Capítulo 1

III. HISTÓRIA DE SALOMÃO (1,1-9,31)

Sabedoria de Salomão (1 Rs 3,5-15) – 1Salomão, filho de David, consolidou o seu reinado. O Senhor, seu Deus, estava com ele e engran­deceu-o cada vez mais. 2Sa­lomão con­vocou todo o Israel, os chefes de milhares e de centenas, os juízes e todos os príncipes de todo o Israel, que eram os principais che­fes de família. 3E foi com toda a assem­bleia ao lugar alto que havia em Guibeon, onde se encontrava a tenda da reu­nião com Deus, que Moisés, servo do Senhor, construíra no deserto. 4A Arca de Deus tinha já sido trans­por­tada por David de Quiriat-Iarim para o lugar que lhe tinha sido fixado, uma tenda que lhe erigira em Jerusalém. 5Aí se en­contrava também, diante da mo­rada do Senhor, o altar de bronze feito por Beçalel, filho de Uri, filho de Hur, e Salomão e a comunidade procura­vam honrá-lo.

6Salomão, na pre­sen­ça do Se­nhor, subiu ao altar de bronze que está junto da tenda da reunião e ofe­re­ceu mil holo­caus­tos. 7Nessa mesma noite, Deus apa­receu a Salo­mão e disse-lhe: «Pede! Que posso Eu dar-te?» 8Salomão res­pondeu a Deus:

«Tu procedeste com grande bene­vo­lência

para com meu pai David

e fizeste-me rei em lugar dele.

9Senhor Deus, ratifica, portanto,

a promessa que fizeste a meu pai David,

porque me fizeste rei de um povo

numeroso como o pó da terra.

10Concede-me, pois, a sabedoria e o conhecimento,

a fim de que eu saiba conduzir este povo;

quem, na verdade, poderá gover­nar um povo

tão grande como o teu?»

11Deus disse a Salomão:

«Já que é esse o desejo do teu co­ração

e não pediste riquezas, nem te­souros,

nem glória, nem a morte dos teus inimigos,

nem uma vida longa,

antes pediste sabedoria e conhe­ci­mento,

a fim de governar o meu povo, do qual te fiz rei,

12concedo-te sabedoria e conheci­mento;

além disso, dar-te-ei também ri­que­zas,

tesouros e glórias tais

como jamais tiveram os reis an­tes ou depois de ti.»

13Então, descendo do lugar alto de Guibeon, da presença da tenda da reu­nião, Salomão regressou a Je­ru­sa­lém. E reinou sobre Israel.


Riquezas de Salomão (1 Rs 10,14-29) 14Salomão acumulou carros e cava­leiros: tinha mil e quatrocentos car­ros e doze mil cavaleiros, que aquar­telou nas cidades onde esta­vam os carros e em Jerusalém, jun­to de si.

15O rei fez com que, em Jeru­sa­lém, a prata e o ouro fossem tão comuns como as pedras, e os cedros, tão nu­merosos como os sicó­moros da pla­ní­cie da Chefela. 16Salo­mão impor­tava os seus próprios cavalos do Egipto e de Qué. Uma caravana de fornece­do­res reais ia buscá-los a Qué, pelo preço ajus­tado; 17traziam do Egipto um carro por seiscentos siclos de pra­ta, e um cavalo, por cento e cinquenta. Salo­mão, por sua vez, vendia-os aos reis dos hititas e dos arameus, por inter­médio daqueles.


Preparativos para a construção do templo (1 Rs 5,15-32; 7,14) – 18Sa­­­lo­mão decidiu edificar um templo ao nome do Senhor e cons­truir um pa­lácio para a sua rea­leza.

Capítulo 2

1Destinou, para isso, setenta mil carregadores, oitenta mil cor­­ta­do­­res de pedra, na montanha, e três mil e seiscentos capatazes. 2Man­dou, também, dizer a Hiram, rei de Tiro: «Faz comigo o mesmo que fizeste com meu pai David, a quem enviaste ce­dros para ele cons­truir um palácio para sua habita­ção. 3Eis que quero edificar um tem­plo ao no­me do Se­nhor, meu Deus, e consa­grar-lho, para queimar in­cen­so e aromas diante dele, apresentar-lhe conti­nua­­mente os pães da oferenda e oferecer-lhe holocaustos de manhã e à tarde, aos sábados, nas luas-novas e nas festas do Senhor, nosso Deus; isto será uma lei para sempre em Israel. 4O tem­plo que vou cons­truir deve ser grande, pois o nosso Deus é maior que todos os deuses. 5Mas quem será capaz de lhe cons­truir uma casa digna dele, se o céu e os céus dos céus não o podem con­ter? E quem sou eu para lhe cons­truir uma casa, se não posso fazer outra coisa senão queimar in­censo diante dele?

6Envia-me, pois, um homem expe­riente no trabalho do ouro, da prata, do bronze, do ferro, da púrpura, do carmim e do violeta; um homem que entenda suficiente­mente de escul­tura para dirigir os artífices de Judá e de Jerusalém que estão junto de mim e que meu pai David reuniu. 7Manda-me, tam­bém, do Líbano madeira de cedro, cipreste e sândalo, pois sei que os teus ser­vos são peritos no corte da madeira do Líbano. Os meus ser­vos traba­lha­rão com os teus, 8a fim de me prepa­rar madeira em grande quan­tidade, pois o templo que vou construir será grande e magnífico. 9E eis que darei aos teus servos que vão cortar as madeiras, vinte mil co­ros de trigo, vinte mil coros de cevada, vinte mil batos de vinho e vinte mil batos de azeite.»

10Hiram, rei de Tiro, respondeu a Salomão por escrito: «É porque ama o seu povo que o Senhor te cons­ti­tuiu rei sobre ele.» 11Hiram disse ainda: «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que fez os céus e a terra, pois deu ao rei David um filho sábio, inteligente e prudente, que vai cons­truir um templo ao Senhor e um palá­cio para a sua realeza. 12Envio-te, por­tanto, um homem há­bil e entendido, Huram-Abi, 13filho de uma mulher da tribo de Dan e de um pai de Tiro. Sabe trabalhar o ou­ro, a prata, o bronze, o ferro, a pedra, a madeira, a púrpura escarlate e violeta, o li­nho fino e o carmim; sabe fazer toda a es­pécie de esculturas e elaborar qual­quer plano que se lhe confie. Traba­lhará com os teus artí­fices e com os do meu senhor David, teu pai. 14Otrigo, a cevada, o azeite e o vinho de que falou o meu senhor, mande-os aos seus servos. 15Nós cortaremos a madeira do Líbano, tanta quanta pre­cisares, e enviar-ta-emos por mar, em jangadas até Jafa; tu a levarás para Jerusalém.»

16Salomão fez o re­censeamento de todos os estran­gei­ros que habita­vam no território de Israel, depois da con­tagem feita antes por seu pai David; e contaram-se cento e cin­quenta e três mil e seis­centos. 17De entre eles, designou setenta mil car­regadores, oi­tenta mil cortadores de pedra na montanha e três mil e seis­centos ca­patazes para vigiarem os traba­lha­dores.

Capítulo 3

Construção do templo (1 Rs 6; 7,15-22) – 1Salomão come­çou, pois, a construção do templo do Senhor, em Jerusalém, no monte Mo­riá, onde o Senhor tinha apare­cido a David, seu pai, no lugar por este preparado na eira de Ornan, o jebuseu. 2Come­çou a edificá-lo no segundo mês, no quarto ano do seu reinado. 3Os ali­cerces feitos por Sa­lomão para a cons­trução do tem­plo de Deus tinham ses­senta côva­dos de comprimento, segundo a antiga medida, e vinte côvados de largura. 4comprimento do pórtico, que se achava no frontis­pício, e que correspondia à largura do templo, tinha vinte côvados e uma altura de cento e vinte côvados. Salo­mão revestiu-o por dentro de ouro puro. 5A sala grande foi forrada com ma­deira de cipreste, guarnecida de ouro puro, e com palmeiras e peque­nas correntes esculpidas. 6Adornou esta sala com pedras preciosas. O ouro era ouro de Parvaim.

7O rei revestiu a sala de ouro: as traves, os umbrais, as paredes e as portas. Man­dou tam­bém esculpir que­­rubins nas pare­des.8Cons­truiu, igualmente, a sala do Santo dos San­tos cujo com­pri­mento, no sentido da largura do tem­plo, era de vinte cô­va­dos e a lar­gura de vinte côvados. O valor do ouro fino de que o reves­tiu era de seiscentos talentos. 9Até os pregos eram de ouro e pesavam cin­quenta siclos cada um. Revestiu igua­l­­mente os tectos de ouro.


Os querubins (Ex 25,18-22; 37,7-9; 1 Rs 6,23-38) – 10Mandou esculpir dois que­ru­bins, revestidos de ouro, para o inte­rior do Santo dos Santos. 11O compri­mento das suas asas era de vinte côvados: uma asa, com cinco cô­va­dos, tocava a parede do templo; a outra asa, com cinco côvados, tocava a asa do outro querubim. 12Da mes­ma forma, a asa do segundo queru­bim, com cinco côva­dos, tocava na pa­rede, e a outra asa, com cinco côva­dos, tocava na asa do primeiro. 13As­sim, as asas dos queru­bins esten­diam-se por vinte côva­dos: estavam de pé, com o rosto voltado para o interior do templo.

14O rei mandou fazer um véu de púrpura, violeta, carmim e linho fino, bordado com querubins.

15Diante do templo, levantou duas colunas: tinham trinta e cinco côva­dos de altura, cada uma com um ca­pi­tel de cinco côvados no alto. 16Fez pe­quenas correntes, como as do san­tuário, colocadas nos capitéis das colu­nas, nas quais estavam en­tre­la­çadas cem romãs. 17Levantou as colu­nas, uma à direita e outra à esquerda da fachada do templo: cha­­mou Ja­quin à da direita e Booz à da esquerda.

Capítulo 4

1Construiu, também, um altar de bronze com vinte côvados de comprimento, vinte de largura e dez de altura.

2Também fez um mar de bron­ze, completamente redondo, com dez cô­vados de diâmetro; tinha cinco côva­dos de altura; e um cordão de trinta côvados em toda a volta. 3Havia figu­ras de bois, a toda a vol­ta, abaixo do bordo, dez por côvado; elas rodea­vam completamente o mar. Estes bois, em duas fileiras, tinham sido fundidos numa só peça com o mar. 4O mar assentava sobre doze bois: três olha­vam para norte, três para ocidente, três para sul, três para oriente. O mar assentava sobre eles, e as suas partes trasei­ras ficavam voltadas para dentro. 5A espessura do mar era de uma mão e o seu rebordo era traba­lhado como o de uma taça em forma de flor de lis; a sua capaci­dade era de três mil batos.

6Salomão fez também dez bacias, cinco das quais foram colocadas à direita e cinco à esquerda, para as abluções. Nelas se lavava tudo o que se utilizava para os holocaus­tos; e o mar de bronze servia para as abluções dos sacerdotes.

7Fez igualmente dez candela­bros de ouro, de acordo com o modelo pres­­­crito, e colocou-os no templo, cinco à direita e cinco à esquerda.

8Além disso, fez dez mesas que foram colocadas no templo, cinco à direita e cinco à esquerda; fez tam­bém cem vasos de ouro.

9Fez o átrio dos sacerdotes e a grande esplanada com portas reco­bertas de bronze. 10Colocou o mar de bronze do lado direito, a sudeste.

11Huram fabricou as caldeiras, as pás e as bacias da aspersão, ter­minando desta maneira todos os tra­­balhos que o rei Salomão lhe man­dara fazer no templo de Deus, 12a saber: duas colunas, as corren­tes, os dois capitéis no alto das colunas, os dois frisos que cobriam os capitéis, com as correntes sobre­postas às co­lunas, 13as quatrocentas romãs para os dois frisos, duas filei­ras para cada friso, para cobrirem as correntes dos capitéis no alto das colunas. 14Fez também pedestais e as bacias assen­­tes sobre eles; 15o mar de bronze com os doze bois que o sustentavam; 16as caldeiras, as pás e as forquilhas e to­dos os seus acessórios. Huram-Abi fez isto em bronze polido, para o tem­plo do Se­nhor, por ordem do rei Sa­lomão.

17O rei mandou-os fundir na pla­­nície do Jordão, numa terra argi­losa, entre Sucot e Sereda. 18Todos os objec­tos foram fabricados em tal quan­ti­dade que o peso do bronze não se podia avaliar.

19Salomão fez ainda todos estes utensílios para a casa de Deus: o altar de ouro, as mesas sobre as quais se poisavam os pães da ofe­renda, 20os candelabros, em ouro fino, com as suas lâmpadas, que de­viam estar acesas diante do lugar santíssimo, como es­tava determi­nado; 21as flores, as lâm­padas, as tenazes, em ouro fino; 22as facas, as bacias de aspersão, as colhe­res e os cinzeiros, em ouro fino. A entrada do templo, as portas inte­rio­res que dão para o Santo dos Santos e as portas que abrem para a sala grande eram também em ouro fino.

Capítulo 5

Trasladação da Arca (2 Sm 6,12-19; 1 Rs 8,1-9) – 1Desta forma, Sa­lomão ter­mi­­nou as obras que man­dara rea­lizar no templo do Senhor. Fez, então, transportar para o tem­plo tudo o que seu pai David tinha con­sa­grado: a prata, o ouro e todos os uten­sílios, guardando tudo nos tesouros da casa de Deus. 2Salomão convocou para Jerusalém os anciãos de Israel, os chefes das tribos e os chefes das famílias israelitas para se trasladar da cidade de David, que é Sião, a Arca da aliança do Senhor. 3Todos os israelitas se reuni­ram junto do rei, no dia da festa. Era o sétimo mês.

4Chegados todos os anciãos de Israel, os levitas levaram a Arca, 5jun­tamente com a tenda da reu­nião e todos os utensílios sagrados que nela se encontravam. Os sacer­dotes e os levitas é que os transpor­taram. 6O rei Salomão, todo o Israel e quan­tos se tinham reunido diante da Arca imolaram ovelhas e bois em número que não se podia avaliar. 7Os sacer­dotes colocaram a Arca da aliança do Senhor no seu lugar, isto é, no santuário do templo, no Santo dos Santos, sob as asas dos que­rubins.

8Os querubins estendiam as asas sobre o lugar da Arca e co­briam-na, assim como aos seus varais. 9Estes eram muito compridos, de tal modo que as suas extremidades se viam diante do santuário; mas não se po­diam ver de fora. A Arca perma­neceu ali até ao dia de hoje.

10Não havia nada na Arca senão as duas tábuas dadas por Moisés no monte Horeb, quando o Senhor con­cluiu a aliança com os filhos de Is­rael, depois da saída do Egipto.

11Quando os sacerdotes saíram do santuário – porque os sacerdotes ali presentes se tinham santificado sem observar a ordem das classes – 12todos os levitas cantores, isto é, Asaf, Heman, Jedutun, os seus fi­lhos e ir­mãos, vestidos de linho fino, coloca­dos a oriente do altar, toca­vam cím­balos, harpas e cítaras, acom­­pa­nhados por cento e vinte sacerdotes, que toca­vam trombetas; 13os toca­do­­res de trombeta e os cantores, uni­­dos, entoa­vam em coro o louvor do Senhor. Quando as trom­betas, os címbalos e os outros ins­tru­mentos de música tocavam, eles cantavam: «Louvai ao Senhor por­que Ele é bom, e é eter­no o seu amor!» Então, o templo do Se­nhor encheu-se de uma espes­sa nu­vem, 14de tal modo que os sacer­do­tes não podiam permane­cer dentro dele para exer­cer as suas funções, por causa da nuvem, por­que a glória do Senhor enchia a casa de Deus.

Capítulo 6

Salomão fala ao povo (1 Rs 8,12-21) – 1Então, Salomão disse: «O Senhor desejou habitar na obscu­ri­dade. 2Por isso, eu construí-te uma casa principesca e uma morada onde habitarás eternamente.» 3O rei vol­tou-se, depois, para toda a assem­bleia de Israel, que estava de pé, e abençoou-a. 4E disse: «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que falou em pessoa a David, meu pai, e cum­priu, com o seu poder, a pro­mes­sa que lhe fizera, dizendo: 5‘Desde o dia em que fiz sair o meu povo da terra do Egipto, não escolhi outra cidade entre todas as tribos de Israel para nela construir um tem­plo onde o meu nome fosse invocado nem escolhi ou­tro homem para que fosse chefe do meu povo de Israel. 6Mas escolhi Jerusalém para aí resi­dir o meu nome, e elegi David para governar o meu povo de Israel.’ 7Ora meu pai David projectou edificar um templo em honra do Senhor, Deus de Israel, 8mas o Senhor disse-lhe: ‘Tiveste feliz inspiração em edificar um tem­plo em honra do meu nome. 9Porém, não serás tu quem há-de construir o templo, será o teu filho, nascido de ti, quem o há-de edificar em honra do meu nome.’ 10O Senhor realizou o que predissera. Sucedi a meu pai David e ocupo o trono de Israel, como disse o Senhor, e cons­truí este templo ao nome do Senhor, Deus de Israel. 11Coloquei nele a Arca, na qual está o documento da aliança que o Senhor fez com os filhos de Israel.»


Oração de Salomão (1 Rs 8,22-53; Sl 132,8-10; Sb 9,1-18) – 12Depois disto, Sa­lomão pôs-se de pé diante do altar do Senhor, na presença de toda a assembleia de Israel, e es­tendeu as mãos. 13Com efeito, Salo­mão man­dara construir uma tri­buna de bronze, erguida no meio do átrio. Tinha cinco côvados de com­primento, cinco de largura e três de altura; subiu para ela, ajoelhou-se diante da multidão dos filhos de Israel, com os braços levantados ao céu, 14e disse:


«Senhor, Deus de Israel,

não há no céu nem na terra um Deus comparável a ti,

que seja fiel à aliança e à bene­vo­lência para com os teus servos,

se eles caminham na tua pre­sen­ça de todo o coração.

15Cumpriste as promessas que fi­zeste

a meu pai David, teu servo:

neste dia, realizaste pela tua mão

o que anunciaste com a tua boca.

16Agora, Senhor, Deus de Israel,

digna-te cumprir também a pro­messa

que fizeste a meu pai David, di­zendo:

‘Jamais faltará diante de mim um dos teus descendentes

que ocupe o trono de Israel,

desde que os teus filhos se com­portem rectamente

e observem a minha Lei,

como tu próprio a tens obser­vado.’

17 Agora, pois, Senhor, Deus de Is­rael,

digna-te ratificar a promessa fei­ta ao teu servo David!

18Mas será verdade

que Deus habita com os homens sobre a terra?

Se o céu, em toda a sua imen­si­dade, não te pode conter,

muito menos este templo que eu construí!

19Contudo, Senhor, meu Deus,

atende a súplica do teu servo,

acolhe o clamor e a oração que ele te dirige.

20Que os teus olhos estejam aber­tos,

dia e noite, sobre esta casa,

sobre o lugar do qual declaraste

que aí residiria o teu nome.

Escuta a súplica que o teu servo te faz.

21Escuta as súplicas do teu servo

e de Israel, teu povo,

quando aqui vier orar neste lugar.

Escuta-as desde a tua morada ce­­leste, escuta e perdoa!

22Se alguém pecar contra o seu próximo

e, obrigado a pronunciar um ju­ra­mento imprecatório,

vier jurar diante do teu altar, nes­te templo,

23Tu, escuta-o desde o céu,

actua e faz justiça aos teus ser­vos,

fazendo recair sobre o malvado

o peso da sua maldade,

e faz justiça ao inocente,

retribuindo-lhe de acordo com a sua inocência.

24Se o teu povo Israel for subju­gado pelos inimigos

por ter pecado contra ti,

e, arrependido, confessar o teu nome

e te pedir perdão neste templo,

25Tu, escuta-o desde o céu,

perdoa o pecado do teu povo Is­rael,

reconduzindo-o ao país que lhe deste,

a ele e a seus pais.

26 Se o céu se fechar e não chover mais,

por eles terem pecado contra ti,

se orarem neste lugar,

prestando glória ao teu nome,

e arrependendo-se do seu pecado

por causa do teu castigo,

27 escuta-os, desde o céu,

perdoa o pecado dos teus servos

e do teu povo Israel.

Mostra-lhes o caminho recto que devem seguir,

envia chuva à terra que deste como herança ao teu povo.

28Se vier a fome sobre o país,

a peste, a ferrugem, a mangra,

o gafanhoto e o pulgão,

ou se os inimigos cercarem as ci­dades do país,

ou se houver uma calamidade,

ou qualquer epidemia,

29se um homem, ou todo o teu povo Israel

te dirigir uma súplica

e, reconhecendo a sua chaga do­lorosa,

estender as mãos para este tem­plo,

30escuta-o desde o céu, da tua mo­rada,

perdoa e concede a cada um o que ele merecer,

segundo o seu coração,

pois só Tu conheces o coração dos homens.

31Assim te hão-de temer

e andarão nos teus caminhos

du­rante toda a vida,

no país que deste a nossos pais.

32 Se o estrangeiro, que não é do teu povo Israel,

vindo de um país longínquo,

atraído pela fama do teu nome

e pelo grande poder do teu braço,

vier rezar neste templo,

33 escuta-o também desde o céu onde habitas,

e concede-lhe tudo o que te pedir.

Todos os povos da terra,

conhecerão, então, o teu nome

e te temerão,

como o teu povo Israel,

cientes de que o teu nome é invo­cado

no templo que construí.

34Quando o teu povo fizer guerra

contra os seus inimigos,

nos caminhos por onde o envia­res,

e te invocar, voltado para a ci­dade que escolheste

e para o templo que construí em honra do teu nome,

35escuta, desde o céu, as suas ora­ções e súplicas

e faz-lhe justiça.

36Poderá acontecer que pequem con­tra ti

– pois não há homens sem pe­cado –

e, irado contra eles, os entregues aos inimigos

para os levarem cativos para uma terra estrangeira,

próxima ou longínqua;

37se, na terra do seu exílio, arre­pen­didos,

se voltarem para ti e suplicarem, dizendo:

‘Pecámos, cometemos a iniqui­dade, fizemos o mal’,

38se se converterem a ti, de todo o seu coração

e de toda a sua alma, na terra do exílio

ou no lugar do seu cativeiro,

e te dirigirem a sua oração

voltados para a terra que deste a seus pais,

para a cidade da tua predilecção

e para este templo, que construí

em honra do teu nome,

39escuta, desde o céu, onde habi­tas,

as suas preces suplicantes;

faz-lhes justiça e perdoa ao teu povo

os pecados cometidos contra ti.

40Agora, pois, ó meu Deus,

que os teus olhos estejam abertos

e os teus ouvidos atentos

às preces feitas neste lugar!

41Senhor Deus, vem, pois, habi­tar nesta morada,

Tu e a Arca onde reside o teu po­der.

Senhor Deus,

que os teus sacerdotes se revis­tam de força salutar

e os teus santos gozem dos teus benefícios!

42Senhor Deus,

não afastes o rosto do teu ungido;

lembra-te da fidelidade do teu servo David.»

Capítulo 7

Sacrifícios na consagração do templo (1 Rs 8,62-66; 1 Cr 21,26) 1Logo que Salomão ter­minou esta prece, o fogo desceu do céu e consu­miu o holocausto e as vítimas, e a glória do Senhor encheu o templo. 2Por isso, os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, porque a sua glória o enchia com­ple­ta­mente. 3À vista do fogo que descia e da gló­ria do Senhor que enchia o templo, todos os filhos de Israel se inclina­ram até ao chão e, prostra­dos, ado­raram e cantaram: «Louvai o Senhor porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia.»

4Então, o rei e todo o povo ofe­re­ceram sacrifícios na presença do Se­nhor. 5O rei Salomão imolou vinte e dois mil touros e cento e vinte mil ovelhas. Foi assim que o rei e todo o povo fizeram a consa­gração do tem­plo de Deus. 6Ao mesmo tempo que os sacerdotes exerciam o seu minis­tério, os levitas tocavam os instru­men­tos de música sagra­dos, manda­dos fazer por David para louvar o Senhor, «porque é eterna a sua mise­ricórdia.» En­quan­to David louvava a Deus por intermédio de­les, os sacer­dotes tocavam as trom­be­tas, e todo o Israel se mantinha de pé.

7Salomão consagrou o átrio inte­rior, que está à entrada do templo do Senhor; ali ofereceu holocaustos e a gordura dos sacrifícios de comu­nhão, porque o altar de bronze por ele construído não era suficiente para os holocaustos, para as obla­ções e a gordura das vítimas. 8A celebração desta festa, presidida por Salomão, com todo o povo de Israel, durou sete dias, reunindo-se grande multidão, vinda desde a entrada de Hamat até à torrente do Egipto. 9No oitavo dia, realizou-se a assembleia solene, pois fizeram a consagração do altar e a celebração da festa durante sete dias. 10No vigésimo terceiro dia do sé­timo mês, Salomão mandou o povo regres­­­sar às suas tendas, alegre e cheio de júbilo pelos benefícios que o Senhor outorgara a David, a Salo­mão e a Israel, seu povo .

11Salomão acabou, pois, o templo do Senhor e o palácio real. Levara a bom termo tudo o que se propusera fazer no templo do Senhor e na sua própria casa.


Resposta do Senhor à oração de Salomão (1 Rs 9,1-9) – 12Durante a noite, o Senhor apareceu a Salo­mão e disse: «Ouvi a tua oração e escolhi este lugar para ser o templo em que se oferecerão sacrifícios. 13Se Eu fechar os céus e não chover mais; se enviar gafanhotos a devorar o país ou se man­­dar a peste contra o meu povo, 14e o meu povo, sobre o qual foi in­vocado o meu nome, se humilhar e procurar a minha face para orar e renunciar à sua má conduta, hei-de escutá-lo desde o céu, perdoarei os seus peca­dos e curarei dos males o seu país. 15Doravante os meus olhos estarão abertos e os meus ouvidos estarão atentos às preces feitas nes­te lugar, 16pois escolhi e consagrei este tem­plo para que o meu nome resida nele para sempre. Nele esta­rão sempre os meus olhos e o meu coração. 17E tu, se anda­res na mi­nha presença, como fez o teu pai David, e puseres em prática tudo o que Eu prescrevi, e observares as minhas leis e os meus preceitos, 18con­solidarei o trono da tua rea­leza, como prometi a teu pai David, di­zendo-lhe: ‘Jamais faltará um des­cendente teu para go­vernar Israel.’

19Mas se vos desviardes de mim e negligenciardes os preceitos e os man­damentos que vos dei, adorando ou­tros deu­ses e prestando-lhes culto, 20então, tirar-vos-ei do país que vos dei e desprezarei este templo que consagrei ao meu nome, o qual será objecto de riso e escárnio para todas as nações.

21Este templo, que era tão glo­rioso, será, para quantos pas­sa­rem por ele, ocasião de espan­to, pois dirão: ‘Por que razão o Se­nhor tra­tou desta ma­neira este país e este templo?’ 22E ouvirão como resposta: ‘Porque aban­donaram o Senhor, o Deus de seus pais, que os fizera sair do Egipto, e se apegaram a outros deuses, pros­trando-se em adoração diante deles. Foi por isso que Ele fez cair sobre eles todas estas calami­dades.’»

Capítulo 8

Outras actividades de Salo­mão (1 Rs 9,10-28) – 1Em vinte anos, Salomão concluiu a cons­tru­ção do templo do Senhor e do seu pró­prio palácio; 2reconstruiu, tam­bém, as cidades que Huram lhe tinha dado e estabeleceu nelas os filhos de Is­rael. 3Em seguida, mar­chou contra Ha­mat de Soba e apo­derou-se dela.

4Construiu Tadmor, no deserto, e todas as cidades que lhe serviam de entreposto, na região de Hamat. 5Edi­ficou Bet-Horon de Cima e Bet-Horon de Baixo, cidades fortificadas com muralhas, portas e ferrolhos. 6Cons­truiu igualmente Baalat e todas as cidades que serviam de en­treposto a Salomão, as cidades onde guardava os carros de combate e a cavalaria. Tudo isto, Salo­mão construiu em Jerusalém, no Líbano e em todo o território do seu domínio. 7Havia no país uma população que não per­tencia a Israel: hititas, amor­­reus, pe­rizeus, heveus e jebu­seus.

8Eram descendentes dos povos que tinham ficado no país e que Israel não exterminou. Salomão recrutou-os para trabalhos força­dos, o que acontece ainda hoje.

9Nenhum filho de Israel foi redu­zido ao trabalho de escravo ou a tra­balhos servis em favor de Salomão, porque eles eram guerreiros, chefes das suas tropas, comandantes dos car­ros e da cavalaria. 10O número dos capatazes, colocados pelo rei à frente dos operários, era de duzen­tos e cinquenta.

11Salomão mandou vir a filha do Faraó da cidade de David para a casa que lhe construiu; pois disse: «A minha mulher não deve habitar na casa de David, rei de Israel. Esta habitação, na qual entrou a Arca do Senhor, é um lugar sagrado.» 12En­­tão, Salomão ofereceu ao Senhor holocaustos sobre o altar que cons­truíra diante do pórtico. 13Todos os dias oferecia os sacrifícios prescritos por Moisés: nos sábados, nas festas da Lua-nova e nas três festas do ano, isto é, na festa dos Ázimos, na festa das Semanas e na festa das Tendas.

14Conforme as disposições toma­das por seu pai David, distribuiu as di­versas classes de sacerdotes se­gundo as suas funções, e os levitas segundo o seu encargo de cantores e o seu ministério quotidiano, como aju­dan­tes dos sacerdotes; e, da mes­ma for­ma, distribuiu os portei­ros para cada porta, de acordo com a sua cate­­­go­ria. Assim David, o ho­mem de Deus, havia ordenado. 15Tan­to os sacerdo­tes como os levitas cumpri­ram pon­tualmente todas as ordens do rei e todas as suas dis­posições, relaciona­das com a guarda dos tesouros.

16Desta forma foi ter­mi­­nada toda a obra de Salomão, des­de as funda­ções do tem­plo do Senhor até ao seu pleno acaba­mento. 17Então Salomão partiu para Ecion-Guéber e Elat, nas praias do mar, no país de Edom. 18Hu­ram en­viou-lhe, por meio dos seus ser­vos, na­vios e marinheiros experi­menta­dos. Foram a Ofir, com os ser­vos de Salomão, e de lá trou­xeram quatro­centos e cinquenta talentos de ouro para o rei Salomão.

Capítulo 9

A rainha de Sabá em Jeru­sa­lém (1 Rs 10,1-13) – 1A rainha de Sabá ouviu falar da fama de Salo­mão. A fim de o provar por meio de enigmas, veio a Jerusalém, acom­pa­nhada de numeroso séquito, de came­los carregados com aromas e grande quantidade de ouro e pedras pre­cio­sas. Quando chegou à presença de Salo­mão, expôs tudo o que ten­cio­nava dizer-lhe. 2Mas Salo­mão res­pondeu a todas as pergun­tas, sem haver nenhuma questão difícil que ele não lhe soubesse explicar. 3A rai­nha de Sabá encheu-se de admira­ção ao ver a sabedoria do rei, a casa real que ele construíra para si, 4os manjares da sua mesa, os aposentos dos seus servos, a habitação e ves­tes dos seus lacaios, os seus copeiros e os seus trajes, e os holocaustos que oferecia no templo do Senhor.

Impressionada com tudo isto, 5disse ao rei: «É verdade tudo quanto eu ouvi dizer no meu país a respeito das tuas obras e da tua sa­bedoria. 6Não queria acredi­tar antes de ter chegado e de ver com os meus pró­prios olhos. Pois bem, o que me tinham dito era apenas metade da tua imensa sabedoria; tu superas a fama que de ti chegou aos meus ou­vidos. 7Felizes os teus ho­mens! Feli­zes os teus servos! Feli­zes quantos estão ao teu serviço, sempre diante de ti, e ouvem a tua sabedoria! 8Ben­dito seja o Senhor, teu Deus, que te escolheu e colocou no seu trono, como rei ao serviço do Senhor, teu Deus! Foi por causa do seu amor a Israel, que Ele quer conservar para sempre, que te fez rei, para que cumpras a justiça e o direito.» 9Depois, presen­teou o rei com cento e vinte talentos de ouro, grande quantidade de aro­mas e pedras preciosas. Jamais se viram tantos aromas como os que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.

10Os servos de Huram e os de Sa­lomão que tinham trazido o ouro de Ofir, trouxeram também madeira de sândalo e pedras preciosas. 11Com a madeira de sândalo, o rei fez o soa­lho do templo do Senhor e do palá­cio real, bem como as harpas e as liras dos cantores. Jamais se vira seme­lhante madeira no país de Judá.

12O rei Salomão presenteou a rai­nha de Sabá com tudo o que ela pediu e dese­jou, mais do que ela tinha tra­zido ao rei. Depois, ela regressou à sua terra, com os seus servos.


Riquezas de Salomão (1 Rs 10,14-29) 13O peso do ouro que era trazido a Salomão, cada ano, era de seiscen­tos e sessenta e seis talentos, 14além do que recebia dos impostos cobra­dos aos viajantes e comercian­tes. Todos os reis da Arábia e os go­vernadores das províncias tra­ziam ouro e prata a Salomão. 15O rei Salomão mandou fazer duzentos escudos de ouro batido, cada um dos quais tinha seiscentos siclos de ouro; 16e man­dou fazer igual­mente trezentos pequenos escu­dos de ouro batido, cada um dos quais tinha tre­zentos siclos de ouro. O rei colocou-os no palácio do Bos­que do Líbano.

17Mandou também construir um gran­de trono de mar­fim, revestido de ouro puro. 18Este trono tinha seis degraus, com um estrado de ouro, fixado no trono. Dos dois lados do assento havia apoios, flanqueados por leões. 19Outros doze leões esta­vam colocados, de um lado e de outro, so­bre os seis degraus. Para nenhum rei se fez coisa seme­lhante.

20Todas as taças do rei Salomão eram feitas de ouro, e todo o vasi­lhame do palácio do Bosque do Lí­bano era de ouro fino. A prata, nem se fazia caso dela, no tempo de Salo­mão. 21Com efeito, o rei tinha navios que iam a Társis com os ser­vos de Huram e, uma vez cada três anos, a frota regressava de Társis carregada de ouro, prata, marfim, macacos e pavões.

22Desta forma, pela sua riqueza e sabedoria, o rei Salomão avanta­java-se a todos os reis da terra. 23Todos eles procuravam vir à presença de Salomão, a fim de escutar a sabe­do­ria que Deus infundira em seu cora­ção. 24Cada um lhe trazia, todos os anos, a sua oferenda: objectos de prata e ouro, vestes, armas, perfu­mes, cava­los e mulas. 25Salomão pos­­suía qua­tro mil cavalariças para cavalos e carros, e doze mil cava­lei­ros, que des­tacou para as cidades onde esta­vam os seus carros, e em Jerusalém, junto de si. 26Dominava sobre todos os reis, desde o rio Eu­fra­tes até ao país dos filisteus e à fronteira do Egipto.

27Graças a ele, a prata tornou-se, em Jerusalém, tão comum como as pedras, e os cedros tão numerosos como os sicómoros da região da Che­fela. 28Traziam a Salomão cavalos do Egipto e de todos os países.


Morte de Salomão (1 Rs 11,41-43) – 29O resto dos feitos de Salomão, dos pri­meiros aos últimos, está es­cri­to nas Palavras do profeta Natan, na Pro­fe­cia de Aías de Silo e na Visão do vi­dente Jedo acerca de Jero­boão, filho de Nabat. 30Salomão rei­nou em Jeru­salém, sobre todo o Is­rael, durante quarenta anos. 31Depois disto, Salo­mão adormeceu com os seus pais e foi sepultado na cidade de David, seu pai. Seu filho Roboão sucedeu-lhe no trono.

Capítulo 10

IV. HISTÓRIA DOS REIS DE JUDÁ (10,1-36,23)

Divisão do reino de Salo­mão (1 Rs 12,1-19) – 1Roboão par­­tiu para Siquém, onde todo o Israel se reunira para o proclamar rei. 2Mas Jeroboão, filho de Nabat – que estava nesse momento no Egipto, para onde fugira por causa do rei Salo­­mão – quando soube disto, re­gres­sou do Egipto. 3Mandaram chamar Jero­boão e ele veio com todo o Israel.

Falaram assim a Roboão: 4«O teu pai impôs-nos um jugo pe­sado. Ali­via, pois, esta dura ser­vi­dão do teu pai e o pesado jugo que ele nos im­pôs, e seremos teus ser­vos.» 5Ele res­pondeu-lhes: «Voltai à minha pre­sença den­tro de três dias.» E a multidão reti­rou-se.

6Então, o rei Roboão aconselhou-se com os anciãos que haviam es­tado ao serviço de seu pai Salomão enquanto viveu: «Que me aconse­lhais que responda a este povo?» 7Disse­ram-lhe: «Se te mostrares bom para com este povo e lhe deres ouvidos e lhe falares com benevo­lência, ele será teu servo para sempre.» 8Mas Ro­boão negligenciou o conselho dos anciãos e foi con­sultar os jovens, seus com­panheiros de infância, que tinham crescido com ele e estavam ao seu serviço. E disse-lhes: 9«E vós, que me aconse­lhais? Que devemos res­ponder ao pedido deste povo, que me pede para aliviar o jugo imposto por meu pai?» 10Os jovens, seus compa­nhei­ros de infância, responderam-lhe:

«Eis as palavras que dirás ao povo, que te disse: ‘Teu pai colocou sobre nós um jugo pesado, alivia-nos dele.’ Dir-lhe-ás: ‘O meu dedo mínimo é maior do que o tronco do meu pai. 11Meu pai impôs-vos um jugo pesado? Eu vo-lo tornarei ainda mais pesa­do. Ele castigou-vos com açoites? Eu vos castigarei com azorragues.’»

12Três dias depois, Jeroboão, com toda a multidão, apresentou-se dian­te de Roboão, pois o rei dissera: «Vol­tai à minha presença dentro de três dias.» 13O rei respondeu-lhes com du­reza. Desprezou o conselho dos an­ciãos 14e seguiu o conselho dos jovens, dizendo:

«Meu pai impôs-vos um jugo pe­sado?
Eu hei-de torná-lo ainda mais pe­­sado.
Meu pai castigou-vos com açoi­tes?
Eu hei-de castigar-vos com azor­ra­gues.»

15Assim, pois, o rei não escutou o povo, porque isso era uma dispo­si­ção divina para a realização da pro­messa que Deus fizera a Jeroboão, filho de Nabat, por meio de Aías de Silo. 16Ao ver que o rei não o escu­tava, o povo de Israel declarou-lhe:

«Que temos a ver com David?
Nada temos de comum com o filho de Jessé.
Todos para as suas tendas, ó Is­rael!
E tu, David, cuida da tua casa!»

E todo o Israel voltou para as suas casas. 17Roboão reinou somen­te sobre os filhos de Israel que habi­tavam nas cidades de Judá. 18O rei Roboão enviou depois, como media­dor, Hado­ram, encarregado dos trabalhos for­çados, mas os filhos de Israel ape­dre­jaram-no e ele morreu. Então, o rei conseguiu subir para o seu carro e fugir para Jerusalém.

19Assim se separou Israel da casa de David, até ao dia de hoje.

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