Capítulo 1

Édito de Ciro (2 Cr 36,22-23; Jr 25,1-14; 29,10; Zc 1,12; Ag 1,14) – 1No pri­meiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cum­prisse a pa­lavra do Senhor pro­nun­ciada por Jeremias, o Senhor ins­pirou Ciro, rei da Pérsia, o qual mandou publi­car em todo o seu rei­no, de viva voz e por escrito, o seguin­te decreto:

2«Assim fala Ciro, rei da Pérsia: ‘O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da terra e encar­regou-me de lhe construir um tem­plo em Je­ru­­salém, cidade de Judá. 3Quem de vós pertence ao seu povo? Que o seu Deus esteja com ele. Suba a Jerusa­lém, que fica na terra de Ju­dá, e cons­­trua o templo do Senhor, Deus de Is­­rael, o Deus que reside em Jerusa­lém. 4Todos os sobrevi­ventes, onde quer que habitem, se­jam providos – pe­­los habitantes das localidades onde se encontram – de prata, ouro, cereais, gado e ofertas voluntárias para o tem­plo do Deus que reside em Jeru­sa­lém.’»


Regresso do exílio5Assim, os chefes das famílias de Judá e de Ben­jamim, os sacerdotes e levitas e todos aqueles a quem Deus movera os cora­ções, prepararam-se para ir reedi­fi­car o templo do Senhor que está em Jerusalém.

6Todos os que viviam nas redon­dezas ajudaram-nos, dando-lhes pra­­­ta, ouro, bens diversos, gado, ce­reais e coisas preciosas, além de outras ofer­­tas voluntárias. 7O rei Ciro en­tre­gou, também, os utensílios que Na­buco­donosor tinha retirado do templo do Senhor em Jerusalém e colocado no templo do seu deus. 8 Ciro, rei da Pér­sia, entregou-lhos por meio de Mitrí­dates, o tesou­reiro, que os deu a Ses­baçar, príncipe de Judá. 9Eis o seu número: trinta ba­cias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove facas, 10trinta taças de ouro, quatrocentas e dez taças de prata e mil outros uten­sílios. 11Os utensílios de ouro e prata eram ao todo em número de cinco mil e qua­trocentos. Sesbaçar levou tudo isso quando os exilados regres­sa­ram da Babilónia a Jerusalém.

Capítulo 2

Lista dos repatriados (Ne 7,4-72) 1De entre os cativos que Nabu­co­­donosor, rei da Babilónia, de­por­tara para a Babilónia, são os seguintes os cidadãos da província que se pu­se­ram a caminho, para re­gressar a Jerusa­lém e à Judeia, cada um à sua ci­dade. 2Voltaram com Zorobabel, Jesua, Nee­­mias, Seraías, Raelaías, Mardo­queu, Bilchan, Mis­par, Bigvai, Reum e Baana.

Número dos homens do povo de Israel: 3filhos de Parós: dois mil cen­to e setenta e dois; 4filhos de Che­fatias: trezentos e setenta e dois; 5fi­lhos de Ara: setecentos e setenta e cinco; 6filhos de Paat-Moab, da des­cendência de Jesua e Joab: dois mil oitocentos e doze; 7filhos de Elam: mil duzentos e cinquenta e quatro; 8fi­lhos de Zatú: novecentos e qua­renta e cinco; 9filhos de Zacai: sete­centos e sessenta; 10filhos de Bani: seis­cen­tos e quarenta e dois; 11filhos de Bebai: seiscentos e vinte e três; 12filhos de Azegad: mil duzen­tos e vinte e dois; 13filhos de Adoni­cam: seiscentos e sessenta e seis; 14fi­lhos de Bigvai: dois mil e cin­quenta e seis; 15filhos de Adin: quatrocentos e cin­quenta e qua­tro; 16filhos de Ater, da família de Eze­quias: noventa e oito; 17filhos de Beçai: trezentos e vinte e três; 18filhos de Jora: cento e doze; 19filhos de Ha­chum: duzentos e vinte e três; 20filhos de Gui­bar: noventa e cinco; 21filhos de Belém: cento e vinte e três; 22homens de Netofa: cinquenta e seis; 23ho­mens de Anatot: cento e vinte e oito; 24fi­lhos de Azemávet: quarenta e dois; 25filhos de Quiriat-Iarim, de Ca­fira e de Beerot: setecentos e qua­renta e três; 26filhos de Ramá e de Gaba: seis­centos e vinte e um; 27ho­mens de Mic­más: cento e vinte e dois; 28homens de Betel e de Ai: duzentos e vinte e três; 29filhos de Nebo: cin­quenta e dois; 30fi­lhos de Magbis: cento e cinquenta e seis; 31filhos do outro Elam: mil du­zentos e cin­quenta e quatro; 32filhos de Harim: trezen­tos e vinte; 33filhos de Lod, de Hadid e de Ono: setecen­tos e vinte e cinco; 34filhos de Jericó: tre­zentos e quarenta e cinco; 35filhos de Senaá: três mil seiscentos e trinta.


Sacerdotes, levitas e nati­neus (Ne 7,39-65; Js 9,14-18; 1 Cr 9,2) – 36Sa­cer­dotes, filhos de Jedaías, da casa de Jesua: nove­cen­tos e setenta e três; 37filhos de Imer: mil e cin­quen­­ta e dois; 38filhos de Pachiur: mil duzen­tos e quarenta e sete; 39fi­lhos de Harim: mil e dezas­sete.

40Levitas, filhos de Jesua e de Ca­­dmiel, descendentes de Hodavias: se­­tenta e quatro. 41Cantores, filhos de Asaf: cento e vinte e oito.

42Porteiros, filhos de Chalum, fi­lhos de Ater, filhos de Talmon, fi­lhos de Acub, filhos de Hatita, filhos de Cho­bai: ao todo, cento e trinta e nove.

43Natineus: filhos de Sia, filhos de Hassufa, filhos de Tabaot; 44fi­lhos de Querós, filhos de Siá, filhos de Pa­don; 45filhos de Lebana, filhos de Ha­gaba, filhos de Acub; 46filhos de Ha­gab, fi­lhos de Salmai, filhos de Hanan; 47filhos de Guidel, filhos de Gaar, filhos de Reaías; 48filhos de Re­cin, filhos de Necoda, filhos de Ga­zam; 49filhos de Uzá, filhos de Pas­sea, fi­lhos de Besai, 50filhos de Asená, fi­lhos de Meunim, filhos de Nefus­sim; 51filhos de Bacbuc, filhos de Ha­cufa, filhos de Harur, 52filhos de Bacelut, filhos de Maída, filhos de Harsa, 53fi­lhos de Bar­cos, filhos de Sísera, filhos de Te­ma; 54filhos de Necia, filhos de Hatifa.


Servos de Salomão e outros55Os filhos dos escravos de Salo­mão: filhos de Sotai, filhos de Sofé­ret, filhos de Perudá; 56filhos de Jaala, filhos de Darcon, filhos de Guidel, 57filhos de Chefatias, filhos de Hatil, filhos de Poquéret-Hacebaim, filhos de Ami. 58Total dos natineus e dos filhos dos escravos de Salomão: tre­zentos e noventa e dois.

59Estes são os que partiram de Tel-Mela, de Tel-Harcha, de Que­rub-Adon e de Imer, dos quais não se pode saber se pertenciam ao povo de Israel pela família ou raça de que des­cendiam: 60filhos de Delaías, fi­lhos de Tobias, filhos de Necoda: seis­cen­tos e cinquenta e dois. 61E entre os sacer­dotes: filhos de Ha­baías, filhos de Ha­cós, filhos de Bar­zilai, assim chamado por ter tomado por esposa uma das fi­lhas de Barzilai de Gui­lead. 62Eles procura­ram esclarecer a sua genea­lo­gia, mas não a puderam en­contrar, pelo que fo­ram excluídos do sacer­dó­cio. 63O governador proibiu-os de comer coi­sas sagradas, até en­con­tra­rem um sacerdote que consul­tasse a Deus, mediante os dados sagrados.

64O total do povo reunido era de quarenta e duas mil trezentas e ses­senta pessoas, 65sem contar os escra­­vos e as escravas, em número de sete mil trezentos e trinta e sete. Ti­nham consigo, também, duzentos can­tores e cantoras. 66Levavam sete­­centos e trinta e seis cavalos, duzentos e qua­renta e cinco mulas, 67quatro­centos e trinta e cinco camelos e seis mil setecentos e vinte jumentos.


Generosidade espontânea68Vá­­rios chefes de família, ao chegarem ao templo do Senhor, fizeram ofer­tas voluntárias para a restauração do templo de Deus. 69Contribuíram para os tesouros da construção, cada um segundo as suas posses, com ses­senta e um mil dáricos de ouro, cinco mil minas de prata e cem vestes sa­cerdotais. 70Os sacerdotes, os levitas, as pessoas do povo, os cantores, os porteiros e os natineus estabelece­ram-se nas suas respecti­vas cida­des. E todos os israelitas habitaram cada um na sua cidade.

Capítulo 3

Restauração do altar e do culto (Lv 23,23-43; Nm 28,3-8; 1Rs 5,20-25; 1 Cr 22,3-4) – 1Quando chegou o sétimo mês, todos os filhos de Israel, que estavam nas suas ci­dades, reuni­ram-se em Jerusalém, como se fossem um só homem. 2En­tão, Jesua, filho de Jocédec, e os seus irmãos sacer­dotes, bem como Zoro­ba­bel, filho de Salatiel, e os seus irmãos principia­ram a reconstrução do altar do Deus de Israel e ofere­ceram holocaustos, como prescrevia a lei de Moisés, ho­mem de Deus.

3Reconstruíram o altar sobre as an­ti­gas bases, apesar do medo que tinham dos povos cir­cun­vizinhos, e ofereceram holo­caus­tos ao Senhor de manhã e de tarde. 4Celebraram a festa das Tendas, como está pres­crito, e ofe­re­ce­ram holocaustos quo­tidiana­mente, con­forme o número pres­crito para cada dia. 5Depois, ofe­­re­ceram o holo­­causto perpétuo, o da Lua-nova e de todas as sole­ni­dades consa­gradas ao Senhor, as­sim como os daqueles que faziam ofertas vo­lun­tárias ao Senhor.


Reconstrução do templo6No primeiro dia do sétimo mês, come­­çaram a oferecer holocaustos ao Se­nhor, mas os fundamentos do tem­plo do Senhor não estavam ainda lan­çados. 7Foram, então, contrata­dos canteiros e carpinteiros, aos quais deram dinheiro; e aos habi­tantes de Sídon e de Tiro deram víveres, azeite e vinho, para que trou­xessem por mar a madeira dos cedros, desde o Lí­bano até Jope, segundo a autori­za­ção que lhes dera Ciro, rei da Pérsia.

8No segundo ano da sua che­gada ao templo de Deus em Jerusa­lém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Salatiel, e Jesua, filho de Jocédec, com os seus irmãos, os sacer­dotes, os levitas e todos os que tinham re­gressado do cativeiro a Jerusa­lém, puseram-se a trabalhar e estabele­ce­ram os levitas, de vinte anos para cima, como encarregados da direc­ção dos trabalhos do templo do Senhor. 9Jesua, com os seus ir­mãos e filhos, Cadmiel, Binui e Ho­da­vias, como se fossem um só ho­mem, dirigiam os que trabalhavam na construção do templo de Deus; o mesmo fizeram os filhos de Hena­dad, com seus filhos e irmãos, que eram levitas. 10Logo que os pedrei­ros lançaram os funda­men­­tos do tem­plo do Senhor, apresen­ta­ram-se os sacerdotes ornamenta­dos, para assistir à cerimónia, com as trom­be­tas, e os levitas, filhos de Asaf, com os címbalos, para louvar o Se­nhor, segundo as ordens de David, rei de Israel. 11Entoaram ao Senhor este cântico de louvor: «Porque Ele é bom e o seu amor para com Israel é eterno!» E todo o povo soltou ex­cla­mações de alegria para cele­brar o Se­nhor, por ocasião do lança­mento dos alicerces do seu templo.

12E, enquanto muitos gritavam jubilosos de alegria, alguns sacer­do­­tes, levitas e chefes de família já ido­­sos, que tinham visto o primeiro tem­­plo, choravam em voz alta, ao presenciar o lançamento dos alicer­ces do novo edifício. 13Era impos­sí­vel distinguir os gritos de alegria dos cla­mores daqueles que chora­vam, pois todo o povo gritava em altos brados, e o eco das suas vozes podia ouvir-se de muito longe.

Capítulo 4

Interrupção das obras do tem­plo (2 Rs 17,24-41; Ag 1,2-4; Zc 8,9-10) – 1Os inimigos de Judá e de Benja­mim, ao saber que os repa­tria­dos es­ta­vam a construir um templo ao Se­nhor, Deus de Is­rael, 2foram pro­curar Zoro­babel e os chefes de famí­lia e disse­ram-lhes: «Deixai-nos cons­truir con­vosco, por­que, como vós, hon­ramos também o vosso Deus e oferecemos-lhe sacrifí­cios, desde que Assara­don, rei de Assíria, nos trouxe para aqui.» 3Mas Zorobabel, Jesua e os outros chefes das famílias de Israel res­pon­­deram-lhes: «Não é conveniente que nós e vós construamos em conjunto a morada do nosso Deus: somente nós havemos de construí-la ao Se­nhor, Deus de Israel, como nos or­denou Ciro, rei da Pérsia.» 4Disto resul­tou que os homens daquela terra intimidavam e inquietavam o povo de Judá para que não trabalhasse. 5Subornaram contra eles alguns con­selheiros para que frustrassem a sua obra. Isto durou desde o reinado de Ciro até ao de Dario, reis da Pérsia.


Acusação à corte6No reinado de Assuero, logo no início do seu governo, escreveram uma carta de acusação contra os habitantes de Judá e de Jerusalém. 7Depois, no tempo de Artaxerxes, Bislam, Mitrí­dates, Tabiel e os seus colegas es­cre­veram ao mesmo Artaxerxes, rei da Pérsia. A carta foi escrita em carac­­­teres ara­maicos e traduzida em aramaico. 8Reum, governador, e o secretá­rio Chimechai escreve­ram a Artaxer­xes, a respeito de Jeru­sa­lém, uma carta que continha o se­guinte: 9«Reum, governador, Chime­chai, secretário, e os seus colegas de Din, de Afar­sa­tac, de Terfal, de Afarsa, de Ercua, de Babilónia, de Susa, de Dea, do Elam 10e os outros povos que o grande e ilustre Asna­par trouxe consigo e ins­talou em paz na localidade de Sa­ma­­ria e nas outras regiões da outra margem do rio.»

11Eis a cópia da carta que envia­ram a Artaxerxes: «Os teus servos, os povos da outra margem do rio, saú­dam-te. 12Saiba o rei que os ju­deus que partiram do teu país para vir para o meio de nós, para Jeru­sa­lém, reconstroem esta cidade má e rebelde, levantando os muros e res­taurando-lhe os fundamentos. 13Saiba também o rei que, se esta cidade for recons­truída e os seus muros levan­tados, os seus habitan­tes não paga­rão mais impostos nem tributos nem rendas, o que será causa de prejuízo para os reis. 14Nós, porém, tendo em vista o sal que comemos no teu pa­lácio e não achando conveniente ver menospre­zado o rei, transmitimos-te estas in­formações, 15para que man­­des con­sultar os livros de re­gisto dos teus pais. Aí verás como esta ci­dade é uma cidade rebelde, funesta aos reis e às suas pro­vín­cias, e como já nos anti­gos tempos se deram nela rebeliões. Por isso foi destruída. 16Nós fazemos saber ao rei que, se esta ci­dade for recons­truída e levantados os seus mu­ros, não poderás mais con­servar as tuas possessões do outro lado do rio.»


Resposta da corte (Ne 1,3) – 17Eis a resposta que o rei mandou:

«Ao governador Reum e ao secre­tário Chimechai e aos seus outros colegas, habitantes da Samaria e das outras regiões, na outra mar­gem do rio: Saúde e paz. 18A carta que nos enviastes foi lida com exactidão na minha presença. 19Por minha ordem, fizeram-se investigações e consta­tou-se que, desde os tempos mais anti­gos, aquela cidade se sublevou con­tra os reis e que nela se deram sedições e revoltas. 20Houve em Jerusalém reis poderosos, senhores de todo o país da outra margem do rio, aos quais se pagavam impostos, tribu­tos e ren­das. 21Consequente­mente, or­deno que ces­sem os traba­lhos dessa gente, a fim de que não se recons­trua essa cidade, até que eu dê ordens em contrário. 22Não negligencieis o cum­primento desta ordem, para que o mal não au­mente, em prejuízo dos reis.»


Interrupção dos trabalhos23Quan­do leram a carta do rei Arta­xerxes na presença de Reum, gover­nador, de Chimechai, secretário, e dos seus colegas, eles foram a toda a pressa a Jerusalém, junto dos ju­deus, e obrigaram-nos, pela força e pela violência, a cessarem os traba­lhos.

24A restauração do templo de Deus em Jerusalém foi interrom­pida até ao segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia.

Capítulo 5

Reconstrução do templo (520-515) (Ag 1,1-15; Zc 4,9-10) – 1O pro­feta Ageu e o profeta Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jeru­salém, em nome do Deus de Israel. 2Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e Jesua, filho de Jocédec, retoma­ram a recons­trução do tem­plo de Deus em Jeru­salém, com a ajuda e assis­tência dos profetas de Deus.

3Naquele tempo, Tatenai, gover­­na­­­dor da outra margem do rio, Chetar-Bozenai e os seus colegas vieram pro­curá-los e falaram-lhes assim: «Quem vos autorizou a re­cons­truir o templo e a levantar as suas paredes?» 4E acrescentaram: «Quais são os nomes dos homens que trabalham neste edifício?»

5Mas Deus tinha os olhos sobre os anciãos dos judeus, e nin­guém lhes impediu a continuação dos tra­ba­lhos, espe­rando que che­gasse a resposta escrita de Dario sobre este assunto.


Relatório enviado ao rei6Cópia da carta que enviaram ao rei Dario o governador Tatenai, da outra mar­­gem do rio, Chetar-Bozenai e os seus colegas de Afarsac, que tam­bém vi­viam na outra margem do rio. 7En­viaram-lhe um relatório nestes termos:

«Ao rei Dario, saúde e pros­pe­ri­dade perfeita! 8Saiba o rei que fo­mos à província de Judá, ao tem­plo do grande Deus. Ele está a ser re­construído com pedras enormes, e o madeiramento está colocado sobre as paredes. Este trabalho está a ser executado com cuidado e cresce gra­ças às suas mãos. 9Por isso, interro­gámos os anciãos: ‘Quem vos autori­zou a reconstruir este templo e a levantar-lhe os muros?’ 10Perguntá­mos-lhes, também, os seus nomes para os escrever aqui, a fim de te dar conhecimento, pelo menos dos que estão à frente deles.

11Responde­ram-nos: “Nós somos servos do Deus do céu e da terra; estamos a recons­truir o templo que há muitos anos fora construído e con­cluído por um grande rei de Israel. 12Mas os nossos pais atraíram a ira do Deus do céu, que os entregou nas mãos do caldeu Na­bucodonosor, rei da Babi­lónia, que destruiu o templo e levou o povo ca­tivo para Babi­ló­nia. 13En­tretanto, no primeiro ano de Ciro, rei da Ba­bi­lónia, o rei Ciro ordenou a recons­trução deste tem­plo de Deus. 14E o próprio rei Ciro reti­rou do templo da Babilónia os uten­sílios de ouro e prata perten­cen­tes ao tem­­plo de Deus, que Nabuco­dono­­sor rou­bara no santuário de Jerusa­lém e trans­ferira para o templo da Babiló­nia, e entregou-os a Sesbaçar, que ele no­meou governador. 15E disse-lhe: ‘Toma estes utensílios, leva-os para o tem­plo de Jerusalém, e que o templo de Deus seja reconstruído sobre os seus alicerces.’ 16Então, Ses­­­baçar veio para aqui e lançou os fundamentos do templo de Deus em Jerusalém; desde esse tempo até agora, nós te­mos continuado a cons­trução, que ainda não está termi­nada.”

17Por­tanto, se o rei acha con­ve­niente que se façam investigações nos arquivos do rei, na Babilónia, para ver se é verdade que a ordem de reconstru­ção do templo de Deus, em Jerusa­lém, foi dada pelo rei Ciro, que o faça e, depois, comunique-nos a sua real decisão a tal respeito.»

Capítulo 6

Decreto de Dario (1,2-4) – 1En­tão, o rei Dario emitiu um de­creto com ordens para que se fizes­sem investigações na Babilónia, na casa dos arquivos onde estavam deposi­ta­dos os tesouros. 2E encon­trou-se em Ecbátana, fortaleza si­tuada na província da Média, um volume, no qual se lia a seguinte memória:

3«No primeiro ano do reinado de Ciro, o rei Ciro deu esta ordem rela­tiva ao templo de Deus, que está situado em Jerusalém: Este templo deve ser reconstruído, a fim de que ali se ofereçam sacrifícios; os seus fun­damentos devem ser restau­rados.

A sua altura será de sessenta côva­dos. 4Terá três ordens de pedra ta­lhada e uma de madeira. A des­pesa será paga pela casa do rei. 5Além disso, devolveremos os uten­sílios de ouro e prata do templo de Deus, que Nabucodonosor trouxe do templo de Jerusalém para a Babilónia; serão repostos no templo de Jerusalém, no mesmo lugar em que estavam, e depositados no templo de Deus.

6Agora, pois, Tatenai, governa­dor do território da outra margem do rio, Chetar-Bozenai e os vossos colegas de Afarsac, que estais na outra mar­gem do rio, afastai-vos. 7Deixai con­ti­­nuar os trabalhos do templo de Deus e que o governador dos judeus e seus anciãos o recons­truam no seu lugar. 8Também or­deno como se deve proce­der para com esses anciãos dos ju­deus a fim de que seja reconstruído o templo de Deus: das receitas reais, prove­nien­tes dos impostos, pagos na outra mar­gem do rio, pague-se inte­gralmente a esses homens, para que a obra não sofra interrupção; 9tudo aquilo que for necessário para os holo­caustos do Deus do céu, novilhos, car­neiros e cordeiros, trigo, sal, azeite e vinho, ser-lhes-á dado cada dia, sem falta, segundo a ordem dos sacerdo­tes que estão em Jerusalém, 10a fim de poderem oferecer sacrifícios de odor agradável ao Deus do céu e de reza­rem pela vida do rei e dos seus filhos. 11Eu, pois, ordeno que, se al­guém mo­di­ficar, seja no que for, este de­creto, seja arrancada uma viga da sua casa e seja erguida ao alto e ele seja pregado nela, reduzindo-se a sua casa a um montão de ruínas. 12E Deus, que ali faz habitar o seu nome, destrua todo o rei e todo o povo que levantar a mão para mudar este de­creto e destruir a morada de Deus que está em Jerusalém! Eu, Dario, dei esta ordem. Que ela seja pontual­mente executada.»


Conclusão e dedicação do tem­plo (1,2; 5,1-2; 1 Rs 8,62-65) –_13Assim, Ta­te­­­nai, governador da outra mar­gem do rio, Chetar-Bozenai e os seus cole­gas executaram fielmente a ordem do rei Dario. 14Os anciãos dos ju­deus pros­­­se­guiram com êxito a recons­tru­ção do templo, segundo as profecias de Ageu, o profeta, e de Zacarias, fi­lho de Ido. Terminaram a constru­ção, se­gundo a ordem do Deus de Israel e segundo a ordem de Ciro, de Dario e de Arta­xerxes, reis da Pér­sia. 15Con­cluiu-se o edi­fício no ter­ceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do rei­nado de Da­­rio. 16Os filhos de Israel, os sa­cer­do­­tes, os levitas e os demais repa­­tria­dos celebraram com júbilo a de­dicação do templo de Deus. 17Ofe­­re­ceram, para esta dedi­ca­ção, cem tou­­ros, du­zentos carnei­ros, quatrocen­tos cor­dei­­­ros e doze bo­des, como vítimas expia­­tórias pelos pecados de todo o Israel. 18Dis­tri­buí­ram os sacerdo­tes segundo as suas classes e os levitas segundo as suas divisões, para celebrarem o culto de Deus em Jerusalém, con­for­me as pres­crições do livro de Moisés.


Celebração da Páscoa (Ex 12,1-6; Lv 23,5-14) – 19Os repatriados cele­bra­ram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês. 20Os sacerdotes e os levitas, sem excepção, purificaram-se e, assim, to­dos estavam puros. Imo­la­ram a Pás­coa por todos os re­pa­tria­dos, pelos seus irmãos sacer­dotes e por eles mesmos.

21Os filhos de Is­rael, regressados do cativeiro, come­ram a sua Páscoa com todos aqueles que, afastando-se das práti­cas impu­ras dos povos da re­gião, se uniram a eles para segui­rem o Se­nhor, Deus de Israel. 22Ce­lebra­ram com júbilo a festa dos Ázi­mos durante sete dias, porque o Se­nhor os consolara, ao fazer com que o cora­­ção do rei da Assíria se incli­nasse para eles e os favorecesse nos tra­balhos da recons­trução do templo de Deus, do Deus de Israel.

Capítulo 7

Missão de Esdras (v.28; Ne 2,7-8.18) 1Após estes aconteci­men­tos, no reinado de Artaxerxes, rei da Pér­sia, chegou Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias, 2filho de Chalum, filho de Sadoc, fi­lho de Aitub, 3filho de Ama­rias, filho de Aza­rias, filho de Me­raiot, 4filho de Ze­raías, filho de Uzi, filho de Buqui, 5filho de Abisua, filho de Fineias, fi­lho de Eleázar, filho de Aarão, o Sumo Sacerdote. 6Este Esdras che­gava da Babilónia e era um escriba versado na lei de Moisés, dada pelo Senhor, Deus de Israel. Como a mão do Se­nhor, seu Deus, o protegia, o rei tinha-lhe con­cedido tudo o que ele pedira. 7Com ele voltaram para Jerusalém, no sétimo ano do rei Arta­xerxes, vá­rios filhos de Israel, sacer­dotes e levi­tas, cantores, porteiros e natineus.

8Es­dras chegou a Jerusa­lém no quinto mês do sétimo ano do rei. 9 Partiu da Babilónia no pri­meiro dia do pri­meiro mês e chegou a Jeru­sa­lém no primeiro dia do quinto mês, porque a mão benevolente do seu Deus es­tava com ele. 10Esdras, com efeito, aplicara o seu coração ao es­tudo da Lei do Senhor, praticando e ensi­nando em Israel as leis e as pres­­crições.


Carta de Artaxerxes (6,3-12; 8,28-­34) 11Esta é a cópia da carta que o rei Artaxerxes enviou a Esdras, sacer­dote e escriba, versado no co­nhe­ci­mento do texto da Lei do Senhor e das suas prescrições, a respeito de Israel:

12«Artaxerxes, rei dos reis, a Es­dras, sacerdote e escriba, versado na Lei do Deus do céu, saúde! 13Or­denei que deixassem partir contigo todos os do povo de Israel, os seus sacer­dotes e os seus levitas, resi­den­tes no meu reino, que desejem ir a Jerusa­lém, 14porque foste enviado pelo rei e os seus sete conselheiros para fazer uma inspecção em Judá e em Jeru­salém e ver como está a ser obser­vada a Lei do teu Deus, que tens nas tuas mãos. 15Levarás a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros oferece­ram esponta­nea­mente ao Deus de Israel, cuja morada está em Jerusa­lém. 16Além disso, levarás todo o ouro e prata que encontrares na provín­cia da Babilónia, com as ofertas vo­luntá­rias feitas generosamente pelo povo e pelos sacerdotes, para o tem­plo de Deus em Jerusalém.

17Por conseguinte, cuidarás de com­­­prar, com esse dinheiro, novi­lhos, carneiros, cordeiros, as ofertas e as libações: oferecê-las-ás em Jeru­salém sobre o altar do templo do vosso Deus. 18Com o resto do dinheiro e do ouro, farás o que te pare­cer melhor, a ti e aos teus ir­mãos, conforme a von­tade do vosso Deus. 19Os utensílios que te forem entregues para o serviço do templo do teu Deus depositá-los-ás diante do Deus de Jerusalém. 20Quan­to às outras despesas necessárias para o templo do teu Deus, hás-de provi­denciar a elas por meio dos re­cursos que o tesouro real te forne­cer. 21Eu mesmo, o rei Artaxerxes, ordeno a todos os tesoureiros da outra mar­gem do rio, que entreguem pon­tual­mente a Esdras, sacerdote, es­criba versado na Lei do Deus do céu, tudo o que ele solicitar, 22até à soma de cem talentos de prata, cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite, além de sal à dis­cri­ção. 23Tudo o que prescreveu o Deus do céu para o seu templo seja obser­vado a fim de que a cólera di­vina não se desencadeie sobre o nosso reino, sobre o rei e sobre os seus filhos.»


Isenção de impostos24«Por fim, notificamo-vos de que não é permi­tido impor tributo nem imposto nem encargos sobre nenhum dos sacer­do­­tes, levitas, cantores, porteiros, na­ti­­­neus e servos deste templo de Deus.

25E tu, Esdras, segundo a sabe­do­­ria do teu Deus na qual és versado, estabelecerás juízes e ma­gis­trados para fazerem justiça a todo o povo da outra margem do rio e a todos aque­les que conhecem as leis do teu Deus; e hás-de ensiná-las aos que as igno­ram. 26Todo aquele que não obser­var a Lei do teu Deus e a lei do rei será castigado rigoro­samente, ou com a morte, ou com o desterro, ou com uma multa ou, ao menos, com a prisão.»

27Bendito seja o Senhor, Deus dos nossos pais, que pôs no coração do rei o desejo de honrar o templo do Senhor, que está em Jerusalém, 28e que me fez obter o favor do rei, dos seus conselheiros e de todos os ou­tros poderosos oficiais do reino! For­ta­le­cido pela mão do Senhor, meu Deus, que me assistia, reuni os che­fes de Israel para que partissem co­migo.

Capítulo 8

Os companheiros de Esdras1Eis, pois, com as suas genea­lo­gias, os chefes de família que parti­ram comigo da Babilónia, no rei­nado de Artaxerxes: 2dos filhos de Fi­neias: Gérson; dos filhos de Itamar: Daniel; dos filhos de David: Hatus 3que des­cendia de Checanias; dos filhos de Parós: Zacarias e, com ele, cento e cinquenta homens; 4dos filhos de Paat-Moab: Elioenai, filho de Zeraías e, com ele, duzentos ho­mens; 5dos fi­lhos de Zatú: Checa­nias, o filho de Jaziel, e, com ele, trezen­tos homens; 6dos filhos de Adin: Ébed, filho de Jonatan, e, com ele, cinquenta ho­mens; 7filhos de Elam: Jesaías, filho de Atália, e, com ele, setenta homens; 8dos filhos de Che­fatias: Zebadias, filho de Miguel, e, com ele, oitenta homens; 9filhos de Joab: Abdias, filho de Jaiel, e, com ele, duzentos e de­zoito homens; 10dos filhos de Chelo­mite: o filho de Josifias e, com ele, cento e sessenta homens; 11dos fi­lhos de Bebai: Zaca­rias, filho de Bebai, e, com ele, vinte e oito homens; 12dos filhos de Aze­gad: Joanan, filho de Hacatan, e, com ele, cento e dez ho­mens; 13dos filhos de Adonicam, que foram os últi­mos, são estes os seus nomes: Elifélet, Jeiel e Semeias, e, com eles, ses­sen­ta homens; 14dos fi­lhos de Begvai: Utai e Zabud e, com eles, setenta homens.


Ministros sagrados15Eu reuni-os junto do rio que corre para Aavá e ali acampámos três dias. Tendo observado o povo e os sacerdotes, não encontrei entre eles nenhum dos filhos de Levi. 16Então, mandei pro­curar os chefes Eliézer, Ariel, Se­meias, Elnatan, Jarib, um outro Elnatan, Natan, Zacarias e Mechu­lam, bem como Joiarib e Elnatan, doutores da Lei. 17Enviei-os ao chefe Ido, que residia em Cassífia. Ditei-lhes as pala­vras que deviam dizer a Ido e aos seus irmãos, os natineus, residentes em Cassífia, a fim de que nos trou­xessem minis­tros para o templo do nosso Deus. 18E, como estava connosco a mão bendita do nosso Deus, eles trou­xe­ram Cherebias, homem inteli­gente de entre os filhos de Maali, filho de Levi, filho de Israel, e com ele os seus filhos e irmãos, em número de de­zoito; 19Hasabias e com ele Je­saías, dos filhos de Merari, seus ir­mãos e seus filhos, em número de vinte; 20dos natineus, entregues por Da­vid e pelos chefes para o ser­viço dos levitas, duzentos e vinte nati­neus, todos designados pelo seu nome.


Viagem de Esdras para Jerusa­lém21Ali, junto do rio Aavá, pro­clamei um jejum a fim de nos humi­lharmos diante do nosso Deus e de lhe implorarmos uma feliz viagem para nós e para os nossos filhos, com todos os nossos haveres. 22Envergo­nhei-me, com efeito, de pe­dir ao rei uma escolta de cavalei­ros para nos proteger contra os inimigos, durante o trajecto, porque tínhamos dito ao rei: «A mão do nosso Deus protege, com a sua bon­dade, todos aqueles que o procuram; mas a sua força e a sua cólera fazem-se sentir sobre todos aqueles que o abandonam.» 23Por isso, jejuá­mos e fizemos oração ao nosso Deus, e Ele ouviu-nos.

24Escolhi doze chefes dos sacer­dotes, Cherebias, Hasabias e dez dos seus irmãos. 25Diante deles pesei a prata, o ouro e os utensílios ofere­cidos para o templo do nosso Deus pelo rei, pelos seus conselheiros, pelos seus príncipes e por todos os israe­li­tas que ali se encontravam. 26En­treguei-lhes o peso de seiscen­tos e cinquenta talentos de prata, uten­sí­lios de prata com o peso de cem ta­lentos, cem talentos de ouro, 27vinte taças de ouro no valor de mil dáricos e dois vasos de bronze muito claro e brilhante, tão precioso como o ouro.

28E disse-lhes: «Vós sois consa­gra­­dos ao Senhor; estes utensílios são con­sagrados; esta prata e este ouro são uma oferta espontânea feita ao Se­­nhor, Deus dos vossos pais. 29Guar­­­dai-os com cuidado, até que vós os peseis dian­te dos chefes dos sacer­do­tes e dos levitas e diante dos chefes de famí­lia de Israel, em Jeru­salém, nas sa­las do templo do Se­nhor.» 30Os sacer­dotes e os levitas rece­be­­ram, pois, o ouro, a prata e os uten­­sí­­lios assim pesados, a fim de os levar para Jeru­salém, para o tem­­plo do nosso Deus. 31Partimos do rio de Aavá, no décimo segundo dia do pri­meiro mês, em di­rec­ção a Je­­ru­salém. A mão do nosso Deus pro­tegeu-nos e defen­deu-nos durante o trajecto, das mãos dos inimigos e das suas embos­ca­das.


Chegada a Jerusalém32Chega­dos a Jerusalém, repousámos du­rante três dias. 33No quarto dia, a prata, o ouro e os utensílios foram pesados no templo do nosso Deus e entregues a Meremot, filho de Urias, sacerdote. Tinha consigo Eleázar, fi­lho de Fineias, e com ele os levitas Jozabad, filho de Jesua, e Noadias, filho de Binui. 34Tudo foi contado e pesado. Ao mesmo tempo, o peso total foi consignado por escrito. 35Os que vinham do exílio, homens nas­cidos no cativeiro, ofereceram em holo­causto, ao Deus de Israel, doze touros por todo o Israel, noventa e seis carnei­ros, setenta e sete cor­dei­ros e doze bodes como vítimas expia­tórias, tudo em holocausto ao Se­nhor. 36Trans­mitiram o decreto do rei aos sátra­pas do rei e aos gover­nadores da outra margem do rio, os quais apoia­ram o povo e o templo de Deus.

Capítulo 9

Casamentos mistos (Dt 7,1-4; Ne 13,23-28; Ml 2,10-12) – 1De­pois des­tes acontecimentos, os che­fes vieram ter comigo e disseram-me: «O povo de Israel, os sacerdotes e os levitas não se afastaram dos habitantes des­te país. Imitaram as abomi­na­ções dos cananeus, dos hiti­tas, dos peri­zeus, dos jebuseus, dos amoni­tas, dos moa­bitas, dos egíp­cios e dos amor­reus. 2Toma­ram, entre as filhas de­les, mu­lheres para si e para os seus filhos. Assim, a raça santificada misturou-se com a dos habitantes do país. Os chefes e ma­gis­trados foram os pri­meiros a come­ter este pecado.» 3Ao ouvir estas palavras, rasguei a mi­nha túnica e a capa, arranquei cabelos da cabeça e da barba e sentei-me desolado. 4Ao redor de mim reuni­ram-se todos aqueles que temiam a palavra do Deus de Israel, por causa das prevaricações dos sobreviventes do cativeiro. Quanto a mim, estive desolado até ao sacrifício da tarde.


Oração de Esdras (Lv 18,24-27; Ne 1,6-9) – 5Na hora da oblação da tarde, levantei-me da minha aflição, com as minhas vestes e o meu manto ras­gados; e, então, caindo de joe­lhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus, 6e disse: «Meu Deus, estou envergonhado e con­fuso, ao levan­tar a minha face para ti, meu Deus; porque as nossas iniqui­dades acu­mu­lam-se sobre as nossas cabeças, e os nossos pecados che­gam até ao céu. 7Desde o tempo dos nossos pais até ao dia de hoje, temos sido gra­vemente culpados; e, por cau­sa das nossas iniquidades, fomos escravi­zados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, entregues à mercê dos reis dos outros países, à espada, ao cativeiro, à pilhagem e à ver­go­nha que nos cobre ainda o rosto nos dias de hoje. 8Entretanto, o Senhor, nosso Deus, testemunhou-nos a sua mise­ricórdia, deixando subsistir um resto do nosso povo e concedeu-nos refú­gio no seu lugar santo. O nosso Deus quis, assim, fazer brilhar aos nossos olhos a sua luz e dar-nos um pouco de vida no meio da nossa ser­vidão. 9Porque nós somos escravos, mas o nosso Deus não nos abando­nou no nosso cati­veiro. Ele conce­deu-nos a benevo­lên­­­cia dos reis da Pérsia, con­servando-nos a vida para recons­truir­mos a morada do nosso Deus e reer­guermos as suas ruínas, e prometeu-nos um refúgio seguro em Judá e em Jerusalém.

10Agora, ó nosso Deus, que mais po­de­remos di­zer, depois disto? 11Nós abandoná­mos os mandamentos que Tu nos deste por meio dos teus ser­vos, os profetas, que diziam: ‘O país que ides possuir é um país de im­pu­reza, contaminado pelas imundícies dos povos dessa região, pelas abomi­na­ções e impurezas com que o en­che­­ram, de uma extremidade à outra. 12Não lhes deis, pois, as vossas fi­lhas, e os vossos filhos não tomem as filhas deles; não vos preocupeis mais com a sua prosperidade e o seu bem-estar, para que vos torneis for­tes e comais os bons produtos deste país, o qual transmitireis, para sem­­pre, como herança, aos vossos des­cen­dentes.’

13Ora, depois de tudo o que nos aconteceu, por causa das nos­­sas más acções e dos nossos peca­dos, Tu nos conservaste, ó nosso Deus, mais do que mereciam as nos­sas ini­quida­des, e deixaste subsistir um res­to do nosso povo. 14Podería­mos reco­meçar a vio­lar os teus man­da­mentos, aliando-nos por casa­mento a estes povos abo­mináveis? Não te irritarias contra nós até nos exter­mi­nar, sem deixar escapar um só sobrevivente? 15Se­nhor, Deus de Is­rael, Tu és justo, porque presente­mente nada mais somos do que um resto de sobre­vi­ventes. Eis-nos aqui, diante de ti, como culpados, sem podermos, por isso, subsistir na tua presença.»

Capítulo 10

Expulsão das mulheres es­tran­geiras (Ne 13,23-29) – 1En­quanto Esdras cho­rava pros­trado diante do templo de Deus e fazia esta prece e esta con­fissão, foi-se reu­­nindo ao redor dele uma multidão numerosa de israe­litas, homens, mu­­lheres e crianças, e todos derrama­vam abundantes lágrimas.

2Então, Checanias, filho de Jaiel, dos filhos de Elam, tomou a palavra e disse a Esdras: «Pecá­mos contra o nosso Deus, tomando por esposas mu­lhe­res estrangeiras, pertencentes ao povo deste país. Entretanto, resta ainda uma espe­rança para Israel. 3Fa­ça­mos, agora, uma aliança com o nosso Deus e mandemos embora todas essas mu­lheres e seus filhos, con­forme o conselho do meu senhor e daqueles que temem os manda­men­tos do nosso Deus. E que se cum­pra o que manda a Lei. 4Levanta-te, pois é tua a responsabilidade deste tra­ba­lho; nós estamos contigo. Cora­­gem, e mãos à obra!»

5Então, Esdras levantou-se e fez com que os chefes dos sacerdotes, dos levitas e de todos os de Israel jurassem que agiriam como acabava de ser dito. E eles juraram. 6De­pois, Esdras retirou-se do templo de Deus e foi ao quarto de Joanan, filho de Eliachib, permanecendo ali, sem comer nem beber, porque cho­rava os pecados dos sobreviventes do cativeiro.

7Fez-se, então, uma pro­­clamação em Judá e em Jerusalém, para to­dos os sobreviventes do cati­veiro, a fim de que se reunissem em Jeru­salém. 8Quem não compa­re­cesse den­tro de três dias, conforme as or­dens dos anciãos e dos chefes, veria confiscados os seus bens e seria ex­cluído da assembleia dos repa­triados.

9Todos os homens de Judá e de Benjamim se reuniram, pois, em Je­ru­salém, no prazo dos três dias. Era o vigésimo dia do nono mês. Todo o povo que se encontrava na presença do templo de Deus, tre­mia, não só pela gravidade da circuns­tância mas também porque estava a chover. 10Es­dras, o sacerdote, levan­tou-se e disse-lhes: «Vós pecastes, tomando por esposas mulheres es­tran­geiras, agra­vando assim a ini­quidade de Is­rael. 11Agora, dai glória ao Senhor, Deus dos nossos pais, e fazei a sua von­tade. Separai-vos do povo deste país e das mu­lheres estrangeiras.»


Comissão executiva12Toda a assem­bleia respondeu em alta voz: «Sim, faremos como disseste. 13Mas o povo é numeroso, e é a estação das chuvas; não se pode, pois, perma­ne­cer cá fora; além disso, isto não é assunto para um dia ou dois, pois são muitos os que, entre nós, peca­ram a este respeito. 14Que os nos­sos che­fes fiquem aqui a fim de representar toda a assembleia, e que todos aque­les que, nas nossas cida­des, recebe­ram em suas casas uma ou mais mulheres estrangeiras, se apresen­tem nas datas que serão fixa­das, com os anciãos de cada cidade e os seus juízes, até que consigamos afas­tar de nós o fogo da cólera do nosso Deus, por causa des­ta ques­tão.»

15Jo­natan, filho de Asael, e Ja­zias, filho de Ticvá, foram os únicos que se opu­seram a essa ordem, apoia­dos por Mechulam e Chabetai, o levita. 16Os repatriados, porém, confor­ma­ram-se. Esdras, o sacer­dote, e alguns homens, chefes das famí­lias, segundo as suas casas, todos designados pelos seus nomes, senta­ram-se a exami­nar este assunto, no primeiro dia do décimo mês.

17No pri­meiro dia do primeiro mês, a questão dos homens que tinham desposado mulheres estran­gei­ras já estava resolvida.


Lista dos transgressores18En­tre os filhos dos sacerdotes encon­tra­ram-se alguns que tinham des­po­sado mulheres estrangeiras, a saber: entre os filhos de Jesua, filho de Jocédec, e seus irmãos, havia Maazias, Elié­zer, Jarib e Godolias; 19estes jura­ram repudiar as suas mulheres e ofere­ce­ram um carneiro pela expiação da sua falta; 20entre os filhos de Imer: Hanani e Zeba­dias; 21entre os filhos de Harim: Mas­saías, Elias, Semeias, Jaiel e Uzias; 22entre os filhos de Pachiur: Elioe­nai, Massaías, Ismael, Natanael, Jozabad e Elassá; 23entre os levitas: Jozabad, Chimei, Que­laías também chamado Quelitá, Petaías, Judá e Elié­zer; 24entre os cantores: Elia­chib; entre os porteiros: Chalum, Telem e Uri.

25Quanto aos filhos de Israel: entre os filhos de Parós: Ramias, Jizias, Malquias, Miamin, Eleázar, Malquias e Benaías; 26entre os fi­lhos de Elam: Matanias, Zacarias, Jaiel, Abdi, Jerimot e Elias; 27entre os filhos de Zatú: Elioenai, Eliachib, Mata­nias, Jerimot, Zabad e Aziza; 28entre os filhos de Bebai: Joanan, Hana­nías, Zabai, Atlai; 29entre os filhos de Bani: Mechulam, Maluc, Adaías, Jassub, Cheal e Ramot; 30en­tre os filhos de Paat-Moab: Adná, Calal, Benaías, Mas­saías, Mata­nias, Beçalel, Binui e Manassés; 31entre os filhos de Ha­rim: Eliézer, Jisias, Malquias, Che­maías, Simeão, 32Benjamim, Maluc, Chemarias; 33en­tre os filhos de Ha­chum: Matenai, Matatá, Zabad, Eli­félet, Jeremai, Ma­nassés, Chimei; 34entre os filhos de Bani: Maadai, Ameram, Uel, 35Benaías, Bedias e Quelú, 36Vanias, Meremot, Eliachib, 37Matanias, Ma­te­nai, Jaasai; 38dos fi­lhos de Binui, Chimei, 39Chele­mias, Natan, Adaías, 40Macnadebai, Cha­chai, Charai, 41Aza­rel, Chelemias, Che­­marias, 42Cha­lum, Amarias, José; 43en­tre os filhos de Nebo: Jeiel, Ma­ta­tias, Zabad, Zebina, Jadai, Joel e Benaías.

44Todos estes homens casaram com mulheres estrangeiras, e mui­tas delas tiveram filhos.

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