Capítulo 21

Reinado de Jorão em Judá (848-841) (1 Rs 22,51; 2 Rs 8,16-24) – 1Josafat adormeceu e foi sepul­tado com seus pais na cidade de David. Seu filho Jorão sucedeu-lhe no trono.

2Jorão tinha seis irmãos, filhos de Josafat: Azarias, Jaiel, Zacarias, Aza­riau, Micael e Chefatias, todos eles filhos de Josafat, rei de Judá.

3Seu pai dera-lhes avultada soma de prata, ouro, objectos preciosos, as­sim como cidades fortificadas em Judá; mas entregou o reino a Jorão, porque era o primogénito.


Crimes de Jorão4Uma vez con­solidada a posse do reino de seu pai, Jorão passou a fio de espada todos os seus irmãos, assim como alguns chefes de Israel. 5Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jeru­salém. 6Seguiu as pegadas dos reis de Is­rael, como fizera a casa de Acab, pois tinha uma filha de Acab por esposa. Praticou o mal aos olhos do Senhor. 7Contudo, o Senhor não quis destruir a casa de David, por causa da aliança feita com ele e da promessa que lhe fizera de manter perpetuamente no trono um dos seus descendentes.

8No tempo de Jorão, o povo de Edom revoltou-se contra o domínio de Judá e pro­cla­mou um rei para si próprio. 9Jorão pôs-se a caminho, com os seus ofi­ciais e os seus carros, e derrotou, a meio da noite, os edo­mi­tas que o tinham cercado, a ele e aos chefes dos seus carros. 10Contudo, os edo­mi­tas revoltaram-se contra o do­mí­nio de Judá até ao dia de hoje. Pela mesma época, Libna libertou-se, tam­­bém, do seu domínio, porque Jo­rão abandonara o Senhor, Deus dos seus pais.

11Jorão erigiu igualmente luga­res altos nas montanhas de Judá; induziu os habitantes de Jerusalém à idolatria e arrastou Judá ao mal.


Mensagem de Elias12Então recebeu do profeta Elias uma men­sa­gem escrita nos seguintes termos: «Assim fala o Senhor, Deus de Da­vid, teu pai: ‘Não andaste pelos cami­nhos de teu pai Josafat, nem pelos de Asa, rei de Judá; 13imitaste os reis de Israel e induziste à idolatria os habitantes de Judá e de Jerusalém, como fez a casa de Acab; assassi­naste os teus irmãos, a famí­lia de teu pai, que eram melhores do que tu.’ 14Por isso o Senhor ferirá com grande fla­gelo o teu povo e, da mesma forma, os teus filhos, as tuas mulheres e todos os teus bens; 15e tu serás cas­tigado com uma grave doen­ça, uma enfermidade nas entra­nhas que, dia após dia, fará sair do corpo as tuas próprias entranhas.» 16O Senhor excitou contra Jorão o espírito dos filisteus e dos árabes, vizinhos dos etíopes. 17Atacaram Judá, devasta­ram-na, pilharam to­das as riquezas que estavam no palácio real e leva­ram os seus filhos com as suas mu­lheres, de modo que só lhe ficou Joa­caz, o filho mais novo. 18Depois de tudo isto, o Senhor feriu-o com uma doença incurável no ventre. 19Pas­sado certo tempo, no fim do segundo ano, a violência do mal fez com que lhe saíssem as entranhas. Morreu no meio de dores violentas. O povo não queimou perfumes em sua honra, como fizera a seu pai. 20Tinha trinta e dois anos quando começou a rei­nar e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar saudade. Sepul­taram-no na cidade de David, mas não no sepulcro dos reis.

Capítulo 22

Reinado de Acazias em Ju­dá (841) (2 Rs 8,25-29; 9,16-29) 1Para suceder a Jorão, os habitan­tes de Jerusalém procla­maram rei a Acazias, seu filho mais novo, porque bandos de salteadores, que vieram com os árabes, tinham invadido o acampamento e assassi­nado os mais velhos. Assim, Aca­zias, filho de Jo­rão, tornou-se rei de Judá. 2Tinha qua­­­renta e dois anos quando começou a reinar e reinou um ano em Jerusa­lém. Sua mãe chamava-se Atália, filha de Omeri. 3Trilhou, também, os caminhos da família de Acab, pois era aconse­lhado ao mal por sua mãe. 4Praticou o mal diante do Senhor, como a família de Acab, porque ela, após a morte de seu pai, lhe serviu de con­selheira, para perdição dele.

5Seguindo os seus conselhos, diri­­giu-se a Ramot de Guilead com Jo­rão, filho de Acab, rei de Israel, para atacar Hazael, rei dos ara­meus, que estava em Ramot de Guilead. Mas os arameus feriram Jorão. 6Jo­rão regressou a Jezrael para cuidar das feridas recebidas em Ramá, na bata­lha contra Hazael, rei dos ara­meus.

Acazias, filho de Jorão, rei de Judá, desceu a Jezrael para visitar Jorão, filho de Acab, que estava doente. 7Ora a perda de Acazias, por dispo­si­ção divina, foi ter ido visitar Jorão. Com efeito, à sua chegada, saiu com Jorão ao encontro de Jeú, filho de Nimechi, a quem o Senhor tinha dado a unção real para exter­minar a casa de Acab; 8e, enquanto Jeú des­truía a família de Acab, encon­trou-se com os chefes de Judá e os sobri­nhos de Acazias, que esta­vam ao serviço do seu tio, e matou-os.

9De­pois, procurou Acazias, que foi encon­trado na Samaria, onde se escon­dera. Levaram-no a Jeú, que o mandou matar. Deram-lhe sepul­tura, porque se dizia: «É o filho de Josa­fat, que seguiu o Senhor de todo o seu cora­ção.» Não ficou nin­guém da família de Acazias que tivesse idade para reinar.


Atália, rainha de Judá (841-835) (2 Rs 11,1-3) – 10Quando Atá­lia, mãe de Acazias, viu que o filho morrera, mandou exter­minar toda a estirpe real da casa de Judá. 11Josa­bat, po­rém, filha do rei, raptou Joás, filho de Acazias, tirando-o de entre os jovens príncipes que estavam a ser massacrados, e escon­deu-o, com a sua ama, no dormitó­rio. Josabat, filha de Jorão, irmã de Acazias e mu­lher do sacerdote Joia­dá, escondeu-o, assim, do furor de Atália, evi­tando a sua morte. 12Seis anos esteve es­condido com elas no templo de Deus, enquanto Atália reinava no país.

Capítulo 23

Morte de Atália. Coroação de Joás (2 Rs 11,1-20) – 1No sé­timo ano, Joiadá encheu-se de cora­gem e convocou os seguintes chefes de centenas: Aza­rias, filho de Jeroam, Ismael, filho de Joanan, Aza­rias, fi­lho de Obed, Massaías, filho de Adaías, e Eli­sa­fat, filho de Zicri. E fez com eles um pacto. 2Percorre­ram Judá e reuni­ram os levitas de todas as cida­des de Judá e os chefes de família de Israel, e regressaram a Jerusalém. 3Todo este grupo fez uma aliança com o rei, no templo de Deus. Joia­dá disse-lhes:

«Eis o filho do rei, que deve rei­nar segundo a declaração do Senhor a respeito dos filhos de David. 4Eis o que deveis fazer: uma terça parte de vós, dos sacerdotes e dos levitas que fazem o serviço do sábado, estará de guarda às portas do templo; 5outra terça parte vigiará o palácio real; e uma outra guardará a porta do Fun­da­mento. E o resto do povo ocupará o átrio do templo do Senhor. 6Nin­guém en­trará no templo do Senhor, a não ser os sacerdotes e os levitas de serviço: só podem entrar estes, por estarem consagrados. E todo o povo observará o que foi ordenado pelo Senhor. 7Os levitas, cada um com as suas armas na mão, rodea­rão o rei. E todo aquele que tentar entrar no templo será morto. Segui­reis o rei para onde quer que ele vá.»

8Os levitas e todo Judá seguiram à risca as ordens do sacerdote Joia­dá. Cada um deles reuniu os seus ho­mens, tanto os que começa­vam o seu serviço do sábado como os que o terminavam, pois o sacerdote Joia­dá não dispensara nenhum grupo. 9Ele próprio entregou aos chefes de centenas lanças e escudos de di­ver­sas espécies, conservados no templo de Deus, e que haviam pertencido ao rei David. 10Seguidamente, colo­cou toda a tropa, com as armas na mão, ao longo do altar e do edifício, desde o ângulo sul até ao ângulo norte do templo, à volta do rei. 11De­pois, mandaram avançar o filho do rei, colocaram-lhe o diadema e en­trega­ram-lhe as insígnias reais. E procla­maram-no rei. Joiadá e seus filhos ungiram-no, clamando: «Viva o rei.»

12Mas Atália, ao ouvir os gritos do povo que acorria a aclamar o rei, dirigiu-se à multidão que estava no templo do Senhor. 13Olhou e viu o rei de pé, sobre um estrado, à en­trada do templo; os chefes e os tocadores de trombeta estavam ao lado do rei; e todo o povo festejava e tocava trom­betas, enquanto os can­tores, ao som de vários instrumen­tos, lhe dirigiam aclamações. Então, Atália rasgou as vestes e gritou: «Traição, traição!»

14Mas o sacerdote Joiadá man­dou sair os chefes de cen­tenas que co­man­­da­vam as tropas e ordenou-lhes: «Ar­ras­tai-a para fora do templo, por entre as vossas fileiras. Se alguém a qui­ser seguir, passai-o ao fio de espada.» O sacer­dote impediu que a matassem den­tro do templo do Senhor. 15Agar­­­raram-na e, quando chegaram ao pa­lá­cio real pelo portão dos cavalos, aí a mataram.


Reforma de Joiadá16Joiadá fez uma aliança entre ele, o rei e o povo, segundo a qual o povo se obrigava a ser o povo do Senhor. 17Então, todo o povo entrou no templo de Baal e destruiu-o. Despedaçaram os seus al­­­­tares e as suas imagens e mata­ram Matan, sacerdote de Baal, diante dos altares. 18Joiadá colocou sentinelas no templo do Senhor, a cargo dos sacerdotes e levitas. David dividira-os em categorias no templo, para oferecerem holocaus­tos ao Senhor, conforme está es­crito na Lei de Moi­sés, com cânticos de alegria, segundo as ordens de David. 19Colocou, tam­bém, porteiros às portas do templo para não dei­xarem entrar ninguém que tivesse qualquer impureza.

20E levando con­sigo os chefes de cente­nas, os no­tá­veis, aqueles que exer­­ciam algu­ma função entre o povo e toda a população do país, fez sair o rei do templo do Senhor: entra­ram no palácio do rei pela porta superior e instalaram-no no trono real. 21Toda a população do país estava jubilosa, e a cidade tranquila. Quanto a Atá­lia, foi morta à espada.

Capítulo 24

Reinado de Joás em Judá (835-796) (2 Rs 12,1-22) – 1Joás tinha sete anos quando come­çou a reinar, e reinou quarenta anos em Je­rusalém. Sua mãe chamava-se Síbia, natural de Bercheba. 2Joás fez o que é recto diante do Senhor durante toda a vida do sacerdote Joiadá, 3que lhe deu duas mulheres por esposas, das quais teve filhos e filhas.


Restauração do templo – 4Depois disto, Joás resolveu restaurar o tem­­plo do Senhor. 5Convocou os sacer­dotes e levitas e disse-lhes: «Ide e percorrei as cidades de Judá, reco­lhei nelas o dinheiro dos israelitas para se fazerem todos os anos as repara­ções do templo do vosso Deus. Exe­cutai isto com presteza.» Mas os levitas não se apressaram.

6Então, o rei chamou o Sumo Sa­cerdote Joia­dá e disse-lhe: «Porque não cui­daste de obrigar os levitas a trazerem, de Judá e de Jerusalém, a contribuição imposta ao povo de Is­rael por Moi­sés, servo do Senhor, e pela assembleia de Israel, para a tenda do testemu­nho? 7Pois a ímpia Atália e seus filhos arruinaram a casa de Deus, e até se serviram de todos os objectos sagrados do templo do Senhor para o culto de Baal.» 8En­tão o rei orde­nou que se fizesse um cofre e fosse colocado na parte exte­rior da porta do templo. 9Por Judá e por Jerusa­lém foi apregoado que se trouxesse ao Senhor a contribuição imposta, no deserto, a Israel por Moi­sés, servo de Deus. 10Todos os chefes e todo o povo, cheios de alegria, vie­ram colo­car dinheiro no cofre até o enche­rem. 11Sempre que, por meio dos levitas, o cofre era levado para a inspecção do rei – o que acontecia quando o di­nheiro se acumulava – o secretário real e um comissário do Sumo Sa­cerdote esva­ziavam-no, e os levitas iam colocá-lo no seu lugar. Assim faziam todos os dias, reco­lhendo di­nheiro em abun­dância. 12O rei e Joiadá entrega­vam-no aos en­car­­re­gados das obras do templo. Es­tes contratavam os ca­rpin­teiros e os can­­teiros, os trabalha­dores que mo­de­lavam o ferro e o bronze, a fim de se restaurar e reparar o templo do Se­nhor. 13Os tra­balhadores fizeram com que as reparações fossem aca­ba­­das com esmero, restituindo o templo de Deus ao seu primitivo estado, e aca­bando-o com perfeição.

14Terminado o trabalho, entrega­ram ao rei e a Joiadá o resto do di­nheiro, com o qual se fabricaram os utensílios para o serviço do templo: objectos para os holocaus­tos, vasos e outros objectos de ouro e prata. Enquanto Joiadá viveu, ofere­ceram-se regularmente holo­caus­tos no tem­plo do Senhor. 15Joiadá, saciado de dias, enve­lhe­ceu e depois morreu, aos cento e trinta anos. 16Sepulta­ram-no na cidade de Da­vid, com os reis, pelo bem que fi­zera a Israel, por Deus e pelo seu templo.


Castigo da idolatria17Mas, de­pois da morte de Joiadá, os chefes de Judá vieram e prostraram-se diante do rei, que os ouviu. 18Aban­donaram o templo do Senhor, Deus de seus pais, e prestaram culto aos troncos sagrados e aos ídolos. E essas faltas atraíram a ira divina sobre Judá e Jerusalém. 19O Senhor enviou-lhes profetas para que eles se conver­tes­sem ao Senhor com as suas exor­ta­ções. Mas eles não lhes deram ouvi­dos. 20Então, o espírito de Deus des­­ceu sobre Zacarias, filho do sacer­­dote Joiadá, que se apre­sen­tou diante do povo e disse: «As­sim fala Deus: ‘Porque transgredis os manda­men­tos do Senhor? Nada conseguireis. Já que abandonastes o Senhor, o Senhor há-de abandonar-vos’.» 21Mas eles revoltaram-se con­tra ele e ape­drejaram-no, por ordem do rei, no átrio do templo do Se­nhor. 22O rei Joás esquecera a lealdade de Joiadá, pai de Zacarias, e mandou matar o filho. Zacarias, ao morrer, disse: «Que o Senhor veja e faça justiça.»


Fim do reinado de Joás23No fim do ano, o exército dos arameus marchou contra Joás; invadiu Judá e Jerusalém, massacrou os chefes do povo e enviou todos os seus despojos ao rei de Damasco.

24Embora os arameus fossem em pequeno número, o Senhor entre­gou-lhes um enorme exército, porque Judá abandonara o Senhor, Deus de seus pais. Assim, os arameus fi­ze­­ram justiça a Joás. 25Mal os ara­meus se afastaram, deixando-o em grandes sofrimentos, os seus homens revoltaram-se contra ele, por causa da morte do filho do sacerdote Joiadá, e mataram-no na sua cama. Morreu e foi sepultado na cidade de David, mas não no sepulcro dos reis. 26Eis os que conspiraram contra ele: Zabad, filho de Chimeat, a amo­nita, e Jozabad, filho de Chimerit, a moabita.

27Tudo o que se refere aos seus filhos, aos seus cargos e à restaura­ção do templo de Deus, tudo isso está escrito no Comentário do Livro dos Reis. Sucedeu-lhe no trono seu filho Amacias.

Capítulo 25

Reinado de Amacias (796-767) (2 Rs 14,1-22) – 1Amacias tinha vinte e cinco anos quando come­çou a reinar, e reinou durante vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Joadan, e era natural de Jerusalém. 2Ele praticou o que é recto aos olhos do Senhor, mas não com um coração íntegro. 3Desde que se sentiu seguro no po­der real, man­dou matar os servos que tinham assas­sinado o rei, seu pai. 4Mas não mandou matar os filhos deles, con­formando-se com o que está escrito no livro da Lei de Moisés, como o Senhor ordena: «Os pais não serão mortos em lugar dos seus filhos, nem os filhos morrerão em lugar dos seus pais; cada um morrerá pelo seu pró­prio pecado.» 5Amacias reuniu os homens de Judá e dividiu-os por famílias, e pôs che­fes de milhares e de centenas em todo o território de Judá e de Ben­jamim. Recenseou-os, a partir da idade de vinte anos para cima, e encontrou trezentos mil ho­mens aptos para a guerra e capazes de carregar lança e escudo. 6Depois, assalariou, por cem talentos de pra­ta, cem mil valentes guerreiros de Israel. 7Mas um homem de Deus veio ao seu encontro e disse-lhe:

«Ó rei, não é preciso que o exér­cito de Israel te acompanhe, porque o Senhor não está com Israel, nem com todos estes filhos de Efraim. 8Se fores com eles, mesmo que dês mostras de valor no combate, Deus deixar-te-á cair diante do inimigo, pois Deus tem poder de socorrer ou de abater.» 9Amacias disse ao ho­mem de Deus: «Que farei, então, a respeito dos cem talentos que dei às tropas israelitas?» O homem de Deus respondeu-lhe: «O Senhor tem mais do que isso para te dar.» 10Amacias licenciou, pois, a tropa de Efraim que se lhe tinha juntado, e mandou-a re­gressar à sua terra. Mas eles irri­taram-se contra Judá e regressa­ram furiosos à sua terra.

11Amacias, cheio de confiança, pôs-se em marcha para conduzir o seu exército ao Vale do Sal, onde matou dez mil habitantes de Seir. 12Os filhos de Judá prenderam dez mil homens vivos e conduziram-nos ao alto de um rochedo, de onde os precipitaram, ficando despedaça­dos. 13Entretanto, os homens da tropa que Amacias licenciara e não levara consigo à guerra, saquearam as ci­dades de Judá, desde a Sama­ria até Bet-Horon. Mataram três mil homens e levaram consideráveis des­pojos.

14Ao regressar a casa, de­pois da der­­rota dos edomitas, Ama­cias, que trou­­xera os deuses dos habitantes de Seir, fez deles os seus próprios deuses: prostrou-se diante deles e queimou-lhes incenso.

15En­tão, a ira do Senhor inflamou-se con­tra ele. Enviou-lhe um pro­feta, que lhe disse: «Porque adoraste esses deuses estrangeiros, que não foram capazes de salvar o seu povo da tua mão?» 16Amacias respondeu ao pro­feta: «Foste, acaso, nomeado conse­lheiro do rei? Vai-te embora, se não queres que te mate!» O pro­feta reti­rou-se, dizendo: «Sei que Deus deci­diu a tua perda por­que fizeste isto e não quiseste ouvir o meu conselho.»


Amacias vencido pelo rei de Is­rael (2 Rs 14,1-20) – 17Amacias, rei de Judá, depois de ter tomado conse­lho, mandou dizer a Joás, filho de Joa­caz, filho de Jeú, rei de Israel: «Vem, para que nos vejamos de frente.»

18Joás, rei de Israel, man­dou res­pon­der a Amacias, rei de Judá: «O cardo do Líbano mandou dizer ao cedro do Líbano: ‘Dá a tua filha, por esposa, ao meu filho.’ Mas vieram as feras do Líbano, passa­ram e pisa­ram o cardo. 19Dizes que derrotaste os edo­­mitas, e o teu coração encheu-se de orgulho. Fica em tua casa. Porque corres ao encontro do perigo, arris­cando-te a uma empresa que te há-de arrui­nar, assim como a Judá?» 20Mas Amacias não o quis ouvir, pois era disposição divina que ele fosse entre­gue nas mãos dos seus inimi­gos, por ter venerado os deuses de Edom.

21Joás, rei de Israel, marchou con­tra Amacias, rei de Judá, e encon­tra­­ram-se os dois em Bet-Chémes, que está em Judá. 22Judá foi vencido por Israel, e cada um fugiu para sua casa. 23Joás, rei de Israel, prendeu Ama­cias, rei de Judá, filho de Joás, filho de Joacaz em Bet-Chémes. Man­dou-o para Jerusalém e abriu na mu­ralha uma brecha de quatrocen­tos côva­dos, desde a porta de Efraim até à porta do Ângulo. 24Apoderou-se de todo o ouro e prata, assim como dos uten­sílios que se encontravam no templo de Deus, à guarda de Obe­de­dom, e dos tesouros do palá­cio real; depois, regressou à Samaria, levando reféns.


Fim do reinado de Amacias (2 Rs 14,17-20) – 25Amacias, filho de Joás, rei de Judá, viveu ainda quinze anos depois da morte de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel. 26O resto dos actos de Amacias, dos primeiros aos últimos, está escrito no Livro dos Reis de Judá e de Israel.

27De­pois que Amacias se desviou do Senhor, ar­mou-se em Jerusalém uma cons­pi­­­ração contra ele. Fugiu para Lá­quis, mas perseguiram-no e ali o mata­ram. 28Transportaram o seu corpo sobre cavalos, e sepulta­ram-no com seus pais na cidade de David.

Capítulo 26

Reinado de Uzias em Ju­dá (781-740) (2 Rs 14,21-22; 15,1-7) 1Todo o povo de Judá proclamou rei a Uzias, que tinha então dezasseis anos, e colocou-o no trono, em lugar de seu pai Amacias. 2Foi ele quem reedificou Elat e fez voltar esta ci­dade ao domínio de Judá, depois de o rei adormecer com seus pais. 3Uzias tinha dezasseis anos quando come­çou a reinar e rei­­nou cinquenta e dois anos em Jerusalém. Sua mãe cha­mava-se Jeco­lias e era natural de Jeru­­­salém. 4Pra­ticou o que é recto aos olhos do Senhor, como seu pai Ama­cias. 5Aplicou-se a honrar a Deus du­­rante a vida de Zacarias, que o instruiu no temor de Deus.

En­quanto honrou o Senhor, Deus deu-lhe pros­peridade. 6Fez uma ex­pe­dição contra os filisteus, derrubou as muralhas de Gat, de Jabne e de Asdod; cons­truiu cidades no terri­tó­rio de Asdod e na terra dos filis­teus. 7Deus aju­dou­-o contra os filis­teus, contra os ára­bes que habitavam em Gur-Baal e con­tra os meonitas. 8Os meonitas pagaram tributo a Uzias, e a sua fama esten­deu-se até aos confins do Egipto, por­que se tornara muito po­deroso. 9Levantou torres fortificadas em Jerusalém, sobre a porta do Ângulo, sobre a porta do Vale e sobre a es­quina da muralha. 10Tam­bém construiu torres no de-serto, onde cavou numerosos poços, pois aí possuía nu­me­­rosos reba­nhos, tanto na pla­nície como no planalto. Tinha lavra­dores e vinhateiros nas monta­nhas e nas vinhas, pois era apaixonado pela terra.

11Uzias tinha um exér­cito de guer­reiros que par­tiam para a guerra or­ganizados em esqua­drões, segundo o alistamento feito pelo escriba Jeiel e pelo administrador Massaías, sob a direcção de Hana­nías, um dos ofi­ciais do rei. 12O nú­mero total dos che­fes de família, guerreiros valen­tes, era de dois mil e seiscentos. 13O exér­cito que coman­­davam era de tre­zentos e sete mil e quinhentos homens aptos para a guerra, que combatiam forte­men­te contra os inimigos do rei. 14A todo este exército, Uzias forne­cia, para cada campanha militar, escu­dos, lan­­ças, capacetes, couraças, arcos e fun­das para atirar pedras.

15Man­dou construir em Jerusa­lém máqui­nas destinadas a serem colo­ca­­das sobre as torres e sobre os ân­gulos das mu­ralhas, para atirar fle­chas e gran­des pedras. A sua fama esten­deu-se até muito longe, pois Deus fez mara­vi­lhas para o ajudar a adquirir grande poder.


Orgulho e castigo de Uzias16Mas, ao ver-se tão poderoso, o seu coração encheu-se de orgulho, para sua des­graça. Cometeu uma falta contra o Senhor, seu Deus: entrou no templo do Senhor a fim de quei­mar incenso no altar dos perfumes. 17O sacerdote Azarias, com oitenta corajosos sacer­dotes do Senhor, en­traram atrás dele. 18Fizeram frente ao rei Uzias e disseram-lhe: «Não te compete a ti, Uzias, queimar incenso ao Senhor, mas aos sacerdotes da estirpe de Aarão, que foram consa­grados para este fim. Sai do santuá­rio, porque prevaricaste e não tens direito à gló­ria que vem do Senhor Deus.» 19En­tão, Uzias, tendo na mão um turí­bulo, enfureceu-se; mas, durante este acesso de furor contra os sacerdotes, apareceu-lhe lepra na fronte, ali, no templo do Senhor, na presença dos sacerdotes, diante do altar dos per­fumes. 20O Sumo Sacerdote Azarias e todos os outros sacerdotes olharam-no e viram a lepra que tinha na fronte. Precipita­da­mente, fizeram-no sair; aliás, ele próprio se apres­sou a sair, sentindo-se ferido pelo Senhor.


Fim do reinado de Uzias21O rei Uzias ficou leproso até à sua morte e viveu numa casa isolada, coberto de lepra. Por este motivo, foi ex­cluído do templo do Senhor. Seu filho Jo­tam administrava o palácio real e governava o povo do país. 22Os res­tantes actos de Uzias, des­de os pri­meiros aos últimos, foram descri­tos por Isaías, filho do profeta Amós.

23Uzias adormeceu com seus pais e foi sepultado perto deles no campo das sepulturas reais, pois era lepro­so. Seu filho Jotam sucedeu-lhe no trono.

Capítulo 27

Reinado de Jotam em Ju­dá (740-736) (2 Rs 15,32-38) – 1Jo­tam tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezas­seis anos em Jerusalém. Sua mãe cha­mava-se Jerusa, filha de Sa­doc. 2Pra­ti­cou o que é recto aos olhos do Senhor, exactamente como ha­via procedido seu pai Uzias, mas não se intrometeu, como ele, no tem­plo do Senhor. No entanto, o povo conti­nuava a corromper-se. 3Foi Jotam que construiu a porta <supe­rior do templo do Senhor, e fez mui­tas obras nas muralhas de Ofel. 4Cons­truiu igualmente cidades for­ti­fica­das na montanha de Judá, for­tale­zas e tor­res nas regiões culti­vadas.

5Fez guerra ao rei dos amonitas e venceu-o. Este pagou naquele ano um tributo de cem talentos de pra­ta, dez mil coros de trigo e dez mil de cevada; isto mesmo lhe trouxe­ram os amonitas no segundo e ter­ceiro ano. 6Jotam tornou-se assim muito poderoso, porque andava fir­memente nos caminhos do Senhor, seu Deus.


Fim do reinado de Jotam7Os outros actos de Jotam, as suas ac­ções, os seus feitos e as suas guer­ras, tudo isso está escrito no Livro dos Reis de Israel e de Judá. 8Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar e rei­nou dezasseis anos em Jerusalém. 9Jotam adormeceu com os seus pais e foi sepultado na cidade de David. Seu filho Acaz suce­deu-lhe no trono.

Capítulo 28

Reinado de Acaz em Judá (735-716) (2 Rs 16,2-20) – 1Acaz tinha vinte anos quando começou a reinar. Reinou dezasseis anos em Jerusalém. Não praticou o que é recto aos olhos do Senhor, como David, seu pai, 2mas seguiu as pegadas dos reis de Israel. Fez mesmo imagens de metal em honra de Baal. 3Quei­mou perfumes no vale de Ben-Hinom e fez passar os seus filhos pelo fogo, segundo o abominável costume das nações que o Senhor havia expul­sado diante dos israelitas. 4Oferecia sacrifícios e perfumes sobre os luga­res altos, sobre as colinas e debaixo de toda a árvore verdejante.


Guerra siro-efraimita5O Se­nhor, seu Deus, entregou-o nas mãos do rei dos arameus. Estes derrota­ram-no, fizeram grande número de pri­sioneiros e deportaram-nos para Da­­masco. Também ele caiu nas mãos do rei de Israel, que lhe infligiu uma grande derrota. 6Pecá, filho de Re­malias, matou, num só dia, cento e vinte mil homens de Judá, todos guer­­reiros valorosos, porque tinham aban­donado o Senhor, Deus de seus pais. 7Zicri, um guerreiro de Efraim, matou Massaías, filho do rei, Azeri­cam, chefe do palácio, e Elcana, o segundo de­pois do rei. 8Os filhos de Israel fize­ram, entre os seus irmãos, duzentos mil prisio­neiros, incluindo mulheres, jovens e donzelas. Reco­lhe­ram tam­bém grandes despojos, que levaram para a Samaria.


O profeta Oded9Havia ali um profeta do Senhor, chamado Oded, que saiu ao encontro do exército que entrava na Samaria, e disse-lhes: «Vede: na sua ira contra os filhos de Judá, o Senhor, Deus dos vossos pais, entregou-os nas vossas mãos, mas vós tirastes-lhes a vida com tal fúria que a vossa crueldade subiu até ao céu. 10E agora pretendeis opri­mir os homens de Judá e Jerusalém até fa­zer deles vossos escravos e escra­vas. Porventura, entre vós não há tam­bém prevaricações contra o Se­nhor, vosso Deus? 11Escutai-me: Man­dai regressar os cativos que fizestes entre os vossos irmãos, pois ameaça-vos o ardor da ira do Se­nhor.»

12Levanta­ram-se, então, con­tra os que volta­vam da guerra, alguns dos chefes dos efrai­mitas. Eram eles Aza­rias, filho de Joanan, Baraquias, fi­lho de Mechi­le­mot, Eze­­quias, filho de Chalum, e Amassá, filho de Hadlai. 13E diziam-lhes: «Não introduzireis aqui esses cativos. Quereis que nos tornemos culpados diante do Se­nhor, e que aumente­mos, assim, as nos­sas faltas, já sufi­cientemente numero­sas? O ardor da ira do Senhor já ameaça Israel.»

14Então, na presença dos che­fes e da assembleia do povo, os sol­dados soltaram os presos e aban­do­na­ram os despojos. 15A seguir, os ho­mens, cu­­jos nomes acabaram de ser cita­dos, levantaram-se para recon­for­tar os cativos: revestiram com as ves­tes tiradas dos despojos aqueles que esta­vam nus, calçaram-nos, de­ram-lhes de comer e beber, trataram-lhes as feridas e conduziram-nos a Jericó, ci­dade das palmeiras, para junto dos seus irmãos, montando nos jumentos aqueles que se encon­tra­vam extenua­dos. Depois, regres­sa­ram à Samaria.


Pecado de Acaz16Naquele tem­po, o rei Acaz mandou pedir socorro aos reis da Assíria, 17pois os edomi­tas voltaram a combater Judá e a fazer prisioneiros. 18Os filisteus inva­­diram também as cidades da planí­cie e do Négueb que perten­ciam a Judá; to­maram Bet-Chémes, Aialon, Guede­rot, Socó e os seus arrabal­des, Timna e os seus arra­bal­des, Gui­mezô e os seus arrabal­des. E nelas se esta­be­le­ceram. 19Com efeito, o Senhor hu­mi­lhava Judá por causa do rei Acaz, que levara a dissolução a Judá e come­­tera graves delitos contra o Senhor.

20Tiglat-Falasar, rei da Assíria, em vez de lhe dar o seu apoio, mar­chou contra ele e cercou-o. 21Em vão Acaz despojara o templo do Se­nhor, o palá­cio real e os dignitários para enviar presentes ao rei da Assíria. De nada lhe valeu. 22Em­bora estivesse em afli­ções, o rei Acaz continuou a cometer os seus crimes contra o Se­nhor. 23O fe­receu mesmo sacrifícios aos deuses de Damasco, que o ha­viam derro­tado.

Dizia ele: «São os deuses dos reis dos arameus que os protegem; ofe­re­cer-lhes-ei, portanto, sacrifícios para que igual­mente me ajudem.» Eles, po­rém, foram a causa da sua queda e da ruína de todo o Israel. 24Acaz jun­tou todos os uten­sílios do templo de Deus e despeda­çou-os. Fechou as por­­tas do templo do Senhor, fabri­cou al­tares em todos os cruzamen­tos de Jeru­salém. 25Construiu luga­res altos em todas as cidades de Judá, para neles ofe­recer incenso aos deuses es­tran­gei­ros, provo­cando, assim, a ira do Senhor, Deus de seus pais.


Fim do reinado de Acaz26O resto dos seus actos, todos os seus feitos, dos primeiros aos últimos, tudo isso está escrito no Livro dos Reis de Judá e de Israel.

27Acaz ador­meceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Jeru­salém, pois não o quiseram enterrar nos sepulcros dos reis de Is­rael. Seu filho Eze­quias sucedeu-lhe no trono.

Capítulo 29

Reinado de Ezequias em Judá (716-687) (2 Rs 18,1-3) – 1Eze­quias tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar e rei­nou vinte e nove anos em Jerusa­lém. Sua mãe chamava-se Abias, filha de Zacarias. 2Praticou o bem aos olhos do Senhor, como David, seu pai.


Purificação do templo3No pri­meiro mês do primeiro ano do seu reinado, reabriu as portas do tem­plo do Senhor, depois de as ter re­parado. 4Convocou os sacerdotes e os levitas e reuniu-os na praça orien­tal. 5Disse-lhes: «Escutai-me, levitas. Santificai-vos, agora, e puri­ficai o tem­plo do Senhor, Deus de vossos pais, de toda a imundície, 6porque os nossos pais prevarica­ram, fizeram o mal diante do Senhor, nosso Deus; abandonaram-no, des­via­ram os olhos da sua morada, voltaram-lhe as cos­tas. 7Trancaram mesmo as portas do vestíbulo, extinguiram as lâmpa­das, não mais queimaram incenso e suprimiram os holocaustos no santuá­rio do Deus de Israel. 8Por isso, a ira do Senhor inflamou-se contra Judá e Jerusa­lém, entregou-os à deso­la­ção e fez deles objecto de espanto e zombaria, como estais a ver com os vossos próprios olhos. 9que os nossos pais pereceram ao fio da es­pada, e as nossas filhas, os nossos filhos e as nossas mulheres estão no c Eis ati­vei­ro por causa disso. 10Agora, resolvi fazer uma aliança com o Se­nhor, Deus de Israel, para que nos poupe do ardor da sua ira. 11Ora, meus fi­lhos, não sejais negligentes, por­que foi a vós que o Senhor escolheu para que estivésseis diante dele, o ser­vís­seis e lhe oferecêsseis incenso.»


Reforma religiosa12Levanta­ram-se, então, os seguintes levitas: da linhagem de Queat, Maat, filho de Amassai, Joel, filho de Azarias; da linhagem de Merari, Quis, filho de Abdi, Azarias, filho de Jalelel; da linhagem dos gersonitas, Joá, filho de Zima, Éden, filho de Joá; 13da li­nhagem de Elisafan, Chimeri e Jeiel; da linhagem de Asaf, Zacarias e Matanias; 14da linhagem de He­man, Jaiel e Chimei; da linhagem de Jedu­tun, Chemaías e Uziel. 15Reu­niram os seus irmãos e, depois de se te­rem santificado, vieram, por ordem do rei e conforme as pala­vras do Se­nhor, purificar o templo. 16Os sacer­do­tes entraram no inte­rior do tem­plo do Senhor para o purificar, e varreram, do átrio do templo, toda a imundície que encon­traram; depois, os levitas juntaram-na e levaram-na para fora, para a torrente do Cé­dron.

17Foi no pri­mei­ro dia do primeiro mês que come­ça­ram esta purifica­ção; no oitavo dia desse mês chegaram ao pórtico. Em oito dias, o templo foi purificado. No décimo sexto dia do mês, acabaram a obra começada.

18Dirigiram-se, então, à presença do rei Ezequias e disseram-lhe: «Pu­rificámos todo o templo do Senhor, o altar dos holocaustos com todos os seus utensílios, a mesa dos pães da oferenda com todos os seus utensí­lios. 19Todos os objectos que Acaz, tinha profa­nado, durante o seu rei­nado, purificámo-los e pusemo-los diante do altar do Senhor.»


Restabelecimento do culto20No dia seguinte, de manhã, o rei Eze­quias reuniu os dignitários da ci­dade e subiu ao templo. 21Leva­ram sete touros, sete carneiros, sete cor­dei­ros e sete bodes para um sacri­fício ex­piatório pelo reino, pelo san­tuário e por Judá. O rei disse aos sacerdotes da linhagem de Aarão que os ofere­cessem sobre o altar do Senhor.

22Os sacerdotes imolaram os tou­ros, cujo sangue recolheram e der­ra­maram so­bre o altar. Depois, imola­ram os car­nei­ros e espalha­ram o seu san­gue sobre o altar; e fizeram o mes­mo com os cordeiros. 23Trouxeram então os bodes, para um sacrifício expia­tório, à presença do rei e da mul­ti­dão, e todos esten­deram as mãos sobre eles.

24Os sacerdotes imolaram-nos e ofereceram o seu sangue sobre o altar, em expiação pelos pecados de todo o Israel, pois o rei ordenara que se oferecesse o holocausto e o sacri­fício expiatório por todo o Israel. 25Colocou, depois, os levitas no tem­plo do Senhor, com címbalos, har­pas e cítaras, segundo a ordem de Da­vid, de Gad, o vidente do rei, e do pro­feta Natan, porque era uma or­dem do Senhor, dada pelos seus profe­tas.

26Os levitas ocuparam o seu lugar com os instrumentos de David, e os sacerdotes, com as trom­betas. 27Eze­quias mandou oferecer o holocausto sobre o altar; e, no mo­mento em que começava o holo­causto, o canto do Senhor fez-se ouvir, ao som das trom­betas e dos instrumentos musi­cais de David, rei de Israel.

28Toda a assembleia estava pros­trada, enquanto os cantores entoa­vam o cântico e faziam ressoar as trombetas até ao fim do holocausto. 29Terminado o holocausto, o rei e todos os que o cercavam dobraram os joe­lhos e prostraram-se. 30A se­guir, o rei Ezequias e os chefes orde­naram aos levitas que cantassem um cân­tico ao Senhor, com as pala­vras de David e do vidente Asaf. Can­taram esse hino cheios de ale­gria, e depois prostraram-se em ado­ra­ção. 31En­tão, Eze­quias tomou a palavra e disse: «Agora que ten­des as vossas mãos cheias de ofertas para o Senhor, apro­ximai-vos e oferecei os sacrifícios de acção de graças no templo do Se­nhor.» E toda a multidão ofereceu os seus sacri­fícios de acção de gra­ças, e os de coração generoso ofere­ciam holo­caustos voluntários.

32Este foi o número dos holo­caus­tos ofere­cidos pela multidão: setenta touros, cem carneiros, duzentos cor­deiros; tudo isto oferecido em holo­causto ao Senhor. 33Consagraram, além disso, seiscentos bois e três mil ovelhas. 34Mas, como os sacerdotes eram pou­­cos e não bastavam para preparar as vítimas destinadas ao holo­caus­to, os seus irmãos levitas aju­daram-nos até ao fim, até que os ou­tros sacer­dotes se purificassem; por­que os levi­tas tinham mostrado mais solici­tude que os sacerdotes em se purificar. 35Ofereceram, além disso, holocaus­tos em abundância, com a gordura dos sacrifícios de comunhão e as liba­ções para os holocaustos.

Foi assim restabelecido o culto no templo do Senhor. 36Ezequias e o povo regozi­ja­ram-se por o Senhor ter disposto todo o povo a fazer tudo isto tão rapi­damente.

Capítulo 30

Convocação para a Pás­coa (35,1-19; Ex 12,1-20; Nm 9,1-14) – 1Eze­quias enviou mensa­gei­ros por todo o Israel e Judá e escre­veu car­tas a Efraim e a Ma­nassés, para os convidar a virem ao templo do Se­nhor, que está em Jerusalém, cele­brar a Páscoa em honra do Senhor, Deus de Israel. 2O rei, os seus che­fes e toda a assembleia do povo em Jerusalém resolveram cele­brar a Pás­coa no segundo mês, 3pois não pude­ram fazê-lo no devido tem­po porque os sacerdotes não se tinham santi­fi­cado em número sufi­ciente, e o povo ainda não se tinha reunido em Je­rusalém. 4Esta reso­lu­­ção agradou ao rei e a toda a assem­bleia. 5Deci­diram, por isso, apre­goar por todo o Israel, desde Bercheba até Dan, o convite para virem a Je­ru­salém cele­brar a Pás­coa em hon­ra do Senhor, Deus de Israel. Por­que muitos não a cele­bravam como estava prescrito.

6Partiram, então, os pregoeiros, com as cartas do rei e dos chefes, por todo o Israel e Judá. Por ordem do rei, diziam: «Israelitas, voltai ao Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, e Ele há-de voltar-se para aqueles que, de entre vós, escapa­ram das mãos dos reis da Assíria. 7Não sejais como os vossos pais e os vossos irmãos, que prevaricaram diante do Senhor, Deus de seus pais, que os entregou à desolação, como estais a ver. 8Não endureçais a vossa cerviz, como fizeram os vos­sos pais. Esten­dei as mãos para o Senhor, vinde ao santuário que Ele consagrou para sempre, e servi o Senhor, vosso Deus, a fim de que Ele afaste de vós o ar­dor da sua cólera. 9Se vos conver­ter­des ao Senhor, os vossos irmãos e os vossos filhos acharão misericórdia diante daqueles que os levaram cati­vos e voltarão a este país; pois o Se­nhor, vosso Deus, é misericor­dioso e compassivo e não mais desviará os olhos de vós, se a Ele vos conver­ter­des.» 10Deste modo, os pregoeiros pas­saram de cidade em cidade no terri­tório de Efraim e de Manassés, até Zabulão. Mas riam-se deles e escar­ne­­ceram-nos. 11Con­tudo, alguns ho­mens de Aser, de Manassés e de Zabulão mostraram-se humildes e dirigiram-se a Jeru­salém. 12Também em Judá, a mão de Deus tocou os habitantes para lhes dar o desejo unânime de escu­tar as ordens do rei e dos che­fes, conforme a palavra do Senhor.


Festa dos Ázimos (Ex 12,15-20) – 13Gran­­­des multidões acorreram a Jerusa­lém para celebrar a festa dos Ázi­­mos, no segundo mês. Era uma enor­me assembleia. 14Começaram por des­truir os altares pagãos que se en­con­travam em Jerusalém, as­sim como todos os altares dos perfumes, e lan­çaram-nos à torren­te do Cédron.

15Imolaram o cordeiro pascal no décimo quarto dia do segundo mês. Os sacerdotes e os levitas, arre­pen­di­dos, tinham-se santificado e ofe­re­­ce­­ram holocaustos no templo do Se­­nhor. 16Ocupavam o seu lugar, como prescreve a Lei de Moisés, ho­mem de Deus. Os sacerdotes der­rama­vam o sangue recebido das mãos dos le­vi­­tas. 17 Como houvesse na assis­tên­cia muitos que não se tinham purifi­cado, os levitas encar­re­ga­ram-se de imo­lar o cordeiro pascal por todos os que não estavam puros, a fim de os con­sagrar ao Senhor.

18Uma grande parte do povo de Efraim, de Manassés, de Issacar e de Zabulão comeu o cordeiro pascal sem se ter purificado, contraria­men­te ao que estava prescrito. Mas Ezequias intercedeu por eles, di­zendo: «O Se­nhor, que é bom, usará de miseri­cór­dia 19com os que bus­cam de todo o coração o Senhor, Deus de seus pais, e não lhes impu­tará a falta de purificação exigida para o santuá­rio!» 20O Senhor escu­tou Ezequias e perdoou ao povo.

21Os filhos de Israel que se en­con­­travam em Jerusalém celebra­ram com muita alegria a festa dos Ázimos durante sete dias. Cada dia, os levitas e os sacerdotes louvavam o Senhor com potentes instru­men­tos musicais. 22Ezequias dirigiu pala­vras cordiais a todos os levitas que se tinham distinguido no culto do Senhor. Passaram os sete dias da festa oferecendo sacrifícios de comu­nhão e de acção de graças ao Senhor, Deus de seus pais. 23E toda a assem­bleia concordou em prolon­gar a festa por mais sete dias, cele­brando-a com grande alegria.

24Eze­quias, rei de Judá, dera à as­sem­bleia mil touros e sete mil ove­lhas; também os altos funcionários a presentearam com mil touros e dez mil ovelhas; os sacer­do­tes tinham-se purificado em grande número. 25A alegria reinava em toda a assem­bleia de Judá, nos sacerdo­tes e levitas, na assembleia vinda de Israel e nos es­trangeiros vindos da terra de Israel ou estabelecidos em Judá. 26Em Jeru­salém houve grande júbilo, pois nunca se vira coisa se­me­lhante na cidade, desde o tempo de Salomão, filho de David, rei de Israel. 27Finalmente, os sacerdotes e os levitas levanta­ram-se para aben­çoar a multidão. A sua voz foi ou­vida e a sua prece chegou ao céu, até à santa morada de Deus.

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