si­quém, e o coração deles incli­nou-se para Abimélec, pois diziam: «Ele é nosso irmão!» 4Então deram-lhe setenta siclos de prata, do templo de Baal-Berit, com os quais Abimélec as­­sa­lariou homens sem eira nem bei­ra, aventureiros que seguiram atrás dele. 5Depois, entrou em casa de seu pai, em Ofra, e matou vio­lenta­mente os seus irmãos, filhos de Je­ru­baal, se­­tenta homens, sobre a mes­ma pedra. Escapou apenas Jo­tam, filho mais novo de Jerubaal, porque se tinha escondido. 6Juntaram-se, então, todos os senhores de Siquém e toda a casa de Milo, e foram pro­clamar rei Abi­mélec, junto do terebinto do monu­mento que está em Siquém.


Apólogo de Jotam7Isto foi comu­­­nicado a Jotam. E ele foi colocar-se no cimo do monte Garizim; ergueu a voz e gritou; depois, disse-lhes: «Ouvi-me, senhores de Si­quém, e que Deus vos oiça! 8As árvores puseram-se a caminho para ungi­rem um rei para si próprias. Disseram, então, à oli­veira: ‘Reina sobre nós.’ 9Disse-lhes a oliveira: ‘Irei eu renun­ciar ao meu óleo, com que se honram os deuses e os homens, para me agitar por cima das árvores?’ 10As árvores disseram, depois, à figueira: ‘Vem tu, então, rei­­nar sobre nós.’ 11Disse-lhes a fi­gueira: ‘Irei eu renunciar à minha doçura e aos meus bons frutos, para me agitar sobre as árvores?’ 12Disse­ram, então, as árvores à videira: ‘Vem tu reinar sobre nós.’ 13Disse-lhes a videira: ‘Irei eu renunciar ao meu mosto, que alegra os deuses e os homens, para me agitar sobre as árvores?’ 14Então, todas as árvores disseram ao espi­nheiro: ‘Vem tu, reina tu sobre nós.’ 15Disse o espinheiro às árvores: ‘Se é de boa mente que me ungis rei so­bre vós, vinde, abrigai-vos à minha som­bra; mas, se não é assim, sairá do espinheiro um fogo que há-de de­vo­rar os cedros do Líbano!’

16Agora, pois, se agistes com boa intenção e com integridade em pro­clamar Abi­mélec como rei, se pro­ce­destes bem para com Jerubaal e para com a sua casa, se agistes para com ele segundo o mérito das suas acções, 17enquanto meu pai com­bateu por vós, expôs a sua vida, livrou-vos das mãos de Ma­dian, 18vós, hoje, levantastes-vos con­­tra a casa de meu pai; vós ma­tastes seus filhos, setenta homens, sobre uma só pedra, e proclamastes vosso rei Abimélec, o filho da sua serva sobre os senhores de Siquém, por ele ser vosso irmão; 19se, pois, agis­tes de boa mente e com integridade para com Jerubaal e para com a sua casa neste dia, encontrai a vossa ale­gria em Abimélec, e que ele encon­tre a sua em vós. 20Se, porém, não é assim, um fogo sairá de Abimélec e há-de devorar os senhores de Si­quém e de Bet-Milo e há-de devorar Abimélec.»


Revolta contra Abimélec21Jo­tam fugiu e desapareceu, indo para Beer, e habitou lá, longe da vista de Abimélec, seu irmão. 22Reinou Abi­mé­­lec sobre Israel durante três anos.

23Deus colocou um espírito mau entre Abimélec e os senhores de Si­quém; os senhores de Siquém tor­na­ram-se infiéis a Abimélec. 24De facto, urgia que a violência come­tida con­tra os setenta filhos de Jeru­baal fosse vin­­gada e que seu sangue caísse so­bre Abimélec, seu irmão, que os ma­tara violentamente, e so­bre os se­nho­res de Siquém, que lhe fortaleceram os braços para assassinar seus ir­mãos.

25Os senhores de Siquém coloca­ram-lhe ciladas no alto dos montes e des­pojavam todo o que passava junto deles pelo cami­nho; tudo isto foi co­mu­nicado a Abi­mélec.

26Ora Gaal, filho de Ébed, passou por Siquém com seus irmãos; os senhores de Siquém puseram nele a sua confiança. 27Saíram para os cam­pos a vindimar as suas vinhas, pisa­ram as uvas e organizaram fes­tejos de regozijo. Entraram no tem­plo do seu deus, comeram, bebe­ram e amal­diçoaram Abimélec. 28Gaal, filho de Ébed, disse: «Quem é Abi­mélec em Siquém para lhe prestar­mos obe­diên­cia? O filho de Jerubaal e de Zebul, seu lugar-tenente, não prestavam vas­salagem aos homens de Hamor, pai de Siquém? Por que razão, pois, havemos nós de servi-lo? 29Ai, se me confiassem esse povo em minhas mãos, como eu havia de es­corraçar Abimélec! Eu diria, então, a Abi­mé­lec: ‘Junta o teu exército e sai!’»

30Zebul, governador da cidade, es­cutou ­as palavras de Gaal, filho de Ébed, e encheu-se de cólera. 31En­viou men­sa­­geiros a Abimélec, que estava em Aruma, para lhe dizer: «Eis que Gaal, filho de Ébed, e seus irmãos che­ga­ram a Siquém; e estão a sublevar a cidade contra ti. 32Por­tanto, levanta-te de noite, tu e os homens que es­tão contigo, e montai uma embos­cada no campo. 33Ama­nhã muito cedo, ao nas­cer do Sol, partirás e farás um ata­que contra a cidade. Quando Gaal e todos os homens que estão com ele saírem ao teu encontro, faz-lhes quan­­to pude­rem as tuas mãos!»


Vitória de Siquém34Abimélec levantou-se pela noite, com todos os homens que estavam com ele e puseram-se de emboscada junto de Siquém, em quatro pontos estra­té­gicos. 35Gaal, filho de Ébed, saiu e foi colocar-se à entrada da porta da cidade. Foi então que Abimélec e os que estavam com ele surgiram da emboscada. 36Gaal viu a multidão e disse a Zebul: «Eis uma horda que desce do alto das montanhas.» Zebul, porém, disse-lhe: «É a sombra dos mon­tes que tu estás a tomar por ho­mens!» 37Gaal retomou a palavra e disse: «Eis uma multidão que desce do lado do centro da terra e outra que vem pelo caminho do Carvalho dos Adivinhos.»

38Zebul disse-lhe, então: «Onde está a tua língua, tu que dizias: ‘Quem é Abi­mélec, para lhe prestarmos obe­diência?’ Não está aí essa horda que tu despreza­vas? Sai, então, agora e com­bate con­tra eles.» 39Gaal saiu à frente dos se­nhores de Siquém e tra­vou combate contra Abimélec. 40Abi­mé­lec, porém, perseguiu Gaal, que fugira diante dele; muitas vítimas tombaram até à entrada da porta. 41Abimélec fixou-se em Aru­ma, e Ze­bul expulsou Gaal e seus irmãos para que não pudes­sem mo­rar em Si­quém.


Destruição de Siquém42Ora, na manhã do dia seguinte, o povo saiu para o campo e comunicaram-no a Abimélec. 43Então, ele tomou os seus homens e dividiu-os em três grupos; depois, pôs-se de emboscada no cam­po. Mal viu o povo sair da cidade, correu para ele e derrotou-o. 44Abi­mé­lec e os chefes que estavam com ele irromperam e tomaram posi­ções à entrada da porta da cidade, en­quanto os outros dois grupos se lan­çavam sobre todos os que esta­vam no campo, ferindo-os. 45Abi­mé­lec lu­tou todo aquele dia contra a ci­dade; depois, apoderou-se dela e massa­crou toda a população que lá se encon­trava; destruiu a cidade e semeou-a com sal.

46Quando o souberam, todos os se­nhores de Migdal-Siquém se refu­giaram na gruta do templo de El-Berit. 47Alguém comunicou a Abi­mélec que se tinham reunido em assem­bleia todos os se­nhores de Mi­g­dal-Siquém. 48Então, Abimélec subiu ao monte Salmon, ele e todos os ho­mens que estavam com ele; tomou nas suas mãos um machado e cortou um ramo de ár­vore; ergueu-o ao alto, e pô-lo sobre os ombros, dizendo aos homens que estavam com ele: «O que me vistes fazer, apressai-vos a fazer como eu.» 49Todos os seus homens cor­taram também um ramo cada um e segui­ram atrás de Abi­mélec; de­pois, puse­ram-nos sobre a gruta e dei­ta­ram-lhes fogo. Morre­ram assim, por igual, todos os habi­tan­tes de Mi­gdal-Si­quém, cerca de mil homens e mu­lhe­res.

50Depois disto, Abimélec pôs-se a caminho em direc­ção a Te­bes; mon­tou-lhe cerco e con­quistou-a. 51Havia aí uma torre forti­ficada, no meio da cidade, onde se tinham refugiado to­dos os homens e todas as mulheres, bem como todos os se­nhores da ci­dade; fecharam as portas e subiram para o terraço da torre. 52Abimélec chegou junto da torre, atacou-a e apro­­ximou-se até à porta da torre, para lhe deitar fogo. 53Então, uma mulher agarrou numa mó e lançou-a sobre Abimélec e des­pedaçou-lhe a cabeça. 54Abimé­lec cha­mou logo o seu escudeiro e disse-lhe: «Tira a tua espada e mata-me, para que não di­gam de mim: ‘Foi uma mulher que o matou!’» Então, o escudeiro trespas­sou-o, e ele morreu.

55Quando os homens de Israel vi­ram que Abimélec estava morto, fo­ram cada um para sua casa. 56Deus fez cair sobre Abimélec o mal que ele tinha feito a seu pai, assassi­nando os seus setenta irmãos. 57Deus fez cair, também, sobre a cabeça dos se­nhores de Siquém toda a sua mal­va­dez. Assim se cumpriu neles a mal­dição de Jotam, filho de Jerubaal.

Capítulo 10

6. Tola

1Depois de Abimélec surgiu, para salvar Israel, Tola, filho de Puá, filho de Dodo, homem da tribo de Issacar; morava em Cha­mir, na montanha de Efraim. 2Foi juiz em Israel durante vinte e três anos; mor­­reu e foi sepultado em Chamir.

 

7. Jair

3Depois, surgiu Jair, de Guilead, e foi juiz em Israel durante vinte e dois anos. 4Tinha trinta filhos, que montavam trinta jumentinhos, e ti­nham também trinta cidades que se chamam, ainda hoje, Acampa­men­tos de Jair, na terra de Guilead. 5Jair morreu e foi sepultado em Camon.

6Os filhos de Israel continuaram a fazer o mal diante do Senhor: ado­­raram os ídolos de Baal e de Astarté, os deuses da Síria, de Sí­don, de Moab, assim como os deuses dos amonitas e dos filisteus; abandonaram o Se­nhor, negando-se a servi-lo.

7Infla­mou-se, então, a ira do Se­nhor con­tra Israel, entregando-os nas mãos dos filisteus e nas mãos dos amo­ni­tas. 8Estes oprimiram e vexa­ram, na­­quele ano, os filhos de Israel; durante dezoito anos, esmagaram os filhos de Israel que moravam além-Jordão, na terra dos amonitas, em Guilead. 9Os amonitas atravessaram o Jor­dão para lu­tar contra Judá, Benjamim e a casa de Efraim; e foi extrema a aflição de Israel.

10Então, os filhos de Israel cla­ma­ram ao Senhor, dizendo: «Pecá­mos contra ti, pois abandonámos o nosso Deus para servir os ídolos.» 11O Se­nhor disse, pois, aos filhos de Israel: «Acaso não vos libertei Eu dos egí­p­cios, dos amorreus, dos amoni­tas, dos filisteus? 12E quando os sidó­nios, os amalecitas e os madianitas vos opri­miam e chamastes por mim, não vos libertei das suas mãos? 13Vós, po­rém, abandonastes-me, para ado­rar outros deuses; por isso, não vol­tarei a libertar-vos. 14Ide, invocai os deu­ses que escolhestes; eles que vos sal­vem na hora da vossa aflição.»

15Os filhos de Israel disseram, pois, ao Senhor: «Pecámos; faz-nos em tudo como te parecer melhor, mas livra-nos deste dia!» 16Então, deita­ram fora do seu meio os deuses estra­nhos e serviram o Senhor; e a sua paciência já não suportava o sofri­mento de Israel.

17Os amonitas juntaram-se e acam­­­param em Guilead; os israelitas, por sua vez, juntaram-se também e acam­param em Mispá. 18O povo e os che­fes de Guilead disse­ram entre si: «Qual é o homem que primeiro resolve com­bater contra os amonitas? Esse será o chefe de todos os habitantes de Guilead.»

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