Capítulo 11

Anúncio da morte dos primogénitos (12,29-30) – 1O SENHOR disse a Moisés: «Farei vir ainda uma praga sobre o faraó e sobre o Egipto. Depois disso, ele deixar-vos-á partir daqui; e quando decidir deixar-vos partir, até vos expulsará daqui. 2Fala, pois, ao povo, para que peçam, cada um ao seu amigo, e cada uma à sua amiga, objectos de prata e objectos de ouro.»

3O SENHOR fez com que o povo alcançasse benevolência da parte dos egípcios. O próprio Moisés, por sua vez, era muito importante na terra do Egipto, aos olhos dos servos do faraó e aos olhos do povo.

4Moisés disse: «Assim diz o SENHOR: ‘A meio da noite, Eu apresentar-me-ei no meio do Egipto, 5e morrerá todo o primogénito na terra do Egipto, desde o primogénito do faraó, que se sentará no seu trono, até ao primogénito da escrava, que está atrás da mó, e todo o primogénito dos animais. 6Haverá um grande clamor em toda a terra do Egipto, como nunca tinha havido antes e como nunca mais haverá. 7Mas, entre todos os filhos de Israel, nem sequer um cão latirá a homens e a animais, para que conheçais que o SENHOR fez uma separação entre o Egipto e Israel. 8Então, todos estes teus servos descerão até mim e se prostrarão diante de mim, dizendo: Sai, tu e todo o povo que te segue. Depois disso, sairei.» E ele saiu da presença do faraó, ardendo de ira.

9O SENHOR disse a Moisés: «O faraó não vos escutará, para que se multipliquem os meus prodígios na terra do Egipto.» 10Moisés e Aarão fizeram todos estes prodígios diante do faraó, mas o SENHOR endureceu o coração do faraó, e ele não deixou partir os filhos de Israel da sua terra.

Capítulo 12

1O SENHOR disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto: 2«Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano. 3Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por casa. 4Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o animal do rebanho conforme o que cada um puder comer. 5O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano, e tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos. 6Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês, e toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.

7Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o dintel da porta das casas em que ele se comerá. 8Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. 9Não a comereis nem crua nem cozida na água, mas assada no fogo, a cabeça com as patas e as entranhas. 10Não deixareis dela nada até pela manhã; e o que restar dela pela manhã, queimá-lo-eis no fogo. 11Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés, e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do SENHOR.

12E Eu atravessarei a terra do Egipto naquela noite, e ferirei todos os primogénitos na terra do Egipto, desde os homens até aos animais, e contra todos os deuses do Egipto farei justiça, Eu, o SENHOR. 13E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o sangue e passarei ao largo; e não haverá contra vós nenhuma praga de extermínio, quando Eu ferir a terra do Egipto. 14Aquele dia será para vós um memorial, e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra do SENHOR. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua.


Festa dos Ázimos (13,3-10; 23,15; Lv 23,6-8; Dt 16,3-4) – 15Durante sete dias comereis pães sem fermento. No primeiro dia, fareis desaparecer o fermento das vossas casas, pois todo aquele que comer pão fermentado, do primeiro dia ao sétimo dia, será eliminado de Israel.

16No primeiro dia, tereis uma convocação sagrada, assim como no sétimo dia. Não se fará nenhum trabalho nesses dias; apenas aquilo que será comido por cada pessoa, só isso será feito por vós.

17Guardareis a festa dos pães sem fermento, porque foi precisamente neste dia que Eu fiz sair os vossos exércitos da terra do Egipto. Guardareis este dia nas vossas gerações como uma lei perpétua.

18No primeiro mês, no dia catorze à tarde, comereis pães sem fermento até ao dia vinte e um do mês, à tarde. 19Durante sete dias, não se encontrará fermento nas vossas casas, porque todo aquele que comer pão fermentado, essa pessoa será eliminada da comunidade de Israel, quer seja estrangeiro residente, quer natural da terra. 20Não comereis nenhum pão fermentado. Em qualquer lugar em que habitardes, comereis pães sem fermento.»


Prescrições sobre a Páscoa21Moisés chamou todos os anciãos de Israel e disse-lhes: «Escolhei e tomai para vós um animal do rebanho, segundo os vossos clãs, e imolai a Páscoa. 22Tomareis depois um ramo de hissopo, mergulhá-lo-eis no sangue que estiver na bacia, e marcareis o dintel e as duas ombreiras da porta com o sangue que estiver na bacia, e nenhum de vós sairá da porta da sua casa até pela manhã. 23O SENHOR passará para ferir o Egipto, verá o sangue sobre o dintel e sobre as duas ombreiras da porta, e o SENHOR passará ao largo da porta e não deixará que o Exterminador entre nas vossas casas para ferir.

24Observareis isto como uma prescrição para vós e para os vossos filhos para sempre. 25Quando tiverdes entrado na terra que o SENHOR vos dará, como Ele falou, observareis este serviço cultual.

26Quando os vossos filhos vos disserem: ‘O que é este serviço cultual para vós?’, 27vós direis: ‘É o sacrifício da Páscoa em honra do SENHOR, que passou ao largo das casas dos filhos de Israel no Egipto, quando feriu o Egipto e salvou as nossas casas.’» O povo inclinou-se e prostrou-se.

28Os filhos de Israel foram e fizeram como o SENHOR tinha ordenado a Moisés e a Aarão. Assim fizeram.


X. Morte dos primogénitos (11,4-8; 12,12; Sl 78,51; 136,10; Sb 18,6-18) – 29E aconteceu que, no meio da noite, o SENHOR feriu todos os primogénitos na terra do Egipto, desde o primogénito do faraó, que havia de sentar-se no seu trono, até ao primogénito do prisioneiro, que está na prisão, e todos os primogénitos dos animais. 30O faraó levantou-se durante a noite, ele, todos os seus servos e todo o Egipto, e houve um grande clamor no Egipto, porque não havia casa que não tivesse lá um morto.

31Ele chamou Moisés e Aarão durante a noite e disse: «Levantai-vos e saí do meio do meu povo, vós e também os filhos de Israel, e ide servir o SENHOR, como tendes falado. 32Tomai também as vossas ovelhas e os vossos bois, como tendes falado, ide e abençoai-me também a mim.»

33Os egípcios pressionaram o povo para que partisse depressa da terra, pois diziam: «Morreremos todos!» 34O povo levou a sua farinha amassada antes de levedar, e sobre os ombros as suas amassadeiras envoltas nos seus mantos. 35Os filhos de Israel fizeram como tinha falado Moisés, e pediram aos egípcios objectos de prata, objectos de ouro e mantos. 36O SENHOR fez com que o povo alcançasse benevolência da parte dos egípcios, que acederam aos seus pedidos. E assim despojaram os egípcios.


Partida (13,17-22; Nm 33,3-5) – 37Os filhos de Israel partiram de Ramessés para Sucot, cerca de seiscentos mil a pé, só os homens fortes, sem contar as crianças. 38Também uma turba numerosa partiu com eles, juntamente com ovelhas, bois e gado em grande quantidade. 39Eles cozeram a farinha amassada com que tinham saído do Egipto em bolos sem fermento, pois não tinha fermento. Tinham, na verdade, sido expulsos do Egipto, e não puderam demorar-se; nem sequer fizeram provisões para eles.

40A estadia dos filhos de Israel que residiram no Egipto foi de quatrocentos e trinta anos. 41No final dos quatrocentos e trinta anos, precisamente naquele dia, saíram todos os exércitos do SENHOR da terra do Egipto. 42Aquela foi uma noite de vigília para o SENHOR, quando Ele os fez sair da terra do Egipto. Esta noite do SENHOR será de vigília para todos os filhos de Israel nas suas gerações.


Ritual da Páscoa (Nm 9,2-14) – 43O SENHOR disse a Moisés e a Aarão: «Esta é a prescrição da Páscoa: nenhum filho de estrangeiro comerá dela. 44Todo o escravo adquirido com dinheiro, tu o circuncidarás, e então comerá dela. 45Os estrangeiros, residentes ou assalariados, não comerão dela. 46Comer-se-á numa só casa. Não se fará sair carne da casa para fora, e não lhe quebrareis nenhum osso. 47Toda a comunidade de Israel a celebrará. 48E se morar contigo um estrangeiro residente, que queira fazer a Páscoa do SENHOR, será circuncidado todo o macho da sua casa, e então se aproximará para a fazer, e será como um natural da terra, mas nenhum incircunciso comerá dela. 49Haverá uma só lei para o natural e para o estrangeiro residente que habite no meio de vós.»

50Todos os filhos de Israel fizeram assim; fizeram exactamente como o SENHOR tinha ordenado a Moisés e a Aarão. 51Foi precisamente neste dia que o SENHOR fez sair os filhos de Israel da terra do Egipto, segundo os seus exércitos.

Capítulo 13

Lei dos primogénitos (22,28-29; 34,19-20; Nm 3,12-13; 8,16-18; Lc 2,23-24) – 1O SENHOR falou a Moisés, dizendo: 2«Consagra-me todo o primogénito, aquele que abre o ventre materno, entre os filhos de Israel, dos homens e dos animais. Ele é para mim.»


A Páscoa dos Ázimos (23,15; Lv 23,5-9) 3Moisés disse ao povo: «Recorda-te deste dia em que saíste do Egipto, da casa da servidão, pois foi com mão forte que o SENHOR te fez sair daqui. Não se comerá pão fermentado. 4É hoje que vós saís, no mês de Abib. 5Quando o SENHOR te fizer entrar na terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do heveu e do jebuseu, que jurou aos teus pais dar-te a ti, terra que mana leite e mel, farás este serviço cultual neste mês. 6Durante sete dias comer-se-á pães sem fermento, e no sétimo dia haverá uma festa para o SENHOR. 7Comer-se-á pães sem fermento durante sete dias, e não se verá contigo pão fermentado, e não se verá contigo fermento em todo o teu território. 8Explicarás naquele dia ao teu filho, dizendo: ‘É por causa daquilo que o SENHOR fez por mim quando saí do Egipto’.

9E será para ti como um sinal sobre a tua mão e como um memorial entre os teus olhos, para que esteja a lei do SENHOR na tua boca, porque foi com mão forte que o SENHOR te fez sair do Egipto. 10Observarás esta prescrição no tempo estabelecido, ano após ano.»


Os primogénitos (22,28-29; 34,19-20; Nm 3,12-13; 8,16-18; Lc 2,23-24) – 11«Quando o SENHOR te fizer entrar na terra do cananeu, como jurou a ti e aos teus pais, e ta tiver dado, 12consagrarás ao SENHOR todo o ser que abre o ventre materno e toda a primeira cria que os animais te derem: os machos são para o SENHOR. 13Toda a primeira cria do jumento, resgatá-la-ás com um animal do rebanho; se não a resgatares, quebrar-lhe-ás a nuca. Todo o primogénito do homem, entre os teus filhos, resgatá-lo-ás. 14E se amanhã o teu filho te perguntar, dizendo: ‘O que é isto?’, dir-lhe-ás: ‘Foi com mão forte que o SENHOR nos fez sair do Egipto, da casa da servidão. 15E porque o faraó era duro em deixar-nos partir, o SENHOR fez morrer todos os primogénitos na terra do Egipto, desde os primogénitos dos homens até aos primogénitos dos animais. É por isso que eu ofereço em sacrifício ao SENHOR todo o macho que abre o ventre materno e resgato todo o primogénito dos meus filhos’.

16Será como um sinal sobre a tua mão e como um frontal entre os teus olhos, pois foi com mão forte que o SENHOR nos fez sair do Egipto.»


Partida (12,37-51; Nm 33,3-5) – 17E aconteceu que, quando o faraó deixou partir o povo, Deus não o conduziu pela estrada da terra dos filisteus, embora fosse a mais curta, pois Deus disse: «Que o povo não se arrependa perante uma batalha e volte para o Egipto.» 18E Deus desviou o povo para a estrada do deserto do Mar dos Juncos. Preparados para o combate, os filhos de Israel subiram da terra do Egipto.

19Moisés tomou consigo os ossos de José, porque ele tinha feito jurar os filhos de Israel, dizendo: «Deus há-de visitar-vos, e vós fareis que os meus ossos saiam daqui convosco.»

20Eles partiram de Sucot e acamparam em Etam, no limite do deserto.

21O SENHOR caminhava diante deles; durante o dia, numa coluna de nuvem para os conduzir na estrada, e de noite, numa coluna de fogo para os alumiar, para que pudessem caminhar de dia e de noite. 22A coluna de nuvem não se retirou de diante do povo durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite.

Capítulo 14

Em direcção ao Mar1O SENHOR falou a Moisés, dizendo: 2«Fala aos filhos de Israel para retrocederem e acamparem diante de Pi-Hairot, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Safon, em frente do qual acampareis, junto do mar. 3E o faraó dirá dos filhos de Israel: ‘Andam perdidos na terra. Fechou-se contra eles o deserto’. 4Eu endurecerei o coração do faraó, e ele persegui-los-á; Eu serei glorificado por meio do faraó e de todo o seu exército e os egípcios saberão que Eu sou o SENHOR.» Assim fizeram.

5Foram anunciar ao rei do Egipto que o povo fugira, e o coração do faraó e dos seus servos mudou para com o povo, e disseram: «Que fizemos, pois deixámos partir Israel do nosso serviço?» 6O faraó atrelou o seu carro de guerra e tomou o seu povo consigo. 7Tomou seiscentos carros de guerra escolhidos e todos os carros de guerra do Egipto com três combatentes em cada um.

8O SENHOR endureceu o coração do faraó, rei do Egipto, e ele perseguiu os filhos de Israel, e os filhos de Israel saíram de mão erguida. 9Os egípcios perseguiram-nos e alcançaram-nos quando acampavam junto do mar; todos os cavalos e carros de guerra do faraó, os seus cavaleiros e o seu exército estavam junto de Pi-Hairot, diante de Baal-Safon.

10Quando o faraó se aproximou, os filhos de Israel ergueram os olhos, e eis que os egípcios acampavam atrás deles, e os filhos de Israel tiveram muito medo e clamaram ao SENHOR. 11Disseram a Moisés: «Foi por falta de túmulos no Egipto que nos trouxeste para morrermos no deserto? O que é isto que nos fizeste, fazendo-nos sair do Egipto? 12Não foi isto que te dissemos no Egipto, quando dizíamos: ‘Deixa-nos! Queremos estar ao serviço do Egipto, porque é melhor para nós servir o Egipto do que morrer no deserto’?» 13Moisés disse ao povo: «Não tenhais medo. Permanecei firmes e vede a salvação que o SENHOR fará para vós hoje. Pois vós vistes os egípcios hoje, mas nunca mais os tornareis a ver. 14O SENHOR combaterá por vós. E vós ficai tranquilos!»


Travessia do Mar15O SENHOR disse a Moisés: «Porque clamas por mim? Fala aos filhos de Israel e manda-os partir. 16E tu, levanta a tua vara e estende a mão sobre o mar e divide-o, e que os filhos de Israel entrem pelo meio do mar, por terra seca. 17E eis que Eu vou endurecer o coração dos egípcios para que venham atrás deles, e serei glorificado por meio do faraó e de todo o seu exército, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros. 18E os egípcios saberão que Eu sou o SENHOR, quando for glorificado por meio do faraó, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros.»

19O anjo de Deus, que caminhava à frente do acampamento de Israel, levantou-se, partiu e passou a caminhar atrás deles. E a coluna de nuvem levantou-se de diante deles e colocou-se atrás deles. 20Veio colocar-se entre o acampamento do Egipto e o acampamento de Israel. E houve nuvens e trevas, e iluminou-se a noite, e não se aproximaram um do outro toda a noite.

21Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez recuar o mar com um vento forte de oriente, toda a noite, e pôs o mar a seco. As águas dividiram-se, 22e os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, por terra seca, e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda. 23Os egípcios perseguiram-nos, e todos os cavalos do faraó, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros, entraram atrás deles para o meio do mar.

24E aconteceu que, na vigília da manhã, o SENHOR olhou da coluna de fogo e de nuvem, para o acampamento dos egípcios, e lançou a confusão no acampamento dos egípcios. 25Ele desviou as rodas dos seus carros de guerra, e eles conduziam com dificuldade. Os egípcios disseram: «Fujamos diante de Israel, porque o SENHOR combate por eles contra o Egipto.»

26O SENHOR disse a Moisés: «Estende a tua mão sobre o mar, e que as águas voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros.»

27Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar voltou ao seu leito normal, ao raiar da manhã, e os egípcios a fugir foram ao seu encontro. E o SENHOR desfez-se dos egípcios no meio do mar.

28As águas voltaram e cobriram os carros de guerra e os cavaleiros; de todo o exército do faraó que entrou atrás deles no mar, não ficou nenhum. 29Os filhos de Israel caminharam em terra seca, pelo meio do mar, e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.

30O SENHOR salvou, naquele dia, Israel da mão do Egipto, e Israel viu os egípcios mortos à beira do mar. 31Israel viu a mão poderosa com que o SENHOR actuou contra o Egipto, o povo temeu o SENHOR e acreditou nele e em Moisés, seu servo.

Capítulo 15

Cântico de vitória (Jz 5,2-32) – 1Então, Moisés cantou, e os filhos de Israel também, este cântico ao SENHOR. Eles disseram:

«Cantarei ao SENHOR
que é verdadeiramente grande:
cavalo e cavaleiro lançou no mar.
2Minha força e meu canto é o SENHOR:
Ele foi para mim a salvação.
É este o meu Deus: glorificá-lo-ei;
o Deus de meu pai: exaltá-lo-ei.
3O SENHOR é um guerreiro:
SENHOR é o seu nome.
4Os carros de guerra do faraó e o seu exército Ele atirou ao mar;
e os seus combatentes escolhidos
foram afundados no Mar dos Juncos.
5Cobrem-nos os abismos:
desceram às profundezas como uma pedra.
6A tua direita, SENHOR,
resplandeceu de força;
a tua direita, SENHOR,
apanhou o inimigo.
7Com a grandeza da tua majestade,
destróis os que se levantam contra ti:
envias a tua ira,
que os devora como palha.
8Com o sopro das tuas narinas,
as águas amontoaram-se,
as ondas ficaram paradas como um muro,
os abismos coalharam no coração do Mar.
9O inimigo disse: ‘Perseguirei, alcançarei,
repartirei os despojos:
neles se saciará a minha alma.
Desembainharei a minha espada:
a minha mão os exterminará.’
10Sopraste com o teu vento,
e o mar os recobriu.
Afundaram-se como chumbo nas águas alterosas.
11Quem como Tu, entre os deuses, SENHOR?
Quem como Tu, enaltecido de santidade,
temível de glória,
fazendo maravilhas?
12Estendeste a tua direita:
a terra engoliu-os.
13Com o teu amor conduziste este povo que resgataste.
Com a tua força o guiaste para a tua morada santa.
14Os povos ouviram e estremecem:
um tremor se apoderou dos habitantes da Filisteia;
15 transidos de pavor ficaram então os chefes de Edom;
um tremor se apoderou dos poderosos de Moab;
esmorecem todos os habitantes de Canaã.
16Cairão sobre eles o pavor e o tremor;
com a grandeza do teu braço, ficarão paralisados como pedra,
até que passe o teu povo, SENHOR,
até que passe este povo que resgataste.
17Fá-lo-ás entrar e plantá-lo-ás na montanha que é a tua herança,
lugar que fizeste para Tu habitares, SENHOR,
santuário que as tuas mãos, Senhor, estabeleceram.
18O SENHOR reinará eternamente e para sempre.»

19De facto, os cavalos do faraó, com os seus carros de guerra e os seus cavaleiros, entraram no mar, e o SENHOR fez voltar sobre eles as águas do mar, mas os filhos de Israel caminharam em terra seca pelo meio do mar.

20Maria, a profetisa, irmã de Aarão, tomou nas mãos uma pandeireta, e todas as mulheres saíram atrás dela com pandeiretas, a dançar. 21E Maria entoou para eles: «Cantai ao SENHOR, que é verdadeiramente grande: lançou no mar cavalo e cavaleiro.»

As águas de Mara (Nm 33,8-9) – 22Moisés fez partir Israel do Mar dos Juncos, e saíram para o deserto de Chur. Caminharam três dias no deserto e não encontraram água. 23Chegaram a Mara, mas não puderam beber a água de Mara, porque era amarga. Por isso se chamou àquele lugar Mara.

24O povo murmurou contra Moisés, dizendo: «Que beberemos?» 25E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR indicou-lhe um tronco que ele lançou à água; e a água tornou-se doce. Foi lá que o Senhor deu ao povo um preceito e uma norma; foi lá que o pôs à prova.

26E disse: «Se escutares com atenção a voz do SENHOR, teu Deus, e se fizeres o que é recto aos seus olhos, se deres ouvidos aos seus mandamentos e se guardares todos os seus preceitos, não farei vir sobre ti nenhum dos flagelos que infligi ao Egipto, porque Eu sou o SENHOR que te cura.»

27Chegaram a Elim, onde estão doze nascentes de água e setenta palmeiras, e acamparam ali à beira da água.

Capítulo 16

O maná e as codornizes (Nm 11,1-15.31-34; Sl 78,23-29; Sb 16,20-29; Jo 6,26-58) – 1Partiram de Elim e toda a comunidade dos filhos de Israel chegou ao deserto de Sin, que está entre Elim e o Sinai, no décimo quinto dia do segundo mês, após a sua saída da terra do Egipto.

2Toda a comunidade dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Aarão no deserto. 3Os filhos de Israel disseram-lhes: «Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do SENHOR na terra do Egipto, quando estávamos descansados junto da panela de carne, quando comíamos com fartura! Mas vós fizestes-nos sair para este deserto para fazer morrer de fome toda esta assembleia!»

4O SENHOR disse a Moisés: «Eis que vou fazer chover do céu pão para vós. O povo sairá e recolherá em cada dia a porção de um dia. Isto é para o pôr à prova e ver se andará, ou não, na minha lei. 5No sexto dia, quando prepararem o que tiverem trazido, haverá o dobro daquilo que recolhem em cada dia.»

6Moisés e Aarão disseram a todos os filhos de Israel: «Ao cair da tarde reconhecereis que foi o SENHOR que vos fez sair da terra do Egipto, 7e pela manhã vereis a glória do SENHOR, porque Ele terá ouvido as vossas murmurações contra o SENHOR. Nós, porém, o que somos para que murmureis contra nós?»

8Disse Moisés: «Quando o SENHOR vos der esta noite carne para comer, e pela manhã pão com fartura, então o SENHOR terá ouvido as murmurações que vós proferistes contra Ele. Nós, porém, o que somos? Não são contra nós as vossas murmurações, mas contra o SENHOR.»

9Moisés disse a Aarão: «Diz a toda a comunidade dos filhos de Israel: ‘Aproximai-vos do SENHOR, porque Ele ouviu as vossas murmurações.’» 10Enquanto Aarão falava a toda a comunidade dos filhos de Israel, eles voltaram-se para o deserto, e eis que a glória do SENHOR apareceu na nuvem.

11O SENHOR falou a Moisés, dizendo: 12«Ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Fala-lhes, dizendo: ‘Ao crepúsculo comereis carne, e pela manhã saciar-vos-eis de pão, e conhecereis que Eu sou o SENHOR, vosso Deus.’» 13À tardinha caíram tantas codornizes que cobriram o acampamento, e pela manhã havia uma camada de orvalho ao redor do acampamento. 14A camada de orvalho levantou, e eis que à superfície do deserto havia uma substância fina e granulosa, fina como geada sobre a terra.

15Os filhos de Israel viram e disseram uns aos outros: «Que é isto?», pois não sabiam o que era aquilo. Disse-lhes Moisés: «Isto é o pão que o SENHOR vos deu para comer. 16Foi isto que o SENHOR ordenou: ‘Recolhei cada um conforme o que comer, um gómer por cabeça, segundo o número das vossas pessoas, recolhei cada um conforme os que estejam na sua tenda.’»

17Assim fizeram os filhos de Israel, e recolheram, uns muito, outros pouco. 18Mediam com o gómer, e não sobejava a quem tinha muito nem faltava a quem tinha pouco. Cada um tinha recolhido conforme o que comia.

19Disse-lhes Moisés: «Ninguém o guarde até de manhã.» 20Porém, alguns não escutaram Moisés, e guardaram-no até de manhã; mas ganhou vermes e cheirava mal. E Moisés irritou-se contra eles.

21Recolhiam-no todas as manhãs, cada um conforme o que comia. E quando o sol aquecia, derretia-se.


O sábado (Lv 23,3-4; 25,1-7) – 22Vindo o sexto dia, recolheram o dobro do pão, dois gómeres para cada um, e todos os chefes da comunidade vieram comunicá-lo a Moisés. 23Ele disse-lhes: «Foi isto que o SENHOR falou. Amanhã é descanso completo, um sábado consagrado ao SENHOR: aquilo que deveis cozer, cozei; aquilo que deveis ferver, fervei; tudo o que sobejar, conservai-o guardado para vós até de manhã.» 24Conservaram-no até de manhã, como tinha ordenado Moisés, e não cheirava mal nem ganhou vermes. 25Disse Moisés: «Comei-o hoje, porque hoje é sábado consagrado ao SENHOR; hoje não o encontrareis no campo. 26Recolhê-lo-eis durante seis dias, mas no sétimo dia, sábado, não haverá.» 27No sétimo dia saíram alguns do povo para fazer recolha, mas não o encontraram.

28O SENHOR disse a Moisés: «Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis? 29Vede que o SENHOR vos deu o sábado; e é por isso que vos dá, no sexto dia, o pão para dois dias. Fique cada um onde está, que ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.» 30E o povo descansou no sétimo dia.

31A casa de Israel deu-lhe o nome de maná. Era como semente de coentro, branco, e o seu sabor, como bolo de mel.

32Disse Moisés: «Eis o que o SENHOR ordenou: ‘Enchei um gómer dele e guardai-o para as vossas gerações, para que vejam o pão que vos dei a comer no deserto, quando vos fiz sair da terra do Egipto.’»

33Moisés disse a Aarão: «Toma um vaso, e põe lá um gómer cheio de maná, e coloca-o diante do SENHOR a fim de ser conservado para as vossas futuras gerações.» 34Como o SENHOR tinha ordenado a Moisés, Aarão colocou-o diante do testemunho, a fim de ser conservado. 35Os filhos de Israel comeram o maná durante quarenta anos, até chegarem à terra habitada. Comeram o maná até chegarem aos confins da terra de Canaã. 36O gómer é um décimo do efá.

Capítulo 17

A água da rocha (Nm 20,1-13; Sl 95,8-11; 106,32) – 1Toda a comunidade dos filhos de Israel partiu do deserto de Sin para as suas etapas, segundo a palavra do SENHOR. Eles acamparam em Refidim, mas não havia água para o povo beber.

2O povo litigou com Moisés, e disse: «Dá-nos água para beber.» Disse-lhes Moisés: «Porque litigais comigo? Porque pondes o SENHOR à prova?»

3Ali o povo teve sede de água, e murmurou contra Moisés, dizendo: «Porque nos fizeste subir do Egipto para nos fazer morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e ao nosso gado?»

4Moisés clamou ao SENHOR, dizendo: «Que farei a este povo? Mais um pouco e vão apedrejar-me.» 5O SENHOR disse a Moisés: «Passa diante do povo e toma contigo alguns anciãos de Israel; e leva na tua mão a vara com que feriste o rio, e vai. 6Eis que estarei diante de ti, lá, sobre a rocha no Horeb. Tu ferirás a rocha e dela sairá água, e o povo beberá.» Assim fez Moisés diante dos anciãos de Israel.

7Ele deu àquele lugar o nome de Massá e Meribá, por causa do litígio dos filhos de Israel, e por terem posto o SENHOR à prova, dizendo: «Está o SENHOR no meio de nós ou não?»


Combate contra os amalecitas (Nm 24,20; Dt 25,17-19; 1 Sm 15,2-3) – 8Veio então Amalec e combateu contra Israel em Refidim. 9Moisés disse a Josué: «Escolhe para nós homens, e sai para combater contra Amalec. Amanhã eu permanecerei firme no cimo da colina e terei a vara de Deus na minha mão.»

10Josué fez como Moisés lhe tinha dito, para combater contra Amalec. Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina. 11E acontecia que, enquanto Moisés tinha as mãos levantadas, era Israel o mais forte; mas quando descansava as mãos, o mais forte era Amalec. 12Mas as mãos de Moisés ficaram pesadas. Pegaram então numa pedra e puseram-na debaixo dele, e ele sentou-se sobre ela. Aarão e Hur sustentavam as mãos dele, um de um lado e outro do outro. E assim as mãos dele permaneceram firmes até ao pôr-do-sol.

13Josué venceu Amalec e o seu povo ao fio da espada. 14O SENHOR disse a Moisés: «Escreve isto, como memorial, no livro e declara a Josué que Eu hei-de apagar a memória de Amalec de debaixo dos céus.»

15Moisés construiu um altar e chamou-o com o nome: «O SENHOR é o meu estandarte.» 16E ele disse: «Porque uma mão se levantou contra o trono do SENHOR, haverá guerra do SENHOR contra Amalec, de geração em geração.»

Capítulo 18

Encontro de Jetro com Moisés1Jetro, sacerdote de Madian, sogro de Moisés, ouviu tudo o que Deus tinha feito a Moisés e a Israel, seu povo: como o SENHOR tinha feito sair Israel do Egipto.

2Jetro, sogro de Moisés, tomou Séfora, mulher de Moisés, depois de ela ter sido mandada embora, 3e os seus dois filhos, dos quais o nome de um era Gérson, pois ele disse: «Eu sou um imigrante num país estrangeiro», 4e o nome do outro era Eliézer, pois «o Deus do meu pai veio ‘em meu auxílio’ e libertou-me da espada do faraó.»

5Jetro, sogro de Moisés, os seus filhos e a sua mulher foram ter com Moisés, ao deserto onde ele estava acampado. Era lá a montanha de Deus. 6Ele disse a Moisés: «Eu sou o teu sogro Jetro; venho ter contigo, juntamente com a tua mulher e os seus dois filhos com ela.»

7Moisés saiu ao encontro do seu sogro, prostrou-se e beijou-o. Fizeram um ao outro saudações de paz e entraram na tenda. 8Moisés relatou ao seu sogro tudo o que o SENHOR tinha feito ao faraó e ao Egipto por causa de Israel, todas as dificuldades encontradas no caminho, e das quais o SENHOR os tinha livrado.

9Jetro alegrou-se por todo o bem que o SENHOR tinha feito a Israel, libertando-o da mão do Egipto. 10Jetro disse: «Bendito seja o SENHOR que vos libertou da mão do Egipto e da mão do faraó, que libertou o povo da mão do Egipto. 11Agora reconheço que o SENHOR é maior que todos os deuses, pelo modo como eram arrogantes contra eles.»

12Jetro, sogro de Moisés, ofereceu um holocausto e sacrifícios a Deus. Aarão e todos os anciãos de Israel vieram para comer com o sogro de Moisés diante de Deus.


Instituição dos juízes (Nm 11,14-17; Dt 1,9-18) – 13Sucedeu que no dia seguinte Moisés se sentou para julgar o povo, e o povo manteve-se de pé na frente de Moisés de manhã até à noite.

14O sogro de Moisés viu tudo o que ele fazia pelo povo e disse: «O que é isso que tu fazes pelo povo? Por que razão te sentas tu sozinho, e todo o povo fica junto de ti de manhã até à noite?» 15Moisés disse ao seu sogro: «É que o povo vem ter comigo para consultar a Deus. 16Quando há alguma questão entre eles, vêm ter comigo, e eu julgo entre um e outro e faço-lhes conhecer os preceitos de Deus e as suas instruções.»

17O sogro de Moisés disse-lhe: «Não está bem aquilo que estás a fazer. 18Com certeza desfalecerás, tu e este povo que está contigo, porque a tarefa é demasiado pesada para ti; não poderás realizá-la sozinho. 19Agora, escuta a minha voz; vou dar-te um conselho, e que Deus esteja contigo! Tu estarás em nome do povo em frente de Deus, e tu próprio levarás as causas a Deus. 20Adverti-los-ás dos preceitos e das instruções e dar-lhes-ás a conhecer o caminho que devem seguir e as obras que devem praticar.

21Escolhe tu mesmo entre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, homens íntegros, que odeiem o lucro ilícito, e estabelecê-los-ás como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez. 22Eles julgarão o povo em todo o tempo. Toda a questão que seja grande, eles a apresentarão a ti, mas toda a questão menor, julgá-la-ão eles mesmos. Torna assim mais leve a tua carga, e que eles a levem contigo. 23Se fizeres desta maneira, e se Deus to ordenar, tu poderás permanecer de pé, e também todo este povo entrará em paz nas suas casas.»

24Moisés escutou a voz do seu sogro e fez tudo o que ele disse. 25Moisés escolheu de todo o Israel homens capazes e colocou-os à cabeça do povo, como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez. 26Eles julgavam o povo em todo o tempo: as questões difíceis levavam-nas a Moisés, mas todas as questões menores julgavam-nas eles mesmos.

27E Moisés deixou partir o seu sogro, que se dirigiu para o seu país.

Capítulo 19

Chegada ao Sinai1Na terceira Lua-nova depois da saída dos filhos de Israel da terra do Egipto, naquele mesmo dia, chegaram ao deserto do Sinai.

2Partiram de Refidim e chegaram ao deserto do Sinai e acamparam no deserto. Israel acampou lá, diante da montanha.


Proposição da aliança3Moisés subiu até junto de Deus. Da montanha o SENHOR chamou-o, dizendo: «Assim dirás à casa de Jacob e declararás aos filhos de Israel: 4‘Vós vistes o que Eu fiz ao Egipto, como vos carreguei sobre asas de águia e vos trouxe até mim. 5E agora, se escutardes bem a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim uma propriedade particular entre todos os povos, porque é minha a terra inteira. 6Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.’ Estas são as palavras que transmitirás aos filhos de Israel.»

7Moisés veio e chamou os anciãos do povo e pôs diante deles todas estas palavras, como o SENHOR lhe tinha ordenado. 8Todo o povo, unânime, respondeu, dizendo: «Tudo o que o SENHOR disse, nós o faremos.» E Moisés transmitiu ao SENHOR as palavras do povo.


Preparação da aliança9O SENHOR disse a Moisés: «Eis que Eu venho ter contigo no coração da nuvem, para que o povo oiça quando Eu falar contigo e também acredite em ti para sempre.» E Moisés transmitiu ao SENHOR as palavras do povo.

10O SENHOR disse a Moisés: «Vai ter com o povo, e fá-los santificar hoje e amanhã; que eles lavem as suas roupas. 11Que estejam prontos para o terceiro dia, porque no terceiro dia o SENHOR descerá aos olhos de todo o povo sobre a montanha do Sinai. 12Põe limites ao redor do povo, dizendo: ‘Livrai-vos de subir à montanha e de tocar os seus limites. Todo aquele que tocar na montanha morrerá. 13Ninguém tocará nela, pois será apedrejado ou atravessado de flechas: seja animal ou seja homem, não viverá. Quando soar longamente o chifre de carneiro, eles subirão à montanha.’»

14Moisés desceu da montanha ao encontro do povo. Ele santificou o povo, e eles lavaram as suas roupas. 15E disse ao povo: «Estai prontos para o terceiro dia. Não vos aproximeis de mulher alguma.»


Teofania do Sinai (Dt 4,10-14; 5,1-5) – 16E eis que, no terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos e uma nuvem pesada sobre a montanha, e um som muito forte de trombeta, e todo o povo que estava no acampamento tremia.

17Moisés fez sair o povo do acampamento ao encontro de Deus, e colocaram-se no sopé da montanha. 18A montanha do Sinai estava toda coberta de fumo, porque o SENHOR tinha descido sobre ela no fogo; e o seu fumo subia como o fumo de um forno, e toda a montanha tremia muito. 19O som da trombeta era cada vez mais forte. Moisés falava, e Deus respondia-lhe no trovão.

20O SENHOR desceu sobre a montanha do Sinai, no cimo da montanha. O SENHOR chamou Moisés ao cimo da montanha, e Moisés subiu.

21O SENHOR disse a Moisés: «Desce e adverte solenemente o povo para que não se precipite, a fim de ver o SENHOR; muitos deles morreriam. 22E que também os sacerdotes que se aproximam do SENHOR se santifiquem, para que o SENHOR não os fira.»

23Moisés disse ao SENHOR: «O povo não pode subir à montanha do Sinai, pois Tu advertiste-nos solenemente, dizendo: ‘Põe limites à montanha e santifica-a.’»

24O SENHOR disse-lhe: «Vai, desce; depois subirás tu e Aarão contigo; os sacerdotes e o povo, porém, que não se precipitem em subir para o SENHOR, para que Ele não os fira.»

25Moisés desceu ao encontro do povo e comunicou-lhes tudo isto.

Capítulo 20

Decálogo moral (v.1-17; Dt 5,6-21; Mt 5,17-48) – 1Deus pronunciou todas estas palavras, dizendo: 2«Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão.

3Não haverá para ti outros deuses na minha presença.

4Não farás para ti imagem esculpida nem representação alguma do que está em cima, nos céus, do que está em baixo, na terra, e do que está debaixo da terra, nas águas. 5Não te prostrarás diante dessas coisas e não as servirás, porque Eu, o SENHOR, teu Deus, sou um Deus zeloso, que castigo o pecado dos pais nos filhos até à terceira e à quarta geração, para aqueles que me odeiam, 6mas que trato com bondade até à milésima geração aqueles que amam e guardam os meus mandamentos.

7Não usarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não deixa impune aquele que usa o seu nome em vão.

8Recorda-te do dia de sábado, para o santificar. 9Trabalharás durante seis dias e farás todo o teu trabalho. 10Mas o sétimo dia é o sábado consagrado ao SENHOR, teu Deus. Não farás trabalho algum, tu, o teu filho e a tua filha, o teu servo e a tua serva, os teus animais, o estrangeiro que está dentro das tuas portas. 11Porque em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo o que está neles, mas descansou no sétimo dia. Por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e santificou-o.

12Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.
13Não matarás.
14Não cometerás adultério.
15Não roubarás.
16Não responderás contra o teu próximo como testemunha mentirosa.
17Não desejarás a casa do teu próximo. Não desejarás a mulher do teu próximo, o seu servo, a sua serva, o seu boi, o seu burro, e tudo o que é do teu próximo.»

18Perante o espectáculo dos trovões, dos relâmpagos, do som da trombeta e da montanha fumegante, o povo tremia e mantinha-se à distância. 19Disseram a Moisés: «Fala tu connosco, que nós escutaremos; mas que não fale Deus connosco, para que não morramos.» 20Moisés disse ao povo: «Não temais, pois foi para vos pôr à prova que Deus veio, e para que o seu temor esteja diante de vós, de modo que não pequeis.»

21O povo manteve-se à distância e Moisés aproximou-se da nuvem escura, onde estava Deus.

Lei do altar (Dt 27,5-7) – 22O SENHOR disse a Moisés: «Assim dirás aos filhos de Israel: Vós mesmos vistes que foi dos céus que Eu falei convosco. 23Não fareis ao lado de mim deuses de prata e deuses de ouro; não fareis isso para vós.

24Farás para mim um altar de terra e oferecerás sobre ele os teus holocaustos, os teus sacrifícios de comunhão, as tuas ovelhas e os teus bois. Em todo o lugar em que Eu fizer recordar o meu nome, virei a ti e te abençoarei. 25Se fizeres para mim um altar de pedras, não o construirás com pedras lavradas, porque ao vibrares o teu cinzel sobre elas, profaná-las-ias. 26Não subirás por degraus ao meu altar, para que não seja descoberta a tua nudez sobre ele.

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