Capítulo 11

Atália, rainha de Judá (841-835) (2 Cr 22,10-23,21) – 1Atá­lia, mãe de Acazias, ao ver seu filho morto, decidiu exterminar toda a descen­dência real. 2Joseba, porém, filha do rei Jorão e irmã de Acazias, tomou Joás, filho de Acazias, e li­vrou-o do massacre dos filhos do rei, escon­dendo-o, com a sua ama de leite, no quarto de dormir. Oculta­ram-no, assim, de Atália, de modo que pôde escapar à morte. 3Esteve seis anos escondido com Joseba no templo do Senhor, no tempo em que Atália rei­nava no país. 4No sétimo ano, Joiadá convocou os centuriões dos cários e os guardas e intro­du­ziu-os no templo do Senhor. Fez com eles um pacto, e, depois de os fazer jurar no templo do Senhor, mostrou-lhes o filho do rei 5e disse: «Eis o que haveis de fazer: daqueles que en­tram ao serviço no sábado, um terço de vós montará guarda no palácio real, 6um terço guardará a porta de Sur, e um terço, a porta que está por detrás da casa dos guardas. Vigiai o palácio, de modo que ninguém possa entrar. 7As duas companhias que terminarem a sua semana fa­rão guarda ao tem­plo do Senhor, junto do rei. 8Esta­reis de armas nas mãos em volta do rei, de maneira que, se alguém qui­ser forçar as vossas filei­ras, será morto. Estareis ao lado do rei, para onde quer que ele for.» 9Os centu­riões executaram fielmente as or­dens do sacerdote Joiadá. Toma­ram cada um os seus homens, tanto os que começavam o serviço ao sá­bado, como os que terminavam, e foram ter com o sacerdote Joiadá. 10Este deu-lhes a lança e os escu­dos do rei David, que se encontra­vam no tem­plo do Senhor. 11Os guardas posta­ram-se à volta do rei, todos de armas na mão, ao longo do altar e do templo, desde o lado sul até ao lado norte do templo. 12En­tão, Joiadá trouxe para fora o filho do rei, pôs-lhe o diadema na cabeça e entregou-lhe o documento da aliança. Procla­maram-no rei, ungiram-no e todos o aplaudiram, gritando: «Viva o rei!»

13Atália, ao ouvir a gritaria que faziam os guardas e o povo, entrou no templo do Senhor pelo meio da multidão. 14E viu, surpreendida, que o rei estava de pé sobre o estrado, se­gundo o costume, tendo ao seu lado os cantores e as trombetas, en­quan­to o povo se alegrava, tocando trombe­tas. Então, ela rasgou as ves­tes, gri­tando: «Conspiração! Conspi­ra­ção!»

15Mas o sacerdote Joiadá or­denou aos centuriões que comanda­vam as tro­pas: «Levai-a para fora do recinto do templo e, se alguém a seguir, matai-o com a espada.» Pois o pon­tífice proibira que a matassem no templo do Senhor. 16Agarraram-na, por con­seguinte, e ao chegarem ao palácio real, pelo caminho da en­trada dos ca­valos, ali a mataram. 17Joiadá fez uma aliança com o Senhor, o rei e o povo, segundo a qual o povo de­via ser o povo do Senhor. Fez também uma aliança entre o rei e o povo.

18Todo o povo da terra entrou então no templo de Baal e destruiu-o; der­rubaram os altares, partiram em bo­cados as imagens e assassinaram Matan, sacerdote de Baal, diante do altar. O sacerdote Joiadá colocou guar­das no templo do Senhor. 19To­mou, a seguir, os centuriões, os cários e os guardas e todo o povo da terra, e levaram o rei desde o templo do Senhor até ao palácio real, onde en­trou pela porta dos guardas. E Joás sentou-se no trono dos reis. 20Todo o povo da terra se alegrou e a cidade ficou em paz. Atália tinha sido morta à espada no palácio real.

Capítulo 12

Reinado de Joás (835-796) (2 Cr 24,1-27) – 1Joás tinha sete anos quando subiu ao trono. 2Come­çou a reinar no sétimo ano de Jeú e rei­nou quarenta anos em Jeru­salém. A sua mãe chamava-se Síbia, natural de Bercheba. 3Joás fez o que era recto aos olhos do Senhor, durante o tempo em que esteve sob a direc­ção do sacerdote Joiadá. 4Mas não destruiu os luga­res altos, onde todo o povo conti­nua­va a sacrificar e a queimar incenso. 5Joás disse aos sa­cerdotes: «Todo o dinheiro das coisas consagradas tra­zido ao templo do Senhor, o dinheiro entregue por todo o israelita recen­seado, o dinheiro pro­veniente do resgate das pessoas, após avaliação, e os dons espontâ­neos ofe­recidos ao templo do Senhor, 6recebê-lo-ão os sacerdotes e empregá-lo-ão na repa­ração do templo do Senhor, onde quer que precise de ser repa­rado.» 7Contudo, no vigésimo terceiro ano do reinado de Joás, os sacerdo­tes ainda não tinham feito qualquer res­tauração no templo do Senhor.

8O rei chamou o sacerdote Joiadá e os outros sacerdotes, e disse-lhes: «Porque não fazeis a reparação do templo? Doravante não recebereis mais dinheiro do povo, mas entregá-lo-eis, para se proceder às repara­ções do templo.» 9Proibiu os sacer­dotes de receber o dinheiro do povo e de fazer as reparações do edifício.

10O sacerdote Joiadá tomou um cofre, fez-lhe um buraco na tampa e colocou-o junto do altar, à direita da entrada do templo do Senhor. Os sacerdotes que guardavam a entra­da do templo depositavam ali todo o dinheiro que era levado ao templo do Senhor. 11Quando viam que ha­via muito dinheiro no cofre, um es­cri­ba do rei, com o Sumo Sacerdote, vinha, recolhia e contava o dinheiro, que se encontrava no templo do Se­nhor. 12Uma vez pesado o dinhei­ro, entregavam-no aos encarregados das obras do templo do Senhor, os quais pagavam aos carpinteiros e operá­rios que trabalhavam na casa do Se­nhor, 13bem como aos pedrei­ros e aos canteiros; compravam ain­da a ma­deira e as pedras de canta­ria neces­sárias às reparações, e cobriam todas as despesas decor­ren­tes dos traba­lhos. 14Porém, não se faziam taças, nem facas, nem ba­cias, nem trom­be­tas, nem utensílio algum de ouro ou de prata, com o dinheiro trazido do templo do Se­nhor. 15Antes, era integralmente dado aos empreitei­ros que o empre­gavam nas repara­ções do templo do Senhor. 16Não se pe­diam contas àque­les que recebiam o di­nhei­ro, des­tinado à paga dos ope­rá­rios, por­­que eram homens que tra­balha­vam honestamente. 17O di­nheiro dos sacrifícios pelo delito ou pelo pecado não era levado à casa do Senhor, por­que era dos sacerdotes.

18Na­que­le tempo, Hazael, rei da Sí­­ria, sitiou e apoderou-se de Gat. Dispu­nha-se a marchar sobre Je­rusa­lém, 19mas Joás, rei de Judá, toman­do os objec­tos sa­grados ofe­recidos pelos seus ante­pas­sados, Josafat, Jorão e Acazias, reis de Judá, e os que ele mesmo tinha oferecido, assim como todo o ouro que se achava nas reser­vas do tem­plo do Senhor e do palá­cio real, enviou tudo a Hazael, rei da Síria, o qual desistiu da sua cam­pa­nha con­tra Jerusalém.

20O resto da his­tória de Joás e tudo o que ele fez está tudo escrito no Li­vro dos Anais dos Reis de Judá. 21Os seus servos subleva­ram-se, conspi­ra­ram e assas­­si­­na­ram o rei Joás em Bet-Milo, na descida de Sila. 22Joza­bad, filho de Chimeat, e Jozabad, filho de Cho­mer, seus ser­vi­dores, feriram-no e ele morreu. Joás foi sepultado junto dos seus pais na cidade de David. Su­cedeu-lhe no trono seu filho Ama­cias.

Capítulo 13

Joacaz, rei de Israel (813-797) 1No vigésimo terceiro ano do reinado de Joás, filho de Acazias, rei de Judá, Joacaz, filho de Jeú, tornou-se rei de Israel, na Samaria, e rei­nou dezassete anos. 2Fez o mal aos olhos do Senhor, imitando os peca­dos de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Is­rael, e não se desviou desses peca­dos. 3Por isso, a cólera do Senhor inflamou-se contra Israel, e entre­gou-o nas mãos de Hazael, rei da Síria, e de Ben-Hadad, filho de Ha­zael, durante muito tempo. 4Mas Joa­caz rogou ao Senhor, e o Senhor, vendo como os filhos de Israel se encontravam oprimidos por Hazael, rei da Síria, ouviu-o, 5dando aos is­raelitas um libertador. Libertados das mãos do rei da Síria, voltaram de novo a habitar nas suas tendas.

6Entretanto, não se afastaram dos pecados da casa de Jeroboão, que fizera pecar Israel, mas continua­ram a cometê-los; até o ídolo de Achera ficou de pé na Samaria. 7Com efeito, não restaram a Joacaz mais de cinquenta cavaleiros, dez carros e dez mil soldados de infantaria. Os ou­tros, o rei da Síria tinha-os ani­quilado e reduzido a pó do chão.

8O resto da história de Joacaz, os seus actos e a sua valentia, está tudo es­crito no Livro dos Anais dos Reis de Israel. 9Joacaz adormeceu jun­tando-se aos seus pais e foi sepultado na Samaria. Joás, seu filho, sucedeu-lhe no trono.


Joás, rei de Israel (797-782) – 10No trigésimo sétimo ano do reinado de Joás, rei de Judá, Joás, filho de Joa­caz, começou a reinar sobre Israel, na Samaria, e reinou dezasseis anos. 11Fez o mal aos olhos do Senhor e não se afastou dos pecados de Jero­boão, filho de Nabat, que fizera pe­car Israel; antes imitou-os.

12O resto da história de Joás, os seus actos e a sua valentia, a guerra que moveu con­tra Amacias, rei de Judá, está tudo escrito no Livro dos Anais dos Reis de Israel.

13Joás adormeceu juntando-se aos seus pais e Jeroboão sucedeu-lhe no trono. Joás foi sepultado na Sama­ria com os reis de Israel.


Morte de Eliseu14Eliseu fora atin­gido pela doença que o deveria vitimar. Joás, rei de Israel, foi vi­sitá-lo. Inclinando-se a chorar sobre o rosto do profeta, disse-lhe: «Meu pai! Meu pai! Carro e condutor de Is­rael!» 15Eliseu disse-lhe: «Traz-me um arco e flechas.» Joás levou-lhe um arco e flechas, 16e Eliseu disse ao rei de Israel: «Põe a tua mão no arco.»

Ele obedeceu; Eliseu colocou as suas mãos sobre as do rei, 17di­zendo: «Abre a janela do lado do oriente.» Joás abriu-a. «Atira uma flecha», or­de­nou Eli­seu. Ele atirou-a. Disse o profeta: «Flecha de vi­tó­ria, pelo Se­nhor! Fle­cha de vitória contra os sírios. Der­rotarás os sírios em Afec, até ao ex­termínio.» 18E acres­centou: «Toma as flechas.» Joás segurou-as. «Atira um dardo contra a terra!» O rei des­fechou três golpes e parou.

19O ho­mem de Deus irritou-se contra ele, e disse: «Seria necessário desfe­char cinco ou seis golpes. Te­rias então derrotado os sírios até ao exter­mí­nio. Assim, porém, só os der­ro­ta­rás três vezes!» 20Eliseu morreu e se­pul­taram-no.

Guerrilheiros moabitas fizeram, nesse ano, uma incursão no país. 21Mas aconteceu que um grupo de pessoas, que ia enterrar um ho­mem, viu esses guerrilheiros e atirou o ca­dáver ao túmulo de Eliseu. O morto, porém, ao tocar nos ossos de Eliseu, voltou à vida e pôs-se de pé.


Vitória de Israel sobre os sírios 22Hazael, rei da Síria, oprimira os filhos de Israel durante toda a vida de Joacaz. 23Mas o Senhor compa­de­ceu-se e usou de misericórdia para com eles. Concedeu-lhes de novo a sua benevolência, por causa da sua aliança com Abraão, Isaac e Jacob. O Senhor não os quis aniquilar, nem afastar mais da sua presença.

24Ha­zael, rei da Síria, morreu e o seu fi­lho Ben-Hadad sucedeu-lhe no trono. 25Joás, filho de Joacaz, reto­mou das mãos de Ben-Hadad, filho de Hazael, as cidades que este tinha arreba­tado a seu pai na guerra. Joás derrotou-o três vezes e recon­quis­tou as ci­dades de Israel.

Capítulo 14

Amacias, rei de Judá (796-767) (2 Cr 25,1-28) – 1No segundo ano do reinado de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel, come­çou a reinar Ama­cias, filho de Joás, rei de Judá. 2Ti­nha vinte e cinco anos, quando come­çou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. A sua mãe cha­mava-se Joadan, natural de Jeru­sa­lém. 3Fez o que é recto aos olhos do Senhor; mas não como David, seu pai. Se­guiu os passos de seu pai Joás. 4Os lugares altos, porém, não desapa­re­ceram e o povo continuou a sacri­ficar e a oferecer incenso sobre eles. 5Logo que se consolidou o seu rei­nado, mandou matar todos os ser­­vos que tinham assassinado o rei, seu pai. 6Mas não matou os filhos dos assassinos, conforme o que está escrito no livro da Lei de Moisés, segundo o preceito do Senhor: «Não morrerão os pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada um mor­re­rá pelo seu próprio pecado.» 7Ama­cias derrotou dez mil edomitas no vale do Sal. Conquistou a cidade de Sela e deu-lhe o nome de Jocteel, nome que conserva ainda hoje.

8Ama­cias enviou mensageiros a Joás, filho de Joacaz, filho de Jeú, rei de Israel, a fim de lhe dizer: «Vem, para que nos vejamos face a face.» 9Joás, rei de Israel, respondeu a Ama­cias, rei de Judá: «O cardo do Líbano mandou dizer ao cedro do Líbano: ‘Dá a tua filha por esposa ao meu filho.’ Mas os animais selva­gens do Lí­bano pas­saram e pisaram o cardo. 10Por­que derrotaste os edo­mitas, o teu co­ra­ção inchou-se de orgulho. Con­tenta-te com essa gló­ria e deixa-te ficar em casa. Queres, porventura, meter-te numa desafor­tu­nada empresa, que será a tua ruína e a ruína de Judá?» 11Mas Amacias de nada quis saber.

Então o rei de Israel pôs-se a cami­nho e encontrou-se com Ama­cias, rei de Judá, em Bet-Chémes, cidade de Judá. 12Judá foi derro­tado por Israel e cada qual fugiu para a sua tenda. 13Joás, rei de Is­rael, capturou Amacias, rei de Judá, filho de Joás, filho de Acazias, em Bet-Chémes.

Quando chegou a Jeru­salém, abriu uma brecha de qua­tro­centos côva­dos na muralha da ci­dade, desde a porta de Efraim até à porta da esquina. 14Tomou todo o ouro, toda a prata e todos os vasos que se encontravam no templo do Senhor e nos tesouros do palácio real, e voltou para a Sa­maria com os reféns.

15O resto da história de Joás, os seus actos e a sua valentia, a guerra que fez con­tra Amacias, rei de Judá, está tudo escrito no Livro dos Anais dos Reis de Israel. 16Joás adormeceu juntando-se aos seus pais e foi sepul­tado na Samaria com os reis de Is­rael. Suce­deu-lhe no trono seu filho Jeroboão. 17Amacias, filho de Joás, rei de Judá, viveu ainda quinze anos de­pois da morte de Joás, filho de Joa­caz, rei de Is­rael.

18O resto da história de Ama­cias está escrito no Livro dos Anais dos Reis de Judá. 19Em Jeru­salém, fize­ram uma conspiração, mas Ama­cias fugiu para Láquis. Mas man­da­ram-no perseguir e ali o ma­taram. 20Car­regaram, depois, o seu corpo em cima de cavalos, e sepulta­ram-no em Jeru­salém junto dos seus pais, na cidade de David. 21Todo o povo de Judá to­mou Azarias, que tinha dezasseis anos, e proclamou-o rei, no lugar de seu pai Amacias. 22Depois de o rei ter adormecido, jun­tando-se aos seus pais, Azarias recons­truiu Elat e res­tituiu-a ao domínio de Judá.


Jeroboão II, rei de Israel (782-753) – 23No décimo quinto ano do reinado de Amacias, filho de Joás, rei de Judá, Jeroboão, filho de Joás, começou a reinar sobre Israel, na Samaria. Rei­nou quarenta e um anos. 24Fez o mal aos olhos do Senhor, e não se afas­tou dos pecados de Jero­boão, filho de Nabat, que fizera pecar Is­rael. 25Res­tabeleceu as fronteiras de Israel, desde a entrada para Ha­mat até ao mar da planície, confor­me o Senhor anunciara pela boca do seu servo Jo­nas, filho de Amitai, natural de Gat-Héfer. 26O Senhor vira a afli­ção tão amargurada de Israel, pois já não restavam nem escravos nem homens livres nem havia ninguém para socorrer Israel. 27O Senhor não decretara ainda apagar o nome de Israel de debaixo do céu e, por isso, libertou-o pelas mãos de Jeroboão, filho de Joás.

28O resto da história de Jeroboão, os seus actos e a sua valentia, o modo como combateu e reconquistou Da­masco e Hamat de Judá para Israel, está tudo escrito no Livro dos Anais dos Reis de Israel. 29Jeroboão ador­meceu juntando-se aos seus pais, os reis de Israel. E sucedeu-lhe no tro­no o seu filho Za­carias.

Capítulo 15

Azarias, rei de Judá (767-739) (2 Cr 26,1-23) – 1No vigésimo sé­timo ano do reinado de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amacias, rei de Judá. 2Ti­nha dezasseis anos quando começou a rei­nar e reinou cinquenta e dois anos em Jerusa­lém. Sua mãe cha­mava-se Jecolias, natural de Jeru­salém.

3Ele fez o que era recto aos olhos do Se­nhor, seguindo fielmente os pas­sos de seu pai Amacias. 4Con­tudo, os lugares altos não desapareceram. O povo continuou a sacrificar e a ofe­re­cer incenso sobre eles. 5O Se­nhor feriu de lepra o rei, que ficou leproso até ao dia da sua morte, vivendo isolado numa casa. Jotam, filho do rei, administrava o palácio e gover­nava o povo do país.

6O resto da história de Azarias e todos os seus feitos, tudo isso está escrito no Livro dos Anais dos Reis de Judá. 7Aza­rias adormeceu, jun­tando-se aos seus pais, e sepultaram-no com eles na cidade de David. Suce­deu-lhe no trono seu filho Jotam.


Zacarias, rei de Israel (753) – 8No trigésimo oitavo ano do reinado de Azarias, rei de Judá, Zacarias, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel, na Samaria. O seu reinado du­­rou seis meses. 9Fez o mal aos olhos do Senhor, como o tinham feito os seus pais. Não se afastou dos peca­dos de Jeroboão, filho de Na­bat, que fizera pecar Israel. 10Cha­lum, filho de Jabés, conspirou contra ele e assas­sinou-o diante do povo. De­pois, su­ce­deu-lhe no trono. 11O resto da his­tó­ria de Zacarias está escrita no Livro dos Anais dos Reis de Is­rael. 12Assim se cumpriu o que o Senhor dissera a Jeú: «Os teus descenden­tes ocupa­rão o trono de Israel du­ran­te quatro gerações.» E assim sucedeu.


Chalum, rei de Israel (753) – 13No trigésimo nono ano do reinado de Uzias, rei de Judá, Chalum, filho de Jabés, começou a reinar na Sama­ria. O seu reinado durou um mês. 14Menaém, filho de Gadi, partiu de Tirça, foi à Samaria e assassinou Chalum, filho de Jabés, sucedendo-lhe no trono. 15O resto da história de Chalum e a conspiração que ele ma­quinou, tudo isso está escrito no Li­vro dos Anais dos Reis de Israel.


Menaém, rei de Israel (752-741) – 16Me­naém atacou Tifsa, tudo o que nela havia e todo o seu território, partindo de Tirça, por não lhe abri­rem as portas; derrotou-a e rasgou o ventre de todas as mulheres grávi­das. 17No trigésimo nono ano do rei­nado de Azarias, rei de Judá, Me­naém, fi­lho de Gadi, começou a reinar em Israel. E reinou dez anos na Sama­ria. 18Fez o mal aos olhos do Senhor, e, durante toda a vida, não se afas­tou dos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel. 19Me­naém deu a Pul, rei da Assí­ria, que invadira o país, mil talentos de prata, a fim de que ele o ajudasse a con­so­lidar o seu poder. 20Menaém, para juntar esta quantia para o rei da As­síria, exigiu uma contribuição dos grandes pro­prietários de Israel, à razão de cin­quenta siclos de prata por pessoa. Então, o rei da Assíria retirou-se sem demora, e deixou de ocupar o país. 21O resto da história de Me­naém, e todos os seus feitos, está tudo escrito no Livro dos Anais dos Reis de Israel. 22Menaém ador­me­ceu juntando-se aos seus pais; sucedendo-lhe no trono seu filho Pecaías.


Pecaías, rei de Israel (741-740) – 23No quinquagésimo ano do reinado de Azarias, rei de Judá, Pecaías, filho de Menaém, começou a reinar em Israel. E reinou dois anos na Sama­ria. 24Fez o mal aos olhos do Senhor e não se afastou dos peca­dos de Jeroboão, fi­lho de Nabat, que fizera pecar Israel. 25Pecá, filho de Rema­lias, um dos ge­nerais de Pe­caías, conspirou contra ele com cin­quenta homens de Gui­lead, e assas­sinou-o na Samaria na torre do palácio real, junto de Argob e de Arié. Matou-o e tornou-se rei no seu lugar. 26O resto da história de Pecaías e todos os seus feitos, está tudo escrito no Livro dos Anais dos Reis de Israel.


Pecá, rei de Israel (740-731) – 27No quinquagésimo segundo ano do rei­nado de Azarias, rei de Judá, Pecá, filho de Remalias, começou a reinar em Israel, na Samaria, e rei­nou vinte anos. 28Fez o mal aos olhos do Senhor, pois não se afastou dos pecados de Jeroboão, filho de Na­bat, que fizera pecar Israel. 29No tempo de Pecá, rei de Israel, Tiglat-Fala­sar, rei da Assí­ria, veio e apode­rou-se de Ion. To­mou também Abel-Bet-Maacá, Janoa, Que­­des, Haçor, Guilead, a Galileia e toda a terra de Neftali, e levou todos os seus habi­tan­tes cati­vos para a As­síria.

30Oseias, filho de Elá, conspi­rou con­tra Pecá, filho de Remalias, ata­cou-o e assassinou-o. Sucedeu-lhe no trono, no vigésimo ano do rei­nado de Jotam, filho de Uzias. 31O resto da história de Pecá e todos os seus fei­tos, tudo isso está escrito no Livro dos Anais dos Reis de Israel.


Jotam, rei de Judá (739-734) (2 Cr 27,1-9) – 32No segundo ano do reinado de Pecá, filho de Remalias, rei de Is­rael, começou a reinar Jotam, filho de Uzias, rei de Judá. 33Tinha vinte e cinco anos quando começou a rei­nar e reinou dezas­seis anos em Jeru­salém. A sua mãe chamava-se Jerusa, filha de Sadoc. 34Fez o que era recto aos olhos do Senhor e seguiu fiel­mente os pas­sos do seu pai Uzias. 35Todavia, os lugares altos não fo­ram retirados. O povo continuou a sacri­ficar e a quei­mar incenso nesses lu­gares. Jotam edificou a porta supe­rior do templo do Senhor. 36O resto da história de Jotam e todos os seus feitos, tudo está escrito no Livro dos Anais dos Reis de Judá. 37Nesse tempo, o SENHOR começou a enviar Recin, rei da Síria, e Pecá, filho de Rema­lias, contra Judá. 38Jotam ador­me­ceu juntando-se aos seus pais e sepul­taram-no com eles na cidade de David, seu pai. Sucedeu-lhe no trono seu filho Acaz.

Capítulo 16

Acaz, rei de Judá (734-727) (2 Cr 28,1-27; Is 7) – 1No décimo sétimo ano do reinado de Pecá, filho de Re­malias, começou a reinar Acaz, filho de Jotam, rei de Judá. 2Tinha vinte anos quando come­çou a reinar, e rei­nou dezasseis anos em Jerusalém. Não fez o que era recto aos olhos do Senhor, seu Deus, como David, seu pai; antes seguiu os passos dos reis de Israel. 3Chegou até a passar pelo fogo o seu próprio filho, como faziam os reis de Israel, segundo o abomi­ná­vel cos­tume dos povos que o Se­nhor tinha expulsado diante dos filhos de Israel. 4Oferecia também sacrifícios e incenso nos lugares altos, nas coli­nas e debaixo de qualquer árvore frondosa. 5Então, Recin, rei da Sí­ria, e Pecá, filho de Remalias, rei de Israel, subiram para atacar Jerusa­lém; montaram um cerco contra Acaz, mas não o venceram. 6Por aquele tempo, Recin, rei da Síria, restituiu Elat aos edomitas, depois de ter ex­pulsado dela os filhos de Judá. Os edomitas regressaram a Elat, onde permaneceram até ao dia de hoje.

7Acaz enviou mensageiros a Ti­glat-Falasar, rei da Assíria, a dizer-lhe: «Eu sou o teu servo e o teu filho. Vem e salva-me das mãos do rei da Síria e do rei de Israel, que se le­van­taram contra mim.» 8Acaz to­mou a prata e o ouro que se encon­travam no templo do Senhor e nos tesouros do palácio real e enviou-os como pre­sente ao rei da Assíria. 9Este cedeu ao seu desejo: ata­cou Da­masco e apo­derou-se dela. De­por­tou a sua po­pu­lação para Quir e matou Recin.

10Então o rei Acaz foi a Da­masco para receber Tiglat-Falasar, rei da Assíria. Vendo o altar que se encon­trava em Damasco, o rei Acaz en­viou ao sacerdote Urias um modelo exacto, com a planta em todos os por­menores. 11Urias construiu um altar conforme o modelo que o rei Acaz lhe enviara de Damasco, e já o tinha terminado antes que Acaz regres­sasse. 12Quando Acaz chegou de Da­masco, viu o altar, aproximou-se dele e subiu os degraus. 13Quei­mou o holo­causto e a sua oblação, fez as suas libações e derramou o sangue dos sacrifícios de comunhão. 14Tirou o altar de bronze, que es­tava diante do Senhor, entre o altar novo e o templo, e colocou-o junto ao novo altar, do lado norte. 15Depois, o rei Acaz ordenou ao sacerdote Urias: «Queimarás no altar grande o holo­causto da manhã e a oblação da tar­de, o holocausto do rei e a sua obla­ção, o holocausto do povo e a sua oblação e derramarás sobre ele todo o san­gue dos holocaustos e dos sacri­fícios. Quanto ao altar de bronze, deixa-o aos meus cuidados.» 16O sacerdote Urias fez tudo como lhe or­denara o rei Acaz. 17O rei Acaz tirou também os pedestais e as ba­cias neles meti­das; desceu o mar de bronze de cima dos bois de bronze que o supor­ta­vam, e colocou-o sobre um suporte de pe­dra. 18Tirou, igual­mente, do templo do Senhor, para agradar ao rei da Assíria, o pórtico do sábado, que fora ali construído, e mudou a entrada exterior reservada ao rei.

19O resto da história de Acaz e os seus feitos, tudo está escrito no Li­vro dos Anais dos Reis de Judá. 20Acaz adormeceu juntando-se aos seus pais e foi sepul­tado com eles na cidade de David. O seu filho Eze­quias sucedeu-lhe no trono.

Capítulo 17

Reinado de Oseias e ruína da Samaria (731-722) – 1No dé­cimo segundo ano do reinado de Acaz, rei de Judá, Oseias, filho de Elá, começou a reinar em Israel, na Samaria. E reinou nove anos. 2Fez o mal aos olhos do Senhor, mas não tanto como fizeram os seus anteces­sores no trono de Israel. 3Salmana­sar, rei da Assíria, veio contra ele, e Oseias submeteu-se, pagando-lhe tri­­buto. 4Mas, descobrindo o rei da As­síria uma conspiração tramada por Oseias, que enviara mensagei­ros a Só, rei do Egipto, e deixara de lhe pagar anualmente o tributo, o rei da Assíria prendeu-o e meteu-o na pri­são. 5Depois, marchou contra Sama­ria e sitiou-a, durante três anos.

6No ano nono do reinado de Oseias, o rei da Assíria conquistou a Sama­ria e deportou os israelitas para a Assí­ria. Estabeleceu-os em Hala, nas mar­gens do Habor, rio de Go­zan, e nas ci­da­des da Média.


Motivos da ruína (1 Rs 12,25-33) – 7Isto aconteceu porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera subir do Egipto e libertara da opressão do Faraó, rei dos egípcios. Adoraram outros deu­ses 8e seguiram os costumes das na­ções que o Senhor expulsara da frente dos filhos de Israel, e os que foram introduzidos pelos reis de Is­rael. 9Os filhos de Israel ofenderam o Senhor seu Deus com más ac­ções, e cons­truí­ram lugares altos em todas as suas cidades, desde a simples tor­re de vigia até à cidade fortificada. 10Eri­giram estelas e símbolos de Ache­ra em todos os outeiros e de­baixo de qualquer árvore frondosa. 11Quei­ma­ram incenso nesses luga­res altos, imitaram as nações que o Senhor expulsara diante deles e irri­taram o Senhor com as suas práti­cas abo­mi­náveis. 12Adoraram os ído­los, dos quais o Senhor dissera: «Não fa­reis tal coisa.»

13O Senhor admoes­tara Israel e Judá pela boca dos seus pro­fetas e videntes: «Desviai-vos dos vos­sos maus caminhos, guardai os meus man­damentos e preceitos, obser­vai fielmente a lei que pres­crevi a vos­sos pais e que vos trans­miti pelos meus servos, os profetas.» 14Mas eles não o quiseram ouvir, e endurece­ram o seu coração, imi­tando seus pais, que se tornaram infiéis ao Senhor, seu Deus. 15Des­prezaram os seus pre­­cei­tos e a aliança que Ele estabe­le­ceu com os seus pais, e as adver­tências que lhes tinha feito. Foram atrás das coisas vazias e eles próprios se tor­naram vazios, como os povos que os rodea­vam, apesar de o Senhor lhes ter proibido imitá-los. 16Aban­do­na­ram todos os mandamentos do Senhor, seu Deus, fabricaram dois bezerros de metal fundido e símbolos de Achera, e prostraram-se diante de todo o exército dos céus e prestaram culto a Baal; 17fizeram passar pelo fogo os seus filhos e filhas e entre­garam-se à adivinhação, à magia, enfim, a tudo o que era mau aos olhos do Senhor, provocando a sua ira. 18Então, o Se­nhor indignou-se profundamente con­tra os filhos de Israel e lançou-os para longe da sua face. Só ficou a tribo de Judá. 19Mas nem mesmo Judá guar­dou os man­damentos do Senhor, seu Deus, e seguiu os cos­tumes e práti­cas de Israel.

20O Se­nhor rejeitou, pois, toda a linhagem de Israel, humilhou-a e en­tregou-a nas mãos dos opresso­res, até ser com­pletamente banida da sua presença. 21Israel tinha-se separado da casa de David e pro­clamara seu rei a Je­ro­boão, filho de Nabat, que des­viou o seu povo do seguimento do Se­nhor e fê-lo come­ter um grande pecado. 22Os filhos de Israel imi­ta­ram todos os pecados cometidos por Jeroboão e não se afastaram deles, 23até ao dia em que o Senhor os ba­niu da sua presença, como anun­ciara pela boca dos pro­fetas, seus servos. Os filhos de Is­rael foram, pois, leva­dos cati­vos para longe da sua terra, para a Assíria, onde ainda estão.


Origem dos Samaritanos24O rei da Assíria mandou vir gente da Babilónia, de Cuta, de Ava, de Ha­mat, de Sefarvaim, e estabeleceu-os nas cidades da Samaria, em lugar dos filhos de Israel. Esses apode­ra­ram-se da Samaria e instalaram-se nas suas cidades. 25Mas como não prestavam culto ao Senhor, quando começaram a habitar nelas, o Se­nhor mandou leões contra eles, que os devoravam. 26Avisaram o rei da Assíria dizendo-lhe: «Os povos que transferiste e estabeleceste nas ci­dades da Samaria, não sabem como honrar o Deus daquela terra. Por isso, esse Deus mandou contra eles leões que os devoram, por ignora­rem o culto do Deus daquela terra.»

27O rei da Assíria ordenou o se­guin­te: «Mandai para lá um dos sa­cer­dotes que dali trouxestes cativos, a fim de que ali se estabeleça e en­sine ao povo a maneira de prestar culto ao Deus daquela terra.» 28Chegou, pois, um dos sacerdotes levados cati­vos da Samaria e instalou-se em Betel, onde ensinava ao povo como deviam adorar o Senhor. 29Apesar disso, cada povo fabricou o seu pró­prio deus e puseram-nos nos san­tuá­rios dos lu­gares altos, anterior­mente construí­dos pelos samarita­nos; cada povo co­locou os seus deuses no lugar em que habitava. 30Os babilónios fize­ram uma imagem de Sucot-Benot; os de Cuta, uma de Nergal; os de Ha­­mat, uma de Achimá; 31os de Ava, uma de Nibeaz e de Tartac; os de Sefarvaim queimaram os seus filhos em honra de Adramélec e de Ana­mé­lec, seus deuses. 32Adoravam tam­bém o Se­nhor, mas fizeram sacer­dotes, tira­dos de entre o povo, os quais ofere­ciam sacrifícios por eles, nos san­tuá­rios dos lugares altos. 33Desse modo, ado­ravam o Senhor e, ao mesmo tempo, prestavam cul­to aos seus pró­prios deuses, segun­do o costume das na­ções de onde ti­nham vindo.

34Ainda hoje seguem os seus an­ti­gos cos­tu­mes; não temem o Senhor, não observam os seus pre­ceitos, nem os seus de­cretos, nem a lei e os man­damentos que o Senhor deu aos fi­lhos de Ja­cob, a quem deu o nome de Israel. 35O Senhor fizera uma aliança com eles e ordenara-lhes: «Não ado­ra­reis outros deuses nem vos pros­trareis diante deles; não lhes pres­tareis culto e não lhes oferecereis sa­crifícios; 36mas temei ao Senhor que vos fez subir do Egipto com o grande poder do seu braço es­tendido. A Ele temereis, dian­te dele vos prostra­reis e só a Ele oferecereis sacrifícios. 37Guar­dareis sempre os preceitos, os decretos, a lei e os man­damentos que Ele vos deu por es­crito, para os cum­prirdes continua­mente. Não adora­reis outros deu­ses. 38Não esquece­reis a aliança que fiz convosco, não ado­rareis ou­tros deu­ses. 39Temereis ao Senhor, vosso Deus, e Ele livrar-vos-á das mãos de todos os vossos ini­mi­gos.» 40Eles, po­rém, não fize­ram caso e pro­cederam segundo os seus anti­gos costumes. 4l Aqueles povos ado­raram o Senhor, mas honraram ao mesmo tempo os seus ídolos. Ainda hoje, os seus fi­lhos e os seus netos procedem como fizeram os seus pais.

Capítulo 18

IV. Fim do Reino de Judá (18,1-25,30)

Ezequias, rei de Judá (727-698) (2 Cr 29,1-2) – 1No ter­ceiro ano do reinado de Oseias, filho de Elá, rei de Israel, começou a rei­nar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. 2Tinha vinte e cinco anos quando subiu ao trono; reinou vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe cha­mava-se Abi, filha de Zacarias. 3Fez o que é recto aos olhos do Senhor, conforme o exemplo de Da­vid, seu pai. 4Destruiu os lugares altos, que­brou as estelas e cortou os símbolos de Achera. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés ti­nha feito, por­que, até então, os israelitas queimavam incenso diante dela. Cha­mavam-na Neustan. 5Ezequias pôs a sua espe­rança no Senhor, Deus de Israel; não houve outro como ele, entre todos os reis de Judá que o precederam ou lhe sucederam. 6Con­ser­vou-se unido ao Senhor, nunca se afastou do seu se­guimento e obser­vou todos os man­damentos que o Senhor prescreveu a Moisés. 7Por isso, o Senhor esteve com ele e Eze­quias era bem suce­dido em todas as suas empresas. Sacu­diu o jugo do rei da Assíria e livrou-se do seu domí­nio. 8Derrotou os filisteus até Gaza e devastou o seu território, desde as simples torres de vigia, até às cida­des fortificadas.

9No quarto ano do reinado de Eze­quias, correspon­dente ao sétimo do reinado de Oseias, fi­lho de Elá, rei de Israel, Salmana­sar, rei da As­sí­ria, veio sitiar a Samaria. 10Ao fim de três anos apoderou-se dela. A Sa­ma­ria foi tomada no sexto ano de Eze­­quias, correspondente ao nono do reinado de Oseias, rei de Israel. 11O rei da Assíria levou os fi­lhos de Is­rael cati­vos para a Assíria, instalou-os em Hala, nas margens do Habor, rio de Gozan, e nas ci­da­des da Média.

12Isto aconteceu, por­que não de­ram ouvi­dos à voz do Senhor, seu Deus; pelo contrário, que­braram a sua aliança, recusando-se a ouvir e a praticar o que orde­nara Moisés, servo do Se­nhor.


Invasão de Senaquerib (2 Cr 32,1-23; Is 36-37) – 13No décimo quarto ano do reinado de Ezequias, Senaque­rib, rei da Assíria, atacou todas as cida­des fortes de Judá e tomou-as de assalto.

14Então Eze­quias, rei de Judá, man­­dou dizer ao rei da Assí­ria, em Láquis: «Cometi uma falta. Não me ataques mais. Submeter-me-ei a tudo o que me impuseres.» O rei da Assí­ria im­pôs a Ezequias, rei de Judá, um tri­buto de trezentos talentos de prata e trin­ta talentos de ouro. 15Eze­quias entregou toda a prata que se en­contrava no templo do Senhor e nos tesouros do palácio real. 16Ti­rou também o revestimento de ouro que ele mesmo, Ezequias, rei de Judá, mandara aplicar nas portas do tem­plo do Senhor, e entregou tudo ao rei da Assíria. 17Mas o rei da Assí­ria enviou, de Láquis, contra o rei Ezequias, em Jerusalém, o general do exército, o chefe dos eunucos e o seu copeiro-mor com um poderoso corpo de tropas. Puseram-se em mar­­cha e, quando chegaram a Jerusa­lém, fizeram alta, acamparam junto ao aqueduto do reservatório supe­rior, que se encontrava no caminho do campo do pisoeiro, 18e mandaram chamar o rei. Mas foi Eliaquim, fi­lho de Hilquias, preferido do palácio, que foi ter com eles, levando consigo Che­­b­na e o cronista Joá, filho de Asaf.

19O copeiro-mor disse-lhes: «Di­reis a Ezequias: Assim fala o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança é essa que manifestas? 20Julgas que as simples palavras representam al­­guma experiência e valentia para a guerra? Em que confias, para ousa­res resis­tir-me? 21Pões a tua con­fian­ça no Egipto, esse caniço rachado que fere e tres­passa a mão de quem nele se apoia? Assim é o faraó, rei do Egi­pto, para todos os que nele espe­ram.

22Dir-me-eis, sem dúvida: ‘A nossa esperança está no Senhor, nosso Deus.’ Mas não é Ele aquele Deus, cujos altares e lugares altos Eze­quias destruiu, dizendo aos ho­mens de Judá e de Jerusalém que so­mente diante deste altar em Jeru­salém vos devereis pros­trar? 23Faz, por conse­guinte, um tra­tado com o meu sobe­rano, o rei da Assíria, e eu te darei dois mil cava­los, se tiveres cava­lei­ros para os mon­tar. 24Como poderás resistir diante de um só dos mais modestos oficiais do meu se­nhor? Es­peras ainda que o Egipto te forneça carros e cavalei­ros? 25Terá sido, porventura, sem o consenti­mento do Senhor que eu ata­quei esta cidade para a destruir? O Se­nhor disse-me: ‘Sobe a essa terra e destrói-a.’»

26Eliaquim, filho de Hilquias, o escriba Chebna e Joá disseram ao copeiro-mor: «Fala aos teus servos em aramaico, dialecto que com­preen­­demos. Não nos fales em hebraico diante da multidão que está sobre a muralha.» 27Mas o copeiro-mor re­pli­cou-lhe: «Por acaso o meu senhor mandou-me dizer estas coisas só a ti e ao teu senhor? Não foi, antes, a toda essa multidão que está sobre a muralha, obrigada a comer os seus excrementos e a beber a sua urina?»

28Então o copeiro-mor aproxi­mou-se e gritou bem alto, em hebraico: «Ouvi o que diz o grande rei, o rei da Assí­ria! 29Isto diz o rei: Não vos dei­xeis enganar por Ezequias; ele não vos poderá livrar das minhas mãos. 30Não vos inspire Ezequias confian­ça no Senhor, dizendo: ‘O Senhor livrar-vos-á e esta cidade não cairá nas mãos do rei da Assíria!’ 31Não deis ouvidos ao rei Ezequias! Isto vos diz o rei da Assíria: Fazei a paz comigo. Rendei-vos, e cada um de vós po­derá comer os frutos da sua vinha e da sua figueira e beber a água do seu poço, 32até que eu venha e vos tras­lade para uma terra seme­lhante à vossa, terra fértil em trigo e vinho, terra de pão e de vinhas, terra de olivais, de azeite e de mel. Deste modo, salvareis a vossa vida e não morrereis. Não ouçais Eze­quias, por­que vos engana, ao dizer: ‘O Se­nhor nos salvará!’ 33Porventura os deuses das outras nações salvaram a sua própria terra das mãos do rei da Assíria? 34Onde estão os deuses de Hamat e de Arpad? Onde estão os deuses de Sefarvaim, de Hena e de Ava? Livraram a Samaria de cair nas minhas mãos? 35Quais são, entre todos os deuses dessas terras, os que salvaram o seu próprio país das minhas mãos, para que o Se­nhor possa salvar Jerusalém?» 36O povo ouviu em silêncio e não lhe respon­deu uma só palavra, porque o rei ordenara que não respondessem. 37Eliaquim, filho de Hilquias, pre­fei­to do palácio, o escriba Chebna, e o cronista Joá, filho de Asaf, volta­ram a Ezequias com as vestes ras­gadas, e referiram-lhe as palavras do copeiro-mor.

Capítulo 19

Ezequias recorre a Isaías (Is 37,1-7) – 1Ao ouvir tudo isto, o rei Ezequias rasgou as suas ves­tes, cobriu-se com um saco e en­trou no templo do Senhor. 2Man­dou o prefeito do palácio, Eliaquim, o es­criba Chebna e os anciãos dos sacer­dotes, revestidos de sacos, ao profeta Isaías, filho de Amós, 3para lhe di­zer: «Isto diz Ezequias: Hoje é um dia de angústia, de castigo e de opró­brio. Os filhos estão para nas­cer, e não há força para os dar à luz. 4O Se­nhor, teu Deus, talvez tenha ou­vido as palavras do copeiro-mor en­viado pelo rei da Assíria, seu amo, para insultar o Deus vivo, e talvez o vá punir pelas palavras que ouviu. Roga, pois, por esse resto que ainda subsiste!» 5Os servos do rei Eze­quias foram ter com Isaías, 6que lhes res­pondeu: «Isto é o que deveis dizer ao vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não te intimides com as palavras que ouviste e com os ultrajes profe­ridos contra mim pelos servos do rei da Assíria. 7Vou enviar-lhe um espí­rito e há-de receber uma notícia que o fará voltar à sua terra, onde o fa­rei perecer ao fio da espada.»


Regresso do copeiro-mor e carta de Senaquerib (Is 37,8-13) – 8O co­peiro-mor, sabendo que o rei da As­síria deixara Láquis, voltou para junto do seu so­berano, que estava a atacar Libna. 9O rei ouviu dizer de Tiraca, rei dos cuchitas: «Ele acaba de se pôr em mar­cha para te com­bater.» Sena­que­­­rib enviou de novo mensageiros a Eze­quias para lhe di­zer: 10«Isto di­reis a Ezequias, rei de Judá: não te deixes enganar pelo teu Deus, no qual puseste a tua con­fiança, pen­sando que Jerusalém não será en­tre­gue nas mãos do rei da Assíria. 11Ouviste dizer como os reis da Assí­ria trataram todos os países e os devastaram. Só tu é que irias esca­par? 12As nações que os meus ante­passados aniquila­ram, Gozan, Ha­ran, Récef, e os filhos de Éden que estavam em Telassar, foram, por­­ven­tura, libertados pelos seus deu­ses? 13Onde está o rei Ha­mat, o rei de Arpad, o rei de Lair, de Sefar­vaim, de Hena e de Ava?»


Oração de Ezequias (2 Cr 32,20-23;Is 37,14-20) – 14Ezequias recebeu a carta das mãos dos men­sageiros, leu-a, de­pois foi ao templo, e abriu-a diante do Senhor. 15E orou diante dele, di­zendo: «Senhor, Deus de Israel, que estás sentado sobre os querubins, só Tu és o Deus de todos os reinos da terra. Tu fizeste os céus e a terra. 16Inclina, Senhor, os teus ouvidos e ouve! Abre, Senhor, os teus olhos e vê! Ouve, Senhor, a mensa­gem que Senaquerib mandou, para blasfe­mar contra o Deus vivo!

17É ver­dade, Senhor, que os reis da As­síria destruíram as nações, devas­ta­ram os seus territórios, 18e atiraram ao fogo os seus deuses, pois eles não eram deuses, eram apenas objectos feitos pelas mãos do homem, objec­tos de madeira e de pedra. Por isso, foram destruídos. 19Mas Tu, Se­nhor, nosso Deus, salva-nos agora das mãos de Senaquerib, a fim de que todos os povos da Terra saibam que Tu, o Se­nhor, és o único Deus.»


Intervenção de Isaías (Is 37,21-35) – 20Isaías, filho de Amós, man­dou dizer a Ezequias: «Isto diz o Senhor, Deus de Israel: Eu ouvi a oração que me fizeste a respeito de Senaquerib, rei da Assíria. 21Eis o oráculo que o Se­nhor pronunciou contra ele:

“A virgem, filha de Sião, despreza-te e escarnece de ti;

atrás de ti meneia a cabeça a filha de Jerusalém.

22A quem insultaste e ultrajaste?

Contra quem levantaste a voz?

Contra quem ergueste os olhos?

Foi contra o Santo de Israel!

23Pelos teus mensageiros ultra­jas­te o Senhor

e disseste: ‘Com a multidão dos meus carros subirei ao cimo dos montes,

às alturas do Líbano;

derrubarei os seus cedros mais altos,

os seus ciprestes mais belos;

penetrarei até aos últimos limi­tes

dos seus bosques mais espessos.

24Escavei poços e bebi águas de outrem;

e com a planta de meus pés sequei todos os rios do Egipto.’

25Ignoras, acaso, que, do princí­pio, fiz todas estas coisas?

Desde há muito planeei e agora realizo.

Eis porque reduziste a ruínas as cidades fortificadas;

26e os seus habitantes ficaram sem forças,

encheram-se de temor e confu­são,

como o feno dos campos,

como a relva verdejante,

como a erva dos telhados e o trigo queimado,

antes de chegar o tempo da co­lheita.

27Sei quando te sentas,

quando sais e quando entras.

Conheço os teus furores contra mim.

28Pois te enfureceste contra mim

e chegaram aos meus ouvidos as tuas insolências.

Por isso, porei o meu arganel no teu nariz,

e um açaimo na tua boca

e far-te-ei voltar

pelo caminho por onde vieste.”»


29Isto te servirá de sinal: come­rás, este ano, o que a terra produzir espontaneamente; no ano seguinte, o que nascer sem ser semeado; mas, no terceiro ano, hão-de semear e co­lher, hão-de plantar vinhas e come­rão os seus frutos. 30O que ficar da casa de Judá lançará novas raízes na terra e produzirá frutos nos ramos. 31De Jerusalém surgirá um resto, e do monte de Sião sobre­viventes. Fará tudo isto o zelo do Senhor.

32Por­tanto, eis o que diz o Se­nhor sobre o rei da Assíria: Ele não entrará nesta cidade, nem ati­rará flechas contra ela, não a ro­deará de escudos, nem a cercará de trinchei­ras. 33Mas vol­tará pelo cami­nho por onde veio, sem entrar na cidade –oráculo do Senhor! 34Pois defende­rei esta cidade e salvá-la-ei por amor de mim e de David, meu servo.»


Morte de Senaquerib (Is 37,36-38)– 35Nessa mesma noite, o anjo do Se­nhor apareceu no acampa­men­to dos assírios e feriu cento e oitenta e cinco mil homens. No dia seguinte de ma­nhã, só lá havia ca­dá­veres. 36Sena­querib, rei da Assí­ria retirou-se, reto­mou o caminho de sua terra e ficou em Nínive. 37Es­tando ele prostrado no templo de Nisseroc, seu deus, os seus filhos Adramélec e Sarécer ma­taram-no a golpes de espada e fugi­ram para a terra de Ararat. Seu filho Assara­don sucedeu-lhe no trono.

Capítulo 20

Doença e cura de Eze­quias (2 Cr 32,24-29; Is 38,1-22) – 1Naquele tempo, Eze­­quias adoeceu com uma enfer­mi­dade mortal, e o profeta Isaías, filho de Amós, veio ter com ele e disse-lhe: «Isto diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque vais morrer, não vi­verás.» 2Então Eze­quias voltou o rosto para a parede e orou ao Se­nhor, di­zendo: 3«Senhor, lembra-te que andei fielmente dian­te de ti, e com simpli­cidade de cora­ção fiz o que é recto aos teus olhos.» E Eze­quias chorava, der­­ramando co­piosas lágri­mas.

4Isaías não tinha ainda saído do átrio central, e a palavra do Senhor foi-lhe dirigida, nestes termos: 5«Vol­­ta e diz a Ezequias, chefe do meu povo: Isto diz o Senhor, Deus de David, teu pai: ‘Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas. Por isso vou curar-te. Dentro de três dias, subi­rás ao tem­plo do Senhor. 6Vou acres­centar quinze anos aos dias da tua vida; além disso, salvar-te-ei a ti e a esta cidade das mãos do rei da Assí­ria, e protegerei esta cidade por amor de mim e de David, meu servo.’»

7E Isaías disse: «Trazei uma pasta de figos.» Trou­xe­ram-lha, ele apli­cou-a sobre a úl­cera e o rei recobrou vida. 8Ezequias dissera a Isaías: «Qual será o sinal de que o Senhor me curará e de que poderei subir ao templo, den­tro de três dias?» 9Isaías respondeu-lhe: «Eis o sinal que o Senhor te dará, para saberes que se cumprirá a sua pro­messa: ou a sombra adianta dez graus ou recua dez graus.» 10Repli­cou Eze­quias: «É fácil que a sombra se adiante dez graus. Mas não! Eu quero que ela recue dez graus.» 11Então o profeta Isaías invocou o Senhor, que fez a sombra recuar dez graus no relógio solar de Acaz.


Embaixada de Merodac-Baladan (Is 39,1-8) – 12Naquele tempo, o rei da Babilónia, Merodac-Baladan, ao ouvir dizer que Ezequias estava doente, enviou-lhe uma carta com pre­sen­tes.

13Ao saber disso, Eze­quias mos­trou aos emissários o palácio onde se en­contravam os seus tesou­ros, a prata, o ouro, os aromas, o óleo refi­nado, a sua baixela e tudo o que de precioso havia no seu tesou­ro. Nada houve, no seu palácio e em todos os seus domínios, que Eze­quias não lhes mos­trasse.

14O profeta Isaías foi ter com o rei e perguntou-lhe: «Que te disse aque­­la gente? Donde vieram esses ho­mens para te visitar?» Ezequias res­pondeu-lhe: «Vieram dum país lon­­gínquo, da Babilónia.» 15Isaías disse-lhe: «Que viram eles no teu palácio?» «Viram tudo o que nele existe –respondeu Ezequias; nada houve no meu palá­cio que não lhes mostrasse.» 16Então Isaías disse ao rei: «Ouve a palavra do Senhor: 17 ‘Dias virão em que tudo o que se encontra no teu palá­cio e tudo o que juntaram teus pais, até ao dia de hoje, será levado para a Babilónia. Nada ficará, diz o Se­nhor. 18E os filhos que de ti sairão, gerados por ti, serão levados como eunucos para o palácio do rei da Babilónia.’» 19Ezequias respondeu: «O Senhor tem razão! É justo tudo o que me acabas de anunciar.» E acrescentou: «Ao menos, enquanto eu viver, ha­ve­rá paz e segurança.»


Fim do reinado de Ezequias (2 Cr 32,30-33) – 20O resto da história de Eze­quias, e todos os feitos que rea­lizou, a construção do reserva­tó­rio e do aqueduto, com o qual levou água a toda a cidade, tudo isso está es­crito no Livro dos Anais dos Reis de Judá.

21Ezequias adormeceu, jun­tando-se aos seus pais, e seu filho Manas­sés sucedeu-lhe no trono.

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