Capítulo 1
Missão de Josué (Nm 27,12-23; Dt 34,1-9) – 1Tendo morrido Moisés, servo do Senhor, disse o Senhor a Josué, filho de Nun e auxiliar de Moisés:
2«Moisés, meu servo, morreu. Levanta-te, pois, e atravessa o Jordão, tu e todo o povo, e entra na terra que Eu darei aos filhos de Israel. 3Todo o lugar que a planta dos vossos pés pisar, Eu vo-lo darei, como prometi a Moisés. 4Desde o deserto e desde o Líbano até ao grande rio Eufrates, toda a terra dos hititas até ao Mar Grande, a ocidente, tudo vos pertencerá. 5Enquanto viveres, ninguém te poderá resistir. Como estive com Moisés, assim estarei contigo; não te deixarei, nem te abandonarei. 6Sê firme e não desanimes, porque hás-de introduzir este povo na posse da terra que jurei dar a seus pais.
7Por isso, sê forte e corajoso, para fielmente observares toda a Lei que Moisés, meu servo, te prescreveu; não te afastes dela nem para a direita, nem para a esquerda, a fim de teres êxito em todas as tuas obras. 8Que as palavras do livro desta Lei jamais se afastem da tua boca; medita-o constantemente, e observa tudo quanto nele se contém. Assim terás prosperidade em teus caminhos e serás bem sucedido. 9Escuta, é uma ordem que te dou: tem coragem; não tremas, porque o Senhor, teu Deus, estará contigo para onde quer que fores.»
Ordens ao povo na Transjordânia (22,1-9; Nm 32,6-27; Dt 3,12-22) – 10Josué deu ordens aos chefes do povo, dizendo: «Percorrei o acampamento e proclamai ao povo o seguinte: 11‘Preparai provisões, pois dentro de três dias atravessareis o Jordão e tomareis posse da terra que o Senhor, vosso Deus, vos concederá.’» 12Aos membros da tribo de Rúben, de Gad e à meia tribo de Manassés, disse:
13«Lembrai-vos do que Moisés, servo do Senhor, vos prescreveu, quando vos disse: ‘O Senhor, vosso Deus, deu-vos descanso em toda esta terra.’ 14As vossas mulheres, filhos e animais ficarão na terra que Moisés vos deu, além-Jordão; mas vós, todos os homens fortes e valentes, passareis armados à frente de vossos irmãos, e dar-lhes-eis auxílio, 15até que o Senhor tenha dado repouso a vossos irmãos, como a vós, e também eles entrem na posse da terra que o Senhor, vosso Deus, lhes dará. Depois, regressareis à terra que vos pertence, aquela que Moisés, servo do Senhor, vos deu além-Jordão, a oriente.»
16Eles responderam a Josué: «Faremos tudo como nos ordenaste, e iremos onde quer que nos envies. 17Havemos de obedecer-te em todas as coisas, tal como fizemos com Moisés. Unicamente desejamos que o Senhor esteja contigo, como sempre esteve com Moisés. 18Aquele que for rebelde e desobedecer às tuas ordens será morto. Sê forte e não desanimes.»
Capítulo 2
Os espiões em casa de Raab (6,22-25; Nm 13) – 1Josué, filho de Nun, enviou secretamente de Chitim dois espiões e disse-lhes: «Ide, examinai a terra e a cidade de Jericó.» Foram e entraram em casa de uma prostituta, de nome Raab, onde se alojaram. 2Então, foi dito ao rei de Jericó: «Eis que de noite entraram aqui uns israelitas, que vêm explorar a terra.» 3O rei mandou dizer a Raab: «Expulsa esses homens que foram ter contigo e entraram em tua casa, pois vieram para espiar esta terra.» 4A mulher, porém, ocultou os dois homens e respondeu: «Vieram, na verdade, uns homens a minha casa; mas eu desconhecia de onde vinham. 5À tarde, quando se fechavam as portas da cidade, eles partiram. Persegui-os depressa e em breve os alcançareis!» 6Ora ela fizera-os subir para o terraço de sua casa, e ocultara-os sob uns feixes de linho que ali tinha amontoados. 7Os homens enviados perseguiram-nos pelo caminho que leva aos vaus do Jordão; e fecharam-se as portas da cidade após a partida da patrulha.
Segredo e promessas – 8Antes de adormecerem, Raab subiu ao terraço 9e disse aos espiões: «Sei que o Senhor vos entregou esta terra; o receio apoderou-se de nós, e todos os habitantes do país, por vossa causa, se sentem desfalecer. 10Ouvimos dizer como o Senhor secou as águas do Mar dos Juncos diante de vós, quando saístes do Egipto, e como tratastes, além-Jordão, os dois reis dos amorreus, Seon e Og, que votastes ao anátema. 11Ao sabermos isto, o nosso coração desfaleceu, e mais ninguém tem coragem de vos resistir, porque o Senhor, vosso Deus, é o Deus das alturas, nos céus e na terra. 12Agora, pois, jurai-me, em nome do Senhor, que assim como usei de bondade para convosco, assim vós poupareis a casa de meu pai. 13Dai-me um sinal certo de que salvareis meu pai, minha mãe, meus irmãos, minhas irmãs e todos os que lhes pertencem, e de que livrareis da morte as nossas vidas.» 14Responderam-lhe eles: «À custa da nossa vida salvaremos a vossa, contanto que não nos atraiçoeis. Quando o Senhor nos entregar esta terra, também te trataremos com bondade e fidelidade.» 15Ela desceu-os, então, pela janela, servindo-se de uma corda, pois a sua casa estava mesmo encostada ao muro da cidade. 16«Fugi para o monte – disse-lhes ela – para que não vos encontrem os vossos perseguidores. Escondei-vos lá durante três dias, até que eles voltem; depois, retomareis o vosso caminho.»
17Os homens disseram-lhe: «Eis como cumpriremos o juramento que te fizemos: 18quando tivermos entrado na vossa terra, colocarás este cordão vermelho na janela por onde nos desceste; reúne em tua casa o teu pai, a tua mãe, os teus irmãos e toda a família de teu pai. 19Se alguém transpuser a porta da tua casa e sair para a rua, será responsável pelo que acontecer; nós não teremos culpa. Mas se alguém prender quem quer que se encontre contigo em tua casa, é sobre nós que tal recairá. 20Se, porém, deres conhecimento do que combinámos contigo, estaremos desobrigados do juramento que te fizemos.» 21Ela respondeu: «Seja como dissestes!» Depois despediu-os, e eles partiram.
Ela, então, tomou o cordão vermelho e colocou-o na janela. 22Eles foram para o monte e ali permaneceram durante três dias, até ao regresso dos perseguidores. Estes, tendo procurado os espiões por toda a parte, não os encontraram. 23Os dois homens desceram, então, do monte e, voltando, passaram o Jordão; foram para junto de Josué, filho de Nun, e narraram-lhe tudo quanto se havia passado. 24«O Senhor – disseram eles – entregou nas nossas mãos toda esta terra; todos os seus habitantes tremem de medo diante de nós.»
Capítulo 3
Israel atravessa o Jordão – 1Logo pela manhã, Josué levantou o acampamento e partiu de Chitim com todos os filhos de Israel. Chegados ao Jordão, aí se detiveram antes de o atravessar. 2Três dias depois, os chefes atravessaram o acampamento e deram ao povo esta ordem: 3«Quando virdes a Arca da aliança do Senhor vosso Deus, conduzida pelos sacerdotes levitas, deixareis o vosso acampamento e pôr-vos-eis a caminho atrás dela. 4Entre vós e ela há-de haver uma distância de dois mil côvados, aproximadamente. Tende cuidado em não vos aproximardes dela, para poderdes conhecer o caminho que deveis seguir, pois ainda não o percorrestes antes.»
5Josué disse, então, ao povo: «Santificai-vos, porque amanhã o Senhor vai fazer coisas maravilhosas no meio de vós.» 6Depois disse aos sacerdotes: «Tomai a Arca da aliança e ide com ela à frente do povo.» Eles tomaram a Arca da aliança e caminharam à frente do povo.
7O Senhor disse a Josué: «Hoje começarei a exaltar-te na presença de todo o Israel, para que se saiba que, assim como estive com Moisés, assim estarei também contigo. 8Hás-de ordenar aos sacerdotes que levam a Arca da aliança: ‘Quando chegardes ao Jordão, deter-vos-eis junto das suas águas.’»
9Então, Josué disse aos israelitas: «Aproximai-vos para ouvir as palavras do Senhor, vosso Deus.» 10E prosseguiu: «Com isto, sabereis que o Deus vivo está no meio de vós e não deixará de expulsar diante de vós os cananeus, os hititas, os heveus, os perizeus, os guirgaseus, os amorreus e os jebuseus. 11Eis que a Arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão diante de vós. 12Escolhei doze homens de Israel, um de cada tribo. 13Mal os sacerdotes que transportam a Arca do Senhor, o Senhor de toda a terra, tenham tocado com os pés as águas do Jordão, estas hão-de dividir-se, e as que correm de cima amontoar-se-ão, parando.»
14Então, o povo, dobrando as suas tendas, preparou-se para passar o Jordão com os sacerdotes que caminhavam diante dele, transportando a Arca. 15Quando chegaram ao Jordão, e os pés dos sacerdotes que transportavam a Arca entraram na água da margem do rio – de facto, o Jordão transborda e alaga as suas margens durante todo o tempo da ceifa – 16então, as águas que vinham de cima pararam e amontoaram-se numa grande extensão, até perto de Adam, localidade situada nas proximidades de Sartan; as águas que desciam para o mar da Arabá, o Mar Salgado, essas ficaram completamente separadas.
E o povo atravessou o rio em frente de Jericó. 17Os sacerdotes que transportavam a Arca da aliança do Senhor conservaram-se de pé, sobre o leito seco do Jordão, e todo o Israel o atravessou sem se molhar. Permaneceram ali até todo o povo ter acabado de atravessar o Jordão.
Capítulo 4
Monumento comemorativo 1Quando todo o povo acabou de atravessar o Jordão, o Senhor disse a Josué: 2«Tomai doze homens de entre o povo, um por cada tribo, e ordenai-lhes: 3‘Escolhei, no meio do Jordão, no lugar onde pararam os pés dos sacerdotes, doze pedras que levareis convosco, colocando-as, depois, no local onde devereis passar a noite.’»
4Josué chamou os doze homens escolhidos, um por cada tribo, entre os filhos de Israel, e disse-lhes: 5«Ide adiante da Arca do Senhor, vosso Deus, até ao meio do Jordão. Segundo o número das tribos de Israel, carregue cada um de vós uma pedra aos ombros. 6Isto ficará como um sinal memorável para vós. Quando os vossos filhos vos perguntarem, um dia, que significam estas pedras, 7haveis de responder-lhes: ‘As águas do Jordão separaram-se diante da Arca da aliança do Senhor; quando ela atravessou o Jordão, as águas separaram-se, e estas pedras serão um memorial eterno para os israelitas.’» 8Os israelitas fizeram como Josué lhes ordenara: foram ao meio do leito do Jordão, escolheram doze pedras, conforme o Senhor dissera a Josué, segundo o número das tribos de Israel. Levaram-nas consigo, até as colocarem no lugar onde iam acampar.
9Josué ergueu também outras doze pedras no leito do Jordão, no lugar onde tinham estado postos os pés dos sacerdotes que levavam a Arca da aliança. Ainda hoje elas lá estão.
10Os sacerdotes que levavam a Arca permaneceram de pé no meio do leito do Jordão até se ter cumprido tudo o que o Senhor havia mandado Josué dizer ao povo, segundo as ordens que lhe dera Moisés. E o povo apressou-se a atravessar o Jordão.
11Logo que todos passaram, a Arca do Senhor pôs-se de novo, bem como os sacerdotes, à frente do povo. 12Os homens das tribos de Rúben, de Gad e da meia tribo de Manassés haviam passado o rio armados, diante dos israelitas, segundo a ordem que lhes dera Moisés. 13O seu número era aproximadamente de quarenta mil homens equipados para o combate; todos desfilaram perante o Senhor, rumo à planície de Jericó. 14Naquele dia, o Senhor exaltou Josué na presença de todo o Israel, e todos o respeitaram como haviam respeitado Moisés durante toda a sua vida.
15Então, o Senhor disse a Josué: 16«Ordena aos sacerdotes portadores da Arca do testemunho que saiam do Jordão.» 17Ele ordenou-lhes: «Saí do Jordão!»
18E, quando os sacerdotes portadores da Arca da aliança do Senhor saíram do leito do Jordão, ao pisarem seus pés a terra firme, as águas do Jordão retomaram o seu lugar, deslizando impetuosas como antes. 19O povo saiu do Jordão no décimo dia do primeiro mês e acampou em Guilgal, na extremidade oriental de Jericó.
20Josué levantou as doze pedras tomadas do Jordão em Guilgal, 21e disse aos filhos de Israel: «Quando os vossos filhos perguntarem, um dia, a seus pais, que significam estas pedras, 22respondei-lhes assim: ‘Israel atravessou aqui o Jordão a pé enxuto, 23porque o Senhor vosso Deus secou diante de vós o leito do Jordão, como antes havia feito ao Mar dos Juncos, que secou até que passássemos, 24para que todos os povos da terra reconheçam que é poderosa a mão do Senhor, a fim de conservardes sempre o temor do Senhor, vosso Deus.’»
Capítulo 5
Circuncisão em Guilgal – 1Quando todos os reis dos amorreus, a ocidente do Jordão, e todos os reis dos cananeus, para os lados do mar, souberam que o Senhor havia secado as águas do Jordão até que os israelitas passassem, desfaleceram e perderam a coragem diante dos filhos de Israel.
2Então o Senhor disse a Josué: «Faz facas de pedra e renova a prática da circuncisão dos israelitas.» 3Josué fez facas de pedra e circuncidou os israelitas na colina de Aralot. 4Foi este o motivo pelo qual Josué os circuncidou: todos os varões que haviam saído do Egipto, todos os homens de guerra tinham morrido no deserto, pelo caminho, após a sua partida do Egipto. 5Todo o povo que saiu do Egipto estava circuncidado, mas os que nasceram no deserto durante a viagem, após o êxodo, não estavam. 6Os filhos de Israel haviam andado pelo deserto durante quarenta anos até ao desaparecimento completo de todos os homens de guerra saídos do Egipto: não tinham escutado a voz do Senhor, que lhes havia jurado que não veriam a terra que prometera a seus pais com juramento, terra onde corre leite e mel. 7Seus filhos sucederam-lhes; e foram esses que Josué circuncidou, pois estavam incircuncisos, não tendo sido circuncidados durante a viagem. 8Depois de circuncidados, ficaram no acampamento até recuperarem.
9Disse, então, o Senhor a Josué: «Hoje tirei de sobre vós o opróbrio do Egipto.» E deu-se àquele lugar o nome de Guilgal, até ao dia de hoje.
10Os israelitas acamparam em Guilgal, celebraram lá a Páscoa no décimo quarto dia do mês, à tarde, na planície de Jericó. 11Nesse mesmo dia, comeram dos frutos da região: pães ázimos e trigo tostado.
12O maná deixou de cair no dia seguinte àquele em que comeram dos frutos da terra, e nunca mais os israelitas tiveram o maná. Naquele ano, alimentaram-se dos produtos da terra de Canaã.
Josué e o anjo – 13Encontrando-se Josué nas proximidades de Jericó, levantou os olhos e viu diante de si um homem de pé, segurando na mão uma espada desembainhada. Josué foi ter com ele e perguntou: «És um dos nossos ou nosso inimigo?»
14Ele respondeu: «Não, sou um príncipe dos exércitos do Senhor, e aqui estou.» Josué prostrou-se com o rosto por terra e disse-lhe: «Que ordens tem o meu senhor para o seu servo?»
15E o príncipe dos exércitos do Senhor respondeu: «Descalça as sandálias dos teus pés, porque o lugar onde estás é santo.» Josué assim fez.
Capítulo 6
A conquista de Jericó (2,1-21) – 1Jericó tinha fechado e aferrolhado as suas portas por medo dos israelitas, e ninguém ousava sair nem entrar na cidade. 2O Senhor disse a Josué: «Vê! Entrego-te Jericó, o seu rei e os seus valorosos guerreiros. 3Dai uma volta em torno da cidade, vós e todos os homens de guerra. Fareis isso durante seis dias. 4Sete sacerdotes, tocando sete trombetas, irão à frente da Arca; no sétimo dia, dareis sete vezes a volta à cidade, com os sacerdotes a tocar trombeta. 5À medida que o som do corno for crescendo e o toque das trombetas se tornar mais forte, todo o povo irromperá em grande clamor; a muralha da cidade há-de desabar e o povo subirá à cidade, cada um para o lugar que lhe fica em frente.»
6Josué, filho de Nun, reuniu os sacerdotes e disse-lhes: «Levai a Arca da aliança, e sete sacerdotes estejam diante dela com trombetas.» 7Depois, disse ao povo: «Em frente! Dai a volta à cidade com os guerreiros a marchar à frente da Arca do Senhor.»
8Mal Josué acabou de falar, os sete sacerdotes que levavam as sete trombetas puseram-se em marcha diante do Senhor, tocando os seus instrumentos. A Arca do Senhor seguiu-os. 9Os guerreiros marchavam à frente dos sacerdotes que tocavam a trombeta. A Arca seguia na retaguarda. Durante toda a marcha, ouvia-se o troar das trombetas. 10Josué tinha dado esta ordem ao povo: «Não griteis nem façais ouvir a vossa voz, nem saia da vossa boca palavra alguma até ao dia em que eu disser: ‘Gritai!’ Então gritareis com força.» 11A Arca do Senhor deu uma volta à cidade, e voltaram ao acampamento, a fim de ali passarem a noite.
Procissão dos guerreiros – 12Josué levantou-se muito cedo, e os sacerdotes transportaram a Arca do Senhor. 13Os sete sacerdotes, com as sete trombetas, diante da Arca do Senhor, puseram-se em marcha, tocando as trombetas. Os guerreiros precediam-nos. Os restantes seguiam atrás da Arca do Senhor. Durante a marcha ouvia-se o ressoar das trombetas. 14No segundo dia, deram uma volta à cidade, e voltaram ao acampamento; o mesmo fizeram durante seis dias. 15No sétimo dia, levantando-se de madrugada, deram sete vezes a volta à cidade, como nos dias precedentes. Foi o único dia em que deram a volta à cidade por sete vezes.
16Quando os sacerdotes, à sétima volta, tocavam as trombetas, Josué disse ao povo: «Gritai, porque o Senhor vos entrega a cidade. 17A cidade será votada à destruição em honra do Senhor, com tudo o que nela se encontra. Só Raab, a prostituta, terá a vida salva, com todos os que se encontrarem em sua casa, porque ela escondeu os exploradores que havíamos enviado. 18Mas tende cautela com o que é votado ao anátema: se tomardes alguma coisa do que foi declarado anátema, atraireis o anátema sobre o acampamento de Israel, e será uma catástrofe. 19A prata, o ouro e todos os objectos de bronze e de ferro serão consagrados ao Senhor, e ficarão a pertencer ao seu tesouro.»
20O povo gritou e os sacerdotes tocaram as trombetas. Mal o povo escutou o som das trombetas, fez ouvir um grande clamor e as muralhas da cidade desabaram; os filhos de Israel subiram à cidade, cada um pela brecha que tinha na sua frente e tomaram a cidade. 21Votaram-na ao anátema, passando ao fio da espada quanto nela encontraram, homens e mulheres, crianças e velhos, e os bois, as ovelhas e os jumentos.
Protecção a Raab (2,1-21) – 22Josué disse, então, aos dois homens que haviam explorado a terra: «Ide a casa de Raab, a prostituta, e fazei-a sair de lá com tudo o que lhe pertence, como lhe prometestes.»
23Os exploradores entraram na casa, e fizeram sair Raab, o seu pai, a sua mãe, os seus irmãos, e toda a sua parentela com tudo o que lhe pertencia, e puseram-nos em segurança, fora do acampamento de Israel. 24Incendiaram a cidade, queimando tudo o que nela havia, excepto o oiro, a prata e todos os objectos de bronze e ferro, que entregaram para os tesouros da casa do Senhor. 25Josué respeitou a vida de Raab, a prostituta, bem como a vida da família de seu pai e a de todos os seus; deste modo, ela ficou entre os filhos de Israel até hoje, por ter escondido os mensageiros enviados a explorar Jericó.
26Então, Josué proferiu o seguinte juramento: «Maldito seja diante do Senhor aquele que tentar reconstruir esta cidade de Jericó! Morra o seu primogénito, quando lhe lançar os primeiros fundamentos, e morra o último dos seus filhos, quando lhe puser as portas.»
27O Senhor estava com Josué, e a sua fama espalhou-se por toda a terra.
Capítulo 7
Derrota em Ai – 1Os israelitas incorreram numa prevaricação a respeito das coisas votadas ao anátema, pois Acan, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, apoderou-se de algumas coisas proibidas, e o Senhor encolerizou-se contra os filhos de Israel. 2Josué enviou de Jericó homens contra Ai, situada junto de Bet-Aven, a oriente de Betel, dizendo-lhes: «Ide explorar a terra.» Eles partiram e exploraram Ai. 3Ao voltarem para junto de Josué, disseram-lhe: «É inútil ir o povo todo: que avancem só dois ou três mil homens para apoderar-se da cidade, pois a sua população é muito reduzida.»
4Puseram-se, então, a caminho três mil homens, aproximadamente, mas foram derrotados pela gente de Ai, caindo mortos trinta e seis homens. 5Os inimigos perseguiram-nos desde a porta da cidade, até Chebarim, e derrotaram-nos quando ainda fugiam pela encosta. O povo ficou consternado e perdeu a coragem.
Oração de Josué – 6Josué rasgou as vestes e prostrou-se com a face por terra até à tarde, diante da Arca do Senhor, ele e todos os anciãos de Israel, e cobriram de pó a cabeça. 7E implorou:
«Ó Senhor Deus! Porque fizeste este povo passar o Jordão? Foi para nos entregar nas mãos dos amorreus, que nos destruirão? Tivéssemos nós ficado do outro lado do Jordão! 8Que direi, Senhor, vendo Israel voltar as costas aos seus inimigos? 9Os cananeus e todos os habitantes da terra vão sabê-lo, hão-de cercar-nos, e em breve farão desaparecer o nosso nome da face da terra. Que farás Tu pela glória do teu grande nome?»
10O Senhor disse a Josué: «Levanta-te; porque estás assim prostrado com a face por terra? 11Israel prevaricou, a ponto de violar a aliança que Eu lhes prescrevi e de tomar as coisas votadas ao anátema, roubá-las, ocultá-las, escondê-las entre as suas bagagens. 12Por isso é que os filhos de Israel não puderam resistir aos seus inimigos, mas voltaram-lhes as costas, pois caíram sob o anátema. Se não tirardes o anátema do meio de vós, não mais estarei convosco. 13Vai santificar o povo! Diz-lhe: ‘Purificai-vos para amanhã porque, diz o Senhor, Deus de Israel: O anátema está no meio de ti, Israel. Não poderás resistir aos teus inimigos enquanto não tiverdes tirado o anátema que está no meio de vós.’ 14Amanhã aproximar-vos-eis por tribos, e a tribo que o Senhor designar apresentar-se-á família por família; e a família designada pelo Senhor apresentar-se-á por suas casas; e a casa indicada pelo Senhor apresentar-se-á por pessoas. 15Aquele que for designado como tendo incorrido no anátema será queimado, ele e tudo quanto lhe pertence, porque transgrediu a aliança do Senhor e cometeu uma infâmia em Israel.»
16No dia seguinte, de manhã, Josué mandou vir o povo, tribo por tribo, e foi designada a tribo de Judá. 17Tendo-se aproximado a tribo de Judá, a sorte indicou a família de Zera. Mandou aproximar-se a família de Zera por casas, e a sorte designou a de Zabdi; 18Esta aproximou-se por pessoas; a sorte caiu sobre Acan, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá.
19Josué disse a Acan: «Meu filho, dá glória ao Senhor, Deus de Israel, e rende-lhe homenagem. Confessa-me o que fizeste, sem calar nada.»
20Acan respondeu a Josué: «Sim, fui eu quem pecou contra o Senhor, Deus de Israel. Eis o que fiz: 21vi no meio dos despojos um formoso manto de Chinear, duzentos siclos de prata e uma barra de ouro de cinquenta siclos; levado pela cobiça, apanhei-os; escondi tudo na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.»
Castigo do pecador – 22Josué mandou que alguns homens inspeccionassem a tenda, e encontraram os objectos que estavam lá escondidos, e a prata por baixo. 23Tiraram-nos dali e trouxeram-nos a Josué e a todos os filhos de Israel, colocando-os diante do Senhor. 24Então Josué, em presença de todo o Israel, agarrando Acan, filho de Zera, com a prata, o manto, a barra de ouro, os seus filhos e filhas, os seus bois, os seus jumentos, as suas ovelhas, a sua tenda e tudo o que lhe pertencia, levou-os ao vale de Acor. 25Chegado ali, Josué disse: «Já que foste a nossa perdição, que o Senhor faça com que te percas hoje.» E todos os filhos de Israel os apedrejaram; depois de os apedrejarem, foram queimados no fogo. 26E lançaram sobre Acan um grande monte de pedras que ainda hoje subsiste. Então, o Senhor aplacou a sua cólera. Por isso, este lugar se chama ainda hoje Vale de Acor.
Capítulo 8
Emboscada contra Ai – 1O Senhor disse a Josué: «Não temas nem te acobardes. Toma contigo todos os homens de guerra e sobe contra Ai. Eis que entrego nas tuas mãos o rei de Ai, o seu povo, a sua cidade e a sua terra. 2Hás-de tratar Ai e o seu rei como trataste Jericó e o seu rei; mas os despojos e os rebanhos haveis de reparti-los entre vós. Prepara uma emboscada por detrás da cidade.»
3Josué pôs-se a caminho, com todos os homens de guerra, contra Ai. Escolheu trinta mil homens valentes e fê-los partir durante a noite. 4Dera-lhes esta ordem: «Atenção! Ponde-vos de emboscada por trás da cidade, mas a pouca distância, e estai preparados. 5Eu e o povo que levo comigo vamos aproximar-nos de Ai; e quando saírem ao nosso encontro, como da primeira vez, fugiremos. 6Atraí-los-emos, e eles virão em nossa perseguição, pois hão-de dizer: ‘Ei-los que fogem diante de nós, como da primeira vez.’ 7Então, saireis das vossas emboscadas e tomareis a cidade. O Senhor vosso Deus vo-la há-de entregar. 8Depois de a haverdes conquistado, lançar-lhe-eis fogo, segundo a palavra do Senhor. Vede: estas são as minhas ordens.» 9Josué fê-los partir, e eles puseram-se de emboscada entre Betel e Ai, a ocidente. Josué passou a noite no meio do povo.
10Josué levantou-se logo ao amanhecer, passou revista ao povo e subiu contra Ai, ele e os anciãos de Israel, à frente do povo. 11Todos os homens de guerra que estavam com ele subiram e, chegados à frente da cidade, acamparam a norte, ficando o vale entre eles e Ai. 12Josué tomou cerca de cinco mil homens e pô-los de emboscada entre Betel e Ai, a ocidente. 13Logo que todo o povo tomou posições a norte da cidade, e a emboscada, a ocidente, Josué avançou durante a noite, pelo meio do vale.
14Vendo isto, o rei de Ai saiu apressadamente da cidade com a sua gente, ao amanhecer, e veio ao encontro de Israel, seguido pelo seu povo; e dirigiu-se para o lado da planície, sem saber que uma emboscada estava armada contra ele por trás da cidade.
15Josué e todo o Israel, fingindo-se derrotados, fugiram para os lados do deserto. 16Então, toda a população, com grandes gritos, saiu da cidade para os perseguir e, lançando-se atrás de Josué, afastaram-se da cidade. 17Não houve ninguém que ficasse em Ai ou Betel, pois todos tinham saído em perseguição de Israel, deixando a cidade aberta.
A cidade é conquistada – 18O Senhor disse a Josué: «Levanta contra Ai o dardo que tens na mão, porque Eu ta entrego.» Josué levantou o dardo que tinha nas mãos contra a cidade. 19Os que estavam em emboscada levantaram-se subitamente, precipitando-se sobre ela, ocupando-a e incendiando-a. 20Quando os habitantes de Ai olharam para trás e viram o fumo que se elevava da cidade para o céu, já não tinham possibilidade de fugir para nenhum lado, pois o povo que simulava fugir para o deserto voltou-se contra o perseguidor.
21Josué e todo o Israel, vendo que os da emboscada tinham tomado a cidade e que dela subia fumo, voltaram-se e atacaram os homens de Ai. 22Tendo os outros saído da cidade ao seu encontro, os inimigos viram-se cercados de ambos os lados pelos israelitas, que os acometeram até lhes não deixar nem sobrevivente, nem fugitivo. 23Capturaram vivo o rei de Ai e levaram-no a Josué.
24Terminado o massacre dos habitantes de Ai tanto no campo como no deserto, para onde haviam saído em perseguição dos israelitas, depois de todos terem sido passados ao fio de espada, todo o Israel voltou à cidade, matando toda a população. 25O número dos que morreram naquele dia, entre homens e mulheres, foi de doze mil, todos da cidade de Ai.
26Josué não retirou a mão que tinha levantada com o seu dardo, até serem mortos todos os habitantes de Ai.
27Os israelitas tomaram para si os rebanhos e o espólio da cidade, conforme o Senhor tinha ordenado a Josué. 28Josué incendiou a cidade de Ai, reduzindo-a para sempre a um montão de ruínas, como ainda hoje está.
Leitura da Lei diante do altar – 29Mandou enforcar o rei de Ai numa árvore, deixando-o ali até à tarde. Ao pôr-do-sol, ordenou que se retirasse o cadáver e fosse lançado junto à porta da cidade, colocando sobre ele um grande monte de pedras, que ali permanece ainda hoje.
30Então, Josué erigiu um altar ao Senhor, Deus de Israel, no monte Ebal, 31segundo a ordem que Moisés, servo do Senhor, havia dado aos filhos de Israel, conforme está escrito no livro da Lei de Moisés: construiu-o de pedras brutas, ainda não tocadas pelo ferro. Ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor e sacrifícios de comunhão. 32Ali, sobre as pedras, escreveu Josué uma cópia da Lei que Moisés tinha escrito diante dos filhos de Israel.
33Todo o Israel, os seus anciãos, os seus chefes e os seus juízes permaneceram de pé em redor da Arca, diante dos sacerdotes, dos levitas que transportavam a Arca da aliança do Senhor. Ali estavam os estrangeiros e os filhos de Israel, metade do lado do monte Garizim e a outra metade do lado do monte Ebal, segundo a ordem que Moisés, servo do Senhor, dera outrora de abençoar o povo de Israel.
34A seguir, Josué leu todas as palavras da Lei, a bênção e a maldição, conforme está escrito no livro da Lei. 35De tudo o que Moisés tinha prescrito, nem uma só palavra se omitiu na leitura feita por Josué diante de toda a assembleia de Israel: mulheres, crianças e estrangeiros que estavam no meio deles.
Capítulo 9
Astúcia dos guibeonitas – 1Ao terem notícia destes acontecimentos, todos os reis do outro lado do Jordão, das montanhas e das planícies, do litoral do Mar Grande, frente ao Líbano, os hititas, os amorreus, os cananeus, os perizeus, 2os heveus e os jebuseus aliaram-se para dar combate a Josué e a Israel.
3Os habitantes de Guibeon, sabendo o que Josué tinha feito a Jericó e a Ai, 4foram astutos e puseram-se a caminho, munidos de provisões para a viagem. Carregaram os seus jumentos de sacos velhos, odres de vinho remendados e velhos, 5calçado velho e remendado nos pés e roupas muito usadas para se cobrirem; o pão das suas provisões estava também duro e estragado. 6Foram ter com Josué ao acampamento de Guilgal e disseram-lhe, a ele e a todos os filhos de Israel: «Viemos de terras longínquas pedir-vos que façais aliança connosco.» 7Os israelitas responderam: «Se calhar habitais perto de nós. Como poderemos, pois, fazer aliança convosco?» 8Eles, porém, disseram a Josué: «Somos teus servos.» Josué, por sua vez, perguntou-lhes: «Quem sois vós e de onde vindes?» 9Eles responderam:
«Os teus servos vêm de terras muito distantes, atraídos pela fama do Senhor teu Deus, pois ouvimos falar dele e de tudo quanto Ele fez no Egipto; 10do modo como tratou os dois reis dos amorreus, além-Jordão, Seon, rei de Hesbon, e Og, rei de Basan, que habitavam em Astarot. 11Por isso, os nossos anciãos e todos os habitantes da nossa terra nos disseram: ‘Tomai convosco provisões para a viagem; ide ao seu encontro e dizei-lhes: Somos vossos servos; fazei aliança connosco’. 12Aqui tendes o nosso pão; estava ainda quente quando partimos de nossas casas para vir ter convosco; ei-lo agora, seco e estragado. 13Estes odres de vinho eram novos quando os enchemos; agora estão rotos e descosidos. As nossas roupas e o nosso calçado estão gastos e velhos, por causa da longa caminhada.»
Josué promete a paz – 14Os israelitas aceitaram as provisões deles, sem consultar o Senhor. 15Josué concedeu-lhes a paz e fez uma aliança com eles, na qual lhes respeitava a vida; os príncipes da assembleia confirmaram-na com juramento. 16Três dias após esta aliança, souberam que esses povos eram seus vizinhos e habitavam no meio deles.
17Então, os filhos de Israel puseram-se a caminho, e em três dias chegaram às suas cidades. Essas cidades eram as seguintes: Guibeon, Cafira, Beerot e Quiriat-Iarim. 18Não os destruíram devido ao juramento que lhes tinham feito os príncipes da assembleia, em nome do Senhor, Deus de Israel; mas toda a assembleia começou a murmurar contra eles.
Os guibeonitas, servos do templo 19Foi então que os príncipes da assembleia responderam: «Fizemos-lhes um juramento em nome do Senhor, Deus de Israel; não lhes podemos tocar. 20Eis, porém, como deveremos tratá-los: respeitaremos a sua vida, a fim de não excitar contra nós a ira de Deus, se lhes faltarmos ao juramento. 21Que vivam, pois – acrescentaram os chefes – mas que se empreguem a rachar lenha e a carregar água para toda a assembleia.»
E fez-se como os chefes determinaram. 22Josué chamou-os e disse-lhes: «Porque nos enganastes, dizendo que éreis de terras longínquas, quando afinal habitáveis no meio de nós? 23Agora, pois, malditos sejais; a vossa servidão jamais há-de cessar, e continuareis a rachar lenha e a carregar água para a casa do meu Deus.» 24Eles responderam a Josué: «A nós, teus servos, chegou-nos a notícia de que o Senhor teu Deus prometera a Moisés, seu servo, dar-vos toda a terra, exterminando os seus habitantes diante de vós. Foi por isso que tememos profundamente a vossa aproximação e, por causa das nossas vidas, procedemos desta maneira. 25Estamos nas tuas mãos; trata-nos como te parecer justo e bom.»
26Josué fez como tinha dito e livrou-os das mãos dos filhos de Israel, a fim de que os não matassem. 27Porém, determinou que, desde então, se empregassem no serviço da comunidade e do altar, cortando a lenha e carregando a água no lugar que o Senhor escolhesse; e exercem ainda hoje tais funções.
Capítulo 10
Socorro a Guibeon – 1Adonisédec, rei de Jerusalém, ao saber que Josué se tinha apoderado de Ai e a tinha destruído – como fizera com Jericó e seu rei, assim fez também com Ai e seu rei – e ao saber que os guibeonitas tinham feito a paz com Israel e habitavam com ele, 2ficou com muito medo. Guibeon era, com efeito, uma grande cidade, uma cidade real, muito maior que Ai, e todos os seus homens eram valorosos. 3Adonisédec, rei de Jerusalém, mandou dizer a Hoam, rei de Hebron, a Piram, rei de Jarmut, a Jafia, rei de Láquis e a Debir, rei de Eglon: 4«Vinde comigo e ajudai-me a combater Guibeon, porque ele fez a paz com Josué e com os israelitas.» 5Unidos assim os cinco reis dos amorreus – o rei de Jerusalém, o de Hebron, o rei de Jarmut, o rei de Láquis e o rei de Eglon – saíram com todos os seus exércitos e acamparam perto de Guibeon, sitiando-a.
6Os habitantes de Guibeon mandaram dizer a Josué, que estava acampado em Guilgal: «Não abandones os teus servos; sobe e vem em nosso socorro sem demora; liberta-nos, porque todos os reis dos amorreus que habitam na montanha se coligaram contra nós.»
7Josué subiu de Guilgal, com todos os seus valentes guerreiros. 8O Senhor disse-lhe: «Não temas, porque Eu os entregarei nas tuas mãos; nenhum deles te poderá resistir.» 9Josué, que toda a noite subira desde Guilgal, caiu sobre eles de improviso. 10O Senhor espalhou entre eles o terror perante Israel, que lhes infligiu pesada derrota junto de Guibeon e os perseguiu pelo caminho que sobe para Bet-Horon, batendo-os até Azeca e Maqueda. 11Enquanto eles fugiam diante dos filhos de Israel, na descida de Bet-Horon, o Senhor fez desabar sobre eles uma tempestade de granizo, até Azeca; e foram mais numerosos os que morreram sob esta chuva de pedras do que os que pereceram às mãos dos filhos de Israel.
Batalha e cântico de vitória – 12No dia em que o Senhor entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, Josué falou ao Senhor e disse, na presença dos israelitas:
«Detém-te, ó Sol, sobre Guibeon; e tu, ó Lua, sobre o vale de Aialon.» 13E o Sol deteve-se, e a Lua parou até o povo se ter vingado dos seus inimigos.
Isto está escrito no Livro do Justo. O Sol parou no meio do céu e não se apressou a pôr-se durante quase um dia inteiro.
14Nem antes nem depois houve um dia tão longo como aquele em que o Senhor obedeceu à voz de um homem, pois o Senhor combatia ao lado de Israel. 15Depois disto, Josué voltou para o acampamento de Guilgal, com todo o Israel.
Reis escondidos e castigados – 16Os cinco reis fugiram e esconderam-se na caverna de Maqueda. 17Então comunicaram a Josué: «Foram encontrados os cinco reis escondidos na caverna de Maqueda.» 18Josué respondeu: «Rolai grandes pedras sobre a entrada da caverna e ponde homens junto dela, para a guardarem. 19Vós, porém, não vos detenhais, mas continuai a perseguir os vossos inimigos; não os deixeis entrar nas suas cidades, porque o Senhor, vosso Deus, os entregou nas vossas mãos.»
20Quando Josué e os israelitas os derrotaram e massacraram até ao extermínio, refugiando-se nas cidades fortes os poucos que escaparam vivos, 21então, todo o povo voltou tranquilamente para o acampamento, junto de Josué, em Maqueda, e ninguém mais se atreveu a abrir a boca contra os filhos de Israel. 22Depois Josué disse: «Abri a entrada da caverna, e trazei-me os cinco reis que lá se encontram.» 23Assim o fizeram, levando os cinco reis que tiraram da caverna: o rei de Jerusalém, o rei de Hebron, o rei de Jarmut, o rei de Láquis e o rei de Eglon.
24Uma vez diante de Josué, este chamou todos os homens de Israel, e disse aos chefes dos homens de guerra que o tinham acompanhado: «Aproximai-vos e ponde o pé sobre o pescoço destes reis.» Eles aproximaram-se e puseram o pé sobre o pescoço deles. 25Disse-lhes de novo: «Não tenhais medo nem tremais; tende coragem e sede fortes. É assim que o Senhor vai fazer a todos os inimigos que haveis de combater.» 26Dito isto, Josué mandou matá-los e suspendê-los em cinco árvores, onde estiveram até à tarde. 27Ao pôr-do-sol, mandou descê-los das árvores e lançá-los na caverna onde se haviam refugiado. À entrada, colocaram grandes pedras, que ainda hoje ali se encontram.
Conquista das terras do Sul – 28Naquele dia, Josué apoderou-se de Maqueda, destruiu-a com o seu rei e tudo o que nela vivia. Votou ao anátema a cidade com tudo o que nela vivia, sem poupar ninguém, e fez ao rei de Maqueda como tinha feito ao de Jericó. 29Depois passou Josué e todo o Israel de Maqueda a Libna, e atacaram-na. 30O Senhor entregou-a com o seu rei nas mãos de Israel, que a passou a fio de espada com tudo o que nela havia, sem deixar escapar ninguém. Fez ao seu rei como tinha feito ao de Jericó. 31De Libna passou Josué com todo o Israel a Láquis, onde montou cerco contra ela e atacou-a. 32O Senhor entregou-lha e Israel apoderou-se dela no segundo dia, passando-a a fio de espada, com tudo quanto nela vivia, como tinha feito a Libna. 33Então Horam, rei de Guézer, veio em socorro de Láquis; mas Josué derrotou-o, a ele e ao seu povo, sem escapar ninguém. 34Josué e todo o seu povo passaram de Láquis a Eglon, ergueram ali o seu acampamento e atacaram-na. 35Nesse mesmo dia, tomaram-na e passaram-na a fio de espada, votando ao anátema todo o ser vivo, como tinham feito a Láquis.
36Em seguida, subiu com todo o Israel de Eglon a Hebron, e atacaram a cidade. 37Tomaram Hebron e passaram a fio de espada a cidade com o seu rei, os seus arrabaldes e tudo o que nela vivia, sem escapar ninguém, como tinham feito a Eglon. A cidade foi votada ao anátema com todo o ser vivo. 38Dali, Josué voltou-se contra Debir, com todo o Israel, e atacou-a. 39Apoderou-se dela, juntamente com o seu rei, passou-os a fio de espada e votou ao anátema todo o ser vivo que nela havia, sem escapar ninguém. Fez a Debir e ao seu rei como tinha feito a Hebron e a Libna, com os seus reis. 40Josué feriu toda a terra: a montanha, o Négueb, a planície, as colinas com todos os seus reis, sem poupar ninguém, votando ao anátema tudo o que respirava, segundo a ordem do Senhor, Deus de Israel. 41Josué feriu-os desde Cadés-Barnea até Gaza, e toda a terra, de Góchen até Guibeon. 42De uma só vez, Josué apoderou-se desse país e dos seus reis, porque o Senhor, Deus de Israel, combatia por Israel. 43Depois Josué e todo o Israel regressaram ao acampamento, em Guilgal.