Capítulo 1

1Estes são os nomes dos filhos de Israel, e as respectivas famílias, que foram com Jacob para o Egipto: 2Rúben, Simeão, Levi, Judá, 3Issacar, Zabulão, Benjamim, 4Dan, Neftali, Gad e Aser. 5Os descendentes de Jacob perfaziam um total de setenta pessoas. José encontrava-se já no Egipto. 6Depois, José morreu, bem como todos os seus irmãos e toda aquela geração. 7Os filhos de Israel foram fecundos e multiplicaram-se; tornaram-se tão numerosos e poderosos que encheram o país.


Opressão dos filhos de Israel (Sl 105,25; Act 7,18-19) – 8Subiu então ao trono do Egipto um novo rei que não conhecera José. 9E ele disse ao seu povo: «Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e poderoso do que nós. 10Temos de proceder astuciosamente contra ele, a fim de impedirmos que se desenvolva ainda mais. Em caso de guerra, juntar-se-ia também aos nossos inimigos, lutaria contra nós, e sairia deste país.» 11Impuseram-lhe então chefes de trabalhos forçados para o oprimirem com carregamentos. E construiu para o faraó as cidades-armazém de Pitom e Ramessés. 12Todavia, quanto mais o oprimiam, mais ele se multiplicava e aumentava; e os egípcios estavam preocupados com os filhos de Israel, 13e reduziram-nos a uma dura servidão. 14Tornaram-lhes a vida amarga com uma pesada servidão: barro, tijolos, toda a espécie de trabalhos no campo, tudo uma dura servidão.

15O rei do Egipto disse às parteiras dos hebreus, das quais uma se chamava Chifra e outra Pua: 16«Quando assistirdes aos partos das mulheres dos hebreus, reparai na criança: se for um menino, matai-o; se for uma menina, deixai-a viver.» 17Mas as parteiras temeram a Deus: não fizeram como lhes tinha falado o rei do Egipto, e deixaram viver os meninos. 18Então, o rei do Egipto chamou-as e disse-lhes: «Porque fizestes dessa maneira e deixastes viver os meninos?»

19As parteiras disseram ao faraó: «As mulheres dos hebreus não são como as egípcias; elas são fortes: antes de chegar a parteira, já elas deram à luz.» 20Deus retribuiu o bem às parteiras, e o povo multiplicou-se e tornou-se muito poderoso.

21Como as parteiras temeram a Deus, e Ele lhes concedeu uma descendência, 22o faraó ordenou a todo o seu povo: «Atirai ao rio os meninos recém-nascidos; as meninas, porém, deixai-as viver todas.»

Capítulo 2

Nascimento de Moisés (6,20; Act 7,20-21; Heb 11,23) – 1Um homem da casa de Levi tomou por esposa uma filha de Levi. 2A mulher concebeu e deu à luz um filho. Viu que era belo, e escondeu-o durante três meses. 3Não podendo mantê-lo escondido por mais tempo, arranjou-lhe uma cesta de papiro, calafetou-a com betume e pez, colocou nela o menino, e foi pô-la nos juncos da margem do rio. 4A irmã dele colocou-se a uma certa distância para saber o que lhe sucederia.

5Ora a filha do faraó desceu ao rio para tomar banho, enquanto as suas jovens acompanhantes caminhavam ao longo do rio. Viu a cesta no meio dos juncos e enviou a sua serva para a trazer. 6Abriu-a e viu a criança: era um menino que chorava. Compadeceu-se dele e disse: «Este é um dos filhos dos hebreus.»

7Então a irmã dele disse à filha do faraó: «Queres que te vá chamar uma ama entre as mulheres dos hebreus, para te amamentar o menino?» 8«Vai», disse-lhe a filha do faraó. E a jovem foi chamar a mãe do menino. 9A filha do faraó disse-lhe: «Leva este menino e amamenta-mo, e dar-te-ei o teu salário.» A mulher levou o menino e amamentou-o. 10O menino cresceu, e ela devolveu-o à filha do faraó. Foi para ela como um filho, e deu-lhe o nome de Moisés, dizendo: «Porque o tirei das águas.»


Fuga de Moisés para Madian (Act 7,23-29; Heb 11,24-27) – 11Entretanto, Moisés cresceu, foi ao encontro dos seus irmãos e viu os seus carregamentos. Viu também um egípcio que açoitava um dos seus irmãos hebreus. 12Olhando para todos os lados e vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio e enterrou-o na areia. 13Saiu outra vez no dia seguinte e viu dois hebreus a brigar. Disse ao culpado: «Porque bates no teu companheiro?» 14Ao que ele replicou: «Quem te estabeleceu como chefe e juiz sobre nós? Acaso pensas matar-me como mataste o egípcio?» Moisés teve medo e disse para consigo: «Com certeza que o assunto já é conhecido.»

15O faraó ouviu falar deste assunto e procurou matar Moisés. Mas Moisés fugiu da presença do faraó, foi residir na terra de Madian e sentou-se junto do poço.

16O sacerdote de Madian tinha sete filhas, que vieram tirar água e encher os bebedouros, para dar de beber ao rebanho do seu pai. 17Mas chegaram os pastores e expulsaram-nas. Levantou-se então Moisés, defendeu-as e deu de beber ao rebanho. 18Elas voltaram para Reuel, seu pai, que lhes disse: «Porque regressastes tão cedo hoje?» 19Elas disseram: «Um egípcio libertou-nos da mão dos pastores, e até tirou água para nós e deu de beber ao rebanho.» 20Ele disse às suas filhas: «Onde está ele? Porque abandonastes esse homem? Chamai-o! Que venha comer!»

21Moisés decidiu residir com aquele homem, que deu a Moisés a sua filha Séfora. 22Ela deu à luz um filho, e ele deu-lhe o nome de Gérson, porque disse: «Sou um estrangeiro residente numa terra alheia.»

23E aconteceu que, decorrido muito tempo, morreu o rei do Egipto. Os filhos de Israel gemiam na servidão, e ergueram até Deus o seu grito de socorro na sua servidão. 24Deus ouviu os seus gemidos e recordou-se da sua aliança com Abraão, Isaac e Jacob. 25Deus viu os filhos de Israel e reconheceu-os.

Capítulo 3

Vocação e missão de Moisés (6,2-13) – 1Moisés estava a apascentar o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madian. Conduziu o rebanho para além do deserto, e chegou à montanha de Deus, ao Horeb.

2O anjo do SENHOR apareceu-lhe numa chama de fogo, no meio da sarça. Ele olhou e viu, e eis que a sarça ardia no fogo mas não era devorada. 3Moisés disse: «Vou adentrar-me para ver esta grande visão: por que razão não se consome a sarça?»

4O SENHOR viu que ele se adentrava para ver; e Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés! Moisés!» Ele disse: «Eis-me aqui!» 5Ele disse: «Não te aproximes daqui; tira as tuas sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é uma terra santa.»

6E continuou: «Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob.» Moisés escondeu o seu rosto, porque tinha medo de olhar para Deus.

7O SENHOR disse: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspectores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. 8Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel, terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu. 9E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e vi também a tirania que os egípcios exercem sobre eles. 10E agora, vai; Eu te envio ao faraó, e faz sair do Egipto o meu povo, os filhos de Israel.»

11Moisés disse a Deus: «Quem sou eu para ir ter com o faraó e fazer sair os filhos de Israel do Egipto?» 12Ele disse: «Eu estarei contigo. Este é para ti o sinal de que Eu te enviei: quando tiveres feito sair o povo do Egipto, servireis a Deus sobre esta montanha.»

13Moisés disse a Deus: «Eis que eu vou ter com os filhos de Israel e lhes digo: ‘O Deus dos vossos pais enviou-me a vós’. Eles dir-me-ão: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi eu?» 14Deus disse a Moisés:

«EU SOU AQUELE QUE SOU.» Ele disse: «Assim dirás aos filhos de Israel: ‘Eu sou’ enviou-me a vós!»

15Deus disse ainda a Moisés: «Assim dirás aos filhos de Israel: ‘O SENHOR, Deus dos vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós: este é o meu nome para sempre, o meu memorial de geração em geração’.

16Vai, reúne os anciãos de Israel e diz-lhes: ‘O SENHOR, Deus dos vossos pais, Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, apareceu-me e disse: Observei-vos com atenção e vi o que vos tem sido feito no Egipto, 17e Eu disse para comigo: Far-vos-ei subir da opressão do Egipto para a terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu, do jebuseu, para a terra que mana leite e mel’. 18Eles escutarão a tua voz, e tu irás, tu e os anciãos de Israel, à presença do rei do Egipto, e dir-lhe-eis: ‘O SENHOR, Deus dos hebreus, saiu ao nosso encontro; e agora permite-nos fazer uma peregrinação de três dias pelo deserto, para oferecermos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus.’ 19Eu bem sei que o rei do Egipto não vos deixará partir senão obrigado por mão forte. 20Estenderei então a minha mão e ferirei o Egipto com todas as maravilhas que farei no meio dele.

Depois disso, deixar-vos-á partir. 21E Eu farei este povo encontrar benevolência aos olhos dos egípcios; e assim, quando partirdes, não ireis de mãos vazias. 22Cada mulher pedirá à sua vizinha e àquela que habita na mesma casa, objectos de prata, objectos de ouro e mantos, que poreis sobre os vossos filhos e sobre as vossas filhas. E assim despojareis os egípcios.»

Capítulo 4

1Moisés respondeu dizendo: «E se eles não acreditarem em mim e não ouvirem a minha voz e disserem: ‘O SENHOR não te apareceu!’» 2O SENHOR disse-lhe: «O que é isso que tens na mão?» Ele respondeu: «Uma vara.» 3«Atira-a ao chão», disse Ele. Atirou-a ao chão, e ela transformou-se numa cobra, e Moisés fugiu dela. 4O SENHOR disse a Moisés: «Estende a tua mão e agarra-a pela cauda.» Ele estendeu a sua mão e segurou-a com força, e ela transformou-se em vara na palma da sua mão.

5«É para que eles acreditem que te apareceu o SENHOR, o Deus dos seus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob.»

6Disse-lhe ainda o SENHOR: «Mete a tua mão no teu seio.» Ele meteu a sua mão no seu seio e tirou-a fora, e eis que a sua mão estava coberta de lepra como neve. 7E o SENHOR disse: «Volta a meter a tua mão no teu seio.» Meteu outra vez a mão no seu seio e tirou-a sã, e eis que se tornou como a sua carne.

8«Se suceder que eles não acreditem em ti e não ouçam a voz do primeiro sinal, acreditarão no segundo sinal. 9E se suceder que não acreditem nestes dois sinais nem escutem a tua voz, tomarás da água do rio e derramá-la-ás sobre a terra seca; e a água que tiveres tirado do rio transformar-se-á em sangue sobre a terra seca.»

10Moisés disse ao SENHOR: «Mas Senhor, eu não sou um homem dotado para falar; e isto não é de ontem nem de anteontem nem desde que começaste a falar com o teu servo; na verdade, tenho a boca e a língua pesadas.»

11O SENHOR disse-lhe: «Quem deu ao homem uma boca? Quem torna alguém mudo ou surdo? Quem faz ver bem ou ser cego? Não sou Eu, o SENHOR? 12E agora, vai, que Eu estarei com a tua boca e te ensinarei o que deverás dizer.»

13Ele disse: «Eu te peço, Senhor, envia a mensagem pela mão de outro que queiras enviar.» 14Acendeu-se então a ira do SENHOR contra Moisés, e disse: «Não existe, porventura, Aarão, teu irmão, o levita? Eu sei que ele fala fluentemente. E ei-lo que sai ao teu encontro! Logo que te vir, alegrar-se-á no seu coração. 15Falar-lhe-ás e porás as palavras na boca dele. E Eu estarei com a tua boca e com a boca dele, e ensinar-vos-ei o que deveis fazer. 16Ele falará por ti ao povo: ele será para ti a boca, e tu serás deus para ele. 17E esta vara, leva-a na tua mão! É com ela que farás os sinais.


Moisés regressa ao Egipto18Moisés partiu dali, e voltou para Jetro, seu sogro, e disse-lhe: «Vou ter de partir e voltar para os meus irmãos que estão no Egipto, para ver se estão ainda vivos.» Jetro disse a Moisés: «Vai em paz!»

19O SENHOR disse a Moisés em Madian: «Vai, volta ao Egipto, pois estão mortos todos os homens que atentavam contra a tua vida.» 20Moisés tomou consigo a sua mulher e os seus filhos, fê-los montar no jumento, e voltou à terra do Egipto. E Moisés pegou na vara de Deus com a sua mão.

21O SENHOR disse a Moisés: «No teu caminho de regresso ao Egipto, vê todos os prodígios que Eu pus na tua mão: fá-los-ás diante do faraó, e Eu endurecerei o seu coração, e ele não deixará o povo partir. 22E dirás ao faraó: ‘Assim fala o SENHOR: O meu filho primogénito é Israel. 23Eu digo-te: Deixa partir o meu filho para que me sirva, e tu recusas deixá-lo partir! Então, Eu matarei o teu filho primogénito.’»

24E aconteceu que, no caminho, num acampamento, o SENHOR veio ao encontro dele e tentou matá-lo. 25Séfora pegou numa pedra e cortou o prepúcio do seu filho, tocou os pés de Moisés com ele, e disse: «Tu és para mim um esposo de sangue.» 26E Ele deixou-o. Daí ela dizer «esposo de sangue», a propósito da circuncisão.

27O SENHOR disse a Aarão: «Vai ao encontro de Moisés no deserto.» Ele partiu e encontrou-o na montanha de Deus, e beijou-o. 28E Moisés relatou a Aarão todas as palavras com que o SENHOR o tinha enviado e todos os sinais que lhe tinha ordenado fazer.

29Moisés e Aarão partiram e reuniram todos os anciãos dos filhos de Israel. 30E Aarão comunicou todas as palavras que o SENHOR tinha dito a Moisés, e fez os sinais diante do povo. 31E o povo acreditou. Eles compreenderam que o SENHOR tinha visitado os filhos de Israel e tinha visto a sua opressão. E inclinaram-se e prostraram-se.

Capítulo 5

Moisés e Aarão na presença do faraó (7,15-18; 8,16-19; 9,1-4; 10,3-6) 1Depois disto, Moisés e Aarão foram dizer ao faraó: «Assim disse o SENHOR, Deus de Israel: ‘Deixa partir o meu povo, para que eles celebrem para mim uma festa no deserto.’» 2O faraó disse: «Quem é o SENHOR, para que eu escute a sua voz e deixe partir Israel? Não conheço o SENHOR, e não deixarei partir Israel.» 3Eles disseram: «O Deus dos hebreus saiu ao nosso encontro; permite que vamos a três dias de caminho no deserto para oferecermos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus, para que não nos ataque com a peste ou a espada.»

4Disse-lhes o rei do Egipto: «Moisés e Aarão, porque sublevais o povo, afastando-o dos seus afazeres? Ide para os vossos carregamentos.» 5O faraó disse ainda: «Eis que agora o povo da terra é numeroso, e vós quereis fazê-los descansar dos seus carregamentos!»

6Naquele dia, o faraó ordenou aos inspectores do povo e aos escribas, dizendo: 7«Não continuareis a fornecer palha ao povo para fabricar os tijolos como ontem e anteontem. Que vão eles mesmos recolher a palha necessária. 8Mas a quantidade de tijolos que faziam ontem e anteontem, imponde-a sobre eles sem lhes diminuir nada, porque são preguiçosos. É por isso que clamam, dizendo: ‘Vamos oferecer sacrifícios ao nosso Deus’. 9Que se torne pesada a servidão sobre esses homens, para que se ocupem nela, e não dêem ouvidos a palavras mentirosas.»

10Os inspectores do povo e os seus escribas saíram e disseram ao povo: «Assim disse o faraó: ‘Eu não vos darei mais palha’. 11Ide vós mesmos buscar palha onde a encontrardes, pois não haverá nenhuma redução do vosso trabalho.» 12Então o povo dispersou-se por toda a terra do Egipto para recolher restolho para servir de palha. 13Os inspectores constrangiam-nos, dizendo: «Completai o vosso trabalho de cada dia, como quando havia palha.» 14E foram açoitados os escribas dos filhos de Israel, aqueles que os inspectores do faraó tinham posto sobre eles, dizendo: «Porque não concluístes ontem e hoje a vossa conta de tijolos, como fazíeis antes?»

15Os escribas dos filhos de Israel foram queixar-se junto do faraó, dizendo: «Porque procedes assim com os teus servos? 16Palha, não a dão aos teus servos; mas tijolos, dizem-nos: ‘Fazei-os’. E eis que os teus servos são açoitados. Isto é um pecado contra o teu povo.» 17Ele disse: «Sois mesmo muito preguiçosos! E é por isso que dizeis: ‘Vamos oferecer sacrifícios ao SENHOR’. 18E agora, ide e trabalhai! Palha não vos será dada, mas vós tereis de dar o mesmo número de tijolos.»

19Os escribas dos filhos de Israel viram-se em má situação, ao dizer-lhes: «Não reduzireis nada do número dos vossos tijolos, conforme o estipulado para cada dia.» 20Ao saírem da presença do faraó, encontraram Moisés e Aarão diante deles, 21e disseram-lhes: «Que o SENHOR vos examine e vos julgue, pois tornastes repugnante o nosso odor aos olhos do faraó e aos olhos dos seus servos, colocando na mão deles uma espada para nos matarem.»

22Então Moisés voltou-se para o SENHOR, e disse: «SENHOR, porque maltrataste este povo? Porque me enviaste? 23Desde que vim ter com o faraó para falar em teu nome, ele maltratou este povo, e Tu não libertaste de modo nenhum o teu povo.»

Capítulo 6

1O SENHOR disse a Moisés: «Agora verás o que Eu vou fazer ao faraó, pois é obrigado por mão forte que os deixará partir, e é coagido por mão forte que os expulsará da sua terra.»


Novo relato da vocação e missão de Moisés (3,1-20) – 2Deus falou a Moisés, dizendo-lhe: «Eu sou o SENHOR. 3Apareci a Abraão, a Isaac e a Jacob como Deus supremo, mas pelo meu nome ‘SENHOR’, Eu não fui conhecido por eles. 4Também estabeleci a minha aliança com eles, para lhes dar a terra de Canaã, a terra das suas peregrinações, onde residiram como estrangeiros. 5E também fui Eu que ouvi o gemido dos filhos de Israel, que os egípcios reduziram à servidão, e recordei-me da minha aliança. 6Por isso, diz aos filhos de Israel: ‘Eu sou o SENHOR, e far-vos-ei sair do peso dos carregamentos do Egipto, hei-de libertar-vos da sua servidão e resgatar-vos com braço estendido e com grande autoridade.

7Tomar-vos-ei para mim como povo e Eu serei para vós Deus, e reconhecereis que Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos fez sair do peso dos carregamentos do Egipto. 8E far-vos-ei entrar na terra pela qual levantei a minha mão para a dar a Abraão, a Isaac e a Jacob, e vo-la darei em posse: Eu sou o SENHOR.’»

9Moisés falou assim aos filhos de Israel, mas eles não o escutaram por causa da angústia e da pesada servidão.

10O SENHOR falou a Moisés, dizendo: 11«Vai falar ao faraó, rei do Egipto, para que deixe partir os filhos de Israel da sua terra.» 12Mas Moisés falou ao SENHOR, dizendo: «Eis que os filhos de Israel não me escutaram. Como vai então escutar-me o faraó, a mim que sou incircunciso de lábios?»

13O SENHOR falou a Moisés e a Aarão, e deu-lhes as suas ordens para os filhos de Israel e para o faraó, rei do Egipto, para fazer sair os filhos de Israel da terra do Egipto.


Genealogia de Moisés e Aarão 14São estes os chefes das suas famílias. Filhos de Rúben, primogénito de Israel: Henoc, Palú, Hesron e Carmi. São estes os clãs de Rúben. 15Filhos de Simeão: Jemuel, Jamin, Oad, Jaquin, Soar e Saul, o filho da cananeia; são estes os clãs de Simeão. 16E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas gerações: Gérson, Queat e Merari. Os anos da vida de Levi foram cento e trinta e sete. 17Filhos de Gérson: Libni e Chimei, segundo os seus clãs. 18Filhos de Queat: Ameram, Jiçar, Hebron e Uziel. Os anos da vida de Queat foram cento e trinta e três. 19Filhos de Merari: Maali e Muchi. São estes os clãs de Levi, segundo as suas gerações.

20Ameram tomou por esposa Jocbed, sua tia, que lhe deu Aarão e Moisés. Os anos da vida de Ameram foram cento e trinta e sete. 21Filhos de Jiçar: Coré, Néfeg e Zicri. 22Filhos de Uziel: Michael, Elisafan e Sitri. 23Aarão tomou por esposa Elicheba, filha de Aminadab, irmã de Nachon, que lhe deu Nadab, Abiú, Eleázar e Itamar. 24Filhos de Coré: Assir, Elcana e Abiasaf. São estes os clãs dos coreítas. 25Eleázar, filho de Aarão, tomou por esposa uma das filhas de Putiel, que lhe deu Fineias. São estes os chefes das famílias dos levitas, segundo os seus clãs. 26Foi a este Aarão e a Moisés que o SENHOR disse: «Fazei sair os filhos de Israel da terra do Egipto, segundo os seus exércitos.»

27Foram eles, isto é, Moisés e Aarão, que falaram ao faraó, rei do Egipto, para fazer sair os filhos de Israel do Egipto.


Continuação do relato da vocação e missão de Moisés (3,1-20; 6,2-13) 28No dia em que o SENHOR falou a Moisés na terra do Egipto, 29falou-lhe, dizendo: «Eu sou o SENHOR. Diz ao faraó, rei do Egipto, tudo o que Eu te digo a ti.» 30Mas Moisés disse ao SENHOR: «Eis que eu sou incircunciso de lábios. Como me escutará o faraó?»

Capítulo 7

1O SENHOR disse a Moisés: «Vê, Eu faço de ti um deus para o faraó, e Aarão, teu irmão, será o teu profeta. 2Tu dirás tudo o que Eu te ordenar, e Aarão, teu irmão, falará ao faraó para que deixe partir os filhos de Israel da sua terra.

3Mas Eu tornarei obstinado o coração do faraó e multiplicarei os meus sinais e os meus prodígios na terra do Egipto. 4Contudo, o faraó não vos escutará, e Eu porei a minha mão sobre o Egipto e farei sair os meus exércitos, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egipto com grandes castigos. 5E os egípcios reconhecerão que Eu sou o SENHOR, quando Eu estender a minha mão contra o Egipto, e fizer sair os filhos de Israel do meio deles.»

6Moisés e Aarão fizeram exactamente como lhes tinha ordenado o SENHOR. 7Moisés tinha oitenta anos e Aarão tinha oitenta e três quando falaram ao faraó.

8O SENHOR disse a Moisés e a Aarão: 9«Se o faraó vos falar, dizendo: ‘Fazei um prodígio em vosso favor’, tu dirás a Aarão: ‘Pega na tua vara e lança-a diante do faraó, e ela transformar-se-á num dragão.»

10Moisés e Aarão foram ter com o faraó e fizeram como o SENHOR tinha ordenado. Aarão lançou a sua vara diante do faraó e diante dos seus servos, e ela transformou-se em dragão. 11Mas o faraó chamou também os sábios e os encantadores, e também eles, os magos do Egipto, fizeram a mesma coisa com os seus sortilégios. 12Eles lançaram cada um a sua vara, e se transformaram em dragões; mas a vara de Aarão devorou as varas deles. 13No entanto, o coração do faraó endureceu-se, e não escutou Moisés e Aarão, como o SENHOR tinha dito.


I. A água transformada em sangue (4,9; Sl 78,44; 105,29; Sb 11,6-8; Ap 16,3-6) – 14O SENHOR disse a Moisés: «O coração do faraó tornou-se pesado; ele recusou deixar partir o povo. 15Vai ter com o faraó, de manhã, quando ele sair para a água. Espera-o na margem do rio, e levarás na mão a vara que se transformou em cobra. 16Dir-lhe-ás: ‘O SENHOR, Deus dos hebreus, enviou-me ao teu encontro, dizendo: Deixa partir o meu povo, para que me sirva no deserto. E eis que até agora não escutaste. 17Assim diz o SENHOR: Nisto reconhecerás que Eu sou o SENHOR: eis que, com a vara que tenho na mão, ferirei as águas que estão no rio, e elas transformar-se-ão em sangue. 18Os peixes que estão no rio morrerão, o rio cheirará mal e os egípcios não poderão beber a água do rio.’»

19O SENHOR disse a Moisés: «Diz a Aarão: ‘Toma a tua vara e estende a tua mão sobre as águas do Egipto, sobre os seus rios, sobre os seus canais, sobre os seus lagos e sobre todos os seus depósitos de água – e que elas se transformem em sangue. Haverá sangue em toda a terra do Egipto, tanto nos recipientes de madeira como nos de pedra.’»

20Assim fizeram Moisés e Aarão, como o SENHOR tinha ordenado. Ele levantou a vara e bateu nas águas do rio, aos olhos do faraó e aos olhos dos seus servos, e todas as águas que estavam no rio se transformaram em sangue. 21Os peixes que estavam no rio morreram; o rio ficou a cheirar mal e os egípcios não puderam beber a água do rio. E houve sangue em toda a terra do Egipto. 22Mas os magos do Egipto fizeram a mesma coisa com as suas artes secretas.

Mas o coração do faraó endureceu-se, e não os escutou, como o SENHOR tinha falado. 23O faraó virou as costas e entrou em sua casa, e não voltou a pensar naquilo. 24Todos os egípcios se puseram a cavar nas proximidades do rio para beber água, pois não podiam beber as águas do rio. 25Passaram-se sete dias desde que o SENHOR ferira o rio.


II. As rãs (Sl 78,45; 105,30; Sb 19,10; Ap 16,13) – 26O SENHOR disse a Moisés: «Vai ter com o faraó e diz-lhe: ‘Assim disse o SENHOR: Deixa partir o meu povo para que me sirva. 27Se te recusares a deixá-lo partir, eis que Eu vou flagelar todo o teu território com rãs. 28O rio fervilhará de rãs; elas subirão e entrarão na tua casa, no teu quarto de dormir e para cima da tua cama, na casa dos teus servos e do teu povo, nos teus fornos e nos teus amassadoiros. 29Contra ti, contra o teu povo e contra todos os teus servos subirão as rãs.’»

Capítulo 8

1O SENHOR disse a Moisés: «Diz a Aarão: ‘Estende a tua mão e a tua vara sobre os rios, sobre os canais e sobre os lagos, e faz subir as rãs sobre a terra do Egipto.’» 2Aarão estendeu a sua mão sobre as águas do Egipto, e as rãs subiram e cobriram a terra do Egipto. 3Mas os magos fizeram a mesma coisa com as suas artes secretas: fizeram subir as rãs sobre a terra do Egipto.

4O faraó chamou Moisés e Aarão e disse: «Rezai ao SENHOR para que afaste as rãs de mim e do meu povo, e então eu deixarei partir o povo para que ofereça sacrifícios ao SENHOR.»

5Moisés disse ao faraó: «Que sejas glorificado em mim! Quando devo ir rezar por ti, pelos teus servos e pelo teu povo, para retirar as rãs de ti e das tuas casas, e que fiquem somente no rio?» 6Ele disse: «Amanhã.» Moisés disse: «Que seja como falaste, para que conheças que não há ninguém como o SENHOR, nosso Deus. 7As rãs afastar-se-ão de ti, das tuas casas, dos teus servos e do teu povo; ficarão somente no rio.»

8Saiu Moisés e também Aarão; saíram da presença do faraó, e Moisés clamou ao SENHOR acerca das rãs que Ele tinha enviado contra o faraó.

9O SENHOR fez o que Moisés pediu, e as rãs morreram, desaparecendo das casas, dos pátios e dos campos. 10Juntaram-nas aos montões, e a terra ficou a cheirar mal. 11Mas o faraó viu que havia algum alívio, tornou pesado o seu coração, e não os escutou, como o SENHOR tinha dito.


III. Os mosquitos (Sl 105,31; Sb 19,10) 12O SENHOR disse a Moisés: «Diz a Aarão: ‘Estende a tua vara e bate no pó da terra, e haverá mosquitos em toda a terra do Egipto.’»

13Eles assim fizeram. Aarão estendeu a sua mão e a sua vara e bateu no pó da terra, e houve mosquitos sobre os homens e sobre os animais. Todo o pó da terra se transformou em mosquitos em toda a terra do Egipto.

14Os magos tentaram fazer a mesma coisa com as suas artes secretas para produzirem os mosquitos, mas não conseguiram. Havia mosquitos sobre os homens e sobre os animais. 15E os magos disseram ao faraó: «É o dedo de Deus.» Mas o coração do faraó endureceu-se, e não os escutou, como o SENHOR tinha dito.


IV. As moscas (Sl 78,45; 105,31) – 16O SENHOR disse a Moisés: «Levanta-te de manhã cedo e põe-te diante do faraó, quando ele sair para a água, e diz-lhe: ‘Assim diz o SENHOR: Deixa partir o meu povo para que me sirva. 17Pois se tu não deixares partir o meu povo, eis que Eu enviarei moscas contra ti, contra os teus servos, contra o teu povo e contra as tuas casas. E as moscas encherão as casas dos egípcios, e até o solo sobre o qual eles estiverem. 18Separarei naquele dia a terra de Góchen, onde se encontra o meu povo; lá não haverá moscas, para que tu conheças que Eu sou o SENHOR no meio da terra. 19Porei uma separação entre o meu povo e o teu povo. Amanhã acontecerá este sinal.’»

20O SENHOR assim fez. As moscas entraram em grande quantidade na casa do faraó, na casa dos seus servos e em toda a terra do Egipto, que foi devastada pela invasão das moscas. 21O faraó chamou Moisés e Aarão e disse: «Ide, oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra.» 22Moisés disse: «Não convém proceder assim, pois é uma abominação para os egípcios que ofereçamos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus. Se oferecermos em sacrifício o que é abominável aos olhos dos egípcios, não nos apedrejarão? 23É a três dias de caminho no deserto que iremos para oferecermos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus, como Ele nos dirá.» 24O faraó disse: «Eu vos deixarei partir, e vós oferecereis sacrifícios ao SENHOR, vosso Deus, no deserto; simplesmente não deveis afastar-vos para muito longe. Rezai por mim.» 25Moisés disse: «Eis que vou sair da tua presença e vou rezar ao SENHOR. Amanhã as moscas hão-de afastar-se do faraó, dos seus servos e do seu povo. Simplesmente, que o faraó não continue a zombar de nós, não deixando partir o povo para oferecer sacrifícios ao SENHOR.»

26Moisés saiu de junto do faraó e rezou ao SENHOR. 27O SENHOR fez conforme a palavra de Moisés. As moscas afastaram-se do faraó, dos seus servos e do seu povo, e não ficou nenhuma. 28Mas o faraó tornou pesado o seu coração ainda desta vez, e não deixou partir o povo.

Capítulo 9

V. A morte dos animais1O SENHOR disse a Moisés: «Entra em contacto com o faraó e fala-lhe: ‘Assim diz o SENHOR, Deus dos hebreus: deixa partir o meu povo para que me sirva. 2Se tu recusares deixá-lo partir, e se o retiveres por mais tempo, 3eis que a mão do SENHOR estará sobre o teu gado que está nos campos, sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas, e haverá uma peste muito pesada. 4O SENHOR porá uma separação entre o gado de Israel e o gado do Egipto. E não morrerá nada do que pertence aos filhos de Israel.’» 5E o SENHOR fixou o tempo, dizendo: «Amanhã, o SENHOR fará isso na terra.»

6E o SENHOR fez isso no dia seguinte: morreu o gado todo dos egípcios, mas do gado dos filhos de Israel nem sequer uma cabeça morreu. 7O faraó mandou ver o que se passava: eis que do gado de Israel nem sequer uma cabeça tinha morrido! Mas o coração do faraó tornou-se pesado, e ele não deixou partir o povo.


VI. As úlceras (Ap 16,2-11) – 8O SENHOR disse a Moisés e a Aarão: «Apanhai uma mão-cheia de cinza de forno e Moisés lançá-la-á para os céus, diante do faraó. 9Ela tornar-se-á em pó fino sobre toda a terra do Egipto, e haverá nos homens e nos animais úlceras com erupções de pústulas por toda a terra do Egipto.» 10Tomaram então cinza de forno e colocaram-se de pé diante do faraó. Então Moisés lançou-a para os céus e houve úlceras pustulentas com erupções nos homens e nos animais. 11Os magos não puderam manter-se de pé diante de Moisés por causa das úlceras, porque havia úlceras nos magos e em todos os egípcios. 12Mas o SENHOR endureceu o coração do faraó, e ele não os escutou, como o SENHOR tinha dito a Moisés.


VII. O granizo e o fogo (Sl 78,47-49; 105,32; Ap 8,7; 16,21) – 13O SENHOR disse a Moisés: «Levanta-te de manhã cedo, apresenta-te diante do faraó e diz-lhe: ‘Assim diz o SENHOR, Deus dos hebreus: Deixa partir o meu povo para que me sirva. 14Porque desta vez Eu vou enviar todas as minhas pragas contra o teu coração, contra os teus servos e o teu povo, para que conheças que não há ninguém como Eu em toda a terra. 15Se agora tivesse enviado a minha mão contra ti e o teu povo, com a peste, certamente já terias desaparecido da terra. 16Mas por causa disto te conservei de pé: para te fazer ver a minha força a fim de que o meu nome seja proclamado em toda a terra. 17E tu continuas a pôr obstáculos ao meu povo, para não o deixares partir! 18Eis que farei chover, amanhã, a esta mesma hora, um granizo muito pesado, como não houve no Egipto desde o dia da sua fundação até hoje. 19E agora manda pôr em segurança o teu gado e tudo o que tens no campo: sobre todos os homens e todos os animais que se encontrarem no campo e não se recolherem a casa, cairá o granizo e eles morrerão.’» 20Quem, de entre os servos do faraó, temeu a palavra do SENHOR, fez fugir a toda a pressa para as casas os seus servos e o seu gado; 21mas quem não deu atenção à palavra do SENHOR, esse deixou os seus servos e o seu gado no campo.

22O SENHOR disse a Moisés: «Estende a tua mão para os céus, e que haja granizo em toda a terra do Egipto, sobre os homens e sobre os animais e sobre toda a erva do campo na terra do Egipto.»

23Moisés estendeu a sua vara para os céus e o SENHOR desencadeou trovões e granizo, e veio fogo sobre a terra; e o SENHOR fez chover granizo sobre a terra do Egipto. 24Houve granizo e fogo que se acendia a si mesmo no meio do granizo muito pesado, como não houve em toda a terra do Egipto desde que se tinha tornado uma nação. 25O granizo destruiu em toda a terra do Egipto tudo o que estava no campo desde os homens aos animais; o granizo estragou toda a erva do campo e quebrou todas as árvores do campo. 26Somente na terra de Góchen, lá onde estavam os filhos de Israel, não houve granizo.

27O faraó mandou chamar Moisés e Aarão, e disse-lhes: «Desta vez pequei; o SENHOR é o justo, e eu e o meu povo somos os culpados. 28Rezai ao SENHOR! Há muitos trovões de Deus e granizo! Então deixar-vos-ei partir e não permanecereis mais aqui.» 29Disse-lhe Moisés: «Ao sair da cidade, levantarei as palmas das mãos para o SENHOR; os trovões cessarão e não haverá mais granizo, para que tu conheças que do SENHOR é a terra. 30Mas eu sei que tu e os teus servos não temereis ainda o SENHOR Deus.» 31O linho e a cevada foram destruídos, porque a cevada estava em espiga e o linho em flor. 32O trigo e o centeio não foram destruídos, porque eram serôdios.

33Saiu, pois, Moisés da presença do faraó e da cidade, e levantou as palmas das mãos para o SENHOR; então cessaram os trovões e o granizo, e a chuva não caiu mais sobre a terra. 34O faraó viu que tinham cessado a chuva, o granizo e os trovões, e continuou a pecar. Tornou pesado o seu coração, ele e os seus servos. 35Endureceu-se o coração do faraó, e não deixou partir os filhos de Israel, como o SENHOR tinha falado por meio de Moisés.

Capítulo 10

VIII. Os gafanhotos (Sl 78,46; 105,34; Jl 1,2-12; Ap 9,3) – 1O SENHOR disse a Moisés: «Entra em contacto com o faraó, porque fui Eu que tornei pesado o seu coração e o coração dos seus servos, a fim de realizar estes meus sinais no meio deles; 2e para que tu possas narrar aos ouvidos do teu filho e do filho do teu filho o modo como Eu zombei do Egipto, e como mostrei os meus sinais que Eu realizei no meio deles. E vós conhecereis que Eu sou o SENHOR.»

3Moisés e Aarão entraram em contacto com o faraó e disseram-lhe: «Assim diz o SENHOR, Deus dos hebreus: ‘Até quando recusarás humilhar-te diante de mim? Deixa partir o meu povo para que me sirva. 4Pois se te recusas a deixar partir o meu povo, eis que Eu farei vir amanhã gafanhotos para o teu território. 5Eles cobrirão a superfície visível da terra, e não se poderá mais ver a terra; eles comerão o resto do que escapou e o que ficou para vós depois do granizo; comerão todas as árvores que crescem para vós no campo. 6Eles encherão as tuas casas, as casas de todos os teus servos e as casas de todos os egípcios, coisa que não viram os teus pais e os pais dos teus pais, desde o dia em que estão sobre a terra até este dia.’» Depois voltou-se e saiu da presença do faraó.

7Os servos do faraó disseram-lhe: «Até quando será este homem para nós uma cilada? Deixa partir essa gente para que sirvam o SENHOR, seu Deus. Acaso não reconheces que o Egipto está perdido?»

8Fizeram regressar Moisés e Aarão à presença do faraó, e ele disse-lhes: «Ide servir o SENHOR, vosso Deus. Mas quem são os que vão?» 9Moisés disse: «Nós iremos com os nossos jovens e com os nossos velhos; iremos com os nossos filhos e com as nossas filhas, com as nossas ovelhas e com os nossos bois, porque é uma festa do SENHOR para nós.»

10Ele disse-lhes: «Que o SENHOR esteja convosco, tanto como eu vos deixarei partir, a vós e às vossas crianças! Vede como o mal está diante de vós! 11Não será assim! Podeis ir vós, os homens fortes, e servi o SENHOR, pois é isso que pretendeis.» E expulsaram-nos da presença do faraó.

12O SENHOR disse a Moisés: «Estende a tua mão sobre a terra do Egipto para fazer vir os gafanhotos. Que eles se levantem sobre a terra do Egipto e comam toda a erva da terra, tudo o que o granizo deixou.»

13Moisés estendeu a sua vara sobre a terra do Egipto, e o SENHOR fez soprar um vento do oriente sobre a terra durante todo aquele dia e toda a noite. Pela manhã, o vento do oriente tinha trazido os gafanhotos. 14Os gafanhotos levantaram-se sobre toda a terra do Egipto e poisaram em grande quantidade por todo o território do Egipto. Nunca houve gafanhotos assim antes nem haverá depois. 15Eles cobriram a superfície visível de toda a terra, e a terra escureceu. Comeram toda a erva da terra e todos os frutos das árvores que o granizo deixou. Não ficou nada de verde nas árvores nem na erva do campo em toda a terra do Egipto.

16O faraó apressou-se a chamar Moisés e Aarão, e disse: «Pequei contra o SENHOR, vosso Deus, e contra vós. 17E agora digna-te perdoar o meu pecado só mais esta vez, e rezai ao SENHOR, vosso Deus, para que ao menos afaste de mim esta morte.»

18E Moisés saiu da presença do faraó e rezou ao SENHOR. 19O SENHOR mudou a situação, fazendo soprar do mar um vento muito forte, que levou os gafanhotos, e os arrastou para o Mar dos Juncos. Não ficou nem sequer um gafanhoto em todo o território do Egipto. 20Mas o SENHOR endureceu ainda o coração do faraó, e este não deixou partir os filhos de Israel.


IX. As trevas (Sl 105,28; Sb 17,1-20; Ap 16,10) – 21O SENHOR disse a Moisés: «Estende a tua mão para os céus, e que haja trevas sobre a terra do Egipto, trevas onde se ande às apalpadelas!» 22Moisés estendeu a sua mão para os céus, e houve trevas densas em toda a terra do Egipto durante três dias. 23Um homem não via o seu irmão, e ninguém se levantou do seu lugar durante três dias; mas para todos os filhos de Israel havia luz onde residiam.

24O faraó chamou Moisés e disse: «Ide servir o SENHOR. Apenas as vossas ovelhas e os vossos bois ficarão aqui. Também as vossas crianças podem ir convosco.» 25Moisés disse: «Tu colocarás também nas nossas mãos sacrifícios e holocaustos, para nós oferecermos ao SENHOR, nosso Deus. 26Também o nosso gado irá connosco. Não ficará nem sequer um animal, pois é deles que nos serviremos para prestar culto ao SENHOR, nosso Deus; e nós não teremos conhecimento de como temos de servir o SENHOR, senão quando lá chegarmos.»

27O SENHOR endureceu o coração do faraó, e ele não quis deixá-los partir. 28O faraó disse-lhe: «Vai-te da minha presença! Livra-te de voltares a ver a minha face, pois no dia em que voltares a ver a minha face, morrerás.» 29Moisés disse: «Será como disseste! Não voltarei a ver a tua face!»

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