Capítulo 1
Édito de Ciro (2 Cr 36,22-23; Jr 25,1-14; 29,10; Zc 1,12; Ag 1,14) – 1No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor pronunciada por Jeremias, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, o qual mandou publicar em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, o seguinte decreto:
2«Assim fala Ciro, rei da Pérsia: ‘O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da terra e encarregou-me de lhe construir um templo em Jerusalém, cidade de Judá. 3Quem de vós pertence ao seu povo? Que o seu Deus esteja com ele. Suba a Jerusalém, que fica na terra de Judá, e construa o templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que reside em Jerusalém. 4Todos os sobreviventes, onde quer que habitem, sejam providos – pelos habitantes das localidades onde se encontram – de prata, ouro, cereais, gado e ofertas voluntárias para o templo do Deus que reside em Jerusalém.’»
Regresso do exílio – 5Assim, os chefes das famílias de Judá e de Benjamim, os sacerdotes e levitas e todos aqueles a quem Deus movera os corações, prepararam-se para ir reedificar o templo do Senhor que está em Jerusalém.
6Todos os que viviam nas redondezas ajudaram-nos, dando-lhes prata, ouro, bens diversos, gado, cereais e coisas preciosas, além de outras ofertas voluntárias. 7O rei Ciro entregou, também, os utensílios que Nabucodonosor tinha retirado do templo do Senhor em Jerusalém e colocado no templo do seu deus. 8 Ciro, rei da Pérsia, entregou-lhos por meio de Mitrídates, o tesoureiro, que os deu a Sesbaçar, príncipe de Judá. 9Eis o seu número: trinta bacias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove facas, 10trinta taças de ouro, quatrocentas e dez taças de prata e mil outros utensílios. 11Os utensílios de ouro e prata eram ao todo em número de cinco mil e quatrocentos. Sesbaçar levou tudo isso quando os exilados regressaram da Babilónia a Jerusalém.
Capítulo 2
Lista dos repatriados (Ne 7,4-72) 1De entre os cativos que Nabucodonosor, rei da Babilónia, deportara para a Babilónia, são os seguintes os cidadãos da província que se puseram a caminho, para regressar a Jerusalém e à Judeia, cada um à sua cidade. 2Voltaram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Raelaías, Mardoqueu, Bilchan, Mispar, Bigvai, Reum e Baana.
Número dos homens do povo de Israel: 3filhos de Parós: dois mil cento e setenta e dois; 4filhos de Chefatias: trezentos e setenta e dois; 5filhos de Ara: setecentos e setenta e cinco; 6filhos de Paat-Moab, da descendência de Jesua e Joab: dois mil oitocentos e doze; 7filhos de Elam: mil duzentos e cinquenta e quatro; 8filhos de Zatú: novecentos e quarenta e cinco; 9filhos de Zacai: setecentos e sessenta; 10filhos de Bani: seiscentos e quarenta e dois; 11filhos de Bebai: seiscentos e vinte e três; 12filhos de Azegad: mil duzentos e vinte e dois; 13filhos de Adonicam: seiscentos e sessenta e seis; 14filhos de Bigvai: dois mil e cinquenta e seis; 15filhos de Adin: quatrocentos e cinquenta e quatro; 16filhos de Ater, da família de Ezequias: noventa e oito; 17filhos de Beçai: trezentos e vinte e três; 18filhos de Jora: cento e doze; 19filhos de Hachum: duzentos e vinte e três; 20filhos de Guibar: noventa e cinco; 21filhos de Belém: cento e vinte e três; 22homens de Netofa: cinquenta e seis; 23homens de Anatot: cento e vinte e oito; 24filhos de Azemávet: quarenta e dois; 25filhos de Quiriat-Iarim, de Cafira e de Beerot: setecentos e quarenta e três; 26filhos de Ramá e de Gaba: seiscentos e vinte e um; 27homens de Micmás: cento e vinte e dois; 28homens de Betel e de Ai: duzentos e vinte e três; 29filhos de Nebo: cinquenta e dois; 30filhos de Magbis: cento e cinquenta e seis; 31filhos do outro Elam: mil duzentos e cinquenta e quatro; 32filhos de Harim: trezentos e vinte; 33filhos de Lod, de Hadid e de Ono: setecentos e vinte e cinco; 34filhos de Jericó: trezentos e quarenta e cinco; 35filhos de Senaá: três mil seiscentos e trinta.
Sacerdotes, levitas e natineus (Ne 7,39-65; Js 9,14-18; 1 Cr 9,2) – 36Sacerdotes, filhos de Jedaías, da casa de Jesua: novecentos e setenta e três; 37filhos de Imer: mil e cinquenta e dois; 38filhos de Pachiur: mil duzentos e quarenta e sete; 39filhos de Harim: mil e dezassete.
40Levitas, filhos de Jesua e de Cadmiel, descendentes de Hodavias: setenta e quatro. 41Cantores, filhos de Asaf: cento e vinte e oito.
42Porteiros, filhos de Chalum, filhos de Ater, filhos de Talmon, filhos de Acub, filhos de Hatita, filhos de Chobai: ao todo, cento e trinta e nove.
43Natineus: filhos de Sia, filhos de Hassufa, filhos de Tabaot; 44filhos de Querós, filhos de Siá, filhos de Padon; 45filhos de Lebana, filhos de Hagaba, filhos de Acub; 46filhos de Hagab, filhos de Salmai, filhos de Hanan; 47filhos de Guidel, filhos de Gaar, filhos de Reaías; 48filhos de Recin, filhos de Necoda, filhos de Gazam; 49filhos de Uzá, filhos de Passea, filhos de Besai, 50filhos de Asená, filhos de Meunim, filhos de Nefussim; 51filhos de Bacbuc, filhos de Hacufa, filhos de Harur, 52filhos de Bacelut, filhos de Maída, filhos de Harsa, 53filhos de Barcos, filhos de Sísera, filhos de Tema; 54filhos de Necia, filhos de Hatifa.
Servos de Salomão e outros – 55Os filhos dos escravos de Salomão: filhos de Sotai, filhos de Soféret, filhos de Perudá; 56filhos de Jaala, filhos de Darcon, filhos de Guidel, 57filhos de Chefatias, filhos de Hatil, filhos de Poquéret-Hacebaim, filhos de Ami. 58Total dos natineus e dos filhos dos escravos de Salomão: trezentos e noventa e dois.
59Estes são os que partiram de Tel-Mela, de Tel-Harcha, de Querub-Adon e de Imer, dos quais não se pode saber se pertenciam ao povo de Israel pela família ou raça de que descendiam: 60filhos de Delaías, filhos de Tobias, filhos de Necoda: seiscentos e cinquenta e dois. 61E entre os sacerdotes: filhos de Habaías, filhos de Hacós, filhos de Barzilai, assim chamado por ter tomado por esposa uma das filhas de Barzilai de Guilead. 62Eles procuraram esclarecer a sua genealogia, mas não a puderam encontrar, pelo que foram excluídos do sacerdócio. 63O governador proibiu-os de comer coisas sagradas, até encontrarem um sacerdote que consultasse a Deus, mediante os dados sagrados.
64O total do povo reunido era de quarenta e duas mil trezentas e sessenta pessoas, 65sem contar os escravos e as escravas, em número de sete mil trezentos e trinta e sete. Tinham consigo, também, duzentos cantores e cantoras. 66Levavam setecentos e trinta e seis cavalos, duzentos e quarenta e cinco mulas, 67quatrocentos e trinta e cinco camelos e seis mil setecentos e vinte jumentos.
Generosidade espontânea – 68Vários chefes de família, ao chegarem ao templo do Senhor, fizeram ofertas voluntárias para a restauração do templo de Deus. 69Contribuíram para os tesouros da construção, cada um segundo as suas posses, com sessenta e um mil dáricos de ouro, cinco mil minas de prata e cem vestes sacerdotais. 70Os sacerdotes, os levitas, as pessoas do povo, os cantores, os porteiros e os natineus estabeleceram-se nas suas respectivas cidades. E todos os israelitas habitaram cada um na sua cidade.
Capítulo 3
Restauração do altar e do culto (Lv 23,23-43; Nm 28,3-8; 1Rs 5,20-25; 1 Cr 22,3-4) – 1Quando chegou o sétimo mês, todos os filhos de Israel, que estavam nas suas cidades, reuniram-se em Jerusalém, como se fossem um só homem. 2Então, Jesua, filho de Jocédec, e os seus irmãos sacerdotes, bem como Zorobabel, filho de Salatiel, e os seus irmãos principiaram a reconstrução do altar do Deus de Israel e ofereceram holocaustos, como prescrevia a lei de Moisés, homem de Deus.
3Reconstruíram o altar sobre as antigas bases, apesar do medo que tinham dos povos circunvizinhos, e ofereceram holocaustos ao Senhor de manhã e de tarde. 4Celebraram a festa das Tendas, como está prescrito, e ofereceram holocaustos quotidianamente, conforme o número prescrito para cada dia. 5Depois, ofereceram o holocausto perpétuo, o da Lua-nova e de todas as solenidades consagradas ao Senhor, assim como os daqueles que faziam ofertas voluntárias ao Senhor.
Reconstrução do templo – 6No primeiro dia do sétimo mês, começaram a oferecer holocaustos ao Senhor, mas os fundamentos do templo do Senhor não estavam ainda lançados. 7Foram, então, contratados canteiros e carpinteiros, aos quais deram dinheiro; e aos habitantes de Sídon e de Tiro deram víveres, azeite e vinho, para que trouxessem por mar a madeira dos cedros, desde o Líbano até Jope, segundo a autorização que lhes dera Ciro, rei da Pérsia.
8No segundo ano da sua chegada ao templo de Deus em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Salatiel, e Jesua, filho de Jocédec, com os seus irmãos, os sacerdotes, os levitas e todos os que tinham regressado do cativeiro a Jerusalém, puseram-se a trabalhar e estabeleceram os levitas, de vinte anos para cima, como encarregados da direcção dos trabalhos do templo do Senhor. 9Jesua, com os seus irmãos e filhos, Cadmiel, Binui e Hodavias, como se fossem um só homem, dirigiam os que trabalhavam na construção do templo de Deus; o mesmo fizeram os filhos de Henadad, com seus filhos e irmãos, que eram levitas. 10Logo que os pedreiros lançaram os fundamentos do templo do Senhor, apresentaram-se os sacerdotes ornamentados, para assistir à cerimónia, com as trombetas, e os levitas, filhos de Asaf, com os címbalos, para louvar o Senhor, segundo as ordens de David, rei de Israel. 11Entoaram ao Senhor este cântico de louvor: «Porque Ele é bom e o seu amor para com Israel é eterno!» E todo o povo soltou exclamações de alegria para celebrar o Senhor, por ocasião do lançamento dos alicerces do seu templo.
12E, enquanto muitos gritavam jubilosos de alegria, alguns sacerdotes, levitas e chefes de família já idosos, que tinham visto o primeiro templo, choravam em voz alta, ao presenciar o lançamento dos alicerces do novo edifício. 13Era impossível distinguir os gritos de alegria dos clamores daqueles que choravam, pois todo o povo gritava em altos brados, e o eco das suas vozes podia ouvir-se de muito longe.
Capítulo 4
Interrupção das obras do templo (2 Rs 17,24-41; Ag 1,2-4; Zc 8,9-10) – 1Os inimigos de Judá e de Benjamim, ao saber que os repatriados estavam a construir um templo ao Senhor, Deus de Israel, 2foram procurar Zorobabel e os chefes de família e disseram-lhes: «Deixai-nos construir convosco, porque, como vós, honramos também o vosso Deus e oferecemos-lhe sacrifícios, desde que Assaradon, rei de Assíria, nos trouxe para aqui.» 3Mas Zorobabel, Jesua e os outros chefes das famílias de Israel responderam-lhes: «Não é conveniente que nós e vós construamos em conjunto a morada do nosso Deus: somente nós havemos de construí-la ao Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou Ciro, rei da Pérsia.» 4Disto resultou que os homens daquela terra intimidavam e inquietavam o povo de Judá para que não trabalhasse. 5Subornaram contra eles alguns conselheiros para que frustrassem a sua obra. Isto durou desde o reinado de Ciro até ao de Dario, reis da Pérsia.
Acusação à corte – 6No reinado de Assuero, logo no início do seu governo, escreveram uma carta de acusação contra os habitantes de Judá e de Jerusalém. 7Depois, no tempo de Artaxerxes, Bislam, Mitrídates, Tabiel e os seus colegas escreveram ao mesmo Artaxerxes, rei da Pérsia. A carta foi escrita em caracteres aramaicos e traduzida em aramaico. 8Reum, governador, e o secretário Chimechai escreveram a Artaxerxes, a respeito de Jerusalém, uma carta que continha o seguinte: 9«Reum, governador, Chimechai, secretário, e os seus colegas de Din, de Afarsatac, de Terfal, de Afarsa, de Ercua, de Babilónia, de Susa, de Dea, do Elam 10e os outros povos que o grande e ilustre Asnapar trouxe consigo e instalou em paz na localidade de Samaria e nas outras regiões da outra margem do rio.»
11Eis a cópia da carta que enviaram a Artaxerxes: «Os teus servos, os povos da outra margem do rio, saúdam-te. 12Saiba o rei que os judeus que partiram do teu país para vir para o meio de nós, para Jerusalém, reconstroem esta cidade má e rebelde, levantando os muros e restaurando-lhe os fundamentos. 13Saiba também o rei que, se esta cidade for reconstruída e os seus muros levantados, os seus habitantes não pagarão mais impostos nem tributos nem rendas, o que será causa de prejuízo para os reis. 14Nós, porém, tendo em vista o sal que comemos no teu palácio e não achando conveniente ver menosprezado o rei, transmitimos-te estas informações, 15para que mandes consultar os livros de registo dos teus pais. Aí verás como esta cidade é uma cidade rebelde, funesta aos reis e às suas províncias, e como já nos antigos tempos se deram nela rebeliões. Por isso foi destruída. 16Nós fazemos saber ao rei que, se esta cidade for reconstruída e levantados os seus muros, não poderás mais conservar as tuas possessões do outro lado do rio.»
Resposta da corte (Ne 1,3) – 17Eis a resposta que o rei mandou:
«Ao governador Reum e ao secretário Chimechai e aos seus outros colegas, habitantes da Samaria e das outras regiões, na outra margem do rio: Saúde e paz. 18A carta que nos enviastes foi lida com exactidão na minha presença. 19Por minha ordem, fizeram-se investigações e constatou-se que, desde os tempos mais antigos, aquela cidade se sublevou contra os reis e que nela se deram sedições e revoltas. 20Houve em Jerusalém reis poderosos, senhores de todo o país da outra margem do rio, aos quais se pagavam impostos, tributos e rendas. 21Consequentemente, ordeno que cessem os trabalhos dessa gente, a fim de que não se reconstrua essa cidade, até que eu dê ordens em contrário. 22Não negligencieis o cumprimento desta ordem, para que o mal não aumente, em prejuízo dos reis.»
Interrupção dos trabalhos – 23Quando leram a carta do rei Artaxerxes na presença de Reum, governador, de Chimechai, secretário, e dos seus colegas, eles foram a toda a pressa a Jerusalém, junto dos judeus, e obrigaram-nos, pela força e pela violência, a cessarem os trabalhos.
24A restauração do templo de Deus em Jerusalém foi interrompida até ao segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia.
Capítulo 5
Reconstrução do templo (520-515) (Ag 1,1-15; Zc 4,9-10) – 1O profeta Ageu e o profeta Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém, em nome do Deus de Israel. 2Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e Jesua, filho de Jocédec, retomaram a reconstrução do templo de Deus em Jerusalém, com a ajuda e assistência dos profetas de Deus.
3Naquele tempo, Tatenai, governador da outra margem do rio, Chetar-Bozenai e os seus colegas vieram procurá-los e falaram-lhes assim: «Quem vos autorizou a reconstruir o templo e a levantar as suas paredes?» 4E acrescentaram: «Quais são os nomes dos homens que trabalham neste edifício?»
5Mas Deus tinha os olhos sobre os anciãos dos judeus, e ninguém lhes impediu a continuação dos trabalhos, esperando que chegasse a resposta escrita de Dario sobre este assunto.
Relatório enviado ao rei – 6Cópia da carta que enviaram ao rei Dario o governador Tatenai, da outra margem do rio, Chetar-Bozenai e os seus colegas de Afarsac, que também viviam na outra margem do rio. 7Enviaram-lhe um relatório nestes termos:
«Ao rei Dario, saúde e prosperidade perfeita! 8Saiba o rei que fomos à província de Judá, ao templo do grande Deus. Ele está a ser reconstruído com pedras enormes, e o madeiramento está colocado sobre as paredes. Este trabalho está a ser executado com cuidado e cresce graças às suas mãos. 9Por isso, interrogámos os anciãos: ‘Quem vos autorizou a reconstruir este templo e a levantar-lhe os muros?’ 10Perguntámos-lhes, também, os seus nomes para os escrever aqui, a fim de te dar conhecimento, pelo menos dos que estão à frente deles.
11Responderam-nos: “Nós somos servos do Deus do céu e da terra; estamos a reconstruir o templo que há muitos anos fora construído e concluído por um grande rei de Israel. 12Mas os nossos pais atraíram a ira do Deus do céu, que os entregou nas mãos do caldeu Nabucodonosor, rei da Babilónia, que destruiu o templo e levou o povo cativo para Babilónia. 13Entretanto, no primeiro ano de Ciro, rei da Babilónia, o rei Ciro ordenou a reconstrução deste templo de Deus. 14E o próprio rei Ciro retirou do templo da Babilónia os utensílios de ouro e prata pertencentes ao templo de Deus, que Nabucodonosor roubara no santuário de Jerusalém e transferira para o templo da Babilónia, e entregou-os a Sesbaçar, que ele nomeou governador. 15E disse-lhe: ‘Toma estes utensílios, leva-os para o templo de Jerusalém, e que o templo de Deus seja reconstruído sobre os seus alicerces.’ 16Então, Sesbaçar veio para aqui e lançou os fundamentos do templo de Deus em Jerusalém; desde esse tempo até agora, nós temos continuado a construção, que ainda não está terminada.”
17Portanto, se o rei acha conveniente que se façam investigações nos arquivos do rei, na Babilónia, para ver se é verdade que a ordem de reconstrução do templo de Deus, em Jerusalém, foi dada pelo rei Ciro, que o faça e, depois, comunique-nos a sua real decisão a tal respeito.»
Capítulo 6
Decreto de Dario (1,2-4) – 1Então, o rei Dario emitiu um decreto com ordens para que se fizessem investigações na Babilónia, na casa dos arquivos onde estavam depositados os tesouros. 2E encontrou-se em Ecbátana, fortaleza situada na província da Média, um volume, no qual se lia a seguinte memória:
3«No primeiro ano do reinado de Ciro, o rei Ciro deu esta ordem relativa ao templo de Deus, que está situado em Jerusalém: Este templo deve ser reconstruído, a fim de que ali se ofereçam sacrifícios; os seus fundamentos devem ser restaurados.
A sua altura será de sessenta côvados. 4Terá três ordens de pedra talhada e uma de madeira. A despesa será paga pela casa do rei. 5Além disso, devolveremos os utensílios de ouro e prata do templo de Deus, que Nabucodonosor trouxe do templo de Jerusalém para a Babilónia; serão repostos no templo de Jerusalém, no mesmo lugar em que estavam, e depositados no templo de Deus.
6Agora, pois, Tatenai, governador do território da outra margem do rio, Chetar-Bozenai e os vossos colegas de Afarsac, que estais na outra margem do rio, afastai-vos. 7Deixai continuar os trabalhos do templo de Deus e que o governador dos judeus e seus anciãos o reconstruam no seu lugar. 8Também ordeno como se deve proceder para com esses anciãos dos judeus a fim de que seja reconstruído o templo de Deus: das receitas reais, provenientes dos impostos, pagos na outra margem do rio, pague-se integralmente a esses homens, para que a obra não sofra interrupção; 9tudo aquilo que for necessário para os holocaustos do Deus do céu, novilhos, carneiros e cordeiros, trigo, sal, azeite e vinho, ser-lhes-á dado cada dia, sem falta, segundo a ordem dos sacerdotes que estão em Jerusalém, 10a fim de poderem oferecer sacrifícios de odor agradável ao Deus do céu e de rezarem pela vida do rei e dos seus filhos. 11Eu, pois, ordeno que, se alguém modificar, seja no que for, este decreto, seja arrancada uma viga da sua casa e seja erguida ao alto e ele seja pregado nela, reduzindo-se a sua casa a um montão de ruínas. 12E Deus, que ali faz habitar o seu nome, destrua todo o rei e todo o povo que levantar a mão para mudar este decreto e destruir a morada de Deus que está em Jerusalém! Eu, Dario, dei esta ordem. Que ela seja pontualmente executada.»
Conclusão e dedicação do templo (1,2; 5,1-2; 1 Rs 8,62-65) –_13Assim, Tatenai, governador da outra margem do rio, Chetar-Bozenai e os seus colegas executaram fielmente a ordem do rei Dario. 14Os anciãos dos judeus prosseguiram com êxito a reconstrução do templo, segundo as profecias de Ageu, o profeta, e de Zacarias, filho de Ido. Terminaram a construção, segundo a ordem do Deus de Israel e segundo a ordem de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, reis da Pérsia. 15Concluiu-se o edifício no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado de Dario. 16Os filhos de Israel, os sacerdotes, os levitas e os demais repatriados celebraram com júbilo a dedicação do templo de Deus. 17Ofereceram, para esta dedicação, cem touros, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze bodes, como vítimas expiatórias pelos pecados de todo o Israel. 18Distribuíram os sacerdotes segundo as suas classes e os levitas segundo as suas divisões, para celebrarem o culto de Deus em Jerusalém, conforme as prescrições do livro de Moisés.
Celebração da Páscoa (Ex 12,1-6; Lv 23,5-14) – 19Os repatriados celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês. 20Os sacerdotes e os levitas, sem excepção, purificaram-se e, assim, todos estavam puros. Imolaram a Páscoa por todos os repatriados, pelos seus irmãos sacerdotes e por eles mesmos.
21Os filhos de Israel, regressados do cativeiro, comeram a sua Páscoa com todos aqueles que, afastando-se das práticas impuras dos povos da região, se uniram a eles para seguirem o Senhor, Deus de Israel. 22Celebraram com júbilo a festa dos Ázimos durante sete dias, porque o Senhor os consolara, ao fazer com que o coração do rei da Assíria se inclinasse para eles e os favorecesse nos trabalhos da reconstrução do templo de Deus, do Deus de Israel.
Capítulo 7
Missão de Esdras (v.28; Ne 2,7-8.18) 1Após estes acontecimentos, no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, chegou Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias, 2filho de Chalum, filho de Sadoc, filho de Aitub, 3filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiot, 4filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui, 5filho de Abisua, filho de Fineias, filho de Eleázar, filho de Aarão, o Sumo Sacerdote. 6Este Esdras chegava da Babilónia e era um escriba versado na lei de Moisés, dada pelo Senhor, Deus de Israel. Como a mão do Senhor, seu Deus, o protegia, o rei tinha-lhe concedido tudo o que ele pedira. 7Com ele voltaram para Jerusalém, no sétimo ano do rei Artaxerxes, vários filhos de Israel, sacerdotes e levitas, cantores, porteiros e natineus.
8Esdras chegou a Jerusalém no quinto mês do sétimo ano do rei. 9 Partiu da Babilónia no primeiro dia do primeiro mês e chegou a Jerusalém no primeiro dia do quinto mês, porque a mão benevolente do seu Deus estava com ele. 10Esdras, com efeito, aplicara o seu coração ao estudo da Lei do Senhor, praticando e ensinando em Israel as leis e as prescrições.
Carta de Artaxerxes (6,3-12; 8,28-34) 11Esta é a cópia da carta que o rei Artaxerxes enviou a Esdras, sacerdote e escriba, versado no conhecimento do texto da Lei do Senhor e das suas prescrições, a respeito de Israel:
12«Artaxerxes, rei dos reis, a Esdras, sacerdote e escriba, versado na Lei do Deus do céu, saúde! 13Ordenei que deixassem partir contigo todos os do povo de Israel, os seus sacerdotes e os seus levitas, residentes no meu reino, que desejem ir a Jerusalém, 14porque foste enviado pelo rei e os seus sete conselheiros para fazer uma inspecção em Judá e em Jerusalém e ver como está a ser observada a Lei do teu Deus, que tens nas tuas mãos. 15Levarás a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros ofereceram espontaneamente ao Deus de Israel, cuja morada está em Jerusalém. 16Além disso, levarás todo o ouro e prata que encontrares na província da Babilónia, com as ofertas voluntárias feitas generosamente pelo povo e pelos sacerdotes, para o templo de Deus em Jerusalém.
17Por conseguinte, cuidarás de comprar, com esse dinheiro, novilhos, carneiros, cordeiros, as ofertas e as libações: oferecê-las-ás em Jerusalém sobre o altar do templo do vosso Deus. 18Com o resto do dinheiro e do ouro, farás o que te parecer melhor, a ti e aos teus irmãos, conforme a vontade do vosso Deus. 19Os utensílios que te forem entregues para o serviço do templo do teu Deus depositá-los-ás diante do Deus de Jerusalém. 20Quanto às outras despesas necessárias para o templo do teu Deus, hás-de providenciar a elas por meio dos recursos que o tesouro real te fornecer. 21Eu mesmo, o rei Artaxerxes, ordeno a todos os tesoureiros da outra margem do rio, que entreguem pontualmente a Esdras, sacerdote, escriba versado na Lei do Deus do céu, tudo o que ele solicitar, 22até à soma de cem talentos de prata, cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite, além de sal à discrição. 23Tudo o que prescreveu o Deus do céu para o seu templo seja observado a fim de que a cólera divina não se desencadeie sobre o nosso reino, sobre o rei e sobre os seus filhos.»
Isenção de impostos – 24«Por fim, notificamo-vos de que não é permitido impor tributo nem imposto nem encargos sobre nenhum dos sacerdotes, levitas, cantores, porteiros, natineus e servos deste templo de Deus.
25E tu, Esdras, segundo a sabedoria do teu Deus na qual és versado, estabelecerás juízes e magistrados para fazerem justiça a todo o povo da outra margem do rio e a todos aqueles que conhecem as leis do teu Deus; e hás-de ensiná-las aos que as ignoram. 26Todo aquele que não observar a Lei do teu Deus e a lei do rei será castigado rigorosamente, ou com a morte, ou com o desterro, ou com uma multa ou, ao menos, com a prisão.»
27Bendito seja o Senhor, Deus dos nossos pais, que pôs no coração do rei o desejo de honrar o templo do Senhor, que está em Jerusalém, 28e que me fez obter o favor do rei, dos seus conselheiros e de todos os outros poderosos oficiais do reino! Fortalecido pela mão do Senhor, meu Deus, que me assistia, reuni os chefes de Israel para que partissem comigo.
Capítulo 8
Os companheiros de Esdras – 1Eis, pois, com as suas genealogias, os chefes de família que partiram comigo da Babilónia, no reinado de Artaxerxes: 2dos filhos de Fineias: Gérson; dos filhos de Itamar: Daniel; dos filhos de David: Hatus 3que descendia de Checanias; dos filhos de Parós: Zacarias e, com ele, cento e cinquenta homens; 4dos filhos de Paat-Moab: Elioenai, filho de Zeraías e, com ele, duzentos homens; 5dos filhos de Zatú: Checanias, o filho de Jaziel, e, com ele, trezentos homens; 6dos filhos de Adin: Ébed, filho de Jonatan, e, com ele, cinquenta homens; 7filhos de Elam: Jesaías, filho de Atália, e, com ele, setenta homens; 8dos filhos de Chefatias: Zebadias, filho de Miguel, e, com ele, oitenta homens; 9filhos de Joab: Abdias, filho de Jaiel, e, com ele, duzentos e dezoito homens; 10dos filhos de Chelomite: o filho de Josifias e, com ele, cento e sessenta homens; 11dos filhos de Bebai: Zacarias, filho de Bebai, e, com ele, vinte e oito homens; 12dos filhos de Azegad: Joanan, filho de Hacatan, e, com ele, cento e dez homens; 13dos filhos de Adonicam, que foram os últimos, são estes os seus nomes: Elifélet, Jeiel e Semeias, e, com eles, sessenta homens; 14dos filhos de Begvai: Utai e Zabud e, com eles, setenta homens.
Ministros sagrados – 15Eu reuni-os junto do rio que corre para Aavá e ali acampámos três dias. Tendo observado o povo e os sacerdotes, não encontrei entre eles nenhum dos filhos de Levi. 16Então, mandei procurar os chefes Eliézer, Ariel, Semeias, Elnatan, Jarib, um outro Elnatan, Natan, Zacarias e Mechulam, bem como Joiarib e Elnatan, doutores da Lei. 17Enviei-os ao chefe Ido, que residia em Cassífia. Ditei-lhes as palavras que deviam dizer a Ido e aos seus irmãos, os natineus, residentes em Cassífia, a fim de que nos trouxessem ministros para o templo do nosso Deus. 18E, como estava connosco a mão bendita do nosso Deus, eles trouxeram Cherebias, homem inteligente de entre os filhos de Maali, filho de Levi, filho de Israel, e com ele os seus filhos e irmãos, em número de dezoito; 19Hasabias e com ele Jesaías, dos filhos de Merari, seus irmãos e seus filhos, em número de vinte; 20dos natineus, entregues por David e pelos chefes para o serviço dos levitas, duzentos e vinte natineus, todos designados pelo seu nome.
Viagem de Esdras para Jerusalém – 21Ali, junto do rio Aavá, proclamei um jejum a fim de nos humilharmos diante do nosso Deus e de lhe implorarmos uma feliz viagem para nós e para os nossos filhos, com todos os nossos haveres. 22Envergonhei-me, com efeito, de pedir ao rei uma escolta de cavaleiros para nos proteger contra os inimigos, durante o trajecto, porque tínhamos dito ao rei: «A mão do nosso Deus protege, com a sua bondade, todos aqueles que o procuram; mas a sua força e a sua cólera fazem-se sentir sobre todos aqueles que o abandonam.» 23Por isso, jejuámos e fizemos oração ao nosso Deus, e Ele ouviu-nos.
24Escolhi doze chefes dos sacerdotes, Cherebias, Hasabias e dez dos seus irmãos. 25Diante deles pesei a prata, o ouro e os utensílios oferecidos para o templo do nosso Deus pelo rei, pelos seus conselheiros, pelos seus príncipes e por todos os israelitas que ali se encontravam. 26Entreguei-lhes o peso de seiscentos e cinquenta talentos de prata, utensílios de prata com o peso de cem talentos, cem talentos de ouro, 27vinte taças de ouro no valor de mil dáricos e dois vasos de bronze muito claro e brilhante, tão precioso como o ouro.
28E disse-lhes: «Vós sois consagrados ao Senhor; estes utensílios são consagrados; esta prata e este ouro são uma oferta espontânea feita ao Senhor, Deus dos vossos pais. 29Guardai-os com cuidado, até que vós os peseis diante dos chefes dos sacerdotes e dos levitas e diante dos chefes de família de Israel, em Jerusalém, nas salas do templo do Senhor.» 30Os sacerdotes e os levitas receberam, pois, o ouro, a prata e os utensílios assim pesados, a fim de os levar para Jerusalém, para o templo do nosso Deus. 31Partimos do rio de Aavá, no décimo segundo dia do primeiro mês, em direcção a Jerusalém. A mão do nosso Deus protegeu-nos e defendeu-nos durante o trajecto, das mãos dos inimigos e das suas emboscadas.
Chegada a Jerusalém – 32Chegados a Jerusalém, repousámos durante três dias. 33No quarto dia, a prata, o ouro e os utensílios foram pesados no templo do nosso Deus e entregues a Meremot, filho de Urias, sacerdote. Tinha consigo Eleázar, filho de Fineias, e com ele os levitas Jozabad, filho de Jesua, e Noadias, filho de Binui. 34Tudo foi contado e pesado. Ao mesmo tempo, o peso total foi consignado por escrito. 35Os que vinham do exílio, homens nascidos no cativeiro, ofereceram em holocausto, ao Deus de Israel, doze touros por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros e doze bodes como vítimas expiatórias, tudo em holocausto ao Senhor. 36Transmitiram o decreto do rei aos sátrapas do rei e aos governadores da outra margem do rio, os quais apoiaram o povo e o templo de Deus.
Capítulo 9
Casamentos mistos (Dt 7,1-4; Ne 13,23-28; Ml 2,10-12) – 1Depois destes acontecimentos, os chefes vieram ter comigo e disseram-me: «O povo de Israel, os sacerdotes e os levitas não se afastaram dos habitantes deste país. Imitaram as abominações dos cananeus, dos hititas, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus. 2Tomaram, entre as filhas deles, mulheres para si e para os seus filhos. Assim, a raça santificada misturou-se com a dos habitantes do país. Os chefes e magistrados foram os primeiros a cometer este pecado.» 3Ao ouvir estas palavras, rasguei a minha túnica e a capa, arranquei cabelos da cabeça e da barba e sentei-me desolado. 4Ao redor de mim reuniram-se todos aqueles que temiam a palavra do Deus de Israel, por causa das prevaricações dos sobreviventes do cativeiro. Quanto a mim, estive desolado até ao sacrifício da tarde.
Oração de Esdras (Lv 18,24-27; Ne 1,6-9) – 5Na hora da oblação da tarde, levantei-me da minha aflição, com as minhas vestes e o meu manto rasgados; e, então, caindo de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus, 6e disse: «Meu Deus, estou envergonhado e confuso, ao levantar a minha face para ti, meu Deus; porque as nossas iniquidades acumulam-se sobre as nossas cabeças, e os nossos pecados chegam até ao céu. 7Desde o tempo dos nossos pais até ao dia de hoje, temos sido gravemente culpados; e, por causa das nossas iniquidades, fomos escravizados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, entregues à mercê dos reis dos outros países, à espada, ao cativeiro, à pilhagem e à vergonha que nos cobre ainda o rosto nos dias de hoje. 8Entretanto, o Senhor, nosso Deus, testemunhou-nos a sua misericórdia, deixando subsistir um resto do nosso povo e concedeu-nos refúgio no seu lugar santo. O nosso Deus quis, assim, fazer brilhar aos nossos olhos a sua luz e dar-nos um pouco de vida no meio da nossa servidão. 9Porque nós somos escravos, mas o nosso Deus não nos abandonou no nosso cativeiro. Ele concedeu-nos a benevolência dos reis da Pérsia, conservando-nos a vida para reconstruirmos a morada do nosso Deus e reerguermos as suas ruínas, e prometeu-nos um refúgio seguro em Judá e em Jerusalém.
10Agora, ó nosso Deus, que mais poderemos dizer, depois disto? 11Nós abandonámos os mandamentos que Tu nos deste por meio dos teus servos, os profetas, que diziam: ‘O país que ides possuir é um país de impureza, contaminado pelas imundícies dos povos dessa região, pelas abominações e impurezas com que o encheram, de uma extremidade à outra. 12Não lhes deis, pois, as vossas filhas, e os vossos filhos não tomem as filhas deles; não vos preocupeis mais com a sua prosperidade e o seu bem-estar, para que vos torneis fortes e comais os bons produtos deste país, o qual transmitireis, para sempre, como herança, aos vossos descendentes.’
13Ora, depois de tudo o que nos aconteceu, por causa das nossas más acções e dos nossos pecados, Tu nos conservaste, ó nosso Deus, mais do que mereciam as nossas iniquidades, e deixaste subsistir um resto do nosso povo. 14Poderíamos recomeçar a violar os teus mandamentos, aliando-nos por casamento a estes povos abomináveis? Não te irritarias contra nós até nos exterminar, sem deixar escapar um só sobrevivente? 15Senhor, Deus de Israel, Tu és justo, porque presentemente nada mais somos do que um resto de sobreviventes. Eis-nos aqui, diante de ti, como culpados, sem podermos, por isso, subsistir na tua presença.»
Capítulo 10
Expulsão das mulheres estrangeiras (Ne 13,23-29) – 1Enquanto Esdras chorava prostrado diante do templo de Deus e fazia esta prece e esta confissão, foi-se reunindo ao redor dele uma multidão numerosa de israelitas, homens, mulheres e crianças, e todos derramavam abundantes lágrimas.
2Então, Checanias, filho de Jaiel, dos filhos de Elam, tomou a palavra e disse a Esdras: «Pecámos contra o nosso Deus, tomando por esposas mulheres estrangeiras, pertencentes ao povo deste país. Entretanto, resta ainda uma esperança para Israel. 3Façamos, agora, uma aliança com o nosso Deus e mandemos embora todas essas mulheres e seus filhos, conforme o conselho do meu senhor e daqueles que temem os mandamentos do nosso Deus. E que se cumpra o que manda a Lei. 4Levanta-te, pois é tua a responsabilidade deste trabalho; nós estamos contigo. Coragem, e mãos à obra!»
5Então, Esdras levantou-se e fez com que os chefes dos sacerdotes, dos levitas e de todos os de Israel jurassem que agiriam como acabava de ser dito. E eles juraram. 6Depois, Esdras retirou-se do templo de Deus e foi ao quarto de Joanan, filho de Eliachib, permanecendo ali, sem comer nem beber, porque chorava os pecados dos sobreviventes do cativeiro.
7Fez-se, então, uma proclamação em Judá e em Jerusalém, para todos os sobreviventes do cativeiro, a fim de que se reunissem em Jerusalém. 8Quem não comparecesse dentro de três dias, conforme as ordens dos anciãos e dos chefes, veria confiscados os seus bens e seria excluído da assembleia dos repatriados.
9Todos os homens de Judá e de Benjamim se reuniram, pois, em Jerusalém, no prazo dos três dias. Era o vigésimo dia do nono mês. Todo o povo que se encontrava na presença do templo de Deus, tremia, não só pela gravidade da circunstância mas também porque estava a chover. 10Esdras, o sacerdote, levantou-se e disse-lhes: «Vós pecastes, tomando por esposas mulheres estrangeiras, agravando assim a iniquidade de Israel. 11Agora, dai glória ao Senhor, Deus dos nossos pais, e fazei a sua vontade. Separai-vos do povo deste país e das mulheres estrangeiras.»
Comissão executiva – 12Toda a assembleia respondeu em alta voz: «Sim, faremos como disseste. 13Mas o povo é numeroso, e é a estação das chuvas; não se pode, pois, permanecer cá fora; além disso, isto não é assunto para um dia ou dois, pois são muitos os que, entre nós, pecaram a este respeito. 14Que os nossos chefes fiquem aqui a fim de representar toda a assembleia, e que todos aqueles que, nas nossas cidades, receberam em suas casas uma ou mais mulheres estrangeiras, se apresentem nas datas que serão fixadas, com os anciãos de cada cidade e os seus juízes, até que consigamos afastar de nós o fogo da cólera do nosso Deus, por causa desta questão.»
15Jonatan, filho de Asael, e Jazias, filho de Ticvá, foram os únicos que se opuseram a essa ordem, apoiados por Mechulam e Chabetai, o levita. 16Os repatriados, porém, conformaram-se. Esdras, o sacerdote, e alguns homens, chefes das famílias, segundo as suas casas, todos designados pelos seus nomes, sentaram-se a examinar este assunto, no primeiro dia do décimo mês.
17No primeiro dia do primeiro mês, a questão dos homens que tinham desposado mulheres estrangeiras já estava resolvida.
Lista dos transgressores – 18Entre os filhos dos sacerdotes encontraram-se alguns que tinham desposado mulheres estrangeiras, a saber: entre os filhos de Jesua, filho de Jocédec, e seus irmãos, havia Maazias, Eliézer, Jarib e Godolias; 19estes juraram repudiar as suas mulheres e ofereceram um carneiro pela expiação da sua falta; 20entre os filhos de Imer: Hanani e Zebadias; 21entre os filhos de Harim: Massaías, Elias, Semeias, Jaiel e Uzias; 22entre os filhos de Pachiur: Elioenai, Massaías, Ismael, Natanael, Jozabad e Elassá; 23entre os levitas: Jozabad, Chimei, Quelaías também chamado Quelitá, Petaías, Judá e Eliézer; 24entre os cantores: Eliachib; entre os porteiros: Chalum, Telem e Uri.
25Quanto aos filhos de Israel: entre os filhos de Parós: Ramias, Jizias, Malquias, Miamin, Eleázar, Malquias e Benaías; 26entre os filhos de Elam: Matanias, Zacarias, Jaiel, Abdi, Jerimot e Elias; 27entre os filhos de Zatú: Elioenai, Eliachib, Matanias, Jerimot, Zabad e Aziza; 28entre os filhos de Bebai: Joanan, Hananías, Zabai, Atlai; 29entre os filhos de Bani: Mechulam, Maluc, Adaías, Jassub, Cheal e Ramot; 30entre os filhos de Paat-Moab: Adná, Calal, Benaías, Massaías, Matanias, Beçalel, Binui e Manassés; 31entre os filhos de Harim: Eliézer, Jisias, Malquias, Chemaías, Simeão, 32Benjamim, Maluc, Chemarias; 33entre os filhos de Hachum: Matenai, Matatá, Zabad, Elifélet, Jeremai, Manassés, Chimei; 34entre os filhos de Bani: Maadai, Ameram, Uel, 35Benaías, Bedias e Quelú, 36Vanias, Meremot, Eliachib, 37Matanias, Matenai, Jaasai; 38dos filhos de Binui, Chimei, 39Chelemias, Natan, Adaías, 40Macnadebai, Chachai, Charai, 41Azarel, Chelemias, Chemarias, 42Chalum, Amarias, José; 43entre os filhos de Nebo: Jeiel, Matatias, Zabad, Zebina, Jadai, Joel e Benaías.
44Todos estes homens casaram com mulheres estrangeiras, e muitas delas tiveram filhos.