Capítulo 21
Reinado de Jorão em Judá (848-841) (1 Rs 22,51; 2 Rs 8,16-24) – 1Josafat adormeceu e foi sepultado com seus pais na cidade de David. Seu filho Jorão sucedeu-lhe no trono.
2Jorão tinha seis irmãos, filhos de Josafat: Azarias, Jaiel, Zacarias, Azariau, Micael e Chefatias, todos eles filhos de Josafat, rei de Judá.
3Seu pai dera-lhes avultada soma de prata, ouro, objectos preciosos, assim como cidades fortificadas em Judá; mas entregou o reino a Jorão, porque era o primogénito.
Crimes de Jorão – 4Uma vez consolidada a posse do reino de seu pai, Jorão passou a fio de espada todos os seus irmãos, assim como alguns chefes de Israel. 5Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. 6Seguiu as pegadas dos reis de Israel, como fizera a casa de Acab, pois tinha uma filha de Acab por esposa. Praticou o mal aos olhos do Senhor. 7Contudo, o Senhor não quis destruir a casa de David, por causa da aliança feita com ele e da promessa que lhe fizera de manter perpetuamente no trono um dos seus descendentes.
8No tempo de Jorão, o povo de Edom revoltou-se contra o domínio de Judá e proclamou um rei para si próprio. 9Jorão pôs-se a caminho, com os seus oficiais e os seus carros, e derrotou, a meio da noite, os edomitas que o tinham cercado, a ele e aos chefes dos seus carros. 10Contudo, os edomitas revoltaram-se contra o domínio de Judá até ao dia de hoje. Pela mesma época, Libna libertou-se, também, do seu domínio, porque Jorão abandonara o Senhor, Deus dos seus pais.
11Jorão erigiu igualmente lugares altos nas montanhas de Judá; induziu os habitantes de Jerusalém à idolatria e arrastou Judá ao mal.
Mensagem de Elias – 12Então recebeu do profeta Elias uma mensagem escrita nos seguintes termos: «Assim fala o Senhor, Deus de David, teu pai: ‘Não andaste pelos caminhos de teu pai Josafat, nem pelos de Asa, rei de Judá; 13imitaste os reis de Israel e induziste à idolatria os habitantes de Judá e de Jerusalém, como fez a casa de Acab; assassinaste os teus irmãos, a família de teu pai, que eram melhores do que tu.’ 14Por isso o Senhor ferirá com grande flagelo o teu povo e, da mesma forma, os teus filhos, as tuas mulheres e todos os teus bens; 15e tu serás castigado com uma grave doença, uma enfermidade nas entranhas que, dia após dia, fará sair do corpo as tuas próprias entranhas.» 16O Senhor excitou contra Jorão o espírito dos filisteus e dos árabes, vizinhos dos etíopes. 17Atacaram Judá, devastaram-na, pilharam todas as riquezas que estavam no palácio real e levaram os seus filhos com as suas mulheres, de modo que só lhe ficou Joacaz, o filho mais novo. 18Depois de tudo isto, o Senhor feriu-o com uma doença incurável no ventre. 19Passado certo tempo, no fim do segundo ano, a violência do mal fez com que lhe saíssem as entranhas. Morreu no meio de dores violentas. O povo não queimou perfumes em sua honra, como fizera a seu pai. 20Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar saudade. Sepultaram-no na cidade de David, mas não no sepulcro dos reis.
Capítulo 22
Reinado de Acazias em Judá (841) (2 Rs 8,25-29; 9,16-29) 1Para suceder a Jorão, os habitantes de Jerusalém proclamaram rei a Acazias, seu filho mais novo, porque bandos de salteadores, que vieram com os árabes, tinham invadido o acampamento e assassinado os mais velhos. Assim, Acazias, filho de Jorão, tornou-se rei de Judá. 2Tinha quarenta e dois anos quando começou a reinar e reinou um ano em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Atália, filha de Omeri. 3Trilhou, também, os caminhos da família de Acab, pois era aconselhado ao mal por sua mãe. 4Praticou o mal diante do Senhor, como a família de Acab, porque ela, após a morte de seu pai, lhe serviu de conselheira, para perdição dele.
5Seguindo os seus conselhos, dirigiu-se a Ramot de Guilead com Jorão, filho de Acab, rei de Israel, para atacar Hazael, rei dos arameus, que estava em Ramot de Guilead. Mas os arameus feriram Jorão. 6Jorão regressou a Jezrael para cuidar das feridas recebidas em Ramá, na batalha contra Hazael, rei dos arameus.
Acazias, filho de Jorão, rei de Judá, desceu a Jezrael para visitar Jorão, filho de Acab, que estava doente. 7Ora a perda de Acazias, por disposição divina, foi ter ido visitar Jorão. Com efeito, à sua chegada, saiu com Jorão ao encontro de Jeú, filho de Nimechi, a quem o Senhor tinha dado a unção real para exterminar a casa de Acab; 8e, enquanto Jeú destruía a família de Acab, encontrou-se com os chefes de Judá e os sobrinhos de Acazias, que estavam ao serviço do seu tio, e matou-os.
9Depois, procurou Acazias, que foi encontrado na Samaria, onde se escondera. Levaram-no a Jeú, que o mandou matar. Deram-lhe sepultura, porque se dizia: «É o filho de Josafat, que seguiu o Senhor de todo o seu coração.» Não ficou ninguém da família de Acazias que tivesse idade para reinar.
Atália, rainha de Judá (841-835) (2 Rs 11,1-3) – 10Quando Atália, mãe de Acazias, viu que o filho morrera, mandou exterminar toda a estirpe real da casa de Judá. 11Josabat, porém, filha do rei, raptou Joás, filho de Acazias, tirando-o de entre os jovens príncipes que estavam a ser massacrados, e escondeu-o, com a sua ama, no dormitório. Josabat, filha de Jorão, irmã de Acazias e mulher do sacerdote Joiadá, escondeu-o, assim, do furor de Atália, evitando a sua morte. 12Seis anos esteve escondido com elas no templo de Deus, enquanto Atália reinava no país.
Capítulo 23
Morte de Atália. Coroação de Joás (2 Rs 11,1-20) – 1No sétimo ano, Joiadá encheu-se de coragem e convocou os seguintes chefes de centenas: Azarias, filho de Jeroam, Ismael, filho de Joanan, Azarias, filho de Obed, Massaías, filho de Adaías, e Elisafat, filho de Zicri. E fez com eles um pacto. 2Percorreram Judá e reuniram os levitas de todas as cidades de Judá e os chefes de família de Israel, e regressaram a Jerusalém. 3Todo este grupo fez uma aliança com o rei, no templo de Deus. Joiadá disse-lhes:
«Eis o filho do rei, que deve reinar segundo a declaração do Senhor a respeito dos filhos de David. 4Eis o que deveis fazer: uma terça parte de vós, dos sacerdotes e dos levitas que fazem o serviço do sábado, estará de guarda às portas do templo; 5outra terça parte vigiará o palácio real; e uma outra guardará a porta do Fundamento. E o resto do povo ocupará o átrio do templo do Senhor. 6Ninguém entrará no templo do Senhor, a não ser os sacerdotes e os levitas de serviço: só podem entrar estes, por estarem consagrados. E todo o povo observará o que foi ordenado pelo Senhor. 7Os levitas, cada um com as suas armas na mão, rodearão o rei. E todo aquele que tentar entrar no templo será morto. Seguireis o rei para onde quer que ele vá.»
8Os levitas e todo Judá seguiram à risca as ordens do sacerdote Joiadá. Cada um deles reuniu os seus homens, tanto os que começavam o seu serviço do sábado como os que o terminavam, pois o sacerdote Joiadá não dispensara nenhum grupo. 9Ele próprio entregou aos chefes de centenas lanças e escudos de diversas espécies, conservados no templo de Deus, e que haviam pertencido ao rei David. 10Seguidamente, colocou toda a tropa, com as armas na mão, ao longo do altar e do edifício, desde o ângulo sul até ao ângulo norte do templo, à volta do rei. 11Depois, mandaram avançar o filho do rei, colocaram-lhe o diadema e entregaram-lhe as insígnias reais. E proclamaram-no rei. Joiadá e seus filhos ungiram-no, clamando: «Viva o rei.»
12Mas Atália, ao ouvir os gritos do povo que acorria a aclamar o rei, dirigiu-se à multidão que estava no templo do Senhor. 13Olhou e viu o rei de pé, sobre um estrado, à entrada do templo; os chefes e os tocadores de trombeta estavam ao lado do rei; e todo o povo festejava e tocava trombetas, enquanto os cantores, ao som de vários instrumentos, lhe dirigiam aclamações. Então, Atália rasgou as vestes e gritou: «Traição, traição!»
14Mas o sacerdote Joiadá mandou sair os chefes de centenas que comandavam as tropas e ordenou-lhes: «Arrastai-a para fora do templo, por entre as vossas fileiras. Se alguém a quiser seguir, passai-o ao fio de espada.» O sacerdote impediu que a matassem dentro do templo do Senhor. 15Agarraram-na e, quando chegaram ao palácio real pelo portão dos cavalos, aí a mataram.
Reforma de Joiadá – 16Joiadá fez uma aliança entre ele, o rei e o povo, segundo a qual o povo se obrigava a ser o povo do Senhor. 17Então, todo o povo entrou no templo de Baal e destruiu-o. Despedaçaram os seus altares e as suas imagens e mataram Matan, sacerdote de Baal, diante dos altares. 18Joiadá colocou sentinelas no templo do Senhor, a cargo dos sacerdotes e levitas. David dividira-os em categorias no templo, para oferecerem holocaustos ao Senhor, conforme está escrito na Lei de Moisés, com cânticos de alegria, segundo as ordens de David. 19Colocou, também, porteiros às portas do templo para não deixarem entrar ninguém que tivesse qualquer impureza.
20E levando consigo os chefes de centenas, os notáveis, aqueles que exerciam alguma função entre o povo e toda a população do país, fez sair o rei do templo do Senhor: entraram no palácio do rei pela porta superior e instalaram-no no trono real. 21Toda a população do país estava jubilosa, e a cidade tranquila. Quanto a Atália, foi morta à espada.
Capítulo 24
Reinado de Joás em Judá (835-796) (2 Rs 12,1-22) – 1Joás tinha sete anos quando começou a reinar, e reinou quarenta anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Síbia, natural de Bercheba. 2Joás fez o que é recto diante do Senhor durante toda a vida do sacerdote Joiadá, 3que lhe deu duas mulheres por esposas, das quais teve filhos e filhas.
Restauração do templo – 4Depois disto, Joás resolveu restaurar o templo do Senhor. 5Convocou os sacerdotes e levitas e disse-lhes: «Ide e percorrei as cidades de Judá, recolhei nelas o dinheiro dos israelitas para se fazerem todos os anos as reparações do templo do vosso Deus. Executai isto com presteza.» Mas os levitas não se apressaram.
6Então, o rei chamou o Sumo Sacerdote Joiadá e disse-lhe: «Porque não cuidaste de obrigar os levitas a trazerem, de Judá e de Jerusalém, a contribuição imposta ao povo de Israel por Moisés, servo do Senhor, e pela assembleia de Israel, para a tenda do testemunho? 7Pois a ímpia Atália e seus filhos arruinaram a casa de Deus, e até se serviram de todos os objectos sagrados do templo do Senhor para o culto de Baal.» 8Então o rei ordenou que se fizesse um cofre e fosse colocado na parte exterior da porta do templo. 9Por Judá e por Jerusalém foi apregoado que se trouxesse ao Senhor a contribuição imposta, no deserto, a Israel por Moisés, servo de Deus. 10Todos os chefes e todo o povo, cheios de alegria, vieram colocar dinheiro no cofre até o encherem. 11Sempre que, por meio dos levitas, o cofre era levado para a inspecção do rei – o que acontecia quando o dinheiro se acumulava – o secretário real e um comissário do Sumo Sacerdote esvaziavam-no, e os levitas iam colocá-lo no seu lugar. Assim faziam todos os dias, recolhendo dinheiro em abundância. 12O rei e Joiadá entregavam-no aos encarregados das obras do templo. Estes contratavam os carpinteiros e os canteiros, os trabalhadores que modelavam o ferro e o bronze, a fim de se restaurar e reparar o templo do Senhor. 13Os trabalhadores fizeram com que as reparações fossem acabadas com esmero, restituindo o templo de Deus ao seu primitivo estado, e acabando-o com perfeição.
14Terminado o trabalho, entregaram ao rei e a Joiadá o resto do dinheiro, com o qual se fabricaram os utensílios para o serviço do templo: objectos para os holocaustos, vasos e outros objectos de ouro e prata. Enquanto Joiadá viveu, ofereceram-se regularmente holocaustos no templo do Senhor. 15Joiadá, saciado de dias, envelheceu e depois morreu, aos cento e trinta anos. 16Sepultaram-no na cidade de David, com os reis, pelo bem que fizera a Israel, por Deus e pelo seu templo.
Castigo da idolatria – 17Mas, depois da morte de Joiadá, os chefes de Judá vieram e prostraram-se diante do rei, que os ouviu. 18Abandonaram o templo do Senhor, Deus de seus pais, e prestaram culto aos troncos sagrados e aos ídolos. E essas faltas atraíram a ira divina sobre Judá e Jerusalém. 19O Senhor enviou-lhes profetas para que eles se convertessem ao Senhor com as suas exortações. Mas eles não lhes deram ouvidos. 20Então, o espírito de Deus desceu sobre Zacarias, filho do sacerdote Joiadá, que se apresentou diante do povo e disse: «Assim fala Deus: ‘Porque transgredis os mandamentos do Senhor? Nada conseguireis. Já que abandonastes o Senhor, o Senhor há-de abandonar-vos’.» 21Mas eles revoltaram-se contra ele e apedrejaram-no, por ordem do rei, no átrio do templo do Senhor. 22O rei Joás esquecera a lealdade de Joiadá, pai de Zacarias, e mandou matar o filho. Zacarias, ao morrer, disse: «Que o Senhor veja e faça justiça.»
Fim do reinado de Joás – 23No fim do ano, o exército dos arameus marchou contra Joás; invadiu Judá e Jerusalém, massacrou os chefes do povo e enviou todos os seus despojos ao rei de Damasco.
24Embora os arameus fossem em pequeno número, o Senhor entregou-lhes um enorme exército, porque Judá abandonara o Senhor, Deus de seus pais. Assim, os arameus fizeram justiça a Joás. 25Mal os arameus se afastaram, deixando-o em grandes sofrimentos, os seus homens revoltaram-se contra ele, por causa da morte do filho do sacerdote Joiadá, e mataram-no na sua cama. Morreu e foi sepultado na cidade de David, mas não no sepulcro dos reis. 26Eis os que conspiraram contra ele: Zabad, filho de Chimeat, a amonita, e Jozabad, filho de Chimerit, a moabita.
27Tudo o que se refere aos seus filhos, aos seus cargos e à restauração do templo de Deus, tudo isso está escrito no Comentário do Livro dos Reis. Sucedeu-lhe no trono seu filho Amacias.
Capítulo 25
Reinado de Amacias (796-767) (2 Rs 14,1-22) – 1Amacias tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou durante vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Joadan, e era natural de Jerusalém. 2Ele praticou o que é recto aos olhos do Senhor, mas não com um coração íntegro. 3Desde que se sentiu seguro no poder real, mandou matar os servos que tinham assassinado o rei, seu pai. 4Mas não mandou matar os filhos deles, conformando-se com o que está escrito no livro da Lei de Moisés, como o Senhor ordena: «Os pais não serão mortos em lugar dos seus filhos, nem os filhos morrerão em lugar dos seus pais; cada um morrerá pelo seu próprio pecado.» 5Amacias reuniu os homens de Judá e dividiu-os por famílias, e pôs chefes de milhares e de centenas em todo o território de Judá e de Benjamim. Recenseou-os, a partir da idade de vinte anos para cima, e encontrou trezentos mil homens aptos para a guerra e capazes de carregar lança e escudo. 6Depois, assalariou, por cem talentos de prata, cem mil valentes guerreiros de Israel. 7Mas um homem de Deus veio ao seu encontro e disse-lhe:
«Ó rei, não é preciso que o exército de Israel te acompanhe, porque o Senhor não está com Israel, nem com todos estes filhos de Efraim. 8Se fores com eles, mesmo que dês mostras de valor no combate, Deus deixar-te-á cair diante do inimigo, pois Deus tem poder de socorrer ou de abater.» 9Amacias disse ao homem de Deus: «Que farei, então, a respeito dos cem talentos que dei às tropas israelitas?» O homem de Deus respondeu-lhe: «O Senhor tem mais do que isso para te dar.» 10Amacias licenciou, pois, a tropa de Efraim que se lhe tinha juntado, e mandou-a regressar à sua terra. Mas eles irritaram-se contra Judá e regressaram furiosos à sua terra.
11Amacias, cheio de confiança, pôs-se em marcha para conduzir o seu exército ao Vale do Sal, onde matou dez mil habitantes de Seir. 12Os filhos de Judá prenderam dez mil homens vivos e conduziram-nos ao alto de um rochedo, de onde os precipitaram, ficando despedaçados. 13Entretanto, os homens da tropa que Amacias licenciara e não levara consigo à guerra, saquearam as cidades de Judá, desde a Samaria até Bet-Horon. Mataram três mil homens e levaram consideráveis despojos.
14Ao regressar a casa, depois da derrota dos edomitas, Amacias, que trouxera os deuses dos habitantes de Seir, fez deles os seus próprios deuses: prostrou-se diante deles e queimou-lhes incenso.
15Então, a ira do Senhor inflamou-se contra ele. Enviou-lhe um profeta, que lhe disse: «Porque adoraste esses deuses estrangeiros, que não foram capazes de salvar o seu povo da tua mão?» 16Amacias respondeu ao profeta: «Foste, acaso, nomeado conselheiro do rei? Vai-te embora, se não queres que te mate!» O profeta retirou-se, dizendo: «Sei que Deus decidiu a tua perda porque fizeste isto e não quiseste ouvir o meu conselho.»
Amacias vencido pelo rei de Israel (2 Rs 14,1-20) – 17Amacias, rei de Judá, depois de ter tomado conselho, mandou dizer a Joás, filho de Joacaz, filho de Jeú, rei de Israel: «Vem, para que nos vejamos de frente.»
18Joás, rei de Israel, mandou responder a Amacias, rei de Judá: «O cardo do Líbano mandou dizer ao cedro do Líbano: ‘Dá a tua filha, por esposa, ao meu filho.’ Mas vieram as feras do Líbano, passaram e pisaram o cardo. 19Dizes que derrotaste os edomitas, e o teu coração encheu-se de orgulho. Fica em tua casa. Porque corres ao encontro do perigo, arriscando-te a uma empresa que te há-de arruinar, assim como a Judá?» 20Mas Amacias não o quis ouvir, pois era disposição divina que ele fosse entregue nas mãos dos seus inimigos, por ter venerado os deuses de Edom.
21Joás, rei de Israel, marchou contra Amacias, rei de Judá, e encontraram-se os dois em Bet-Chémes, que está em Judá. 22Judá foi vencido por Israel, e cada um fugiu para sua casa. 23Joás, rei de Israel, prendeu Amacias, rei de Judá, filho de Joás, filho de Joacaz em Bet-Chémes. Mandou-o para Jerusalém e abriu na muralha uma brecha de quatrocentos côvados, desde a porta de Efraim até à porta do Ângulo. 24Apoderou-se de todo o ouro e prata, assim como dos utensílios que se encontravam no templo de Deus, à guarda de Obededom, e dos tesouros do palácio real; depois, regressou à Samaria, levando reféns.
Fim do reinado de Amacias (2 Rs 14,17-20) – 25Amacias, filho de Joás, rei de Judá, viveu ainda quinze anos depois da morte de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel. 26O resto dos actos de Amacias, dos primeiros aos últimos, está escrito no Livro dos Reis de Judá e de Israel.
27Depois que Amacias se desviou do Senhor, armou-se em Jerusalém uma conspiração contra ele. Fugiu para Láquis, mas perseguiram-no e ali o mataram. 28Transportaram o seu corpo sobre cavalos, e sepultaram-no com seus pais na cidade de David.
Capítulo 26
Reinado de Uzias em Judá (781-740) (2 Rs 14,21-22; 15,1-7) 1Todo o povo de Judá proclamou rei a Uzias, que tinha então dezasseis anos, e colocou-o no trono, em lugar de seu pai Amacias. 2Foi ele quem reedificou Elat e fez voltar esta cidade ao domínio de Judá, depois de o rei adormecer com seus pais. 3Uzias tinha dezasseis anos quando começou a reinar e reinou cinquenta e dois anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Jecolias e era natural de Jerusalém. 4Praticou o que é recto aos olhos do Senhor, como seu pai Amacias. 5Aplicou-se a honrar a Deus durante a vida de Zacarias, que o instruiu no temor de Deus.
Enquanto honrou o Senhor, Deus deu-lhe prosperidade. 6Fez uma expedição contra os filisteus, derrubou as muralhas de Gat, de Jabne e de Asdod; construiu cidades no território de Asdod e na terra dos filisteus. 7Deus ajudou-o contra os filisteus, contra os árabes que habitavam em Gur-Baal e contra os meonitas. 8Os meonitas pagaram tributo a Uzias, e a sua fama estendeu-se até aos confins do Egipto, porque se tornara muito poderoso. 9Levantou torres fortificadas em Jerusalém, sobre a porta do Ângulo, sobre a porta do Vale e sobre a esquina da muralha. 10Também construiu torres no de-serto, onde cavou numerosos poços, pois aí possuía numerosos rebanhos, tanto na planície como no planalto. Tinha lavradores e vinhateiros nas montanhas e nas vinhas, pois era apaixonado pela terra.
11Uzias tinha um exército de guerreiros que partiam para a guerra organizados em esquadrões, segundo o alistamento feito pelo escriba Jeiel e pelo administrador Massaías, sob a direcção de Hananías, um dos oficiais do rei. 12O número total dos chefes de família, guerreiros valentes, era de dois mil e seiscentos. 13O exército que comandavam era de trezentos e sete mil e quinhentos homens aptos para a guerra, que combatiam fortemente contra os inimigos do rei. 14A todo este exército, Uzias fornecia, para cada campanha militar, escudos, lanças, capacetes, couraças, arcos e fundas para atirar pedras.
15Mandou construir em Jerusalém máquinas destinadas a serem colocadas sobre as torres e sobre os ângulos das muralhas, para atirar flechas e grandes pedras. A sua fama estendeu-se até muito longe, pois Deus fez maravilhas para o ajudar a adquirir grande poder.
Orgulho e castigo de Uzias – 16Mas, ao ver-se tão poderoso, o seu coração encheu-se de orgulho, para sua desgraça. Cometeu uma falta contra o Senhor, seu Deus: entrou no templo do Senhor a fim de queimar incenso no altar dos perfumes. 17O sacerdote Azarias, com oitenta corajosos sacerdotes do Senhor, entraram atrás dele. 18Fizeram frente ao rei Uzias e disseram-lhe: «Não te compete a ti, Uzias, queimar incenso ao Senhor, mas aos sacerdotes da estirpe de Aarão, que foram consagrados para este fim. Sai do santuário, porque prevaricaste e não tens direito à glória que vem do Senhor Deus.» 19Então, Uzias, tendo na mão um turíbulo, enfureceu-se; mas, durante este acesso de furor contra os sacerdotes, apareceu-lhe lepra na fronte, ali, no templo do Senhor, na presença dos sacerdotes, diante do altar dos perfumes. 20O Sumo Sacerdote Azarias e todos os outros sacerdotes olharam-no e viram a lepra que tinha na fronte. Precipitadamente, fizeram-no sair; aliás, ele próprio se apressou a sair, sentindo-se ferido pelo Senhor.
Fim do reinado de Uzias – 21O rei Uzias ficou leproso até à sua morte e viveu numa casa isolada, coberto de lepra. Por este motivo, foi excluído do templo do Senhor. Seu filho Jotam administrava o palácio real e governava o povo do país. 22Os restantes actos de Uzias, desde os primeiros aos últimos, foram descritos por Isaías, filho do profeta Amós.
23Uzias adormeceu com seus pais e foi sepultado perto deles no campo das sepulturas reais, pois era leproso. Seu filho Jotam sucedeu-lhe no trono.
Capítulo 27
Reinado de Jotam em Judá (740-736) (2 Rs 15,32-38) – 1Jotam tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezasseis anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Jerusa, filha de Sadoc. 2Praticou o que é recto aos olhos do Senhor, exactamente como havia procedido seu pai Uzias, mas não se intrometeu, como ele, no templo do Senhor. No entanto, o povo continuava a corromper-se. 3Foi Jotam que construiu a porta <superior do templo do Senhor, e fez muitas obras nas muralhas de Ofel. 4Construiu igualmente cidades fortificadas na montanha de Judá, fortalezas e torres nas regiões cultivadas.
5Fez guerra ao rei dos amonitas e venceu-o. Este pagou naquele ano um tributo de cem talentos de prata, dez mil coros de trigo e dez mil de cevada; isto mesmo lhe trouxeram os amonitas no segundo e terceiro ano. 6Jotam tornou-se assim muito poderoso, porque andava firmemente nos caminhos do Senhor, seu Deus.
Fim do reinado de Jotam – 7Os outros actos de Jotam, as suas acções, os seus feitos e as suas guerras, tudo isso está escrito no Livro dos Reis de Israel e de Judá. 8Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou dezasseis anos em Jerusalém. 9Jotam adormeceu com os seus pais e foi sepultado na cidade de David. Seu filho Acaz sucedeu-lhe no trono.
Capítulo 28
Reinado de Acaz em Judá (735-716) (2 Rs 16,2-20) – 1Acaz tinha vinte anos quando começou a reinar. Reinou dezasseis anos em Jerusalém. Não praticou o que é recto aos olhos do Senhor, como David, seu pai, 2mas seguiu as pegadas dos reis de Israel. Fez mesmo imagens de metal em honra de Baal. 3Queimou perfumes no vale de Ben-Hinom e fez passar os seus filhos pelo fogo, segundo o abominável costume das nações que o Senhor havia expulsado diante dos israelitas. 4Oferecia sacrifícios e perfumes sobre os lugares altos, sobre as colinas e debaixo de toda a árvore verdejante.
Guerra siro-efraimita – 5O Senhor, seu Deus, entregou-o nas mãos do rei dos arameus. Estes derrotaram-no, fizeram grande número de prisioneiros e deportaram-nos para Damasco. Também ele caiu nas mãos do rei de Israel, que lhe infligiu uma grande derrota. 6Pecá, filho de Remalias, matou, num só dia, cento e vinte mil homens de Judá, todos guerreiros valorosos, porque tinham abandonado o Senhor, Deus de seus pais. 7Zicri, um guerreiro de Efraim, matou Massaías, filho do rei, Azericam, chefe do palácio, e Elcana, o segundo depois do rei. 8Os filhos de Israel fizeram, entre os seus irmãos, duzentos mil prisioneiros, incluindo mulheres, jovens e donzelas. Recolheram também grandes despojos, que levaram para a Samaria.
O profeta Oded – 9Havia ali um profeta do Senhor, chamado Oded, que saiu ao encontro do exército que entrava na Samaria, e disse-lhes: «Vede: na sua ira contra os filhos de Judá, o Senhor, Deus dos vossos pais, entregou-os nas vossas mãos, mas vós tirastes-lhes a vida com tal fúria que a vossa crueldade subiu até ao céu. 10E agora pretendeis oprimir os homens de Judá e Jerusalém até fazer deles vossos escravos e escravas. Porventura, entre vós não há também prevaricações contra o Senhor, vosso Deus? 11Escutai-me: Mandai regressar os cativos que fizestes entre os vossos irmãos, pois ameaça-vos o ardor da ira do Senhor.»
12Levantaram-se, então, contra os que voltavam da guerra, alguns dos chefes dos efraimitas. Eram eles Azarias, filho de Joanan, Baraquias, filho de Mechilemot, Ezequias, filho de Chalum, e Amassá, filho de Hadlai. 13E diziam-lhes: «Não introduzireis aqui esses cativos. Quereis que nos tornemos culpados diante do Senhor, e que aumentemos, assim, as nossas faltas, já suficientemente numerosas? O ardor da ira do Senhor já ameaça Israel.»
14Então, na presença dos chefes e da assembleia do povo, os soldados soltaram os presos e abandonaram os despojos. 15A seguir, os homens, cujos nomes acabaram de ser citados, levantaram-se para reconfortar os cativos: revestiram com as vestes tiradas dos despojos aqueles que estavam nus, calçaram-nos, deram-lhes de comer e beber, trataram-lhes as feridas e conduziram-nos a Jericó, cidade das palmeiras, para junto dos seus irmãos, montando nos jumentos aqueles que se encontravam extenuados. Depois, regressaram à Samaria.
Pecado de Acaz – 16Naquele tempo, o rei Acaz mandou pedir socorro aos reis da Assíria, 17pois os edomitas voltaram a combater Judá e a fazer prisioneiros. 18Os filisteus invadiram também as cidades da planície e do Négueb que pertenciam a Judá; tomaram Bet-Chémes, Aialon, Guederot, Socó e os seus arrabaldes, Timna e os seus arrabaldes, Guimezô e os seus arrabaldes. E nelas se estabeleceram. 19Com efeito, o Senhor humilhava Judá por causa do rei Acaz, que levara a dissolução a Judá e cometera graves delitos contra o Senhor.
20Tiglat-Falasar, rei da Assíria, em vez de lhe dar o seu apoio, marchou contra ele e cercou-o. 21Em vão Acaz despojara o templo do Senhor, o palácio real e os dignitários para enviar presentes ao rei da Assíria. De nada lhe valeu. 22Embora estivesse em aflições, o rei Acaz continuou a cometer os seus crimes contra o Senhor. 23O fereceu mesmo sacrifícios aos deuses de Damasco, que o haviam derrotado.
Dizia ele: «São os deuses dos reis dos arameus que os protegem; oferecer-lhes-ei, portanto, sacrifícios para que igualmente me ajudem.» Eles, porém, foram a causa da sua queda e da ruína de todo o Israel. 24Acaz juntou todos os utensílios do templo de Deus e despedaçou-os. Fechou as portas do templo do Senhor, fabricou altares em todos os cruzamentos de Jerusalém. 25Construiu lugares altos em todas as cidades de Judá, para neles oferecer incenso aos deuses estrangeiros, provocando, assim, a ira do Senhor, Deus de seus pais.
Fim do reinado de Acaz – 26O resto dos seus actos, todos os seus feitos, dos primeiros aos últimos, tudo isso está escrito no Livro dos Reis de Judá e de Israel.
27Acaz adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Jerusalém, pois não o quiseram enterrar nos sepulcros dos reis de Israel. Seu filho Ezequias sucedeu-lhe no trono.
Capítulo 29
Reinado de Ezequias em Judá (716-687) (2 Rs 18,1-3) – 1Ezequias tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Abias, filha de Zacarias. 2Praticou o bem aos olhos do Senhor, como David, seu pai.
Purificação do templo – 3No primeiro mês do primeiro ano do seu reinado, reabriu as portas do templo do Senhor, depois de as ter reparado. 4Convocou os sacerdotes e os levitas e reuniu-os na praça oriental. 5Disse-lhes: «Escutai-me, levitas. Santificai-vos, agora, e purificai o templo do Senhor, Deus de vossos pais, de toda a imundície, 6porque os nossos pais prevaricaram, fizeram o mal diante do Senhor, nosso Deus; abandonaram-no, desviaram os olhos da sua morada, voltaram-lhe as costas. 7Trancaram mesmo as portas do vestíbulo, extinguiram as lâmpadas, não mais queimaram incenso e suprimiram os holocaustos no santuário do Deus de Israel. 8Por isso, a ira do Senhor inflamou-se contra Judá e Jerusalém, entregou-os à desolação e fez deles objecto de espanto e zombaria, como estais a ver com os vossos próprios olhos. 9que os nossos pais pereceram ao fio da espada, e as nossas filhas, os nossos filhos e as nossas mulheres estão no c Eis ativeiro por causa disso. 10Agora, resolvi fazer uma aliança com o Senhor, Deus de Israel, para que nos poupe do ardor da sua ira. 11Ora, meus filhos, não sejais negligentes, porque foi a vós que o Senhor escolheu para que estivésseis diante dele, o servísseis e lhe oferecêsseis incenso.»
Reforma religiosa – 12Levantaram-se, então, os seguintes levitas: da linhagem de Queat, Maat, filho de Amassai, Joel, filho de Azarias; da linhagem de Merari, Quis, filho de Abdi, Azarias, filho de Jalelel; da linhagem dos gersonitas, Joá, filho de Zima, Éden, filho de Joá; 13da linhagem de Elisafan, Chimeri e Jeiel; da linhagem de Asaf, Zacarias e Matanias; 14da linhagem de Heman, Jaiel e Chimei; da linhagem de Jedutun, Chemaías e Uziel. 15Reuniram os seus irmãos e, depois de se terem santificado, vieram, por ordem do rei e conforme as palavras do Senhor, purificar o templo. 16Os sacerdotes entraram no interior do templo do Senhor para o purificar, e varreram, do átrio do templo, toda a imundície que encontraram; depois, os levitas juntaram-na e levaram-na para fora, para a torrente do Cédron.
17Foi no primeiro dia do primeiro mês que começaram esta purificação; no oitavo dia desse mês chegaram ao pórtico. Em oito dias, o templo foi purificado. No décimo sexto dia do mês, acabaram a obra começada.
18Dirigiram-se, então, à presença do rei Ezequias e disseram-lhe: «Purificámos todo o templo do Senhor, o altar dos holocaustos com todos os seus utensílios, a mesa dos pães da oferenda com todos os seus utensílios. 19Todos os objectos que Acaz, tinha profanado, durante o seu reinado, purificámo-los e pusemo-los diante do altar do Senhor.»
Restabelecimento do culto – 20No dia seguinte, de manhã, o rei Ezequias reuniu os dignitários da cidade e subiu ao templo. 21Levaram sete touros, sete carneiros, sete cordeiros e sete bodes para um sacrifício expiatório pelo reino, pelo santuário e por Judá. O rei disse aos sacerdotes da linhagem de Aarão que os oferecessem sobre o altar do Senhor.
22Os sacerdotes imolaram os touros, cujo sangue recolheram e derramaram sobre o altar. Depois, imolaram os carneiros e espalharam o seu sangue sobre o altar; e fizeram o mesmo com os cordeiros. 23Trouxeram então os bodes, para um sacrifício expiatório, à presença do rei e da multidão, e todos estenderam as mãos sobre eles.
24Os sacerdotes imolaram-nos e ofereceram o seu sangue sobre o altar, em expiação pelos pecados de todo o Israel, pois o rei ordenara que se oferecesse o holocausto e o sacrifício expiatório por todo o Israel. 25Colocou, depois, os levitas no templo do Senhor, com címbalos, harpas e cítaras, segundo a ordem de David, de Gad, o vidente do rei, e do profeta Natan, porque era uma ordem do Senhor, dada pelos seus profetas.
26Os levitas ocuparam o seu lugar com os instrumentos de David, e os sacerdotes, com as trombetas. 27Ezequias mandou oferecer o holocausto sobre o altar; e, no momento em que começava o holocausto, o canto do Senhor fez-se ouvir, ao som das trombetas e dos instrumentos musicais de David, rei de Israel.
28Toda a assembleia estava prostrada, enquanto os cantores entoavam o cântico e faziam ressoar as trombetas até ao fim do holocausto. 29Terminado o holocausto, o rei e todos os que o cercavam dobraram os joelhos e prostraram-se. 30A seguir, o rei Ezequias e os chefes ordenaram aos levitas que cantassem um cântico ao Senhor, com as palavras de David e do vidente Asaf. Cantaram esse hino cheios de alegria, e depois prostraram-se em adoração. 31Então, Ezequias tomou a palavra e disse: «Agora que tendes as vossas mãos cheias de ofertas para o Senhor, aproximai-vos e oferecei os sacrifícios de acção de graças no templo do Senhor.» E toda a multidão ofereceu os seus sacrifícios de acção de graças, e os de coração generoso ofereciam holocaustos voluntários.
32Este foi o número dos holocaustos oferecidos pela multidão: setenta touros, cem carneiros, duzentos cordeiros; tudo isto oferecido em holocausto ao Senhor. 33Consagraram, além disso, seiscentos bois e três mil ovelhas. 34Mas, como os sacerdotes eram poucos e não bastavam para preparar as vítimas destinadas ao holocausto, os seus irmãos levitas ajudaram-nos até ao fim, até que os outros sacerdotes se purificassem; porque os levitas tinham mostrado mais solicitude que os sacerdotes em se purificar. 35Ofereceram, além disso, holocaustos em abundância, com a gordura dos sacrifícios de comunhão e as libações para os holocaustos.
Foi assim restabelecido o culto no templo do Senhor. 36Ezequias e o povo regozijaram-se por o Senhor ter disposto todo o povo a fazer tudo isto tão rapidamente.
Capítulo 30
Convocação para a Páscoa (35,1-19; Ex 12,1-20; Nm 9,1-14) – 1Ezequias enviou mensageiros por todo o Israel e Judá e escreveu cartas a Efraim e a Manassés, para os convidar a virem ao templo do Senhor, que está em Jerusalém, celebrar a Páscoa em honra do Senhor, Deus de Israel. 2O rei, os seus chefes e toda a assembleia do povo em Jerusalém resolveram celebrar a Páscoa no segundo mês, 3pois não puderam fazê-lo no devido tempo porque os sacerdotes não se tinham santificado em número suficiente, e o povo ainda não se tinha reunido em Jerusalém. 4Esta resolução agradou ao rei e a toda a assembleia. 5Decidiram, por isso, apregoar por todo o Israel, desde Bercheba até Dan, o convite para virem a Jerusalém celebrar a Páscoa em honra do Senhor, Deus de Israel. Porque muitos não a celebravam como estava prescrito.
6Partiram, então, os pregoeiros, com as cartas do rei e dos chefes, por todo o Israel e Judá. Por ordem do rei, diziam: «Israelitas, voltai ao Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, e Ele há-de voltar-se para aqueles que, de entre vós, escaparam das mãos dos reis da Assíria. 7Não sejais como os vossos pais e os vossos irmãos, que prevaricaram diante do Senhor, Deus de seus pais, que os entregou à desolação, como estais a ver. 8Não endureçais a vossa cerviz, como fizeram os vossos pais. Estendei as mãos para o Senhor, vinde ao santuário que Ele consagrou para sempre, e servi o Senhor, vosso Deus, a fim de que Ele afaste de vós o ardor da sua cólera. 9Se vos converterdes ao Senhor, os vossos irmãos e os vossos filhos acharão misericórdia diante daqueles que os levaram cativos e voltarão a este país; pois o Senhor, vosso Deus, é misericordioso e compassivo e não mais desviará os olhos de vós, se a Ele vos converterdes.» 10Deste modo, os pregoeiros passaram de cidade em cidade no território de Efraim e de Manassés, até Zabulão. Mas riam-se deles e escarneceram-nos. 11Contudo, alguns homens de Aser, de Manassés e de Zabulão mostraram-se humildes e dirigiram-se a Jerusalém. 12Também em Judá, a mão de Deus tocou os habitantes para lhes dar o desejo unânime de escutar as ordens do rei e dos chefes, conforme a palavra do Senhor.
Festa dos Ázimos (Ex 12,15-20) – 13Grandes multidões acorreram a Jerusalém para celebrar a festa dos Ázimos, no segundo mês. Era uma enorme assembleia. 14Começaram por destruir os altares pagãos que se encontravam em Jerusalém, assim como todos os altares dos perfumes, e lançaram-nos à torrente do Cédron.
15Imolaram o cordeiro pascal no décimo quarto dia do segundo mês. Os sacerdotes e os levitas, arrependidos, tinham-se santificado e ofereceram holocaustos no templo do Senhor. 16Ocupavam o seu lugar, como prescreve a Lei de Moisés, homem de Deus. Os sacerdotes derramavam o sangue recebido das mãos dos levitas. 17 Como houvesse na assistência muitos que não se tinham purificado, os levitas encarregaram-se de imolar o cordeiro pascal por todos os que não estavam puros, a fim de os consagrar ao Senhor.
18Uma grande parte do povo de Efraim, de Manassés, de Issacar e de Zabulão comeu o cordeiro pascal sem se ter purificado, contrariamente ao que estava prescrito. Mas Ezequias intercedeu por eles, dizendo: «O Senhor, que é bom, usará de misericórdia 19com os que buscam de todo o coração o Senhor, Deus de seus pais, e não lhes imputará a falta de purificação exigida para o santuário!» 20O Senhor escutou Ezequias e perdoou ao povo.
21Os filhos de Israel que se encontravam em Jerusalém celebraram com muita alegria a festa dos Ázimos durante sete dias. Cada dia, os levitas e os sacerdotes louvavam o Senhor com potentes instrumentos musicais. 22Ezequias dirigiu palavras cordiais a todos os levitas que se tinham distinguido no culto do Senhor. Passaram os sete dias da festa oferecendo sacrifícios de comunhão e de acção de graças ao Senhor, Deus de seus pais. 23E toda a assembleia concordou em prolongar a festa por mais sete dias, celebrando-a com grande alegria.
24Ezequias, rei de Judá, dera à assembleia mil touros e sete mil ovelhas; também os altos funcionários a presentearam com mil touros e dez mil ovelhas; os sacerdotes tinham-se purificado em grande número. 25A alegria reinava em toda a assembleia de Judá, nos sacerdotes e levitas, na assembleia vinda de Israel e nos estrangeiros vindos da terra de Israel ou estabelecidos em Judá. 26Em Jerusalém houve grande júbilo, pois nunca se vira coisa semelhante na cidade, desde o tempo de Salomão, filho de David, rei de Israel. 27Finalmente, os sacerdotes e os levitas levantaram-se para abençoar a multidão. A sua voz foi ouvida e a sua prece chegou ao céu, até à santa morada de Deus.