Capítulo 1

David recebe a notícia da mor­te de Saul (1 Sm 31,1-13) – 1Morto Saul, David regressou da derrota que infligiu aos amalecitas e esteve dois dias em Ciclag. 2Ao terceiro dia, apareceu um homem que vinha do acampamento de Saul, com as ves­tes rasgadas e a cabeça coberta de pó. Chegando perto de David, pros­trou-se por terra e fez-lhe uma profunda reverência. 3David perguntou: «De onde vens?» Res­pondeu ele: «Esca­pei do acampamento de Israel.» 4Disse-lhe Da­vid: «Que aconteceu? Conta-me tudo.» Ele respondeu: «As tropas fugiram do campo de batalha, mui­tos tom­baram, e Saul assim como seu filho Jónatas pereceram.»

5David per­guntou ao mensageiro: «Como sabes que Saul e seu filho Jónatas mor­re­ram?» 6Ele res­pon­deu: «Eu estava por acaso no monte Guilboa quando vi Saul atirar-se so­bre a própria lança, enquanto os car­ros e os ca­va­leiros o perseguiam. 7Ele, voltando-se, viu-me e chamou-me. Eu disse-lhe: ‘Eis-me aqui.’ 8Ele perguntou: ‘Quem és tu?’ Respondi: ‘Eu sou um amalecita.’ 9Con­­tinuou ele: ‘Apro­xima-te e mata-me, porque estou já em agonia e ainda me en­con­tro com vida.’ 10Aproximei-me, pois, e aca­bei de o matar, pois via que ele não podia sobreviver depois da der­rota. Tomei o diadema que tinha na ca­beça e a bracelete do seu braço e trouxe-os ao meu senhor. Ei-los aqui.»

11Então, David rasgou as suas ves­tes, e todos os que estavam com ele o imitaram. 12E prantearam, cho­ra­ram e jejuaram até à tarde, por amor de Saul, de seu filho Jónatas, do povo do Senhor e do povo de Israel, porque tinham sido passados ao fio da espada.

13David perguntou ao mensa­geiro: «De onde és tu?» Ele respondeu: «Eu sou filho de um estrangeiro, de um amalecita.» 14David perguntou-lhe: «Como? Não receaste levantar a mão para matar o ungido do Senhor?»

15E David chamou um dos seus homens e disse: «Vem cá e mata-o!» Este feriu-o, e ele morreu. 16David disse então: «Só tu és o culpado da tua morte. A tua própria boca deu testemunho contra ti, quando dis­seste: ‘Matei o ungido do Senhor.’»


Elegia de David (1 Mac 3,1-9; 14,4-15) 17Então, David compôs a seguinte la­mentação sobre a morte de Saul e de seu filho Jó­na­tas. 18Está escrita no Livro do Justo, e David ordenou que fosse ensinada aos filhos de Judá.

19«A Honra de Israel pereceu sobre as colinas!

Tombaram os heróis!

20Não o conteis em Gat,

nem o descrevais nas ruas de Ascalon,

para que se não regozijem as fi­lhas dos filisteus,

nem saltem de alegria as filhas dos incircuncisos!

21Montes de Guilboa,

não caia sobre vós orvalho nem chuva, campos traiçoeiros,

pois aí foi desonrado o escudo dos heróis.

O escudo de Saul não foi ungido com óleo,

22mas com o sangue dos feridos

e a gordura dos guerreiros.

O arco de Jónatas não recuou ja­mais,

e a espada de Saul jamais deu golpe em vão.

23Saul e Jónatas, amados e glo­rio­sos,

jamais se separaram,

nem na vida nem na morte,

mais velozes do que as águias,

mais fortes do que os leões.

24Filhas de Israel, chorai sobre Saul!

Ele vestia-vos de púrpura sump­tuosa

e ornava de ouro as vossas ves­tes.

25Tombaram os heróis no campo de batalha!

Jónatas, morto sobre as tuas coli­­nas!

26Jónatas, meu irmão, que an­gús­tia sofro por ti!

Como eu te amava!

O teu amor era uma maravilha para mim

mais excelente que o das mu­lheres.

27Como tombaram os heróis

e se destruíram as armas de guerra!»

Capítulo 2

David é ungido rei de Judá (1 Sm 16,1-13) – 1Depois disto, Da­vid consultou o Senhor, dizendo: «Posso ir a alguma das cidades de Judá?» Respondeu o Senhor: «Po­des.» David perguntou: «A qual irei?» A resposta foi: «A Hebron.» 2David pôs-se a caminho de He­bron com suas duas mulheres, Aínoam, de Jezrael, e Abigaíl, viúva de Na­bal, de Car­mel. 3David levou também os seus compa­nheiros juntamente com as suas fa­mílias, que se fixaram nas cidades de Hebron. 4Os homens de Judá fo­ram lá e ungiram David como rei de Judá.

David soube, então, que os ho­mens de Jabés em Guilead tinham sepultado Saul. 5David mandou-lhes mensageiros, dizendo: «Abençoados sejais pelo Senhor, por terdes feito esta obra de misericórdia para com o vosso senhor Saul, sepultando-o. 6Que o Senhor, por sua vez, se mos­tre bom e fiel para convosco; eu tam­­bém vos farei bem por esta acção que realizastes. 7Tende coragem e sede valorosos! Vosso senhor Saul morreu, mas a casa de Judá ungiu-me como seu rei.»


Abner e Isboset8Entretanto, Abner, filho de Ner, chefe do exér­cito de Saul, tomou Isboset, filho de Saul, e levou-o a Maanaim, 9onde o declarou rei de Guilead, de Aser, de Jezrael, de Efraim, de Benjamim e de todo o Israel. 10Isboset, filho de Saul, tinha quarenta anos quando se tornou rei de Israel e reinou du­rante dois anos. Porém, a casa de Judá seguiu David. 11Sete anos e seis meses reinou David sobre a casa de Judá, em Hebron.


Batalha de Guibeon12Abner, fi­lho de Ner, e os homens de Isboset, filho de Saul, saíram de Maanaim para Guibeon. 13Joab, filho de Se­ruia, e os homens de David puse­ram-se também em marcha. E encontra­ram-se perto do lago de Guibeon e acamparam, uns de um lado e ou­tros do outro lado do lago. 14Abner disse a Joab: «Aproximem-se os man­cebos para lutar na nossa presença.» Joab chamou: «Venham!» 15Apre­sen­­ta­ram-se, pois, doze da tri­bo de Benjamim, da parte de Isbo­set, filho de Saul, e doze dos homens de Da­vid. 16Agarrando cada um a cabeça do seu adversário, atravessaram-se mu­tua­­mente com a es­pada, de modo que caíram todos ao mesmo tempo. Deu-se a este lugar o nome de Helcat-Hassurim, em Gui­beon. 17Travou-se rude batalha na­quele dia, tendo Abner e os homens de Israel fugido diante dos homens de David.

18Estavam ali os três filhos de Se­ruia, Joab, Abisai e Asael. Asael tinha os pés ligeiros como uma ga­zela sel­vagem. 19Pôs-se a perseguir Abner, sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda. 20Abner, vol­tando-se, disse-lhe: «És tu, Asael?» Respondeu-lhe: «Sim, sou eu.» 21En­tão disse-lhe Abner: «Desvia-te para a direita ou para a esquerda e ataca um desses homens e leva-lhe os des­pojos.» Mas Asael não quis deixar de o perseguir. 22Abner disse outra vez a Asael: «Afasta-te e deixa de perseguir-me; ou queres que eu te fira e te lance por terra? Como pode­ria eu depois aparecer diante do teu irmão Joab?» 23Mas como ele conti­nuasse a persegui-lo, Abner feriu-o no ventre com a ponta da lança. A lança saiu-lhe pelas costas e Asael caiu morto ali mesmo. Todos os que passavam pelo lugar, onde Asael ja­zia morto, se detinham.

24Joab e Abisai lançaram-se em per­seguição de Abner. Era sol-posto, quando che­garam à colina de Ama, ao oriente de Guia, no caminho que vai para o deserto de Guibeon.

25Então, os filhos de Benjamim uniram-se a Abner, formando um só batalhão, e pararam no cimo da co­lina. 26Abner chamou Joab e disse-lhe: «Até quando irá a espada cei­far vidas? Não sabes que isto só nos pode acarretar tristeza? Não será já tempo de dizeres ao povo que deixe de perseguir os seus irmãos?» 27Joab respondeu: «Pelo Deus vivo! Se não tivesses dito nada, estes homens não deixariam de perseguir os seus irmãos antes de amanhã.» 28Joab tocou a trombeta, o povo deixou de perseguir os israelitas, e o combate terminou.

29Abner e seus homens caminha­ram toda a noite pela Arabá, passa­ram o Jordão, atravessaram todo o Bitron e atingiram Maanaim. 30Joab, terminada a perseguição, juntou todo o povo. Faltavam dezanove ho­mens de David, sem contar Asael. 31Mas os homens de David tinham morto trezentos e sessenta homens entre os benjaminitas e os de Abner. 32Le­varam Asael e sepultaram-no em Belém, no túmulo de seu pai. Joab e os seus homens marcharam durante toda a noite, chegando a Hebron ao raiar da aurora.

Capítulo 3

1Durou muito tempo a guerra en­tre a casa de Saul e a de David. Mas à medida que o poder de David se ia fortificando, a casa de Saul en­fraquecia cada vez mais.


A família de David (5,13-16; 1 Cr 3,1-9; 14,3-7) – 2Nasceram a David vários filhos em Hebron. O seu primo­gé­nito foi Amnon, de Aínoam de Jezrael; 3o segundo, Quileab, de Abi­gaíl, esposa de Nabal, de Carmel; o terceiro, Absa­lão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Guechur; 4o quarto foi Ado­nias, filho de Ha­guite; o quinto, Chefa­tias, filho de Abital; 5e o sexto, Jitram, fi­lho de Egla, mulher de David. Estes são os filhos que nasceram a David em Hebron.


Abner e David6Enquanto durou a guerra entre a casa de Saul e a de David, Abner governou a casa de Saul. 7Saul tinha tido uma con­cubina chamada Rispa, filha de Aiá. Isboset disse a Abner: «Porque te aproximaste da concubina de meu pai?» 8Mas Abner, sumamente indi­gnado com estas palavras, disse: «Sou, porventura, algum cão de Judá? Até hoje, tenho agido com lealdade para com a casa de Saul, para com o teu pai, os seus irmãos e amigos, livrando-vos de cair nas mãos de David; e vens tu agora acusar-me de crime com esta mulher? 9Pois que Deus me trate com todo o seu rigor, se não procurar para David o que o Senhor lhe prometeu: 10tirar a realeza à casa de Saul e estabelecer o trono de David sobre Israel e sobre Judá, de Dan a Bercheba.» 11Isboset não se atreveu a responder-lhe, por­que o temia.

12Abner enviou, então, mensagei­ros a David, em seu próprio nome, dizendo: «De quem é a terra? Faz aliança comigo e eu te apoiarei para reunir em torno de ti todo o Israel.» 13David respondeu: «Está bem; fa­rei aliança contigo, mas com esta con­di­ção: não surjas diante de mim sem trazer contigo Mical, a filha de Saul, quando vieres apresentar-te.»

14A seguir, David enviou mensa­gei­ros a Isboset, filho de Saul, di­zendo: «Res­ti­tui-me a minha mulher, Mi­cal, com a qual casei em virtude de ter cir­cun­cidado cem filisteus.» 15Isbo­set orde­nou que a tirassem a seu ma­rido, Paltiel, filho de Laís, 16que, com lá­gri­­mas, a acompanhou até Baurim. Ao chegar ali, disse-lhe Abner: «Volta para tua casa.» E ele voltou.

17Abner contactou então com os anciãos de Israel e disse-lhes: «Há muito tempo que desejais ter David como rei. 18Fazei-o, pois, agora, por­que o Senhor disse a David: ‘Por meio de David, meu servo, livrarei o meu povo de Israel da mão dos filis­teus e de todos os seus inimigos.’» 19Abner falou também com os benja­minitas e foi a Hebron comunicar a David tudo o que os de Israel e os da casa de Benjamim tinham resol­vido. 20Abner chegou a Hebron, onde es­tava David acompanhado de vinte homens. David ofereceu um ban­quete em honra de Abner e seus compa­nheiros. 21Abner disse a Da­vid: «Vou tratar de reunir em redor do meu senhor e rei todos os israelitas; eles farão aliança contigo, e tu reinarás sobre todos como quise­res.» David despediu Abner, que par­tiu satis­feito.


Joab mata Abner22Entretanto, os homens de David chegaram com Joab de uma expedição, trazendo uma grande presa. Abner já não estava com David em Hebron, pois David o tinha despedido, e ele partira em paz. 23E, regressando Joab com toda a sua tropa, disseram-lhe que Abner, filho de Ner, fora ao encontro do rei, e este o deixara partir em paz. 24Joab foi ter com o rei e perguntou-lhe: «Que fizeste? Abner, filho de Ner, veio ter contigo. Por­que o deixaste partir? 25Sabes que Abner, filho de Ner, veio a ti para te enganar, espiar todos os teus movimentos e sondar tudo o que fazes.» 26E logo que Joab saiu da presença de David, enviou emissá­rios no en­calço de Abner, que o fize­ram voltar do poço de Sirá, sem que David o soubesse. 27Quando Abner chegou a Hebron, Joab chamou-o à parte, para lhe falar em privado, paci­­ficamente, e ali o feriu mortal­mente no ventre, vingando, desta forma, o sangue de seu irmão Asael.

28Ao saber o que tinha aconte­cido, David exclamou: «Estou ino­cente, eu e o meu reino, diante do Senhor, do sangue de Abner, filho de Ner. 29Que esse sangue caia sobre a ca­beça de Joab e de toda a sua família! Não faltem nunca na casa de Joab os que sofram de corrimento ou de lepra, os que se apoiam num pau, os que morrem à espada e os que não têm pão!» 30Joab e Abi­sai, seu irmão, assassinaram Abner por este ter mor­to seu irmão Asael, após a bata­lha de Guibeon.

31David disse a Joab e a todos os que estavam com ele: «Rasgai as vos­sas vestes, cobri-vos de saco e chorai Abner.» O rei David seguiu atrás do féretro. 32Abner foi sepu­l­tado em He­bron, e o rei chorou em alta voz sobre o seu túmulo e todo o povo o acompanhou no pranto. 33David can­tou a seguinte lamentação por Abner:

«Será que Abner tinha de morrer
como morrem os insensatos?
34As tuas mãos não estavam algema­das,
nem os teus pés presos a corren­tes.
Caíste como se cai nas mãos de cri­minosos.»

E o povo pôs-se a chorar por ele. 35Os que estavam com David pe­diam-lhe que tomasse algum alimento antes de terminar o dia. Mas David fez este juramento: «Que Deus me trate com todo o rigor, se eu comer pão ou qualquer outra coisa antes do pôr-do-sol.» 36Todo o povo ouviu e aprovou, pois sempre lhe parecia bem tudo o que o rei fazia. 37Na­quele dia, todo o exército e todo o Israel reco­nheceram que o rei não tivera parte alguma no assassinato de Abner, filho de Ner. 38O rei disse aos seus servos: «Não sabeis que um chefe e um grande homem caiu hoje em Is­rael? 39Quanto a mim, sou ainda fraco, embora tenha recebido a un­ção real; e estes homens, filhos de Seruia, são mais fortes do que eu. Mas que o Senhor trate o malfeitor segundo a sua maldade!»

Capítulo 4

Morte de Isboset (9,1-13) – 1Quando Isboset, filho de Saul, soube da morte de Abner, em He­bron, desmaiou e todo o povo de Israel ficou consternado. 2Ele tinha ao seu serviço dois chefes de bando, um chamado Baana e o outro Re­cab, filhos de Rimon de Beerot, da tribo de Benjamim; pois Beerot per­tencia também a Benjamim, 3em­bora os seus habitantes se tivessem refugiado em Guitaim e residido ali até hoje como forasteiros. 4Jóna­tas, filho de Saul, tinha um filho para­lí­tico dos dois pés. Quando tinha cinco anos, chegou de Jezrael a notícia da morte de Saul e de Jónatas. Então, a sua ama fugiu com ele e, na pre­cipi­tação da fuga, o menino caiu e ficou coxo. Chamava-se Mefiboset.

5Os fi­lhos de Rimon de Beerot, Re­­cab e Baana, partiram, no maior ca­lor do dia, e foram à casa de Isbo­set que es­tava a dormir a sesta. 6Entra­ram na casa, como comer­cian­tes car­re­ga­dos de trigo, e feri­ram-no no ven­tre; se­gui­damente, Re­cab e seu irmão esca­param. 7Is­boset repousava no seu leito; feri­ram-no de morte e cor­ta­ram-lhe a cabeça. Tomaram-na de­­pois consigo e caminharam toda a noi­te pelo caminho da Arabá. 8E le­va­ram a ca­beça de Isboset a Da­vid, em He­bron, dizendo ao rei: «Eis a cabeça de Isboset, filho de Saul, teu inimigo, que te queria matar. O Senhor con­ce­­deu hoje ao meu senhor e rei a vin­gança sobre Saul e sobre a sua raça.» 9Mas David res­pondeu a Recab e ao seu irmão Baana, filhos de Beerot: «Pelo Deus vivo, que me salvou de to­dos os perigos! 10Ao homem que me veio anunciar a morte de Saul, pen­san­do dar-me uma boa notícia, pren­di-o e matei-o em Ciclag, como retri­bui­ção da sua boa notícia. 11Muito mais ainda agora a homens malva­dos, que mata­ram um inocente no seu lei­to, den­­tro da sua casa! Não lhes pe­direi contas do sangue dele, exter­­mi­nan­do-os da superfície da terra?»

12David or­denou aos seus homens que os ma­tas­sem. Cor­­taram-lhes as mãos e os pés e pen­du­raram-nos junto do tan­que de He­bron. A cabeça de Isboset foi colocada no túmulo de Abner, em Hebron.

Capítulo 5

David rei de Israel (1 Cr 3,1-9; 11,1-3) – 1Todas as tribos de Is­rael foram ter com David a He­bron e disseram-lhe: «Aqui nos tens: não somos nós da tua carne e do teu san­gue? 2Tempos atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu quem dirigia as cam­panhas de Israel e o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel e serás o seu chefe.’» 3Vieram, pois, todos os an­ciãos de Israel ter com o rei a He­bron. David fez com eles uma aliança diante do Senhor, e eles sagraram-no rei de Israel.

4David tinha trinta anos quando começou a reinar e reinou qua­renta anos: 5sete anos e seis meses sobre Judá, em Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá.


David em Jerusalém (1 Cr 11,4-9; 14,1-7) – 6O rei marchou com os seus homens para Jeru­sa­lém, con­tra os je­buseus, que habi­tavam aquela terra. Estes disseram a David: «Não entra­rás aqui; serás repelido até por ce­gos e coxos.» Isto queria dizer: «Nun­ca entrarás aqui.» 7Contudo, David apo­­derou-se da fortaleza de Sião, que é a Ci­dade de David. 8David disse na­­quele dia: «Quem quiser atacar os je­buseus suba pelo canal e mate esses cegos e coxos, que David despreza. Daí, o di­tado: ‘Nem cego nem coxo entra­­rão no templo.’» 9David esta­be­leceu-se na fortaleza e deu-lhe o nome de Cidade de David. Cercou a ci­dade de muralhas, de Milo para den­tro. 10Deste modo, David ia-se for­­ti­ficando e o Senhor, Deus do uni­­verso, estava com ele. 11Hiram, rei de Tiro, enviou-lhe mensageiros, com madeira de cedro, carpinteiros e pe­dreiros, para lhe cons­­­­truírem um pa­lácio. 12Então, Da­­vid reconheceu que o Senhor o con­firmava como rei de Israel e exal­tava a sua realeza por causa de Israel, seu povo.

13Depois que chegou de Hebron, David tomou outras concubinas e mulheres de Jerusalém e teve delas filhos e filhas. 14Eis os nomes dos fi­lhos que lhe nasceram em Jerusa­lém: Chamua, Chobab, Natan, Salo­mão, 15Jibear, Elichua, Néfeg, Jafia, 16Elichamá, Eliadá e Elifélet.


Guerra contra os filisteus (1 Cr 14, 8-17) – 17Os filisteus, ao sa­be­rem que David fora ungido rei de Israel, puse­ram-se todos em campanha para ir em busca dele. Infor­mado disto, Da­vid desceu à forta­leza. 18Os filis­teus, tendo chegado, espalharam-se pelo Vale dos Gigan­tes. 19David con­sul­tou o Senhor, dizendo: «Devo ata­car os filisteus? Irás entregá-los nas mi­nhas mãos?» O Senhor respondeu: «Vai, Eu os entregarei nas tuas mãos.»

20Desceu David a Baal-Perasim e der­rotou-os. E disse David: «O Se­nhor dispersou os meus inimigos diante de mim como as águas de um di­que.» E chamou àquele lugar Baal-Perasim. 21Os filisteus deixaram ali os seus ídolos, que caíram nas mãos de Da­vid e dos seus homens.

22Os filisteus voltaram ao ata­que, espalhando-se pelo Vale dos Gi­gan­tes. 23David consultou o Senhor, que lhe disse: «Não vás ao encontro de­les, mas dá volta por detrás e ataca-os pelo lado das amoreiras. 24Quando ouvires um rumor de passos, então co­meçarás o combate, porque o Se­nhor marchará diante de ti para es­magar o exército dos fi­listeus.»

25Da­vid fez como lhe orde­nara o Senhor e derrotou os filisteus desde Gueba até Guézer.

Capítulo 6

IV. David e a Arca Êxitos de David (6,1-8,18)
Trasladação da Arca para Je­ru­salém (1 Sm 4,3-4; 1 Cr 13,1-14; 15,1-29; 16,1-3) – 1David reu­niu depois toda a elite de Israel, em número de trinta mil homens, 2e pôs-se a cami­nho com todos os seus homens, desde Baalat de Judá, para de lá trazer a Arca de Deus, sobre a qual é invo­cado o nome do Senhor do universo, que está sentado sobre os querubins. 3Co­locaram a Arca de Deus num carro novo, tirando-a da casa de Abina­dab, situada na colina. Uzá e Aío, filhos de Abinadab, conduziam o carro novo. 4Conduziram-no da casa de Abina­dab, que está sobre a colina, e Aío ia adiante da Arca. 5David e toda a casa de Israel dançavam diante do Senhor, ao som de toda a espécie de instrumentos: harpas, cítaras, tam­bo­rins, sistros e címbalos. 6Mas, ao chegar à eira de Nacon, Uzá esten­deu a mão para a Arca de Deus e ampa­rou-a, porque os bois tinham escor­re­gado. 7En­tão, o Senhor, suma­mente indi­gnado contra Uzá, feriu-o por causa da sua ousadia, morrendo ali mesmo, junto da Arca de Deus. 8Da­vid ficou triste por o Senhor ter cas­ti­gado Uzá e, por isso, chamou àque­le lugar Cas­tigo de Uzá, nome que se conserva ainda hoje.

9Naquele dia, David teve gran­de temor do Senhor, e disse: «Como en­trará a Arca do Senhor em minha casa?» 10E não permitiu que a le­vas­sem para sua casa, na Ci­dade de Da­vid, mas ordenou que a trasla­das­sem para casa de Obede­dom, de Gat. 11Fi­cou a Arca do Se­nhor três meses na casa de Obededom, de Gat, e o Senhor abençoou-o e a toda a sua família.

12Disseram ao rei que o Senhor abençoara a casa de Obededom e to­dos os seus bens por causa da Arca de Deus. Foi, pois, David e transpor­tou-a da casa de Obededom para a Ci­dade de David, com grande regozijo. 13E a cada seis passos que davam os que transportavam a Arca do Senhor, sacrificavam um boi e um carneiro. 14David, cingindo a insígnia votiva de linho, dançava com todas as suas forças diante do Senhor. 15O rei e todos os israelitas conduziram a Arca do Senhor, sol­tando gritos de ale­gria e tocando trombetas. 16Ao en­trar a Arca do Senhor na Cidade de David, Mical, filha de Saul, olhou pela ja­nela e viu o rei a saltar e a dançar diante do Senhor; e sentiu por ele des­prezo em seu coração. 17Introduziram a Arca do Senhor e coloca­ram-na no seu lugar, no centro do taberná­culo que David construíra para ela; e Da­vid ofereceu holocaustos e sacrifí­cios de comunhão diante do Se­nhor.

18Quando David acabou de ofe­re­cer holocaustos e sacrifícios de co­mu­nhão, abençoou o povo em nome do Senhor do universo 19e distri­buiu ali­­mentos a toda a multidão dos israe­litas, homens e mulheres, dan­do a cada pessoa, um bolo, um pe­daço de carne assada e uma filhó. Depois, toda a multidão se retirou, indo cada um para a sua casa.

20Voltando David para abençoar a sua família, Mical, filha de Saul, saiu ao seu encontro e disse-lhe: «Que bela figura fez hoje o rei de Israel, dando-se em espectáculo às servas de seus vassalos, e descobrindo-se sem pudor, como qualquer homem do povo!» Mas David respondeu: 21«Foi diante do Senhor que dancei, do Senhor que me escolheu e me preferiu a teu pai e a toda a tua família, para me fazer chefe do seu povo de Israel. 22E bai­larei ainda mais, e me desonrarei aos meus próprios olhos, mas serei hon­rado pelas servas de que falaste.» 23E Mical, filha de Saul, não teve mais fi­lhos em todo o tempo que ainda viveu.

Capítulo 7

Promessas de Deus a David (1 Rs 8,15-21; 1 Cr 17,1-15; Lc 1,32-33; Act 2,30-31; 7,45-49) – 1Quando o rei se instalou em sua casa, e o Senhor lhe deu paz, livrando-o dos seus inimi­gos, 2disse David ao profeta Natan: «Não vês que eu moro num palácio de ce­dro, enquanto a Arca de Deus está abrigada numa tenda?» 3Natan res­pondeu-lhe: «Pois bem, faz o que te dita o coração, porque o Senhor está contigo!»

4Mas, naquela mesma noite, o Se­­nhor falou a Natan, dizendo-lhe: 5«Vai dizer ao meu servo David: Diz o Senhor: “És tu que me vais cons­truir uma casa para Eu habi­tar? 6Desde que fiz subir da terra do Egipto os filhos de Israel até ao dia de hoje, não habitei em casa alguma; mas pere­grinava alojado numa tenda que me servia de morada. 7E, duran­te todo o tempo em que andei no meio dos israelitas, disse, porven­tura, a al­gum dos chefes de Israel que encar­reguei de apascentar o meu povo: ‘Por­que não me edificais uma casa de cedro?’ 8Dirás, pois, agora, ao meu servo David: Diz o Senhor do uni­verso: Eu tirei-te das pastagens onde apascentavas as tuas ovelhas, para fazer de ti o chefe de Israel, meu povo. 9Estive contigo em toda a parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos e fiz o teu nome tão célebre como o nome dos grandes da terra. 10Fixarei um lugar para Israel, meu povo; nele o insta­larei, e ali habi­ta­rá, sem jamais ser inquietado; e os filhos da iniquidade não mais o opri­mirão, como outrora, 11no tem­po em que Eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. A ti concedo uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos.

Além disso, o Senhor faz hoje sa­ber que será Ele próprio quem edi­ficará uma casa para ti. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repou­sares com teus pais, manterei de­pois de ti a des­cen­dência que nascerá de ti e consoli­darei o seu reino. 13Ele construirá um templo ao meu nome, e Eu fir­ma­­rei para sempre o seu trono régio. 14Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, hei-de cor­rigi-lo com varas e com açoites, como fazem os homens, 15mas não lhe tira­rei a mi­nha gra­ça, como fiz a Saul, a quem afastei diante de ti. 16A tua casa e o teu reino permanecerão para sem­pre diante de mim, e o teu trono es­tará firme para sempre”.»

17Foi segundo estas palavras e esta visão que Natan falou a David. 18En­tão, David foi apresentar-se diante do Senhor e disse-lhe:

«Quem sou eu, Senhor Deus,

e quem é a minha família,

para que me tenhas conduzido até aqui?

19E, como se isto fosse pouco para ti, Senhor Deus,

fizeste também promessas à fa­mí­lia do teu servo para os tempos futuros!

Porque esta é a lei do homem, ó Senhor Deus!

20Que mais poderá David acres­cen­­­tar agora?

Tu conheces o teu servo, Senhor Deus!

21Conforme a tua palavra e se­gundo o teu coração,

fizeste todas essas grandes coi­sas

para as manifestar ao teu servo.

22Por isso, és grande, ó Senhor Deus.

Não há ninguém semelhante a ti

e não há outro Deus além de ti,

segundo o que ouvimos dizer.

23E que nação há na terra, se­me­lhante ao povo de Israel,

a quem o seu Deus veio resgatar

para que se tornasse o seu povo,

engrandecendo o seu nome,

operando em seu favor grandes e terríveis prodígios,

e expulsando diante do seu povo,

resgatado do Egipto, as nações e os seus deuses?

24Estabeleceste solidamente o teu povo, Israel,

para ser eternamente o teu povo,

e Tu, Senhor, seres o seu Deus.

25Agora, pois, Senhor Deus,

cumpre para sempre a promessa que fizeste

ao teu servo e à sua casa e faz como disseste.

26O teu nome será exaltado para sempre

e dir-se-á: ‘O Senhor do universo é o Deus de Israel.’

E permanecerá estável diante de ti

a casa do teu servo David.

27Porque Tu próprio, ó Senhor do universo,

Deus de Israel, fizeste ao teu servo esta revelação:

‘Eu te construirei uma casa.’

Por isso, o teu servo se animou a dirigir-te esta prece.

28Agora, ó Senhor Deus, só Tu és Deus,

e as tuas palavras são a própria verdade.

Já que prometeste ao teu servo estes bens,

29abençoa, desde agora, a sua casa,

para que ela subsista para sem­pre diante de ti:

porque Tu, Senhor Deus, falaste

e, graças à tua bênção,

a casa do teu servo será aben­çoada eternamente.»

Capítulo 8

Guerras e triunfos de David (1 Rs 11,14-25; 1 Cr 18,1-13) – 1De­pois disto, David derrotou e humilhou os filisteus, tirando-lhes a hegemonia. 2Também derrotou os moabitas; man­­dou deitá-los por terra e mediu-os com uma corda: dois terços foram para a morte e uma terça parte, para a vida. Os moa­bi­tas tornaram-se súb­ditos de David e ficaram seus tribu­tários. 3David derrotou igualmente Hadad-Ézer, filho de Reob, rei de Soba, quando este marchou com o seu exército para estender os seus do­mínios até ao rio Eufrates. 4Da­vid tomou-lhe mil e setecentos cava­leiros e vinte mil soldados de infan­taria e cortou os jarretes de todos os cavalos dos seus carros, sem deixar mais do que cem. 5Os arameus de Damasco correram em socorro de Hadad-Ézer, rei de Soba, mas foram derrotados por David, que abateu vinte e dois mil deles. 6Depois disto, estabeleceu guar­nições sobre os sí­rios de Damasco, e os arameus tor­na­ram-se súbditos de David, ficando seus tributários. Deste modo, o Se­nhor fazia com que David triun­fasse em todas as expedições. 7David tomou os escudos de ouro dos soldados de Hadad-Ézer e levou-os para Jeru­sa­lém. 8De Beta e de Berotai, cidades de Hadad-Ézer, levou ainda bronze em grande quantidade.

9Então, Toú, rei de Hamat, ou­vin­do dizer que David tinha desbara­tado o exército de Hadad-Ézer, 10enviou o seu filho Haduram ao rei David, a fim de o saudar e felicitar pela vitória so­bre Hadad-Ézer, pois Hadad-Ézer era inimigo de Toú. Ha­duram levou a David muitos presentes de prata, ouro e bronze, 11que o rei consagrou ao Senhor, jun­ta­mente com a prata e o ouro proceden­tes de todos os povos que subjugara: 12arameus, moabi­tas, amonitas, fi­listeus e amalecitas; e ain­da o espó­­lio de Hadad-Ézer, filho de Reob, rei de Soba.

13Ao regressar da sua vitória so­bre os arameus, David aumentou ainda o seu renome, vencendo dezoito mil edomitas no Vale do Sal. 14Estabele­ceu, então, governadores em todo o país de Edom, e todos os edomitas ficaram a ser seus súbditos. Assim, o Senhor fazia com que David triun­­fasse em todas as expedições que empreendia.


Funcionários da corte de David (20,23-26; 1 Cr 18,14-17) – 15Rei­nou Da­vid sobre todo o Israel, adminis­trando a justiça e o direito a todo o seu povo. 16Joab, filho de Seruia, comandava o exército, e Josafat, filho de Ailud, era seu cronista; 17Sadoc, filho de Aitub, e Aimélec, filho de Abiatar, eram sa­cerdotes, e Seraías era secre­tário. 18Benaías, filho de Joiadá, ca­pi­ta­neava os cretenses e os peleteus. Os filhos de David eram sacerdotes.

Capítulo 9

V. Sucessão de David (9-20)
David e Mefiboset (16,1-4; 19,25-31; 21,1-14) – 1Disse David: «Terá ficado alguém da casa de Saul, a quem eu possa fazer bem por amor de Jónatas?» 2Ora havia na família de Saul um servo chamado Ciba. Da­vid mandou-o chamar e disse-lhe: «És tu Ciba?» Ele respondeu: «Sim, para te servir.» 3Per­gun­tou-lhe o rei: «Vive porventura alguém da família de Saul, a quem eu possa fazer grandes mercês, da parte de Deus?» Ciba res­pondeu: «Vive ainda um filho de Jó­na­tas, paralítico de ambos os pés.» 4O rei perguntou: «Onde está ele?» Ciba respondeu: «Está na casa de Ma­­quir, filho de Amiel, em Lodebar.» 5E o rei mandou buscá-lo à casa de Maquir, filho de Amiel, em Lodebar.

6Quando Mefiboset, filho de Jó­na­tas, filho de Saul, chegou à pre­sença de David, prostrou-se com o rosto por terra. David disse-lhe: «Mefi­boset!» Ele respondeu: «Aqui me tens, se­nhor, para te servir.» 7Da­vid disse-lhe: «Não tenhas receio. Quero fazer-te bem, por amor de Jó­natas, teu pai. Resti­tuir-te-ei todos os bens de Saul, teu avô, e comerás sempre à minha mesa.» 8Me­fi­boset prostrou-se, dizendo: «Quem é o teu servo, para que dês atenção a um cão morto como eu?»

9O rei, depois, chamou Ciba, servo de Saul, e declarou-lhe: «Tudo o que per­ten­ceu a Saul, à sua família e à sua casa, eu o dou ao filho do teu se­nhor. 10Lavrarás a terra para ele, tu, os teus filhos e a tua gente, e cui­darás de prover de alimentos o filho do teu senhor. Quanto a Mefiboset, filho do teu senhor, ele comerá sem­pre à mi­nha mesa.» Ciba tinha quinze fi­lhos e vinte escravos. 11Ciba disse ao rei: «Teu servo fará tudo o que o rei, meu senhor, lhe ordenou.»

Mefiboset comia, pois, à mesa de Da­vid, como um dos filhos do rei. 12Tinha um filho menor chamado Mica; todos os que pertenciam à casa de Ciba estavam ao serviço de Mefi­boset. 13Este vivia em Jerusa­lém, por­que comia todos os dias à mesa do rei; era paralítico de ambos os pés.

Capítulo 10

Guerra contra os amonitas e os sírios (8,3-8; 12,26-31; 1 Cr 19,1-19; 20,1-3) – 1Depois disto, mor­reu o rei dos amonitas, e seu filho Ha­nun sucedeu-lhe no trono. 2Disse então David: «Quero pôr-me de boas relações com Hanun, filho de Naás, tal como fez seu pai para comigo.» Enviou-lhe, pois, mensa­geiros para o consolar pela morte de seu pai. Quan­do os servos de David chegaram à terra dos chefes dos amonitas, 3estes disseram a Hanun, seu senhor: «Jul­gas que David pretende honrar teu pai, mandando-te consoladores? Não será antes para examinar, espiar e destruir a cidade que David enviou os seus servos?» 4Então, Hanun pren­deu os servos de David, rapou-lhes metade da barba, cortou-lhes as vestes quase até à cintura e mandou-os embora. 5David, ao ter conhecimento disto, enviou mensageiros ao encontro deles, pois estavam profundamente humilhados, para lhes dizer: «Ficai em Jericó até que vos cresça de novo a barba. Só então voltareis.»

6Mas os amonitas, ao verem que se tinham tornado odiosos a David, contrataram os arameus de Bet-Reob e de Soba, ou seja, vinte mil solda­dos de infantaria, o rei de Maacá, com mil homens, e o de Tob, com doze mil. 7Sabedor disso, David en­viou contra eles Joab com todo o exército e os mais valentes guerrei­ros. 8Os amonitas saíram e puse­ram-se em linha de combate à en­trada da porta da cidade, ao passo que os arameus de Soba e de Reob ficaram no campo, com os homens de Tob e de Maacá. 9Joab, vendo que iam ar­re­meter contra ele de frente e pela reta­guarda, escolheu os me­lhores de Israel e colocou-os em linha de bata­lha contra os arameus. 10Confiou o resto do exército a seu irmão Abisai, que dirigiu o ataque contra os amo­nitas. 11Disse-lhe: «Se os arameus prevalecerem contra mim, tu virás em meu socorro; e se os amonitas prevalecerem contra ti, irei eu em teu auxílio. 12Porta-te como homem de valor, lutemos pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus. O Se­nhor faça o que melhor lhe pare­cer.» 13Joab avan­çou com a sua tropa contra os arameus, que fugiram diante deles. 14Vendo os arameus em fuga, os amo­nitas re­cuaram também diante de Abisai e voltaram para a cidade. E Joab regres­sou da campanha contra os amonitas e foi para Jerusalém.

15Os arameus, vendo-se batidos pe­­los israelitas, reuniram-se em massa. 16Hadad-Ézer enviou então um delegado para mobilizar os ara­meus do outro lado do rio, e estes vie­ram a Helam, chefiados por Cho­bac, general de Hadad-Ézer. 17David, informado disto, reuniu todo o Is­rael, passou o Jordão e chegou a Helam. Os arameus colocaram-se em linha de batalha contra David. 18Mas os arameus fugi­ram diante de Israel; David destroçou-lhes seiscentos car­ros e matou quarenta mil cavalei­ros. Feriu também o general Chobac, que morreu naquele mes­mo lugar. 19To­dos os reis que eram vassalos de Hadad-Ézer, vendo-se vencidos pelos israe­li­tas, fizeram a paz com estes e tor­naram-se seus tributários. Daí por diante os ara­meus não se atreve­ram mais a pres­tar socorro aos amoni­tas.

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