Capítulo 31

Reforma do culto1 Quan­do tudo isto terminou, os israe­litas presentes saíram para as cida­des de Judá e despedaçaram as este­las, derrubaram os troncos sa­gra­dos, destruíram os lugares altos e os altares em toda a região de Judá, Ben­jamim, Efraim e Manas­sés. Foi uma destruição total. De­pois, os is­rae­litas regressaram cada qual à sua cidade e à sua casa.


Os sacerdotes2Ezequias resta­beleceu as classes dos sacerdotes e dos levitas, segundo os seus turnos, cada um com a sua função própria, tanto para os holocaustos e sacrifí­cios de comunhão como para o ser­viço do culto, da acção de graças e dos louvores e na guarda das portas da morada do Senhor. 3O rei tam­bém reser­vou uma parte dos seus bens para os holocaustos da manhã e da tarde, dos sábados, da festa da Lua-nova e das solenidades, conforme a prescrição da Lei do Se­nhor. 4Or­denou ao povo que habi­tava em Jeru­salém que entregas­se aos sacerdo­tes e levitas o que lhes era devido, a fim de se consa­grarem totalmente à Lei do Senhor. 5Logo que esta or­dem foi promul­gada, os israelitas multiplicaram as oferendas das pri­mícias do trigo, do vinho, do azeite, do mel e de todos os produtos do campo, e ofereceram generosa­mente o dízimo de tudo o que produz a terra. 6Os israelitas e os que habi­ta­vam nas cidades de Judá também trou­xe­ram o dízimo dos bois e das ove­­lhas, assim como o dízimo das coi­sas santas consagra­das ao Senhor, seu Deus. De tudo isso deram grandes quantidades. 7Esta acumulação co­me­çou no ter­ceiro mês e só acabou no sétimo. 8Então, Ezequias e os seus fun­cio­nários, vendo essas quan­ti­dades, louvaram o Senhor e o seu povo de Israel. 9Ezequias fez per­gun­tas aos sacerdotes e levitas acerca dessas quantidades. 10O Sumo Sa­cer­dote Azarias, da linhagem de Sadoc, respondeu-lhe: «Desde que começa­ram a trazer estas oferendas ao tem­plo do Senhor, temos matado a nossa fome e ainda sobra muito. O Se­nhor abençoou o seu povo. Esta grande quantidade é o que sobra.»

11Ezequias deu ordem de se pre­pa­rarem celeiros no templo do Se­nhor, e a ordem foi cumprida. 12Ne­les foram fielmente guardadas as ofe­rendas, os dízimos e as coisas con­­sagradas. Para esta tarefa, foi no­meado intendente o levita Cana­nias, auxiliado por seu irmão Chi­mei. 13Sob a sua direcção, Jaiel, Aza­rias, Naat, Asael, Jerimot, Joza­bad, Eliel, Jismaquias, Maat e Benaías exer­ciam o ofício de vigilantes, por man­dato do rei Ezequias e de Aza­rias, intendente do templo de Deus.

14O levita Coré, filho do levita Jimna, guarda da porta oriental, es­tava en­carregado dos dons voluntá­rios feitos a Deus, da distribuição da par­te re­ser­vada do Senhor, e das coi­sas mais sagradas. 15Estavam às suas ordens nas cidades sacerdo­tais: Éden, Mi­nia­min, Jesua, Che­maías, Amarias e Che­­­­canias que ti­nham a missão de distribuir a cada um, equi­tati­va­mente, a sua parte, segundo as suas clas­ses, sem dife­rença entre gran­­des e pequenos. 16Fa­ziam a dis­tri­buição a todos os que vinham ao templo do Senhor para o serviço quo­­tidiano, conforme as suas funções e classes, desde que estivessem ins­cri­tos nos registos, da idade de três anos para cima. 17A inscrição dos sacer­do­tes era feita segundo as suas famí­lias, e a dos levitas desde a idade de vinte anos para cima, segundo as suas funções e classes. 18A inscrição valia para toda a família: mulheres, fi­lhos e fi­lhas, e para toda a assem­bleia, des­de que estivessem fiel­mente san­tifi­cados. 19Quanto aos sacerdo­tes da linhagem de Aarão que moravam no campo, nos arredores das cida­des sacerdotais, havia em cada locali­dade homens nomeados para distri­buir as porções a todo o varão da estirpe sa­cerdotal e dos levitas devi­damente inscritos.

20Foram estas as medidas toma­das por Ezequias em todo o territó­rio de Judá. Praticou o que era bom, recto e fiel diante do Senhor, seu Deus. 21Em tudo o que empreendeu para o serviço do templo de Deus, da Lei e das prescrições, não procu­rou senão a vontade de Deus, pondo na sua acção todo o seu coração. E foi bem sucedido.

Capítulo 32

Invasão de Senaquerib, rei da Assíria (2 Rs 18,13-37; Is 36-37) – 1Depois destas coi­sas, que eram prova de fideli­dade, Senaque­rib, rei da Assíria, invadiu Judá e sitiou as cidades fortificadas para se apoderar delas. 2Ezequias, ao ver que Senaquerib vinha atacar Jerusa­lém, 3resolveu, com o conse­lho dos seus funcionários e oficiais, obstruir as águas das nascentes que se encon­tra­vam fora das cidades. Eles ajuda­ram-no. 4Reuniram gran­de número de gente e obstruíram todas as fon­tes e a torrente que cor­ria no meio do território, dizendo: «Porque hão-de os reis da Assíria, ao chegar aqui, encontrar água em abundân­cia?»

5Para se fortificar, Eze­quias repa­rou a muralha em ruí­nas, levantou as torres, construiu um segundo muro exterior, restaurou Milo, na cidade de David, e mandou fabricar lanças e escudos em grande quantidade. 6Colocou à frente do exército chefes militares, reuniu-os junto de si na praça da porta da cidade e exortou-os com estas pala­vras: 7«Sede va­lentes e corajosos. Não temais nem tenhais medo do rei da Assíria e de toda essa multi­dão que o segue, por­que há mais força do nosso lado do que do lado dele. 8Com ele, está ape­nas a força humana; connosco, está o Senhor, nosso Deus, para nos auxi­liar e combater ao nosso lado.» A estas palavras de Ezequias, rei de Judá, o povo encheu-se de confiança.

Palavras de Senaquerib (2 Rs 20, 12-19) – 9Depois disto, Senaquerib, rei da Assíria, que se encontrava em Láquis com todo o seu exército, en­viou alguns oficiais a Jerusalém para dizer ao rei Ezequias e a todo o povo de Judá que se encontrava em Jeru­salém:

10«Assim fala Senaque­rib, rei da Assíria: “Em que confiais vós, para vos encerrardes dessa ma­neira em Jerusalém? 11Não vedes que Eze­quias vos engana para vos fazer perecer de fome e de sede, ao dizer-vos: ‘O Se­nhor, nosso Deus, há-de salvar-nos das mãos do rei da Assíria’? 12Não foi ele, Ezequias, quem suprimiu os lugares altos e os seus altares, or­denando aos habi­tan­tes de Judá e Jerusalém que não adorassem nem oferecessem incenso senão diante de um só altar? 13Não sabeis o que fizemos, eu e meus pais, a todos os povos dos outros países? Porventura os deuses dessas nações puderam sal­var os seus países da minha mão? 14Entre todos os deuses dessas nações que os meus pais ex­ter­minaram, qual deles pôde salvar o seu povo do meu poder, para que o vosso Deus vos possa livrar do meu braço? 15Não vos deixeis, portanto, enganar nem seduzir dessa manei­ra por Ezequias. Não confieis nele. Se nenhum deus de qualquer nação ou reino pôde livrar o seu povo da minha mão nem da mão dos meus pais, também o vosso Deus não vos poderá livrar de cair na minha mão”.»

16Os mensageiros de Senaquerib disseram ainda outras palavras con­­tra o Senhor Deus e contra Eze­quias, seu servo. 17Senaquerib escre­­veu uma carta cheia de ultrajes con­tra o Se­nhor, Deus de Israel, na qual dizia: «Assim como os deuses das nações não os puderam livrar das minhas mãos, assim também o Deus de Eze­quias não poderá livrar o seu povo do meu poder.» 18Tudo isto foi pro­cla­mado em voz alta, na língua da Judeia, a fim de intimidar e assus­tar o povo de Jerusalém que se en­contrava sobre a muralha, e de se apoderar da cidade. 19Falavam do Deus de Jerusalém como dos deuses das nações pagãs, que não passam de obras feitas pela mão do homem.


Oração de Ezequias (2 Rs 19,14-19;_Is 37,14-20) – 20Mas o rei Ezequias e o pro­feta Isaías, filho de Amós, puse­ram-se em oração para implorar o au­­xílio do céu a este respeito. 21O Senhor enviou então um anjo que exter­minou todos os guerreiros valen­tes, coman­dantes e oficiais do exér­cito no pró­prio acam­pamento do rei da Assíria. Este vol­tou para o seu país coberto de igno­mínia. E, ao entrar no templo do seu deus, alguns dos seus filhos as­sas­si­naram-no ali mesmo, à espada.

22Deste modo, o Senhor livrou Eze­quias e os habitantes de Jerusa­lém da mão de Senaquerib, rei dos As­sírios, e de todos os seus inimi­gos, e concedeu-lhes a paz em todas as fronteiras. 23Muitos levaram a Je­ru­salém oferendas para o Senhor e ricos presentes para Ezequias, rei de Judá, que, desde então, conquis­tou grande prestígio aos olhos de todos os povos estrangeiros.


Doença e cura de Ezequias (2 Rs 20,1-11; Is 38,1-22) – 24Por aqueles dias, Ezequias contraiu uma doença mor­tal. Orou ao Senhor, que lhe res­pon­deu e o curou milagrosa­men­te. 25Mas Ezequias não correspon­deu ao benefício recebido do Senhor, por­que se orgulhou em seu coração; por isso, a ira do Senhor inflamou-se con­tra ele e contra Judá e Jeru­sa­lém. 26Contudo, apesar deste or­gu­lho do seu coração, humilhou-se, depois, com os habitantes de Jeru­salém, e o Se­nhor não descarregou sobre eles a sua ira enquanto Eze­quias viveu.

27Ezequias teve muitas riquezas e glória, e juntou tesouros de prata, ouro, pedras preciosas, aromas, es­cu­dos e objectos de valor. 28Mandou fazer depósitos para armazenar o trigo, o vinho e o azeite, estábulos para toda a espécie de gado e apris­cos para os rebanhos. 29Construiu ci­­da­des para si, porque tinha ove­lhas e bois em grande abundância, pois Deus dera-lhe imensas rique­zas.


Resumo e fim do reinado de Eze­­­quias (2 Rs 20,20-21) – 30Foi Ezequias quem fechou a saída superior das águas da fonte de Guion, e as diri­giu, por um canal subterrâneo para a parte ocidental da cidade de David. Ezequias teve êxito em todos os seus empreendi­men­tos. 31Todavia, quando os chefes da Babilónia lhe enviaram mensa­gens para se informar do pro­dígio que acontecera no país, Deus aban­donou-o para provar e conhe­cer o interior do seu coração.

32Os outros actos de Ezequias, as suas obras de misericórdia, tudo isso está escrito na visão do profeta Isaías, filho de Amós, e no Livro dos Reis de Judá e de Israel. 33Ezequias adormeceu com os seus pais e foi sepultado na subida que conduz aos sepulcros dos descendentes de Da­vid. Todo o Judá e os habitantes de Jerusalém celebraram com grande pompa as suas exéquias. Seu filho Manassés sucedeu-lhe no trono.

Capítulo 33

Reinado de Manassés em Judá (698-643) (2 Rs 20,21-21,18) 1Manassés tinha doze anos quando começou a reinar. Reinou cin­quenta e cinco anos em Jerusa­lém.


Impiedade de Manassés2Pra­ticou o mal aos olhos do Senhor, imi­tando as abomináveis práticas das nações que o Senhor expulsava dian­te dos israelitas. 3Reconstruiu os lu­gares altos, que seu pai Eze­quias destruíra, erigiu altares ao deus Baal, mandou fazer troncos sagra­dos e pros­trou-se em adoração diante dos as­tros do céu, prestando-lhes culto. 4Edi­fi­cou mesmo altares no templo do Se­nhor, do qual Ele próprio dis­sera: «O meu nome resi­dirá para sem­pre em Jerusalém.» 5Erigiu alta­res para todo o exército celeste nos dois átrios do templo. 6Fez pas­sar pelo fogo os seus pró­prios filhos no vale de Ben-Hinom. Entregou-se à astrologia, à adivi­nha­­ção e à magia, praticou a invocação dos mortos e a bruxaria e cometeu acções que desa­gradavam ao Se­nhor, provocando a sua indig­nação. 7Colocou também um ídolo escul­pido no templo de Deus, do qual Ele dissera a David e ao seu filho Salo­mão: «Neste templo e em Jeru­sa­­lém, que escolhi entre todas as tri­bos de Israel, farei residir o meu nome para sempre. 8E não mais con­duzirei os passos de Israel para longe da terra que dei a seus pais, desde que guardem e cumpram tudo quanto lhes ordenei por inter­mé­dio do meu servo Moisés: a Lei, os preceitos e os decretos que lhes prescrevi.» 9Mas Manassés desen­ca­minhou Judá e os habitantes de Jerusalém a ponto de fazerem maio­res males que todas as nações que o Senhor aniquilara diante dos israe­litas. 10O Senhor falou a Manassés e ao seu povo, mas eles não lhe prestaram atenção.


Cativeiro e conversão11O Se­nhor mandou então vir contra ele os generais do exército do rei da As­síria. Prenderam Manassés com arpões, ataram-no com grilhões e conduzi­ram-no para a Babilónia. 12Na sua angústia, orou ao Senhor, seu Deus, e humilhou-se profunda­mente diante do Deus de seus pais. 13O rei dirigiu-lhe uma prece e Ele ouviu a sua oração, reconduzindo-o a Jeru­salém e ao seu trono. Manassés reconhe­ceu, desse modo, que só o Senhor é o ver­dadeiro Deus. 14De­pois disto, cons­truiu um muro exte­rior à cidade de David, a oeste de Guion, no vale que ia até à entrada da porta dos Peixes e rodeava Ofel. Era muito alto. Co­locou, também, chefes militares em todas as cidades fortificadas de Judá. 15Fez desapa­re­cer do templo do Se­­nhor os deu­ses estrangeiros, o ídolo e todos os altares que construíra so­bre a mon­tanha do templo e em Jeru­sa­lém. Lançou-os para fora da cidade. 16Re­cons­truiu o altar do Senhor e ofere­ceu sobre ele vítimas e sacri­fícios de comunhão e de louvor. Or­de­­nou a Judá que servisse ao Se­nhor, Deus de Israel. 17No entanto, o povo conti­nuava ainda a sacrificar nos lu­ga­res altos, mas somente em hon­ra do Senhor, seu Deus.


Fim do reinado de Manassés (2 Rs 21,17) – 18O resto dos actos de Ma­nassés, a oração que dirigiu ao seu Deus e as palavras dos videntes que lhe falaram em nome do Se­nhor, Deus de Israel, tudo isto está escrito nas Crónicas dos Reis de Israel 19A sua oração, a maneira como foi aten­dido, as suas faltas, a sua infideli­dade, os sítios onde edifi­cou os luga­res altos e onde erigiu os troncos sagrados assim como os ídolos, antes de se ter arrependido, tudo isto está escrito nas Actas dos Videntes. 20Ma­nassés adormeceu com os seus pais e foi sepultado na sua casa. Seu fi­lho Amon sucedeu-lhe no trono.


Reinado de Amon (642-640) (2 Rs 21,19-26) – 21Amon tinha a idade de vinte e dois anos quando come­çou a reinar. Reinou dois anos em Jeru­sa­lém. 22Praticou o mal aos olhos do Senhor, como seu pai Manassés.

Amon ofereceu sacrifícios e pres­tou culto a todos os ídolos que seu pai Manassés tinha feito. 23Mas não se humilhou diante do Senhor como seu pai Manassés; pelo contrário, cometeu delitos muito maiores. 24Os seus servos conjuraram-se contra ele e mataram-no na sua própria casa. 25Mas o povo castigou, com a morte, todos os que tinham conspi­rado con­tra o rei Amon e, em lugar dele, pro­clamou rei seu filho Jo­sias.

Capítulo 34

Reinado de Josias (640-609) (2 Rs 22,1-20; 23,1-30) – 1Josias ti­nha oito anos quando começou a rei­nar e reinou trinta e um anos em Je­ru­salém. 2Praticou o que é recto aos olhos do Senhor, seguiu as pega­das de David, seu pai, sem se afas­tar nem para a di­reita nem para a esquerda.


Reformas em Judá3No oitavo ano do seu reinado, sendo ainda muito jovem, começou a seguir o Deus de David, seu pai, e, no dé­cimo se­gundo ano, começou a purificar Judá e Jerusalém dos lugares altos, dos troncos sagrados e dos ídolos de ma­deira ou de metal. 4Demoliram, na sua presença, os altares portá­teis de Baal; ele próprio despedaçou os altares de incenso que estavam so­bre os altares. Destruiu os troncos sagrados, os ídolos de madeira ou de metal, reduzindo-os a pó, que espa­lhou sobre os túmulos dos que lhes tinham oferecido sacrifícios; 5quei­mou os ossos dos sacerdotes sobre os seus altares.

Assim, purificou Judá e Jerusa­lém. 6Fez o mesmo nas cida­des de Manassés, de Efraim e Si­meão e até mesmo de Neftali e nos territórios vi­zinhos; 7demoliu os alta­res, os tron­cos sagrados e os ídolos, reduzindo-os a pó, e destruiu todos os altares por­táteis de incenso por todo o país de Israel. Depois regres­sou a Jerusalém.


Reconstrução do templo – 8No décimo oitavo ano do seu reinado, após ter purificado o país e o tem­plo, o rei enviou Chafan, filho de Asa­lias, Massaías, governador da cidade, e o arquivista Joá, filho de Joacaz, para cuidarem da restaura­ção do templo do Senhor, seu Deus. 9Apresenta­ram-se ao Sumo Sacer­dote Hilquias e entregaram o di­nheiro trazido ao templo de Deus, que os levitas por­teiros haviam recolhido de Manas­sés, de Efraim e de todo o resto de Israel, assim como de Judá, de Ben­ja­mim e dos habi­tan­tes de Jerusa­lém. 10Entregaram este dinheiro aos empreiteiros e en­car­regados dos tra­balhos do templo do Senhor. Entre­ga­ram-no para todas as obras de reparação e de restauração do tem­plo. 11Estes en­tre­garam-no aos car­pin­teiros e aos pedreiros para a com­­pra de pedras de cantaria, ma­deiras de carpinta­ria e traves destinadas às constru­ções que os reis de Judá deixaram cair em ruínas. 12Esses homens cum­priram fielmente a sua tarefa. Como inspectores, e para os dirigir, tinham Jaat e Abdias, levi­tas da linhagem de Merari, Zacarias e Mechulam, da linhagem de Queat, todos eles levitas hábeis em tocar instrumentos de música. 13Vigia­vam os carregadores e diri­giam todos os trabalhadores, segundo a sua profis­são. Havia ainda levitas que eram secretários, comissários e porteiros.


Descoberta do livro da Lei (2 Rs 22,3-13) – 14No momento em que se retirava o di­nheiro que tinha sido levado ao tem­plo do Senhor, o sa­cer­dote Hil­quias descobriu o livro da Lei do Senhor, dada por Moisés. 15Disse então Hil­quias ao escriba Chafan: «Encontrei o livro da Lei no templo do Senhor.» E entregou-o a Chafan. 16O escriba Chafan levou-o ao rei e fez-lhe o se­guinte relato: «Os teus ser­vos fize­ram tudo o que lhes con­fiaste: 17fundi­ram a prata encon­trada no templo do Senhor e entrega­ram-na aos en­carregados e aos em­preiteiros dos trabalhos.» 18O escri­ba Chafan disse ainda ao rei: «O sacerdote Hil­quias entregou-me este livro.» E co­me­çou a ler o livro na presença do rei.

19Ao escutar as palavras da Lei, o rei rasgou as suas vestes. 20Em se­guida, deu esta ordem a Hilquias, a Aicam, filho de Chafan, a Abdon, fi­lho de Mica, ao escriba Chafan e ao funcionário real Asaías:

21«Ide e consultai o Senhor em meu nome e em nome do resto de Israel e de Judá, a respeito das pala­vras deste livro acabado de encon­trar, porque grande é a ira do Se­nhor que se irá desencadear sobre nós, pois os nos­sos pais não observaram a pa­lavra do Senhor nem cumpriram tudo o que está escrito neste livro.»


A profetisa Hulda (2 Rs 22,14-20) – 22Hil­quias e aqueles que o rei desi­g­nara foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Chalum, filho de Toqueat, filho de Harsa, guarda do vestiário, a qual habitava em Jeru­sa­lém, na cidade nova. Disseram-lhe o que tinha acon­­tecido. 23Ela res­pon­deu-lhes: «Isto diz o Senhor, Deus de Israel: Dizei àquele que vos enviou a mim: 24‘Isto diz o Senhor: Vou en­viar sobre este lugar e sobre os seus habitantes todas as calamida­des, to­das as mal­dições escritas neste livro, que foi lido na presença do rei de Judá. 25Já que eles me abandona­ram e ofere­ceram incenso a outros deu­ses, irri­tando-me com todas as obras das suas mãos, o meu furor vai infla­mar-se con­tra este lugar e jamais cessará.

26Mas ao rei de Judá que vos enviou a consultar o Se­nhor, direis: Isto diz o Senhor, Deus de Israel, a res­peito das palavras que ouviste: 27Por­­que o teu coração se comoveu e te humilhaste diante de Deus ao ou­vi­res o que está escrito contra este lugar e os seus habi­tantes e, tre­mendo diante de mim, rasgaste as tuas ves­­tes e choraste na minha presença, também Eu te ouvirei, diz o Se­nhor. 28Vou reunir-te aos teus pais: serás depositado em paz no teu sepulcro; os teus olhos nada verão da catás­trofe que vou enviar sobre este lugar e sobre os seus habi­tantes.’»

E vieram referir ao rei tudo quan­­­to ouviram.


Renovação da aliança (2 Rs 23,1-2) – 29Então o rei Josias convocou todos os an­ciãos de Judá e de Jerusalém. 30De­pois, ele próprio subiu ao templo do Senhor seguido pelos homens de Judá e habi­tantes de Jerusalém, pelos sacerdo­tes, pelos levitas e por todo o povo, desde o maior ao me­nor. Pro­cla­mou-lhes integralmente as pa­lavras do livro da aliança, encontrado no tem­plo do Senhor. 31Pondo-se de pé so­bre um estrado, o rei fez uma alian­ça na presença do Senhor, se­gundo a qual se compro­metia a seguir o Se­nhor, a guardar os seus manda­men­tos, as suas or­dens e os seus pre­cei­tos, de todo o seu coração e com toda a sua alma, cumprindo todas as pala­vras da aliança escritas nesse livro. 32Fez com que entrassem nessa aliança todos os que se encontra­vam em Jeru­­salém e Benjamim; e os habi­­tantes de Jerusalém agiram segun­do a aliança de Deus, Deus de seus pais.

33Deste modo, Josias fez desa­pa­re­cer as abominações de todos os países dos filhos de Israel e obrigou todos os que se encontra­vam em Is­rael a servirem o Senhor, seu Deus. Enquanto viveu, não se afastaram do Senhor, Deus dos seus pais.

Capítulo 35

Celebração solene da Pás­coa (Ex 12,1-28; 2 Rs 23,21-23) – 1Jo­sias celebrou em Jerusalém a Pás­coa do Senhor. Imolaram esta Páscoa no décimo quarto dia do pri­meiro mês. 2Restabeleceu os sacer­dotes nas suas funções e animou-os a cumpri­rem o seu ministério no tem­plo do Se­nhor. 3Disse aos levitas que instruíam todo o Israel e que es­ta­vam consagrados ao Senhor:

«De­po­sitai a Arca santa no templo construído por Salomão, filho de Da­vid, rei de Israel. Não mais tereis de a transportar sobre os vos­sos ombros. Agora permanecereis ao serviço do Senhor, vosso Deus, e do seu povo de Israel. 4Organizai-vos segundo a or­dem das vossas famí­lias e das vossas classes, conforme as pres­crições de David, rei de Is­rael, e de Salomão, seu filho. 5Ocu­pai os vos­sos lugares no santuário, por tur­nos, ao serviço das famílias patriarcais e de vossos irmãos: um turno de levi­tas para cada família patriarcal. 6Imo­lareis a Pás­coa e san­tificar-vos-eis, a fim de a pre­parar para os vossos irmãos, con­forme a palavra do Se­nhor transmitida por Moisés.»

7Jo­sias deu ao povo, a todos quan­tos ali se encontravam, gado miúdo, cor­dei­ros e cabritos em número de trinta mil, tudo para a Páscoa, e acres­­­cen­tou três mil bois, tudo tirado do pa­trimónio real. 8Os funcionários do rei deram também, espon­tanea­mente, presentes ao povo, aos sacerdotes e aos levitas. Hil­quias, Zacarias e Jaiel, prefeitos do templo de Deus, deram aos sacer­do­tes, para a Páscoa, dois mil e seis­centos cordeiros e trezen­tos bois. 9Cananias, Chemaías e Nata­nael, seus irmãos, Hasabias, Jeiel e Joza­bad, chefes dos levitas, deram aos levitas, para a Páscoa, cinco mil cor­deiros e quinhentos bois.

10O serviço foi preparado do se­guinte modo: os sacerdotes toma­ram o seu lugar e os levitas as suas fun­ções, segundo a ordem que o rei deter­minara. 11Imolaram o cordeiro pascal: os sacerdotes derramavam o sangue que recebiam das mãos dos levitas, enquanto estes esfolavam as víti­mas. 12Puseram à parte os holocaustos para os dar aos grupos das famílias do povo, para que os oferecessem ao Senhor, como está prescrito no livro de Moisés. Fize­ram o mesmo com os bois. 13De acor­do com o rito pres­crito, assaram o cordeiro pascal no fogo. Cozeram as oferendas consagradas em panelas, caldeirões e sertãs e de­pois distri­buíram-nas a todo o povo. 14Em se­guida prepararam tudo para si e para os sacerdotes, pois os sacer­­do­tes, filhos de Aarão, estiveram ocu­pa­dos até à noite em oferecer os holo­­caustos e as gorduras; por isso, os levitas prepararam as carnes para si mesmos e para os sacerdotes, filhos de Aarão. 15Os cantores, filhos de Asaf, estavam no seu posto, segundo as disposições de David, de Asaf, de Heman e de Jedutun, vi­dente do rei. Os porteiros estavam cada um na sua porta; não preci­saram de aban­donar o seu posto, porque os seus irmãos, os levitas, prepararam tudo para eles. 16Assim se organizou na­quele dia todo o serviço do Senhor segundo a ordem do rei Josias, para celebrar a Páscoa e oferecer os holo­caustos no altar do Senhor.

17Os fi­lhos de Israel ali pre­sentes cele­bra­ram naquela data a Páscoa e a festa dos Ázimos, du­rante sete dias. 18Ne­nhuma Páscoa seme­lhante a esta fora celebrada em Israel, desde o tempo do profeta Samuel; nenhum rei de Israel cele­brara uma Páscoa semelhante àque­la que celebraram Josias, os sacer­dotes e os levitas, com todos os de Judá e Israel ali pre­sen­tes e os ha­bi­tantes de Jerusalém. 19Foi no dé­cimo oitavo ano do rei­nado de Josias que se celebrou esta Páscoa.


Fim do reinado de Josias (2 Rs 23,28-30) – 20Depois de tudo isto e da reparação do templo feita por Josias, Necao, rei do Egipto, mar­chou sobre Carquémis, pelo Eufrates, com uma expedição militar. Josias saiu-lhe ao encontro. 21Necao enviou-lhe mensa­­gei­ros para lhe dizer: «Não tenho nada a ver contigo, rei de Judá! Hoje não venho contra ti, mas contra uma dinastia com a qual estou em guerra. E Deus disse-me que me apres­sasse. Não te oponhas a Deus, que está co­migo, pois Ele deitar-te-á a perder.»

22Mas Josias não quis voltar atrás, porque pro­curava uma ocasião para o atacar. Longe de escutar as pala­vras de Ne­cao, vindas da boca de Deus, atacou-o na passagem de Me­guido. 23Os arqueiros dispararam sobre o rei Jo­sias, e o rei disse aos seus sol­da­dos: «Levai-me, porque estou gra­ve­­mente ferido.» 24Eles tiraram-no do seu carro, colocaram-no num outro que ali havia e levaram-no para Je­rusalém. Morreu e foi sepul­tado no sepulcro de seus pais. Jo­sias foi cho­rado por todos os habi­tantes de Judá e Jerusalém.

25Jeremias compôs uma lamen­ta­ção fúnebre sobre Josias. Todos os cantores e cantoras repetem ainda hoje as suas lamentações; isto tor­nou-se lei para Israel. Estes cantos fúnebres estão escritos nas Lamen­tações. 26Os outros actos de Josias, as suas boas obras, segundo o que está escrito na Lei do Senhor, 27os seus feitos e façanhas, dos primei­ros aos últimos, tudo isso está escri­to no Livro dos Reis de Israel e de Judá.

Capítulo 36

FIM DO REINO DE JUDÁ

Reis vassalos da Babilónia (2 Rs 23,31-25,30)

 

Reinado de Joacaz em Judá (609) (2 Rs 23,31-34) – 1Então o povo do país elegeu Joacaz, filho de Josias, e proclamou-o rei em Jeru­sa­lém, em lugar de seu pai. 2Joacaz tinha a idade de vinte e três anos quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém.

3O rei do Egipto destronou-o em Jerusalém e impôs ao país um tri­buto de cem talentos de prata e um talento de ouro. 4Em seu lugar, Necao pôs no trono de Judá e Jerusalém Elia­­quim, seu irmão, a quem mudou o nome para Joaquim. E levou con­sigo para o Egipto o seu irmão Joacaz.


Reinado de Joaquim (609-598) (2 Rs 23,34-24,6) – 5Joaquim tinha vin­te e cinco anos quando foi elevado ao trono; reinou onze anos em Jeru­sa­lém. Pra­ticou o mal aos olhos do Se­nhor, seu Deus.

6Nabucodo­no­sor, rei da Babiló­nia, atacou-o, prendeu-o com cadeias de bronze e levou-o para a Babi­ló­nia. 7Nabuco­do­nosor le­vou, junta­mente com ele, os objec­tos do templo do Se­nhor para o seu palácio da Babi­lónia.

8O resto da história de Joaquim, as suas abominações, tudo o que o tornou culpado, está escrito no Li­vro dos Reis de Judá e Israel. Seu filho Joiaquin sucedeu-lhe no trono.


Reinado de Joiaquin (598-597) (2 Rs 24,6-9) – 9Joiaquin tinha oito anos quando começou a reinar e rei­nou três meses e dez dias em Jeru­salém. Praticou o mal aos olhos do Senhor.

10No fim do ano, o rei Na­buco­do­no­sor enviou uma expedição a fim de o levar para a Babilónia com os objec­tos preciosos do templo do Senhor. E proclamou rei de Judá e de Jeru­salém Sede­cias, seu pa­rente.


Reinado de Sedecias (597-587) (2 Rs 24,17-20) – 11Sedecias tinha vinte e um anos quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jeru­salém. 12Pra­­ticou o mal aos olhos do Se­nhor, seu Deus, e não se humi­lhou diante do profeta Jeremias que lhe viera falar da parte do Senhor. 13Re­voltou-se mesmo contra o rei Nabu­codonosor, ao qual jurara fide­lidade em nome de Deus. Endure­ceu a sua cerviz, tor­nou inflexível o seu coração e não se converteu ao Senhor, Deus de Israel.


Deportação para a Babilónia (Jr 52,28-30) – 14Todos os chefes dos sacer­dotes e o povo continuaram a multi­plicar as suas prevaricações, imi­tando as prá­ticas abomináveis das nações, e pro­fanaram o templo que o Senhor con­sagrara em Jerusalém.

15O Se­nhor, Deus de seus pais, en­viou-lhes cons­tantemente advertên­cias por meio de mensageiros, para os admoes­tar, pois queria perdoar ao seu povo e à sua própria casa. 16Eles, porém, escar­neceram dos seus conse­lhos e riram-se dos seus profetas, até que a ira do Senhor caiu sem remé­dio sobre o seu povo.

17Então, Deus enviou contra eles o rei dos caldeus, que mandou ma­tar os jovens no próprio san­tuário, não poupando adolescentes, nem don­­ze­las nem anciãos. O Se­nhor entre­gou tudo nas suas mãos. 18Nabuco­do­nosor tirou todo o mobi­liá­rio do templo de Deus, os objectos grandes e pequenos, os tesouros do templo do Senhor, do palácio real e dos chefes, e levou-os para a Babi­ló­nia. 19Incendiaram o templo de Deus, des­truíram as muralhas de Jerusa­lém, queimaram os seus palácios e todos os tesouros foram destruídos.

20Nabucodonosor levou cativos para a Babilónia todos os que esca­param à espada, e teve-os ali como escravos, dele e de seus filhos, até ao começo da dominação persa.

21Assim se cumpriu a profecia que o Senhor pronunciara pela boca de Jeremias: «Até que o país des­frute dos seus anos sabáticos – pois o país ficou inculto durante todo este período de desolação – até se com­ple­tarem os setenta anos.»


Édito de Ciro (538) (Esd 1,1-3) – 22No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cum­prisse a promessa do Senhor, pronunciada pela boca de Jeremias, o Senhor agiu sobre o espírito de Ciro, rei da Pér­sia, que mandou pu­blicar em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte pro­clamação:

23«Assim fala Ciro, rei da Pér­sia: O Senhor, Deus do céu, deu-me todos os reinos da terra e encar­regou-me de lhe cons­truir um temp­lo em Jeru­salém, cidade de Judá. Quem de vós pertence ao seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele e se ponha a caminho.»

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