Capítulo 21
Homicídio – 1«Quando, na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar para dela tomares posse, encontrares um cadáver caído no campo, sem que se saiba quem o matou, 2os teus anciãos e os teus juízes irão medir a distância que separa o cadáver das cidades dos arredores. 3Determinada a cidade mais próxima do cadáver, os anciãos dessa cidade tomarão uma novilha que ainda não tenha lavrado nem puxado ao jugo. 4Eles mesmos levarão a novilha para um vale de água perene, onde não se pode atravessar nem se faz sementeira, e nesse vale lhe quebrarão a nuca. 5Então, os sacerdotes levíticos se aproximarão, porque foram eles que o SENHOR, teu Deus, escolheu para o servir e para abençoarem em nome do SENHOR, e da sentença deles pende todo o litígio e todo o crime.
6Todos os anciãos da cidade mais próxima do cadáver lavarão as mãos por cima da novilha cuja nuca foi quebrada no vale 7e dirão, cada um por sua vez: ‘As nossas mãos não derramaram este sangue e os nossos olhos não o viram derramar. 8Perdoa, SENHOR, ao teu povo de Israel, que resgataste! Não imputes o sangue inocente ao teu povo de Israel.’ E esse sangue ser-lhe-á perdoado. 9Desse modo, farás desaparecer o sangue inocente do teu meio, porque fizeste o que é recto aos olhos do SENHOR.»
Os prisioneiros de guerra – 10«Quando fores à guerra contra os teus inimigos e o SENHOR, teu Deus, os entregar nas tuas mãos e fizeres prisioneiros, 11se vires entre os prisioneiros uma mulher de bela aparência, que te agrade e com quem desejes casar, 12leva-a primeiro para tua casa. Ela rapará a cabeça, cortará as unhas, 13tirará a sua roupa de prisioneira, permanecerá em tua casa e chorará durante um mês inteiro o seu pai e a sua mãe. Depois disto, poderás unir-te a ela, serás seu marido e ela será a tua mulher. 14Se ela não te agradar, deixa-a partir à vontade, mas não poderás vendê-la por dinheiro nem maltratá-la, porque a oprimiste.»
Direito de primogenitura – 15«Quando um homem tiver duas mulheres, uma que ele ama, outra que despreza, e lhe tiverem dado filhos, tanto a que é amada como a que é desprezada, se o filho desta for o primogénito, 16este homem, no dia em que repartir entre os filhos os bens que tiver, não poderá dar a primogenitura ao filho da que é amada, em prejuízo do primogénito da mulher desprezada. 17Reconhecerá como primogénito o filho da mulher desprezada, dando-lhe porção dupla de todos os seus bens; porque este filho representa as primícias do seu vigor, a ele pertence o direito de primogenitura.»
Os filhos desobedientes – 18«Quando um homem tiver um filho desobediente e rebelde, que não escuta a voz do seu pai, nem da sua mãe, e que, quando o corrigem, continua a não os escutar, 19o pai e a mãe o levarão à presença dos anciãos da cidade, às portas da sua localidade, 20e dirão aos anciãos da cidade: ‘Este nosso filho é desobediente e rebelde, não escuta a nossa voz; é incorrigível e dissoluto.’ 21Depois, todos os homens da cidade o apedrejarão e ele morrerá. Assim extirparás o vício do meio de vós. Todo o Israel o há-de saber e se encherá de temor.»
Os cadáveres dos supliciados – 22«Quando um homem tiver cometido um crime de morte e for condenado, será enforcado. 23Não deixarás o seu cadáver permanecer de noite na forca; procurarás enterrá-lo no mesmo dia, pois o enforcado é uma maldição de Deus, e não deves manchar a tua terra, que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança.»
Capítulo 22
Objectos perdidos (Ex 23,4-5) 1«Se vires perdidos o boi ou a ovelha do teu irmão, não te desvies deles; mas leva-os ao teu irmão. 2Se o teu irmão não estiver próximo de ti e não o conheceres, recolhe o animal em tua casa, onde permanecerá até que o teu irmão o reclame e lho entregues. 3Procederás do mesmo modo com o seu jumento, com a sua capa ou com qualquer outra coisa perdida pelo teu irmão e encontrada por ti. Não te desviarás desse objecto.
4Se vires o jumento do teu irmão ou o seu boi caídos no caminho, não te desvies deles, mas ajuda-os a levantarem-se.»
Leis diversas (Nm 15,37-40) – 5«Uma mulher não poderá usar coisas de homem e um homem não poderá vestir-se com roupas de mulher, porque o SENHOR, teu Deus, abomina quem assim procede.
6Se encontrares no caminho, em cima de uma árvore ou no chão, um ninho de pássaros com filhotes, ou ovos cobertos pela mãe, não apanharás a mãe com a ninhada; 7deixarás fugir a mãe e só poderás ficar com os filhotes para ti, de modo que possas ser feliz e os teus dias se prolonguem.
8Quando edificares uma casa nova, faz uma balaustrada à volta do terraço; desta maneira não serás culpado de sangue em tua casa, se alguém cair dali abaixo.
9Não semearás na tua vinha sementes de duas qualidades, para não ser declarado sagrado o grão que semeaste e o produto dessa vinha.
10Não lavrarás com o boi e um burro juntos.
11Não vistas tecidos compostos de lã e linho.
12Porás borlas nas quatro pontas do manto com que te cobrires.»
Leis sobre o casamento – 13«Quando um homem que desposou uma mulher e coabitou com ela, vem depois a desprezá-la 14e, levantando-lhe acusações, a difame, dizendo: ‘Casei com esta mulher mas, ao aproximar-me dela, não a encontrei virgem’, 15então, o pai e a mãe da donzela tomarão as provas da sua virgindade e apresentá-las-ão diante dos sacerdotes às portas da cidade. 16O pai da donzela dirá aos anciãos: “Dei a minha filha em casamento a este homem, mas ele ganhou-lhe aversão 17e inventa acusações, dizendo: ‘Não encontrei virgem a tua filha.’ Ora aqui estão as provas da virgindade da minha filha!” Estenderão depois as roupas diante dos anciãos da cidade. 18Então, os anciãos da cidade prenderão esse homem e o castigarão, 19condenando-o a pagar cem siclos de prata, que entregarão ao pai da donzela em reparação da calúnia levantada contra uma virgem de Israel. Ela continuará a ser sua mulher e ele não poderá repudiá-la em toda a sua vida. 20Mas, se a acusação for verdadeira e não houver provas da virgindade da donzela, 21levarão a donzela até à entrada da casa de seu pai e os habitantes da sua cidade apedrejá-la-ão até que morra, porque cometeu uma infâmia em Israel, desonrando a casa de seu pai. Assim extirparás o mal do teu meio.
22Quando um homem for surpreendido a dormir com uma mulher casada, ambos deverão morrer; o homem que dormiu com a mulher e também a mulher. Assim extirparás o mal de Israel. 23Quando uma donzela, ainda virgem, mas já noiva, for encontrada na cidade com um homem que durma com ela, 24levareis os dois à porta dessa cidade e apedrejá-los-eis até que morram: a donzela, por não ter pedido socorro na cidade, e o homem, por ter abusado da noiva do seu próximo. Assim extirparás o mal do teu meio. 25Mas se foi no campo que o homem encontrou a donzela que estava noiva, e se ele usou de violência para dormir com ela, morrerá só o homem que a tiver violado. 26Nada fareis à donzela, pois nada fez que mereça a morte, porque o caso foi como se um homem se atirasse contra outro e lhe tirasse a vida; 27ele encontrou no campo a donzela que estava noiva; ela gritou, mas não havia ninguém para a socorrer.
28Quando um homem encontrar uma donzela virgem que não esteja noiva e, violentando-a, dormir com ela, se forem surpreendidos, 29o homem que dormiu com ela dará ao pai da donzela cinquenta siclos de prata, e ela tornar-se-á sua mulher, porque abusou dela. Não poderá repudiá-la em toda a sua vida.»
Capítulo 23
1«Homem algum poderá tomar a mulher de seu pai, para não descobrir o leito paterno.»
Exclusão da Assembleia – 2«Nem o castrado nem o que for mutilado sexualmente serão admitidos na assembleia do SENHOR. 3O filho ilegítimo não será admitido na assembleia do SENHOR; nem mesmo a sua décima geração poderá ser ali admitida. 4Um amonita ou um moabita não serão admitidos na assembleia do SENHOR; nem mesmo a sua décima geração poderá jamais ser ali admitida, 5porque não vos ofereceram pão e água no caminho, quando saístes do Egipto; além disso, porque aliciaram contra ti Balaão, filho de Beor, de Petor, em Aram-Naaraim, para que ele te amaldiçoasse. 6Mas o SENHOR, teu Deus, não quis escutar Balaão e transformou a maldição em bênção, porque o SENHOR, teu Deus, te ama. 7Não te interesses jamais pelo bem deles nem pela sua prosperidade, em toda a tua vida.
8Não abominarás o edomita, porque ele é teu irmão; não abominarás o egípcio, porque foste estrangeiro residente no seu país. 9Os filhos que lhes nascerem poderão ser admitidos na assembleia do SENHOR, a partir da terceira geração.»
Pureza em caso de guerra – 10«Quando saíres em campanha contra os teus inimigos, evitarás qualquer má acção. 11Quando estiver contigo um homem que não esteja puro devido à polução nocturna, sairá para fora do acampamento e não regressará ao acampamento. 12Ao cair da tarde, lavar-se-á com água e, ao sol posto, entrará de novo para o acampamento.
13Reservarás um sítio, fora do acampamento, e lá irás para as necessidades. 14Terás também, junto com o outro equipamento, uma pá; quando saíres para fazer as necessidades, farás com a pá um buraco, cobrindo, depois, os dejectos. 15Na verdade, o SENHOR, teu Deus, anda pelo meio do teu acampamento para te proteger e para te entregar os teus inimigos. E assim o teu acampamento deve ser santo, para que Ele não veja aí nada de aviltante e se afaste de ti.»
Hospitalidade para com os escravos – 16«Não entregarás um escravo ao seu senhor, se ele vier refugiar-se junto de ti, abandonando o seu senhor. 17Habitará contigo, no teu meio, no lugar que escolher, numa das tuas cidades, na que for melhor para ele; não o explorarás.»
Proibição da prostituição sagrada 18«Não deve existir entre os filhos de Israel nem mulheres nem homens dedicados à prostituição sagrada.
19Não apresentarás na casa do SENHOR, teu Deus, quaisquer promessas, como salário de prostituta ou ganho de sodomita, porque uma e outra coisa são abominadas pelo SENHOR, teu Deus.»
Leis sociais – 20«Não exigirás ao teu irmão juros de dinheiro, juros de comida, ou juros de qualquer espécie. 21Poderás emprestar com juros a um estrangeiro, mas não ao teu irmão. Não lhe exigirás juros para que o SENHOR, teu Deus, abençoe todos os trabalhos das tuas mãos na terra em que vais entrar para dela tomar posse. 22Quando fizeres um voto ao SENHOR, teu Deus, não tardes em cumpri-lo, porque o SENHOR, teu Deus, te pedirá contas disso; seria um pecado da tua parte. 23Mas, se não fizeres voto, não haverá pecado da tua parte. 24Mas deves observar e cumprir o que prometeste ao SENHOR, teu Deus, a promessa espontânea saída dos teus lábios, proferida pela tua própria boca.
25Quando entrares na vinha do teu próximo, poderás comer uvas até ficares saciado, mas não as levarás no cesto. 26Quando entrares na seara do teu próximo, poderás colher espigas com a mão, mas não colherás à foice na seara do teu próximo.»
Capítulo 24
Lei sobre o divórcio (Mt 5,27-28.31-32; 19,3-9; Mc 10,4-9) – 1«Quando um homem tomar uma mulher e a desposar, se depois ela deixar de lhe agradar, por ter descoberto nela algo de vergonhoso, escrever-lhe-á um documento de divórcio, entregar-lho em mão e despedi-la-á de sua casa.
2Se ela, tendo saído da casa dele, for desposar outro homem 3e este último também a desprezar, escrever-lhe-á um documento de divórcio, entregar-lho-á na mão e despedi-la-á da sua casa; ou se o segundo marido vier a falecer, 4o primeiro que a tinha repudiado já não poderá desposá-la, voltando a recebê-la como mulher, porque é considerada impura. Isso seria uma abominação aos olhos do SENHOR, e não deves fazer pecar a terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar em herança.»
Leis diversas – 5«Quando um homem tiver casado há pouco tempo, não irá ao serviço militar e não lhe será imposto nenhum trabalho penoso; ficará livre em sua casa durante um ano e fará feliz a mulher com quem casou.
6Não receberás em penhor o par de mós, nem sequer a mó de cima, pois seria receber em penhor a própria vida.
7Quando for encontrado um homem a raptar um dos seus irmãos israelitas para fazer dele seu escravo ou para o vender, será morto o raptor. Assim extirparás o mal do meio de vós.
8Acautela-te em caso de lepra, cumprindo bem e pondo em prática tudo o que vos ensinaram os sacerdotes levíticos. Tratareis de fazer como lhes ordenei.
9Lembra-te do que fez o SENHOR, teu Deus, a Míriam, durante a viagem, quando saístes do Egipto.
10Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para tomar penhor. 11Esperarás fora, e o homem a quem fizeste o empréstimo é que virá cá fora trazer-te o penhor. 12Se esse homem for pobre, não te deitarás com o seu penhor. 13Devolver-lhe-ás o penhor ao pôr-do-sol para que possa repousar sob o seu manto e te abençoe. Isto ser-te-á contado como justiça diante do SENHOR, teu Deus.
14Não explorarás o trabalhador pobre e necessitado, seja um dos teus irmãos ou um dos estrangeiros que estão na tua terra, nas tuas cidades. 15Dá-lhe o seu salário no próprio dia, antes do pôr-do-sol, porque ele é pobre e espera-o com ansiedade. Assim, ele não clamará contra ti ao SENHOR, e não serás acusado desse pecado.
16Os pais não morrerão por causa dos filhos, nem os filhos por causa dos pais. Cada um morrerá pelo seu pecado.
17Não violarás o direito do estrangeiro e do órfão, nem receberás como penhor o vestido de uma viúva. 18Lembra-te que foste escravo no Egipto e que o SENHOR, teu Deus, dali te libertou. Por isso, te mando que cumpras esta ordem.
19Quando fizeres a ceifa do teu campo e te esqueceres de algum feixe, não voltes atrás para o levar. Deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva, a fim de que o SENHOR, teu Deus, abençoe todas as obras das tuas mãos.
20Quando varejares as tuas oliveiras, não voltes a colher o resto que ficou nos ramos; deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva.
21Quando vindimares a tua vinha, não rebusques o que ficou; deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva. 22Lembra-te que foste escravo na terra do Egipto. Por isso, te mando que cumpras esta ordem.»
Capítulo 25
1«Quando houver uma questão entre dois homens, eles se apresentarão no tribunal e serão julgados; será absolvido o inocente e condenado o culpado.
2Se o culpado merecer a flagelação, o juiz o mandará deitar por terra e o fará açoitar na sua presença com um número de açoites proporcional ao seu delito. 3Não poderá infligir-lhe mais de quarenta açoites, para não atingir tal ferimento que o teu irmão fique abatido aos teus olhos.
4Não porás o cofinho ao boi que debulha.»
Lei do levirato (Gn 38; Rt 4,1-12; Mc 12, 19-23) – 5«Quando dois irmãos residirem juntos e um deles morrer sem deixar filhos, a viúva não irá casar com um estranho; o seu cunhado é que se unirá a ela e a tomará como mulher, segundo o costume do levirato. 6Ao filho primogénito que ela tiver pôr-se-á o nome do irmão morto e não se extinguirá o seu nome em Israel. 7Mas, se o homem se recusar a casar com sua cunhada, esta irá ter com os anciãos ao tribunal e dirá: ‘O meu cunhado recusa-se a perpetuar o nome do seu irmão em Israel e não quer observar o levirato para comigo.’ 8Então os anciãos da sua cidade o chamarão e interrogarão. Se ele disser: ‘Não me agrada recebê-la por mulher’, 9a cunhada aproximar-se-á dele, na presença dos anciãos, tirar-lhe-á a sandália do pé e cuspir-lhe-á no rosto, dizendo: ‘É assim que se deve fazer ao homem que não quer edificar a casa do seu irmão!’ 10E chamar-se-á a esse homem em Israel “casa do descalçado”.
11Quando dois homens se puserem à bulha um com o outro, e a mulher de um deles intervier para libertar o marido do que está a agredi-lo, pegando pelas partes genitais do adversário, 12cortarás a mão dela, sem piedade alguma.
13Não deves trazer no teu saco dois pesos desiguais, um maior e outro mais pequeno. 14Não deves ter em tua casa duas medidas desiguais, uma maior e outra mais pequena. 15Terás pesos exactos e justos, medidas exactas e justas, para que os teus dias se prolonguem na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar, 16porque o SENHOR, teu Deus, abomina todos os que procedem assim, todos os que praticam o mal.
17Lembra-te do que fez Amalec na viagem, quando saístes do Egipto, 18o qual te saiu ao caminho e atacou todos os que se arrastavam na retaguarda. Tu estavas extenuado, mas ele aproximou-se e não temeu a Deus. 19Quando, pois, o SENHOR, teu Deus, te livrar de todos os inimigos que te rodeiam, na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar em herança para a possuíres, apagarás de debaixo dos céus a memória de Amalec. Não te esqueças disto.»
Capítulo 26
Credo histórico de Israel: primícias e dízimos (14,22-29; 24,19-21; Js 24,2-13; Sl 105; 136; Act 7,2-45) – 1«Quando entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar em herança e dela tomares posse e ali habitares, 2tomarás as primícias de todos os frutos que colheres da terra que te há-de dar o SENHOR, teu Deus; pô-los-ás num cesto e apresentá-los-ás no lugar que o SENHOR, teu Deus, tiver escolhido para aí habitar o seu nome. 3Apresenta-te ao sacerdote de serviço nessa altura e diz-lhe: ‘Declaro hoje, perante o SENHOR, teu Deus, que entrei na terra que o SENHOR tinha jurado a nossos pais que nos havia de dar.’ 4O sacerdote receberá o cesto da tua mão e o depositará diante do altar do SENHOR, teu Deus.
5Proclamarás, então, em voz alta, diante do SENHOR, teu Deus: ‘Meu pai era um arameu errante: desceu ao Egipto com um pequeno número e ali viveu como estrangeiro, mas depois tornou-se um povo forte e numeroso. 6Então os egípcios maltrataram-nos, oprimindo-nos e impondo-nos dura escravidão. 7Clamámos ao SENHOR, Deus de nossos pais, e o SENHOR ouviu o nosso clamor, viu a nossa humilhação, os nossos trabalhos e a nossa angústia, 8e fez-nos sair do Egipto, com sua mão forte e seu braço estendido, com grandes milagres, sinais e prodígios. 9Introduziu-nos nesta região e deu-nos esta terra, terra onde corre leite e mel. 10Por isso, aqui trago agora os primeiros frutos da terra que me deste, SENHOR!’
Depois, colocarás isso diante do SENHOR, teu Deus, e prostrar-te-ás diante do SENHOR, teu Deus. 11Alegra-te por todos os bens que o SENHOR, teu Deus, te der e à tua casa, tu, o levita e o estrangeiro que estiver no meio de ti!
12Quando acabares de separar o dízimo de todos os teus produtos, no terceiro ano, que é o ano do dízimo, e o tiveres dado ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, eles o comerão às portas da cidade e ficarão saciados. 13Dirás, então, na presença do SENHOR, teu Deus:
‘Tirei da minha casa o que era consagrado para o dar ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, conforme os mandamentos que me ordenaste; não os esqueci nem os transgredi. 14Não comi nada disso durante o luto, nada separei em estado de impureza e nada disso dei a um morto. Obedeci à voz do SENHOR, meu Deus, e fiz tudo o que Ele me mandou. 15Lança um olhar da tua morada santa, dos céus, e abençoa o teu povo de Israel e a terra que nos deste, como juraste aos nossos pais, terra onde corre leite e mel!’»
Povo consagrado a Deus – 16«Hoje, o SENHOR, teu Deus, ordena-te que cumpras estas leis e preceitos. Observa-os e cumpre-os com todo o teu coração e com toda a tua alma. 17Hoje, declaraste ao SENHOR que Ele seria o teu Deus e que andarias nos seus caminhos, observando as suas leis, os seus preceitos e os seus mandamentos. 18Por sua vez, o SENHOR declarou-te hoje que serias o seu povo particular, como te tinha dito, e que deverias observar todos os seus mandamentos; 19que te tornaria superior em honra, fama e esplendor a todos os povos que Ele tinha criado; que serias um povo consagrado ao SENHOR, teu Deus, como Ele tinha dito.»
Capítulo 27
A liturgia de Siquém (Js 8, 30-35; 24,1-28) – 1Moisés e os anciãos de Israel exortaram então o povo: «Observa todos os preceitos que eu hoje te prescrevo. 2No dia em que atravessares o Jordão para entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar, ergue umas pedras grandes e reveste-as de cal. 3Nelas escreverás todas as palavras desta Lei, depois de teres passado o Jordão, ao entrares na terra que te há-de dar o SENHOR, teu Deus, terra onde corre leite e mel, como te tinha prometido o SENHOR, Deus dos teus pais.
4E quando tiveres atravessado o Jordão, levantarás essas pedras no monte Ebal, tal como eu hoje te ordeno, e revesti-las-ás de cal. 5Construirás no mesmo local um altar ao SENHOR, teu Deus, um altar feito de pedras, sem que o ferro lhes tenha tocado. 6Construirás o altar do SENHOR, teu Deus, com pedras inteiras e ali oferecerás holocaustos ao SENHOR, teu Deus. 7Oferecerás também sacrifícios de comunhão. Comê-los-ás e alegrar-te-ás diante do SENHOR, teu Deus. 8Escreverás sobre as pedras todas as palavras desta Lei, de forma bem clara.»
9Moisés e os sacerdotes levíticos falaram assim a todo o Israel: «Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje tornaste-te o povo do SENHOR, vosso Deus. 10Escuta a voz do SENHOR, teu Deus, e cumpre os seus mandamentos e os seus preceitos, que hoje te prescrevo.»
11No mesmo dia, Moisés deu ao povo a seguinte ordem: 12«Estas são as tribos que estarão sobre o monte Garizim para abençoar o povo, quando tiverdes atravessado o Jordão: Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim. 13E estas estarão sobre o monte Ebal para amaldiçoar: Rúben, Gad, Aser, Zabulão, Dan e Neftali.»
As doze maldições – 14«Os levitas tomarão a palavra e dirão em voz alta a todos os homens de Israel:
- 15‘Maldito o homem
- que fizer uma estátua esculpida ou fundida,
- objecto abominável ao SENHOR,
- obra de um artífice,
- e a colocar num lugar escondido!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 16‘Maldito o que desprezar seu pai e sua mãe!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 17 ‘Maldito o que alterar os limites do seu vizinho!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 18 ‘Maldito o que desviar o cego do seu caminho!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 19 ‘Maldito o que defraudar o direito do estrangeiro,
- do órfão e da viúva!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 20 ‘Maldito o que tiver relações com a mulher de seu pai,
- descobrindo assim o leito paterno!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 21 ‘Maldito o que tiver relações com qualquer animal!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 22 ‘Maldito o que tiver relações com sua irmã,
- filha de seu pai ou de sua mãe!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 23 ‘Maldito o que tiver relações com a sua sogra!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 24 ‘Maldito o que ferir às ocultas o seu próximo!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 25 ‘Maldito o que aceitar suborno para derramar sangue inocente!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’
- 26 ‘Maldito o que não respeitar as palavras desta lei
- e não as puser em prática!’
- E todo o povo responderá:
- ‘Ámen!’»
Capítulo 28
As bênçãos – 1«Se escutares a voz do SENHOR, teu Deus, procurando observar todos os seus mandamentos, que hoje te prescrevo, o SENHOR, teu Deus, te tornará superior a todos os povos da terra. 2Todas estas bênçãos virão sobre ti e ficarão contigo, se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus. 3Serás abençoado na cidade e abençoado nos campos. 4Bendito o fruto das tuas entranhas, o fruto da tua terra, o fruto do teu gado, as crias dos teus bois e os filhotes das tuas ovelhas. 5Bendito o teu cabaz e a tua arca. 6Bendito serás quando entrares, e bendito quando saíres.
7O SENHOR te entregará os inimigos que se levantarem contra ti; se vierem contra ti por um caminho, por sete caminhos fugirão diante de ti. 8O SENHOR fará que a bênção fique contigo nos teus celeiros e em todas as tuas obras, e te abençoará na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar.
9O SENHOR te constituirá para si em povo santo, como te jurou, enquanto guardares os mandamentos do SENHOR, teu Deus, e andares nos seus caminhos. 10Todos os povos da terra verão que o nome do SENHOR é invocado sobre ti e terão medo de ti.
11O SENHOR te dará em abundância o fruto das tuas entranhas, o fruto dos teus gados e o fruto da tua terra, no país que o SENHOR jurou a teus pais que te havia de dar. 12O SENHOR abrir-te-á os seus preciosos tesouros: o céu, para dar chuva à tua terra no tempo oportuno e para abençoar todas as obras das tuas mãos. Muitos povos te pedirão emprestado, mas tu nunca pedirás emprestado.
13O SENHOR te colocará no primeiro lugar e não no último; estarás sempre no alto, jamais em baixo, enquanto escutares os mandamentos do SENHOR, teu Deus, que hoje te prescrevo, guardando-os e cumprindo-os, 14sem te desviares, nem para a direita nem para a esquerda, de nenhuma das palavras que eu hoje te prescrevo, seguindo outros deuses e adorando-os.»
As maldições – 15«Mas se não escutares a voz do SENHOR, teu Deus, guardando e cumprindo todos os seus mandamentos e preceitos que hoje te prescrevo, cairão sobre ti todas estas maldições e ficarão contigo. 16Serás amaldiçoado na cidade e amaldiçoado nos campos. 17Maldito o teu cabaz e a tua arca. 18Maldito o fruto das tuas entranhas, o fruto da tua terra, a cria dos teus bois e os filhotes das tuas ovelhas. 19Maldito serás quando entrares e maldito quando saíres.
20O SENHOR mandará a maldição, a desgraça e a ruína para tudo aquilo a que lançares mão, até que sejas aniquilado e destruído sem demora, por causa dos teus delitos, por o teres abandonado. 21O SENHOR te enviará a peste até te fazer desaparecer da terra, onde vais entrar para dela tomar posse. 22O SENHOR atingir-te-á com tísica, febre, inflamação, delírio, secura, ardência e palidez, que te perseguirão até sucumbires. 23O céu que está sobre a tua cabeça será de bronze, e a terra, debaixo dos teus pés, será de ferro. 24O SENHOR transformará a chuva da tua terra em cinza e poeira, que descerão sobre ti do alto do céu até seres aniquilado.
25O SENHOR deixar-te-á derrotado diante dos teus inimigos. Se saíres contra eles por um caminho, por sete caminhos fugirás diante deles, e serás escarnecido por todos os reinos da terra. 26O teu cadáver servirá de pasto a todas as aves do céu e aos animais da terra, e ninguém os afugentará.
27O SENHOR te atingirá com os tumores do Egipto, com úlceras, sarna e comichão, de que não te poderás curar. 28O SENHOR atingir-te-á com vertigens, cegueira e perturbações do espírito. 29Andarás às apalpadelas em pleno dia, como um cego na escuridão, sem encontrares o caminho, e serás oprimido e espoliado todos os dias sem haver quem te salve. 30Desposarás uma mulher e outro homem a possuirá; edificarás uma casa e não habitarás nela; plantarás uma vinha e não a vindimarás. 31O teu boi será abatido diante de ti e não comerás dele; o teu jumento será roubado à tua vista e não te será restituído; as tuas ovelhas serão entregues aos teus inimigos e não terás quem as salve.
32Os teus filhos e as tuas filhas serão entregues a um povo estrangeiro; os teus olhos verão e consumir-se-ão de dor, esperando-os todos os dias, sem que lhes possas dar a mão. 33O fruto da tua terra e todo o teu trabalho serão devorados por um povo que não conheces; serás oprimido e maltratado todos os dias. 34Acabarás por enlouquecer com o espectáculo que os teus olhos hão-de ver. 35O SENHOR te atingirá nos joelhos e nas coxas com uma úlcera maligna, da planta dos pés ao cimo da cabeça.
36O SENHOR te conduzirá, a ti e ao rei que escolheres para governar, para o meio de um povo que nem tu nem os teus pais conheceram; e ali servirás outros deuses, que não passam de madeira e de pedra! 37Serás motivo de espanto, de troça e de escárnio, entre todos os povos para o meio dos quais o SENHOR te conduzir.
38Semearás grande quantidade de semente no teu campo, mas pouco colherás, porque os gafanhotos a devorarão. 39Plantarás e cultivarás vinhas, mas não beberás vinho nem o armazenarás, porque será devastado pela lagarta. 40Terás oliveiras por todo o país, mas não te ungirás com azeite, porque as azeitonas cairão.
41Criarás filhos e filhas, mas deixarás de os ter, porque irão para o cativeiro. 42Os insectos devastarão todas as árvores e o fruto da tua terra. 43O estrangeiro que está no meio de ti elevar-se-á acima de ti cada vez mais alto; tu, porém, descerás cada vez mais baixo. 44Ele emprestar-te-á a ti, mas tu não lhe poderás emprestar; ele estará no primeiro lugar e tu estarás no último.
45Todas estas maldições cairão sobre ti, perseguir-te-ão e ficarão contigo até seres exterminado, porque não escutaste a voz do SENHOR, teu Deus, guardando os mandamentos e preceitos que o SENHOR te ordenou. 46Estas coisas acontecerão contigo e com a tua descendência como um sinal e um aviso para sempre, 47por não teres servido o SENHOR, teu Deus, com alegria e bom coração, quando tinhas abundância de tudo. 48Servirás, porém, os inimigos, que o SENHOR enviar contra ti, na fome, na sede, na nudez e na mais completa miséria; eles porão um jugo de ferro sobre o teu pescoço até te aniquilarem.
49O SENHOR fará erguer-se dos confins da terra, contra ti, um povo longínquo, veloz como a águia, cuja língua não compreendes, 50um povo de aspecto feroz que não terá respeito pelo velho, nem piedade pelo adolescente! 51Ele devorará o fruto do teu gado e o fruto da tua terra até seres aniquilado; não te deixará nem trigo, nem vinho, nem azeite, nem a cria dos teus bois, nem os filhotes das tuas ovelhas, até te fazer desaparecer. 52Ele te cercará em todas as tuas cidades, até que caiam em todo o país os teus altos muros e as fortalezas em que punhas a tua confiança; cercar-te-á em toda a terra que o SENHOR, teu Deus, te tiver dado.
53Terás de comer até o fruto das tuas entranhas, a carne dos teus filhos e filhas, que o SENHOR, teu Deus, te tiver dado, tal o aperto e a angústia quando o inimigo te cercar. 54O homem mais sensível e delicado, entre vós, olhará com maus olhos o seu irmão, a esposa que ele ama e os filhos que lhe restarem, 55para não ter de repartir com nenhum deles a carne dos filhos, que vai comer, por nada mais lhe restar, no aperto e na angústia em que o cerco do inimigo te deixou em todas as tuas cidades. 56A mulher mais sensível e delicada, entre vós – que nem sequer ousava pousar na terra a planta dos pés, de tão mimada e delicada que estava – olhará com maus olhos o marido que ama, o seu filho e a sua filha, 57a placenta que lhe sai do ventre, entre as pernas, e os filhos que gerou; porque, na sua miséria total, ela os comerá às escondidas, no meio do aperto e angústia a que te reduzirá o teu inimigo nas tuas cidades.
58Se não procurares cumprir todas as palavras desta Lei, escritas neste livro, em reverência ao nome venerável e temível do SENHOR, teu Deus, 59o SENHOR agravará os teus flagelos e os da tua descendência, flagelos grandes e persistentes, doenças malignas e persistentes. 60Fará recair sobre ti todas as pragas do Egipto diante das quais te aterrorizavas e que não mais te deixarão, 61bem como outras doenças e desgraças, que não estão escritas no livro desta Lei, até que sejas aniquilado. 62Poucos homens de entre vós hão-de escapar, depois de terdes sido tão numerosos como as estrelas do céu; tudo isto, porque não escutaste a voz do SENHOR, teu Deus. 63E assim como o SENHOR se deleitava em vos encher de benefícios e vos multiplicar, assim também se deleitará o SENHOR em vos fazer perecer e vos aniquilar. E sereis arrancados da terra em que ides entrar para dela tomardes posse.
64O SENHOR vos dispersará entre todos os povos de uma extremidade à outra da terra; ali servireis a deuses de madeira e de pedra, que nem vós nem os vossos pais conheceram. 65Mesmo no meio dessas nações, não tereis segurança, nem encontrareis repouso para a planta dos vossos pés. O SENHOR te dará ali um coração inquieto, olhos enlanguescidos e alma angustiada. 66Sentireis a vossa vida suspensa e tremereis noite e dia, sem certeza de continuar a viver. 67De manhã direis: ‘Quem dera que fosse já noite!’; e de tarde direis: ‘Quem dera que já fosse manhã!’ Tudo, por causa da angústia que o vosso coração sofrerá e pelo espectáculo que terão de ver os vossos olhos. 68O SENHOR vos fará regressar em navios ao Egipto, caminho do qual Eu vos tinha dito que não devíeis tornar a ver. Ali procurareis vender-vos aos vossos inimigos como escravos e escravas, e não haverá comprador.»
Aliança em Moab – 69São estas as palavras da Aliança que o SENHOR ordenou a Moisés que estabelecesse com os filhos de Israel, na terra de Moab, para além da Aliança que firmara com eles no Horeb.
Capítulo 29
1Moisés convocou todo o Israel e disse-lhes: «Vistes tudo o que o SENHOR fez diante dos vossos olhos na terra do Egipto, ao faraó, aos seus servos e a todo o país: 2as grandes provações que os vossos olhos viram, esses sinais e prodígios extraordinários. 3Até hoje, porém, o SENHOR não vos tinha dado coração para entender, olhos para ver, nem ouvidos para ouvir. 4Eu vos conduzi durante quarenta anos pelo deserto, mas as roupas que vestíeis não se gastaram, e o calçado não se rompeu nos vossos pés. 5Não foi pão que comestes, não foi vinho nem bebida alcoólica que bebestes, para saberdes que Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
6Chegastes a esta região, e Seon, rei de Hesbon, e Og, rei de Basan, saíram ao nosso encontro para nos fazer guerra, mas nós derrotámo-los. 7Tomámos a terra deles e demo-la em herança a Rúben, a Gad e à metade da tribo de Manassés. 8Guardareis, pois, as palavras desta Aliança e as cumprireis, para serdes bem sucedidos em tudo o que fizerdes.
9Todos vós estais hoje na presença do SENHOR, vosso Deus – os vossos chefes, as vossas tribos, os vossos anciãos, os vossos oficiais, todos os cidadãos de Israel, 10os vossos filhos, as vossas mulheres e o estrangeiro, que está no meio do vosso acampamento, desde o vosso rachador de lenha até ao vosso carregador de água – 11a fim de entrardes na Aliança do SENHOR, vosso Deus, feita com juramento, Aliança que o SENHOR, vosso Deus, estabelece hoje convosco, 12para vos constituir hoje como seu povo e ser Ele próprio, o SENHOR, o vosso Deus, como vos prometeu e como jurou a vossos pais, Abraão, Isaac e Jacob. 13E não é só convosco que eu firmo esta aliança e este juramento; 14é também com todos aqueles que hoje estão aqui junto de nós, na presença do SENHOR, nosso Deus, e ainda com todos aqueles que hoje não estão aqui connosco. 15Vós sabeis bem como vivemos na terra do Egipto e o que passámos no meio dos povos por onde andámos. 16Vistes as suas abominações e os ídolos de madeira e de pedra, de prata e de ouro, que eles tinham consigo.
17Não haja entre vós homem ou mulher, família ou tribo, cujo coração se afaste hoje do SENHOR, nosso Deus, para servir aos deuses desses povos; não haja entre vós raiz que produza frutos venenosos ou amargos. 18Quando ouvir as palavras deste juramento, ninguém se felicite em seu coração, dizendo: ‘Terei paz, mesmo que siga a obstinação do meu coração’, pois ‘terra regada já não tem sede.’ 19O SENHOR jamais lhe perdoará, pois aumentará a ira do SENHOR e a sua cólera contra esse homem; todas as maldições escritas neste livro cairão sobre ele, e o SENHOR apagará o seu nome de debaixo do céu. 20O SENHOR o separará, para sua desgraça, de todas as tribos de Israel, conforme todas as maldições da Aliança escritas no livro desta Lei.»
Castigo da infidelidade – 21«Então, a geração vindoura dos vossos filhos, os que vierem depois de vós, e o estrangeiro, que vier de uma terra longínqua, ao verem as pragas dessa terra e as calamidades que o SENHOR fará cair sobre ela, interrogar-se-ão. 22Enxofre e sal queimarão toda a terra; não poderá ser semeada nem regada, e nem uma erva crescerá nela, destruída como Sodoma, Gomorra, Adma e Seboim, que o SENHOR destruiu na sua ira e no seu furor.
23Então todos esses povos perguntarão: ‘Porque terá o SENHOR tratado assim esta terra? Porque se inflamou com tão grande ira?’ 24Ser-lhes-á respondido: ‘Porque abandonaram a Aliança que o SENHOR, Deus de seus pais, fizera com eles, quando os fez sair da terra do Egipto; 25serviram outros deuses e prestaram-lhes culto, deuses que não conheciam e não eram sua herança. 26A ira do SENHOR inflamou-se contra essa terra, a ponto de descarregar sobre ela todas as maldições escritas neste livro. 27O SENHOR, com ira, furor e grande indignação, arrancou-os da sua terra e exilou-os para uma terra estranha até este dia.’ 28As coisas ocultas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, mas aquilo que Ele revelou é para nós e para os nossos filhos eternamente, a fim de cumprirmos todas as palavras desta Lei.»
Capítulo 30
Promessa de redenção – 1«Quando, pois, te acontecerem todas estas coisas, a bênção ou a maldição que coloquei diante de ti, se as meditares no teu coração no meio de todos os povos para onde o SENHOR, teu Deus, te tiver desterrado, 2e te voltares de novo para o SENHOR, teu Deus, e obedeceres à sua voz com todo o teu coração e com toda a tua alma, segundo aquilo que eu hoje te prescrevo a ti e aos teus filhos, 3então, o SENHOR, teu Deus, fará regressar os teus cativos e terá compaixão de ti; e de novo te reunirá de entre todos os povos, no meio dos quais te dispersou o SENHOR, teu Deus. 4Ainda que os teus exilados se encontrassem na extremidade do céu, mesmo dali te reuniria o SENHOR, teu Deus, e ali te iria buscar. 5O SENHOR, teu Deus, te reconduzirá depois à terra que os teus pais possuíram e da qual tomarás posse; Ele te fará prosperar e multiplicar mais do que os teus pais. 6O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração dos teus descendentes para que ames o SENHOR, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma, a fim de que possas viver.
7O SENHOR, teu Deus, fará cair então todas as maldições sobre os teus inimigos e sobre aqueles que te odiaram e perseguiram. 8Mas tu, escuta de novo a voz do SENHOR e cumpre todos os seus mandamentos que hoje te prescrevo. 9O SENHOR, teu Deus, fará prosperar todo o trabalho das tuas mãos, o fruto das tuas entranhas, o fruto do teu gado e o fruto da tua terra. O SENHOR se deleitará de novo com o teu bem, como acontecia com os teus pais, 10se escutares a voz do SENHOR, teu Deus, e guardares os seus mandamentos e os seus preceitos, escritos neste livro da Lei, e se voltares de novo para o SENHOR, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma.
11Na verdade, esta Lei, que hoje te prescrevo, não é muito difícil para ti nem está fora do teu alcance. 12Não está no céu, para se dizer: ‘Quem subirá por nós até ao céu e no-la irá buscar para a escutarmos e praticar-mos?’ 13Não está tão pouco do outro lado do mar, para se dizer: ‘Quem atravessará o mar e no-la irá buscar para a escutarmos e praticarmos?’ 14A Lei está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a praticares.»
Conclusão: A vida ou a morte (11,26-28; Sl 1) – 15«Repara que coloco hoje diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. 16Assim, ordeno-te hoje que ames o SENHOR, teu Deus, que andes nos seus caminhos, que guardes os seus mandamentos, preceitos e sentenças. Assim viverás, multiplicar-te-ás e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra em que vais entrar para dela tomar posse.
17Mas se o teu coração se desviar e não escutares, se te deixares arrastar e adorares deuses estranhos e os servires, 18declaro-vos hoje que, sem dúvida, morrereis; os vossos dias não se prolongarão na terra na qual ides entrar, passando o Jordão, para dela tomar posse.»
19«Tomo hoje por testemunhas contra vós, o céu e a terra; ponho diante de vós a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida para viveres, tu e a tua descendência, 20amando o SENHOR, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a Ele, porque Ele é a tua vida e prolongará os teus dias para habitares na terra, que o SENHOR jurou que havia de dar a teus pais, Abraão, Isaac e Jacob.»